Após, o 25 de Abril, os partidos monárquicos nasceram de clandestinidade. Tratava-se de um conflituosa época de transformações que exigia a presença monárquica na cena política, portuguesa. Alguns dos seus membros dissolveram-se nos quadros de grandes formações partidárias, abdicando ou não das suas convicções mais íntimas.
Embora a ideia monárquica seja por natureza transpartidária, a delicada situação política de então exigia a criação de um partido monárquico moderno, adaptado às exigências sociais de um regime democrático, evitando desta modo a dissolução e o colapso completo da causa monárquica. Por mais polémica que aparente ser a decisão de criar um "partido monárquico" adaptado a um enquadramento político republicano, é bom relembrar que tal decisão se tornava imperativa no quadro de uma atmosfera social em que intervenção político-social era sinónimo de organização partidária. O Partido Popular Monárquico preencheu este requisito; produziu por um lado, a ambição de um partido democrático, socialmente empenhado, sem contudo deixar de reconhecer e lutar por um ideal transpartidário, que a natureza da causa monárquica reclama.
Para quem entrever que uma formação partidária desta natureza constitui mais um "fóssil" do passado do que um projecto o futuro, Ribeiro Telles lembra a pertinência dos objectivos do partido popular monárquico como os que melhor se adequar ao desejo global de dignidade do povo português. Num contexto internacional em que o "economicismo" se tornou a única linguagem, ecuménica, e o "consumismo" a sua expressão prática, urge acentuar os padrões axiológicos que elevam a "personalidade moral" e de que o sistema representativo é a sua melhor tradução socio-política.
Congresso Monarquia e Constituição 1990, Lisboa
2 comments:
Não posso ficar indiferente a este Post e congratular-me o que acho ser uma singela homenagem a Ribeiro Telles, que quanto a mim será sempre a uma referência para os Monárquicos e para todos os Ambientalistas.
essa é a intenção
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