12.1.07
Camões
Oh! Consolar-me exclama e de mãos trémulas
A epístola fatal lhe cai: perdido
É tudo pois! Almeida Garrett, Camões, Estância XXIII
Existe uma coincidência espantosa nos remotos anos após o fim da Guerra Peninsular; num tal momento da Pátria e do mundo, em torno de Camões se encontrarem na comunhão da mesma emoção de cons¬ciência nacional o Morgado de Mateus, (edição dos Lusíadas pelo Morgado de Mateus em Paris, na oficina de Firmin Didot. – em 1817 e 1819 expendendo uma fortuna e seu esforço na elaboração da mais monumental edição de Os Lusíadas, e o compositor José Domingos Bontempo, criando a obra-prima que lhe consagra o nome, a Missa de Requiem a quatro vozes consagrada à memória de Camões em 1818. o pintor Domingos António de Sequeira, expondo em 1824 no Salon de Paris A Morte de Camões, (Hoje no. Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa), E Portugal a publicação do poema Camões, de Almeida Garrett, em 1825 que inicia o movimento romântico. A todos Camões oferecia a expressão eloquente de quanto o momento histórico sugeria de pessimismo perante o que se afigurava de morte inevitável; mas também de tónico nas fortes estrofes do grande poema que faziam ressurgir a confiança no futuro. E era tal a certeza que levava o Morgado de Mateus a publicá-lo., Bontempo a tocá-lo, Sequeira a pintá-lo e Garrett a cantá-lo. O futebol tem hattrick. A arte teve quatro em um...
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