28.2.05

"Ubuntu" - nova revista em Bissau

Bravo Jorge! "Ubuntu" - nova revista sócio-cultural lançada em Bissau
Agência Lusa Bissau, 27 Fev (Lusa) - A Guiné-Bissau volta a contar, a partir de hoje, com uma nova revista sócio-cultural, a
"Ubuntu", fruto de um projecto idealizado por um grupo de jovens quadros guineenses recentemente regressado ao país.
A revista, de 60 páginas, é dirigida por Jorge Lopes Queta, quadro do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em Bissau e mestrando em Relações Internacionais, e constitui um espaço de reflexão em que são abordados todos os temas, "sem complexos".
Em declarações à Agência Lusa, Jorge Lopes Queta indicou que a periodicidade da revista, lançada sábado à noite em Bissau durante a 14ª edição das "Noites Culturais" promovidas pela Associação Ubuntu, "será inicialmente anual, embora haja planos para que se torne ainda este ano semestral ou mesmo trimestral".
O "Ubuntu", palavra do dialecto sul-africano Zulu que significa "dignidade" ou "respeito", conta com seis secções distintas e pretende apresentar, segundo o seu director, uma nova abordagem dos assuntos dos espaços lusófonos, maioritariamente ligados à Guiné-Bissau é à região
oeste-africana.

Falar a uma voz...mas com visão

O Eurobarómetro mostra a necessidade da UE melhorar a sua capacidade de falar a uma só voz na política externa e de segurança. Uma maioria de 70% em todos os Estados Membros, incluindo a Grã- Bretanha, quer uma política externa e de segurança mais coesa. Somente 10% consideram que o mundo seria mais seguro se os EUA fossem o único super-poder. O Novo Tratado Constitucional Europeu prevê reforços de quadro diplomático comum, um ministro dos estrangeiros e maior cooperação na defesa. Mas reconhecer esta realidade é uma coisa, transformá-la em política é o desafio real para a UE. Sem uma visão europeia do futuro do sistema internacional e sem dedicar recursos às relações externas, a Europa não consegue influenciar os EUA e desenvolver uma parceria genuína com a América.

24.2.05

O que parece, é!

O Global Security indica que o exército americano tem 155 batalhões do combate. Antes de Outubro 2001, apenas 17 estavam em serviço activo de combate, no Kosovo e noutros locais (as guarnições na Alemanha e no Japão não são "de serviço do combate activo"). Em 2005 existem 98 batalhões do combate em áreas activas.
Mesmo quem não seja perito militar pode ver que se trata de um quantitativo impossível de sustentar a longo prazo. Por isso, além dos 255.000 soldados, marinheiros, aviadores, fuzileiros e Guarda-costas em missões de combate e peacekeeping, os EUA utilizam mais 136.000 militares da Guarda Nacional e das reservas.
Será este o futuro dos EUA ? Ter tropas colocadas por tempo indefinido na fronteira noroeste ou num porto insalubre da África ocidental ou noutro posto longínquo? Washington nega que tenha ambições imperiais, e acredito que tais negações sejam sinceras. Mas, como escreveu PAul Kennedy já em 2003, se os EUA cada vez parecem mais um império, movimentam-se como um império e mentem como um império, talvez seja porque se estão a tornar um império.

23.2.05

Three Faiths Forum

O Three Faiths Forum www.threefaithsforum.org.uk é uma organização que ganhou reconhecimento nacional e internacional pelo diálogo entre as comunidades judaica, muçulmana e cristã. Luta contra as minorias fundamentalistas e de extrema direita que pervertem a respectiva fé. O Anti-Semitismo é um vírus mutante. Mas é um vírus que pode ser contido. Em Dezembro de 2004, a OSCE ratificou a declaração de Berlim contra o Anti-Semitismo, reconhecendo a ligação entre eventos no Médio Oriente e ataques a judeus em países europeus. Em Novembro, a ONU aprovou a sua primeira declaração sobre anti-Semitismo. Boa parte do anti-Semitismo actual disfarça-se de hostilidade ao estado de Israel, embora nem todas as críticas ao governo de Israel sejam anti-Semitas. Mas convém saber que o ódio anti-judaico inclui a negação do Holocausto e a divulgação - Hamas http://www.palestine-info.info - dos "protocolos dos Sábios de Sião", um documento forjado pela polícia russa dos czares sobre a pretensa conspiração internacional dos judeus para governar o mundo.

