29.11.06

José Esteves, o Cativo que me mantém cativo, por Irmão Metralha

Bom, que bom! Bum! Já temos o nome de quem fez a Bomba do avião de Sá Carneiro e Amaro da Costa. Claro que não era era para Sá Carneiro, porque este, à última da hora, cancelou os bilhetes na TAP e foi de boleia com Amaro da Costa. Também não foi para Otelo Saraiva de Carvalho porque este não estava virado naquele dia, para fazer um comício no Porto, por Sá Carneiro, nem para Vasco da Gama, porque esse não esperou pelo avião e foi quinhentos anos antes, de barco para a Índia. E D. Sebastião não aderiu ao 25 de Abril porque estava a procurar um vôo económico de Marraquexe para Lisboa e depois não o deixaram embarcar porque vinha encoberto. E Viriato, que afinal nascera em Cáceres, era espanhol.
Diz o modelo do Paradoxo do prisioneiro, construção lógica na teoria dos jogos de informação, que quem confessa primeiro, de dois suspeitos dum homicídio, é o primeiro a sair livre, para que se lhe possa meter um processo formal, e investigar melhor o suspeito que fica preso. Estranho, não é? Só no Texas. Se confessou, devia ficar preso, mas no Texas todos são mais ou menos suspeitos de dar tiros uns nos outros e, portanto, a vida continua com ou sem palavras, paga-se um advogado e pronto. Por isso, só se mantém detido o suspeito que se cala, para o fazer falar. Se se tivessem calado os dois, acabavam por ir os dois para fora. Se confessassem os dois, ficavam os dois presos por muito tempo para saber quem era. Portanto, como o Xerife os pôs incomunicáveis, cada um lá pesou os prós e os contras de confessar depressa. Conclusão: quem confessa primeiro tem menos crédito e compra o crédito que lhe falta a um advogado. Quem se cala fica preso muito tempo.
Mas em Portugal, o Xerife usa pistolas de fuminantes e até um ladrão gracioso lhas substituíu por duas de chocolate. Quem fala primeiro, fica menos livre do que sempre fôra e quem fala mais tarde fica mais livre do que antes. Ah, mauzinho e rasca, à maresia, Português toda a noite e dia!
José Esteves, com Metafísica do Raúl Solnado, agora com a perfídia enrolada num turbanta islâmico, depois de ser o corrécio do Ocidente, já não precisa de mudar de sexo, para reinar nos Cais do Sodré. Quem o mandou fabricar a bomba ou inventar esta história toda, até pode vir a deslindar o grande folhetim sangrento do 25 de Abril, pois, nem Sá Carneiro, nem Amaro da Costa, nem a honestidade de Portugal são capazes de ressuscitar.
Em vez do Paradoxo do prisioneiro, temos o Parte-a-moca do Vigarista.
Raios partam os transtornados que governam Portugal, país do Sal e do Sol a mais na cabeça, desde há três décadas! Rei fraco faz fraca a forte gente?! Fraca gente faz fraco o forte Rei!

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