27.7.06

dEUS, por Pedro Cem

Todos gostamos das questões morais, porque elas nos reconhecem como pessoas capazes de decidir sobre as nossa vidas, nomeadamente, o que nos vai acontecer para futuro. E depois de muito decidirmos, julgamos que nunca pecámos aparatosamente. Vemos até as asneiras que fizemos, como grandes « decisões » das nossas vidas.

Podemos ir de carro ou de combóio, de avião ou de bicicleta. Podemos até não ir . Mas temos que tirar as consequências. Nada há nada na nossa mente que não venha em séries e essas séries podemos tirar-lhes ou pôr-lhes uma peça mas elas lá seguem. Quando um homem comanda a série, damos-lhe o lugar de Chefe, às vezes para o meter longe das nossas vidas e não nos perturbar. A vida é complexa e este Chefe já fala sozinho.

Entretanto veio-nos uma grande aflição: as coisas não nos correm bem. E então recorremos a Deus. Nunca Deus foi tantas vezes incomodado com os nosso pedidos. Andamos de credo na boca ou até alternamos isso com uma tranquilidade budista, de vez em quando, quanto a tudo o que nos vai acontecer. Deus nunca esteve tão perto de nós. Só que nós queremos ser quem vai ter com ele e não que Ele venha ter connosco.

Depois desta abundância de Liberdade, o Ocidente passou a sentir uma grande Secura. Mas felizmente que há gente programada com uma força de vontade de ferro, vinda das selvajarias medievais indianas e programada com lavagens ao cérebro heréticas, para que o reino da Liberdade tenha a sua coroa, ainda antes de cair. E quando não há força de vontade, há um labôr de Castor, que acumula piscinas de dinheiro como o Tio Patinhas, a par de uma secura ainda maior. Os ricos são infelizes e os pobres sofrem.Os ricos lá conseguem sofrer e os pobres ser menos infelizes. Nunca se viu tanta aflição e há razão para isso. O que temos são números que complicadas máquinas nas esquinas, nos fornecem. Nem o ar que temos é nosso, que o diga o doente cardíaco que antes correu pela rua do Stress.

Como nos deixámos enterrar nisto, é culpa nossa. Mas ainda temos tempo de procurar uma alternativa. Talvez começando, por atender às pessoas concretas que nos rodeiam . Confiar menos em ideias, sonhos, imagens, estilos, poses: deixar de estar morto, que as pessoas até parecem almas do outro mundo à nossa volta e sair da morte em que caímos. O resto, Deus ajudará. A Terra continuará a girar depois dela sairmos.

1 comment:

Anonymous said...

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