Foram demasiado pequenos

Cada intervenção de Bush2, comprova que ele e sua geração de dirigentes, deverão ter como epitáfio: “Foram demasiado pequenos para ver um mundo maior”. Assim diz Paul Craig Roberts. Estão a desperdiçar numa década o que outros americanos e europeus conquistaram em meio século de persistente e contida Guerra Fria ou Paz Armada. O modo como Bush2 trata os europeus resume-se na velha expressão francesa: “d’une façon cavalière”. O seu procedimento não é o de um construtor de sistema político mundial: é de um gestor de relações internacionais. Poderá acalmar provisoriamente interesses europeus. Mas jamais conseguirá repor a confiança transatlântica. Não percebe que o “eleitorado global”, na frase de Jude Wanniski sabe mais que cada dirigente global.

22.2.05

O Exército de Israel obedecerá?

Jane's Foreign Report, the authoritative weekly intelligence digest, says hundreds of Orthodox rabbis, including some in the armed forces, have called on IDF soldiers to refuse to uproot settlements in Gaza and the West Bank. A movement called "Defensive Shield" claims to have collected 10,000 signatures of soldiers and reservists who have pledged to refuse orders to dismantle any of the 21 settlements in Gaza and 145 in the West Bank. They house 8,200 and 243,000 Jewish settlers respectively.

"Israel's army, long considered one of the main pillars of the Jewish state and a great social equalizer, is in grave danger of being politicized," said Foreign Report. It has been infiltrated by right-wingers for more than a decade -- Orthodox seminary graduates and hard-line settlers. Some estimates put the number of diehard right-wingers at 30 percent of the IDF officer corps.

21.2.05

Capo mafia

A escolha de John Negroponte é mais um degrau da cabala neo-conservadora. Veio da carreira burocrática. Parece respeitável por ter servido presidentes democráticos e republicanos. Mas sempre serviu os neos. Foi colocado no Iraque por Cheney, Wolfowitz, Rumsfeld, e Perle para promover um governo fantoche. Agora, como czar das informações nos EUA e capomafia de 15 organizações de terá acesso diário a Bush para falar de possíveis e próximas agressões. Para ver as suas andanças nas Honduras ver o insuspeito e conservador http://www.coha.org., Council on Hemispheric Affairs. Era a Guerra Fria, está bem. Por isso mesmo é inaceitável manterem a mesma atitude agora que podiam gerir a paz.

17.2.05

EUA animados com resultados eleitorais

Notícia do New York Times (4/Set/1967: p. 2)
Apesar de uma campanha terrorista do Vietcong, votaram 83 por cento dos 5.85 milhões de eleitores registados. Muitos arriscaram a vida em represálias do Vietcong. O voto popular e a incapacidade do Vietcong para destruir a eleição foram os dois factos salientes na eleição do presidente T. Gen. Nguyen Van Thieu, e do vice-presidente Nguyen Cao Ky.
Em 25 de Abril de 1975 as tropas norte-vietnamitas entravam em Saigão. O pior que há na vida política é não ter memória...

13.2.05

Direitos e Bombas

A iraniana Shirin Ebadi, Prémio Nobel da PAz, 2003, foi co-autora de um anúncio no New York Times de 8 de Fevereiro, nestes termos: "Uma invasão do Irão perverte o apoio popular ao activismo dos direitos humanos, e destrói vidas, instituições e infra-estruturas, causando caos e instabilidade". "Os norte-americanos não compreendem que não se lançam direitos humanas como quem lança bombas." Oxalá escutem esta mulher que desafiou a prisão e tentativas de assassinato contra a sua luta pelas liberdades no Irão

