27.12.05

Filosofia Política e pensamento matricial

Começo hoje a publicar em série a minha comunicação no recente do Congresso Internacional de Filosofia em Braga. Para os mais distraídos, a Faculdade de Filosofia de Braga, sob o impulso de Porf. João Vila-Chã, reuniu mais de trezentos especialistas ( dos quais metade portugueses, metade do resto do mundo) e publicou os resumos das comunicações num número especial da Revista Portuguesa de Filosofia que comemorava 60 anos
Apesar de não ser matéria muito bloguítica, aqui fica para os interessados.

1. A experiência de vulnerabilidade

Os acontecimentos históricos do nosso início de milénio, a culminar tendências de longo curso encetadas na segunda metade do séc. XX, tornam premente que a filosofia política apresente as experiências decisivas, as questões relevantes e as respostas orientadoras da humanidade contemporânea, adiadas pela sabedoria convencional. Esses elementos dispersos nas obras dos verdadeiros pensadores do século XX - criadores de verdades e destruidores de mitos - dificilmente encontram eco numa época como a nossa que já não acredita em ideologias - porque a ciência desmistificou os respectivos fundamentos unilaterais - mas que vive e pensa recheada de detritos ideológicos sem um pensamento matricial capaz de acolher contributos de metodologias diversas.
Para os “optimistas” a última década caracterizou-se pela expansão da democracia, tecnologia, economia de mercado, sociedade de informação e tentativas de paz pelo direito. Para os “pessimistas” - os “optimistas informados” - persistem as tendências negativas: guerra não declarada, genocídios, pobreza, novos fundamentalismos, degradação ambiental, desemprego, esvaziamento do significado do trabalho, e doenças sociais de que o SIDA e o consumo das drogas são óbvios exemplos.
As ilusões que as tendências históricas podem ser sintetizadas por um determinismo sobre “o sentido da história” não desapareceram na última década. Alguns usaram as fórmulas optimistas de "nova ordem" e de “fim-da-história”, com evidentes ecos hegelianos filtrados pelo “hobbesianismo primário” das correntes anglo-saxónicas. Também surgiram as visões pessimistas do “choque de civilizações”, uma variação pós-hegeliana culturalista. Os “transitólogos”. falaram de “compromissos pragmáticos” - a transição das sociedades já não para “amanhãs que cantam” mas para os mercados ditos “livres”. Em todas esta variantes, a persistência positiva das comunidades ocidentais foi justificada e legitimada - em contraste com o defunto totalitarismo soviético - não pelas suas virtudes sociais e políticas, mas pela satisfação das ambições materiais dos seus cidadãos.

26.12.05

Today's Joseph and Mary would face 15 checkpoints By Stephen Farrell

THE road from Nazareth to Bethlehem begins by dropping down from a ridge south of Galilee into the Jezreel Valley, looking out across Jordan and Samaria.It is a 90-mile route defined by the journey of Mary and Joseph 2,000 years ago. Any direct route that foot passengers would have taken in the era of Caesar Augustus, retraced today, inevitably draws you into the tangled skein of modern Middle East politics, through Israel and the occupied West Bank, past Hamas strongholds and extremist Jewish settlements lying Islamic cheek by Zionist jowl. But first you slam into a checkpoint. The first, that is, of 15 Israeli military roadblocks and mobile checkpoints that now control passage along the roads south from Nazareth to Bethlehem. Here politics and religion collide once more, with Palestinians emitting howls of outrage at the 30ft-high Israeli wall that was completed just before Christmas.

‘Now in those days a decree went out from Caesar Augustus to register all the empire for taxes. This was the first registration, taken when Quirinius was governor of Syria. Everyone went to his own town to be registered. So Joseph also went up from the town of Nazareth in Galilee to Judea, to the city of David called Bethlehem, because he was of the house and family line of David’
Luke ii, 1-15

