Da minha visita a Amesterdão em 2003, trouxe entre outras coisas, uma publicação sobre a Grande Sinagoga ( Esnoga) Portuguesa da cidade, fundada em 1614 e restaurada actualmente no seu esplendor inicial. A publicação em neerlandês contém o serviço religioso judaico completo em língua portuguesa como ainda hoje se pratica entre a comunidade sefardita de que Bento de Espinosa foi um dos mais ilustres filhos.
Aqui deixo só para exemplo dessa lusofonia profunda uma parte dos poema escrito em 1935 por Abraão Alvares Vega (1901-1945) e que ilustra o lusitano, mesmo escorraçado do seu país mas continuando de nação. O poema é ligeiro mas os conteúdos surpreendentes não o são. (A minha tradução do neerlandês não é garantida.)
wij portugezen zijn spanjaarden gewezen
wij voelen ons van adel en zitten hoog in ´t zadel
met veel gewicht beladen wij hebben gravidade
wij portugezen met flegma in ons wezen
wij gaan niet over één nacht ijs, bezien alles voiorsichtig, wijs,
van achteren en van voren; dat noemen wij pachorra
Nós Portugueses apelidam-nos de Espanhóis
Mas sentimos a nossa nobreza e sentamo-nos na sela
Com elevação ; nós temos gravidade
Nós Portugueses somos conhecidos pela fleuma,
Tudo consideramos com cuidado e sabedoria
com previsão e futuro; a isso chamamos pachorra
1 comment:
Hum..., inteligente! :-)
Horácio
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