22.3.05

A lição de Moshe Dayan


Estão na moda as comparações entre Vietname e Iraque. O historiador e estratega Martin van Creveld tem uma grande lição a dar, baseado na experiência do genial Moshe Dayan, que visitou os EUA e o Vietname no ano longínquo de 1966. As conclusões de Dayan, em Agosto de 1966 quando retornou a Israel foram publicadas no jornal Maariv.
Creveld considera que as semelhanças são mais importantes do que as diferenças.
1) O problema operacional mais significativo das forças americanas o Vietname era a falta de Informações para distinguir entre o inimigo e população civil. No Iraque também.
2) Segundo Dayan, a campanha para conquistar corações e mentes falhava. Muitas dos números não se confirmavam. No Iraque também.
3) Para Dayan, os americanos encontraram-se na posição infeliz de bater no mais fraco. A comparação com a guerra actual no Iraque é flagrante.

Um adulto que bata numa criança de cincos anos será acusado de cometer um crime. Uma força armada que bata num oponente mais fraco será vista a cometer uma série dos crimes; perde o apoio dos seus aliados, de seu povo, e de suas próprias tropas. Dependendo do carácter das forças (conscritos ou profissionais), a eficácia da máquina do propaganda, a natureza do processo político, e assim por diante, este resultado pode chegar mais tarde ou mais cedo. Mas é sempre o mesmo resultado. Quem não compreende isto não compreende nada da guerra nem da natureza humana.
Ou seja quem luta contra os fracos e perde, perde. Quem luta contra o fraco e vence, perde também. Matar um oponente mais fraco é desnecessário e cruel; deixar que o oponente mate, é desnecessário e louco. Como o Vietname prova, nenhuma força armada, mais rica, mais poderosa, mais avançada, mais motivada, é imune a este dilema. O resultado final é sempre a derrota. Segundo Martin van Crefeld, a aventura do Iraque terminará como a anterior – as tropas americanas a sair do país agarradas às calhas dos helicópteros.

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