24.12.05

Operação Vijay, por Valmiki Faleiro

O General Vassalo e Silva, Governador Geral da Ìndia com o General Pran Nath Thapar, CEME indiano, no campo de prisioneiros em Panjim, Goa.
Natal de 1961
Com uma semana de atraso sobre a data da invasão de Goa, aqui fica uma posta longa do independentista goês indiano VAlmiki Faleiro; uma lição de como a história deve ser vista de todos os Ângulos.
Para Faleiro, Goa obteve a sua primeira independência em 1510 contra os muçulmanos de Ismail Adil Khan, o Hidalcão das crónicas portuguesas contra o qual lutaram o grão-capitão de mar e guerra Afonso de Albuquerque e sua frota, auxiliado pelos hindus do capitão Thimmayy. As profecias indianas diziam que, de paragens distantesa, a libertação viria de *firangis* , nome de todos os europeus no próximo e Médio Oriente.
Goa teve a sua segunda independência em 1961. O que para Portugueses é a "invasão de Goa", para os indianos é a Operação Vijaya, assim chamada para evocar o Império Hindu de Vijayanagar, para nós op Reino de Bisnaga, comandando por um general Goês, o Vice Marechal do Ar Pinto, da família Pinto do Rosario de Porvorim.
E segundo FAleiro, Goa aguarda a terceira independência , desejavelmente sem uso da força ou de conquista militar ... para a livrar do que chama os "frutos da democracia": corrupção total, valores públicos falhados e desgoverno.
Assim se move a história, para eterno desmentido do inadvertido americano que disse que a história chegara ao fim. E como nota pessoal, lembro-me que a minha primeira memória política, tinha eu 7 anos, era a dos sinos da catedral de Goa que soavam compulsivamente na "Emissora Nacional" no longínquo Natal de 1961.

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18 December 1961 Early morning, two Indian Air Force planes strafed the Emissora de Goa, the powerful radio
transmitting station, at Bambolim and the civilian airfield at Dabolim. The previous night, mechanized columns of the
Indian Army had crossed the international border and now advanced towards Panjim, as retreating defenders dynamited bridges to delay their advance. An Indian Navy fleet, led by INS Brahmaputra, sailed up the Zuari estuary to take on a lone frigate berthed at Mormugao and, unexpectedly, on a spirited sea observation post at Sada Headland, Vasco da Gama.
Goa’s 'Second Liberation' was well and truly underway. Achieved, like the first in her checkered modern history, by
military might, but mercifully, with little bloodshed. The 'Third Liberation', with any hope, shall come about bereft of
brute force.
Lest my multiple 'Liberation' theories be summarily dismissed as FF (flights of fantasy) by Goa’s extant FFs (Freedom
Fighters) -- yes, extant, and heaven bless, they will remain so for another two and three-quarter centuries! -- may I elucidate.
But not before noting an oddity. *Freedom fighters* did not accomplish Liberation. 'Operation Vijay' staged by the Indian Armed forces, did. Under the command of a Goan, Air Vice Marshall Erlich Pinto, of Porvorim's illustrious Pinto do Rosario stock. Have *tamarapatras* been doled out to the families of Naval sainiks and Army jawans who lost their lives at Mormugao, Nani Daman and Anjediva?
Goa's *First Liberation* had come precisely 451
years before, almost to the month, on 25th Nov.
1510. Unable to bear the confiscatory taxes and
other crushing miseries heaped upon Hindu Goa by
Muslim Bahamanis from 1469 and by Adil Shahis from
1498, our ancestors conspired to throw them out.
And awaited deliverance. By *firangis* from distant
shores, as foretold by a soothsayer.

The only bulwark to the ascendant Muslims -- the Hindu Vijayanagar Empire -- was crumbling in the face of the
onslaught. They could barely hold fort around their home base in Tamil Nadu. Far-flung territories like Goa had fallen to the Muslim sabre and lay forsaken.

Beaten but not broken, a Vijayanagiri sea captain lay licking his wounds in Honavar. Our Hindu ancestors approached Thimmaya to canvass help from the Portuguese, by then established on the Malabar coast.

On 17th February 1510, Thimmayya guided Afonso de Albuquerque's small fleet up the Mandovi. The assault was
vicious, but the victory brief. On 23rd May 1510, Ismail Adil Khan, the ruling prince of Goa, fending off Marathas
with 60,000 soldiers, pushed out Albuquerque and his ragtag band. The *firangis* anchored off Penha de Franca/Aguada, where Hindus of Taleigao helped them with provisions, and thence, in August that year, with receding monsoons, to the isle of Anjediva. Awaiting reinforcements.

