tag:blogger.com,1999:blog-10172169.post9061173387633001364..comments2024-01-05T23:49:46.254+01:00Comments on DuasCidades: Esta gente cujo rosto, POEMA DE SOPHIA DE MELLO BREYNERmchhttp://www.blogger.com/profile/08823455191706623233noreply@blogger.comBlogger3125tag:blogger.com,1999:blog-10172169.post-51818709735232297582008-01-11T21:50:00.000+01:002008-01-11T21:50:00.000+01:00Num desses dias ensolarados, em que o sol arranca ...Num desses dias ensolarados, em que o sol arranca sem piedade a vida da terra, levanta tua fronte e desafia com teus olhos o infinito do céu.<BR/><BR/>Repara nas nuvens, em busca das tuas respostas. Mira a distante e escura silhueta que te segue pelos mantos azuis.<BR/><BR/>Lá o está, o ponto negro que anuncia a tranformação de todas as coisas, num leve rodopiar das infinitas correntes de ar que circulam sobre tua cabeça, suspenso nos céus...<BR/><BR/>Desprezando a ordem da humanidade, recusando-se a disputar seja lá o que for, um resto, um cadáver ou um pedaço de ar, pois só conhece a missão de colaborar para com o equilíbrio natural, sem concorrências, sem vencedores ou abatidos.<BR/><BR/>Habita nos sepulcros rochosos das mais altas montanhas, o oculto lar inatingível para ti, onde seus segredos são repassados às futuras gerações pela ordem natural do ciclo de vida e morte.<BR/><BR/>O espia da vida, que acima da filosofia dos homens, segue teus passos e conhece teu destino, do começo ao fim, até o recomeço. <BR/><BR/>Teus olhos cotidianos e corriqueiros não lhe podem desconfiar que num circular constante, equilibrado e pendular, mensagens ocultas são reveladas aos olhos de quem as buscam incessantemente. <BR/><BR/>Mas não a ti, ó homem comum, o qual não há pena sobre e em ti, somente para ti, por todas as tuas insanidades para contigo e com teu próximo.<BR/><BR/>O púrpuro alquimista atravessa eras, milênios e gerações depurando a terra bendita que não lhe fôra prometida, como um guardião da sobrevivência de todas as espécies, na última classe da cadeia alimentar. <BR/><BR/>Serve-se de tudo aquilo a que à vida já não mais inspira, e ainda assim, não lhe considera podridão. Não como a tua. <BR/><BR/>O eterno viajante da transmutação faz o desconhecer do tempo, anunciando-o nos sóis e nas tempestades, a fim de anunciar a aridez da vida e a fertilidade na morte. Abençoa a terra seca com os sinais únicos que tornam as chuvas sobre os campos esquecidos pela química vivificante.<BR/><BR/>Quando olhares para teu telhado e o reparar sobre tua casa, prepara-te que teu vital limiar se chega a ti. Não o afugentes, pois assim a natureza o fez lúgubre mensageiro, para generosamente dar-te tempo de preparares o fim de tua seara terrena. <BR/><BR/>Ele te observará quando tuas forças prostrarem teu corpo sobre a terra e ainda assim aguardará solene o teu silenciante poente. <BR/><BR/>E, assim, este fúnebre amigo pousa ao teu lado, sendo teu único companheiro na jornada que se inicia da morte para o além, e pacientemente aguarda teu último suspiro, tua última lágrima de dor, de arrependimento e de redenção.<BR/><BR/>Sua aproximação traz consigo a mensagem do último segundo de tua existência, e com ele deixarás a agonia da dor, a qual em seu bico afiado inspirará e rasgará as carnes que já não mais a ti pertencem, para expirar tua alma purificada pelos olhos que não se alimentam dos sacrifícios sanguíneos.<BR/><BR/>E, após o rito de reconciliação de morte, vida e sobrevivência, funesto para os homens, lá o vai, batendo suas asas novamente rumo à silenciosa altitude, acompanhando o destino das raças sobre a orbe.<BR/><BR/>Assim, os olhos, que te observaram e te devoraram, expiram os erros de tua existência, e convidam teu espírito para um alçar vôo rumo ao infinito da Luz.<BR/><BR/>Luz que te aguarda além de todos os céus, na mais alta dimensão, onde jamais imaginaste voar.