7.2.05

Contra o sectarismo no Iraque

O debate corrente sobre as eleições no Iraque está viciado quando, antes de se falar na nação iraquiana, se começa a falar de sunitas, shiitas e curdos. Afinal são todos árabes e iraquianos e 95% muçulmanos.
As eleições do Iraque foram um bem, uma prática democrática, além de fazer parte do plano americano para legitimar a sua estratégia na região. Mas o principal defeito das eleições é contribuírem para o sectarismo no país em vez de reforçarem o nacionalismo. È muito mau que os iraquianos tenham entrado no processo eleitoral, como candidatos ou eleitores, numa base sectária, religiosa ou étnica.
Estas eleições foram projectadas para restaurar uma segurança e estabilidade ao serviço da ocupação americana do Iraque, uma missão que está a ficar obsessiva. É errado dizer que os árabes Sunni boicotaram as eleições, como se constata pelo facto de eles quererem participar no processo constitucional. É mais correcto afirmar que eles têm uma visão nacional. A ocupação dos E. U. incentivou a divisão virtual de Iraque em três entidades. O norte trabalha para separar-se e estabelecer o estado independente do Curdistão. O sul quer uma entidade sectária apoiada pelo Irão. O Iraque central tem uma visão nacional, até porque tem sunitas e shiitas. O que o Iraque precisa, como qualquer nação, é de um partido nacional que ultrapasse o sectarismo, em vez de cair nas mãos dos pró-iranianos shiitas.

4.2.05

Pormenores que dizem tudo

Narra a CNN que o general dos Marines James Mattis, que comandou no Afeganistão e Iraque afirmou no passado dia 1, em San Diego, California sobre a sua experiência contra guerrilheiros afegãos e iraquis: "Actually it's quite fun to fight them, you know. It's a hell of a hoot," "It's fun to shoot some people. I'll be right up there with you. I like brawling". O comentário provocou o riso em alguns militares presentes na audiência.
Em Abu Ghraib também se divertiram. O Presidente Bush também se divertiu no jantar anual da Imprensa em 2004, ao mostrar o video em que procura as ADM's debaixo da secretária na Casa Branca. Há pormenores que revelam o estado de alma de uma nação

3.2.05

A maioria shiita

Como escreve Juan Cole, as eleições iraquianas de 30 de janeiro representam um terremoto político no país e em todo o Médio Oriente. Najaf parece emergir como a segunda capital do Iraque. Pela primeira vez, no Médio Oriente uma maioria Shiita ganha o poder. Um parlamento dominado pelos shiitas desafia as tendências Sunitas do nacionalismo árabe, formulado no Cairo e em Argel; e obrigará os iraquianos a aceitar o carácter multicultural da sua sociedade, que o partido Baath pan-Árabe sempre tentou apagar. Os perigos são todos novos. Se cada uma das partes envolvidas agir com base em cálculos errados da correlação de forças, a crise vai recrudescer e pode começar a guerra civil. O papel dos EUA neste novo Iraque é ainda incerto.

2.2.05

A verdade sobre Camp David

Nos encontros de Camp David, patrocinados por Clinton, o corajoso ministro israelita Ehud Barak ofereceu a Yasser Arafat grandes concessões no estatuto de Jerusalém. A história do que aconteceu nesse verão de 2000 é agora contada por Clayton Swisher em "The Truth About Camp David: The Untold Story about the Collapse of the Middle East Peace Process.", 455 p.
As conversaçõess caíram porque foram mal preparadas. Não poderiam ter sucedido porque Barak não fez uma concessão essencial a Arafat sobre Jerusalém e porque Arafat representava somente os interesses palestinianos e não podia falar em nome do mundo islâmico sobre os lugares sagrados da Cidade Santa.

Tudo na mesma

Que pensar das eleições iraquianas de domingo? Nada parece ter mudado do lado dos insurrectos para os quais as eleições apenas servem a ocupação americana. A imprensa americana pró-guerra apresenta-nos o seguinte cenário (1) o estabelecimento de um novo governo permitirá (2) uma nova constituição, que (3) levará a novas eleições antes do fim do ano, e que (4) permita às tropas de EUA voltar para casa, com a missão cumprida. Por detrás disto, a agenda oculta dos EUA exige uma presença permanente em Bagdade, para controlar o petróleo do Médio Oriente, e proteger Israel contra os países árabes.