6.8.05
Tem a palavra o Arq.º Ribeiro Teles!
"Após o 25 de Abril, os partidos monárquicos nasceram de clandestinidade. Tratava-se de um conflituosa época de transformações que exigia a presença monárquica na cena política, portuguesa. Alguns dos seus membros dissolveram-se nos quadros de grandes formações partidárias, abdicando ou não das suas convicções mais íntimas.
Embora a ideia monárquica seja por natureza transpartidária, a delicada situação política de então exigia a criação de um partido monárquico moderno, adaptado às exigências so¬ciais de um regime democrático, evitando desta modo a dissolução e o colapso completo da causa monárquica. Por mais polémica que aparente ser a decisão de criar um "partido monárquico" adaptado a um enquadramento político republicano, é bom relembrar que tal decisão se tornava imperativa no quadro de uma atmosfera social em que intervenção político-social era sinónimo de organização partidária. O Partido Popular Monárquico preencheu este requisito; produziu por um lado, a ambição de um partido democrático, socialmente empenhado, sem contudo deixar de reconhecer e lutar por um ideal trans-partidário, que a natureza da causa monárquica reclama."
I Jornadas Luso-Brasileiras Monarquia e Constituição
In Portugueses, Janeiro Fevereiro de 1990
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