<BR/><BR/>Quem poderá desvendar estes segredos que escondem o destino de tua humanidade?<BR/><BR/>É ele, o guardião da púrpura manta flamejada em alva que circunda pelos céus.<BR/>Por isso, olha para o céu e clama a este negro alquimista o segredo de tua libertação que se encontra sobre tua cabeça e teu destino.<BR/><BR/>Lá, sobre os céus, o encontrarás, voando em circulos infinitos pelos poentes, pacientemente.<BR/><BR/>Lá, encontrarás o Abutre.<BR/>Marcio Bastos Soares - BrasilAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10172169.post-38833481411546858852007-10-17T19:15:00.000+01:002007-10-17T19:15:00.000+01:00"pequena poetisa" ,ó arbitro da elegância? Eu apen..."pequena poetisa" ,ó arbitro da elegância? Eu apenas conheço poetas com autenticidade e os dela desprovidos. depois , 00000OOOO grandes e ooooooo pequenos depende e muitos factorwes. Quando muito dou-lhe razão em que ter um nome com ph, dois ll e y não Ajuda nada. Mas A QUESTÃO CLASSISTA e ideológiCA é IRRELEVANTE para apoesia. Ezra era um "ganda" fascista e um grande poeta; petronius, precisamente, era um hibrido do prof. marcelo com os poeta amrgos, cheio de cinismo, desilusão e cortou as veias, como descreve Suetónio. Quer chatice, cortar as veias, dirá V. Pois É. Que desgraça, diria a Sophia...!mchhttps://www.blogger.com/profile/08823455191706623233noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10172169.post-54475595705453156192007-10-16T15:29:00.000+01:002007-10-16T15:29:00.000+01:00Não sei o que esta pequena poetisa tem contra o ab...Não sei o que esta pequena poetisa tem contra o abutre, animal necrófago, tão útil para manter a floresta limpa de mau cheiro a cadáver, nem contra a cobra, bicho astuto, que impede excesso de insectos,<BR/><BR/>O rosto de "esta gente" (da qual a pequena poetisa faz parte, pois no seu rosto vê-se a escravatura a uma certa classe burguesa e nortenha - não aristocrática) às vezes não é nem luminoso nem tosco, é simplesmente opaco, às vezes rude - vai para além desta oposição polar - tosco/luminoso.<BR/><BR/>Esta gente que só lhe lembra reis e/ou escravos é mais complexa do que a pequena poetisa julga.<BR/><BR/>O milhafre também é um bicho nobre, basta ver a sua presença massiva como animal "parlant" na Heráldica, além disso, nobre predador ecológico.<BR/><BR/>A liberdade poética justa conhece os significantes e usa-os com precisão e sem retórica. A pequena poetisa usa a grandiloquência retórica e erra nas derivas<BR/>dos significantes.<BR/><BR/>A pequena poetisa também toma uma atitude de lider messiânico - "em frente desta gente meu canto se renova". Pura e piedosa ilusão! nem o canto se lhe renovou, nem a gente por ouvi-lo se libertou.<BR/><BR/>A pequena poetisa, cujo canto se renova diante "dessa gente" (inha) recomeça a busca, depois de ter atirado para o seu inferninho poético nobres animais como o milhafre, o abutre e a cobra.<BR/><BR/>Vê-se bem que a pequena poetisa era uma urbana, idealista, com um complexo messiânico e divorciada dessa gente de rosto dual dicotómico ( e de resto abstracta) a quem pretende cantar.<BR/><BR/>As boas intenções poéticas desacompanhadas de precisão dão poesias lamechas ou retóricas, estilo Pedro Homem de Mello, no seu estilo chorão e chantagista tipo Povo que lavas no rio. <BR/><BR/>Em resumo a pequena poetisa, num momento Leo Ferré, deslumbrada pela sua bela alma quando muito deitou ao mundo uma pérola populista. No fundo um poema autocrítico, a bem pensante apanhada num momento de compassio ad populo, apanhada num feliz flash.<BR/><BR/>A pequena poetisa, com o seu penteado rígido, a fazer outra vez figura de abajur.<BR/><BR/>Bem haja, por ter publicado este texto de humor involuntário produzido entre duas sentimentais cigarradas diante do Tejo, pela pequena poetisa,<BR/><BR/>A Bem da Nação,<BR/><BR/>Petronius ArbiterAnonymousnoreply@blogger.com