Na história de Portugal, o regicídio de 1 de Fevereiro de 1908 é o passo decisivo para a revolução de 5 de Outubro de 1910 sendo, ainda hoje, objecto de repulsa pela maioria da população. Conforme sondagem recente da UCP (2002), 76.5 % dos inquiridos considera-o “um crime horroroso”, 18,8% “um mal necessário” e 4,6% “uma coisa boa para o país”. Os tempos mudam. Há cem anos atrás, a campanha de apoteose dos regicidas desencadeada pelo Partido Republicano foi um modelo para a “balbúrdia sanguinolenta” da 1ª República, entre cujas centenas de mortos em atentados e revoltas tombaram um dos seus presidentes, Sidónio Pais em 1918, e Machado Santos, Carlos da Maia e António Granjo em 1921, seus fundadores.
O conhecimento da conjuntura da tragédia do Terreiro do Paço é perturbado pela promiscuidade espantosa entre as organizações políticas que para ela conspiraram. O assassinato d’el Rei D. Carlos e do príncipe D. Luiz Filipe resultou da aliança dos republicanos com os anarquistas, e com os dissidentes progressistas, e sobretudo da formidável campanha de imprensa que transformou os odios partidários em odios pessoais, fazendo convergir todos os rancores na pessoa do Rei, e da Familia real, de modo que se estabeleceu o seguinte axioma: arredada a dinastia, está assegurada a Republica.
O conhecimento da conjuntura da tragédia do Terreiro do Paço é perturbado pela promiscuidade espantosa entre as organizações políticas que para ela conspiraram. O assassinato d’el Rei D. Carlos e do príncipe D. Luiz Filipe resultou da aliança dos republicanos com os anarquistas, e com os dissidentes progressistas, e sobretudo da formidável campanha de imprensa que transformou os odios partidários em odios pessoais, fazendo convergir todos os rancores na pessoa do Rei, e da Familia real, de modo que se estabeleceu o seguinte axioma: arredada a dinastia, está assegurada a Republica.