4.2.07

IVG O Referendo Doentio

Eu voto não, sem ressentimentos para com os sins. Tal como posto no terreno o referendo doentio, as decisões resultam muito de experiências de vida. A minha previsão é evidente. Com mais e melhor campanha, o não ganharia. Seria melhor se insistisse mais na coesão social e não tanto na moral. A coesão social não é susceptível de hipocrisia. A deficiência resulta da ausência de líderes naturais do não, que tem muito mais bases mas muito menos quadros que o sim. A abstenção será inferior a 50% desta vez. O sim ganhará com escassa margem. O aborto clandestino continuará. As causas fracturantes servem o poder estabelecido. O cristianismo e os humanistas aliados perdem uma batalha mas não perdem a guerra. Passemos à seguinte.

NOTICIAS
Referendo: «sim» continua à frente, mas a perder terreno
A apenas uma semana do referendo sobre a despenalização do aborto, o «sim» continua à frente, mas a perder terreno para o «não», que já recolhe 43,7% das intenções de voto.

O «não» encontra-se a 7,6 pontos percentuais do «sim», com 51,3%, revela uma sondagem hoje divulgada pelo Correio da Manhã.

De acordo com a sondagem CM/Aximage, realizada entre 31 de Janeiro e 2 de Fevereiro, a campanha dos defensores do «não» tem sido a mais eficaz, já que no espaço de duas semanas as intenções de voto no «não» subiram 13,9 pontos percentuais, ao passar de 29,8% para 43,7%.

O «sim», por outro lado, desce pela quarta vez consecutiva. Enquanto em Dezembro não deixava margem para dúvidas, ao conquistar 64,1% das intenções de voto, dois meses depois, o «sim» caiu para os 51,3%.

Além de perder adeptos para o «não» e para a abstenção, o «sim» parece não estar a convencer os indecisos. Isto porque mesmo com uma redução de 9,6 pontos percentuais no número de indecisos (cinco%), o «sim» não parou de cair nas intenções de voto.

Aliás, 47,6% dos indecisos revelou que está com tendência para votar mais no «não», contra 26,8% que diz estar mais voltado para o «sim». Mesmo assim, com a distribuição de indecisos, o «sim» manter-se-ia de qualquer forma na liderança dos resultados com 53,3%, enquanto o «não» atingiria os 46,7%.

Enquanto os indecisos são cada vez menos, os abstencionistas não param de aumentar, apesar de defendores do «sim» e do «não» unirem esforços na luta contra a abstenção. Segundo a consulta popular, a abstenção já atinge os 47,7%, uma subida de 2,7 pontos percentuais em relação à sondagem de 19 de Janeiro.

O eleitorado do CDS-PP é o que apresenta a maior percentagem de abstencionistas: 43,3%, enquanto o eleitorado do PS, partido que assumiu uma posição oficial a favor da despenalização e que participa activamente na campanha pelo «sim», surge em segundo lugar, com 30,6%.

Embora a maioria dos católicos praticantes, 57,4%, tencione votar «não» no referendo de 11 de Fevereiro, segundo a sondagem há um largo número que pretende votar «sim»: 35,6%. Os católicos abstencionistas ascendem a 41,9%.

Nas intenções de voto, as mulheres dividem-se entre o «sim» e o «não», sendo aliás a percentagem de abstenção mais elevada nas mulheres (48,1%) do que nos homens (47,2%.

Das mulheres inquiridas, 48,6% afirmou que irá votar «sim» no dia 11 de Fevereiro, enquanto 43,6% vai votar «não». Já para os mais jovens, não há qualquer dúvida: 64,1% dos inquiridos com idades entre os 18 e os 29 anos respondeu que irá votar «sim», contra apenas 35,9% que disse votar «não».

A sondagem da Aximage para o Correio da Manhã foi realizada por telefone numa amostra de 601 recenseados entre os dias 31 de Janeiro e 2 de Fevereiro de 2007, contando com uma margem de erro máximo de 0,020 pontos.

1 comment:

Anonymous said...

Mendo,

É claro que o debate é doentio como todo o debate que se decidirá por uma votação. Amanhã farão o debate sobre a eutanásia aos que se sentem ou que a sociedade considerou dispiciendos e entre hoje e amanhã sobre a manutenção de Portugal. nÃO E O TEMA nem as fotografias e os testemunhos em debate: é para o que o debate serve. O sufrágio democrático é apenas um expediente de decisão política; Não é, nem nunca será uma forma de decis=ao política.

André