3.12.06

Nem tudo é relativo, por Pedro Cem

O Mundo é o que é, varia alegremente, não nos preocupemos, que o Mundo trata de si. Até nos bater à porta com a nota de Morte. As Nações não são virtudes. Os Reis foram apeados e os Presidentes são humanos, insustentavelmente humanos. O Sonho ou o zumbido continuam e depois morre-se, de repente. Por isso, goze-se e, se se não puder gozar o imediato, vibre-se com o sublime coice do Poder.
Portugal é relativo. Quanto mais endeusamento do Passado, mais despojamento de sebastianistas, mais o cartão do Multibanco determina os nossos passos. E passeemos.
Sejamos realistas.
Sejamos Realistas. Numa Hispânia que se despedaça em acordos de Sancho Pança e noites anfetamínicas de Almodôvar, guardemos a Ilha.
Portugal é uma Ilha, no Atlântico, com encostas escarpadas que só se suavizam nos cinco continentes, com enseadas abertas para o setes mares, com cumes nos quatro pontos cardeais.
Defendamos a Ilha, começando mesmo, como se tivéssemos ocupados.
E em resistência passiva, em trovas trôpegas como as do Bandarra.
Sejamos humildes como um vietnamita. Sejamos humildes como um cambodjano.

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