It was a long wait. Sail vessels took five months
to reach India from Portugal. Food and water were
soon exhausted. Every rat on board was hunted and
relished. When rats were extinct, Albuquerque and
his men chewed on leather and abominable stuff, to
stave off starvation. Sails were laid out to
collect rainwater.

A buoyant flotilla of six vessels finally arrived. Captain Thimmayya urged immediate attack, while Ismail Adilcao was
again away. By dusk of 25th November 1510, after three days of fierce battle, Albuquerque had 6,000 Muslims put to the sword. The streets of Old Goa turned into rivulets of blood. But Goa was Liberated! As *liberated* as the eventual need for a *Second Liberation*.

It's beyond this column's space to dwell on the 451 years. Be it only clear that I've grown by the advice: keep the
windows open; retain what is good, chuck what is not.

>From 1787, our ancestors attempted to chuck the Portuguese. Goans, some now converted to Catholicism -- but not, as ignorantly perceived, to anti-nationalism -- clamoured for freedom (see box, below.) Goa’s pro-Portugal fringe was not a Catholic monopoly, if you please; anti-nationalism, if so it can be dubbed, transgressed barriers of creed and embraced those of class, like the largely Hindu mineowners and the landed gentry. But that's beside the point.

Goa could have been freed two centuries before, but neither Marathas nor the Peshwas obliged. In 1668, Shivaji tried but gave up easily. In 1683, Sambhaji surrounded vital forts and almost went for the jugular. But as the Portuguese viceroy lay supine before St. Francis Xavier’s relics, the Moghuls unexpectedly attacked the Marathas and Sambhaji retreated.

In 1739 the Peshwa, BhajiRao-I strategized a three-pronged attack: by Jayrama Sawant Bhonsle from the North, Rajah of Sondha from the South and his own Maratha general Venkat Rau from the East. Venkat captured most of Salcete but when within striking distance of the capital of Portugal's empire in the east, traded Goa's freedom for a tribute of eight lakh rupees!

Some Goans still profess undying love for
Maharashtra. Their dreams of replacing one yoke
with another -- thro' merger with Maharashtra --
were foiled by people like Purshottam Kakodkar and
Dr. Jack de Sequeira, the real FFs of modern Goa.

The Portuguese could have been forced out even as late as in 1956, before the "Goa Issue" boiled into a major spat at the UN. But Nehru, more concerned with his pacifist image abroad, preferred diplomatic persuasion. Western nations, particularly the USA, worked towards peaceful resolution (had Salazar accepted one US initiative, Goa might have turned into another HongKong -- but then, if wishes were horses, beggars would ride!)

My thoughts today go to Air Vice-Marshall Pinto. And his men who died subduing a vastly outnumbered, outflanked and ill-equipped adversary ... even as the ghost of Afonso de Albuquerque, the *Liberator* of 1510, lay beached near Siridao, now in the form of a frigate.

But Goa was, again, Liberated! As *liberated* as the need *for a Third Liberation*. This one, heaven permit, without *the use of force or a military takeover ... to deliver us from the *fruits* of democracy: all-pervasive corruption, plummeting public values and gross mis-governance. Amen!

Goan Catholics, clergy and laymen all, dear *Desh-premis*! -
Valmiki Faleiro

23.12.05

Natal...ainda com muros; enviado por Isabel Luna

Questionário, por Luís Coimbra

Aqui vai um pequeno questionário para averiguar a vossa posição no espectro político, se mais à esquerda, se mais à direita, se ao centro. Façam-no, é engraçado! depois podem comparar com o do sócrates, do manuel alegre e do joão soares...
http://www.publico.clix.pt/sites/bussola/files/questionario.htm

James Blunt, Paz, guerra e amor, por esta ordem


James Blunt foi o cantor sensação de 2005 com o seu Back to Bedlam. Take No Bravery foi escrita no Kosovo em 1999, quando este oficial da Household Cavalry, um dos mais elitistas regimentos do Exército Britânico, usava a sua guitarra no exterior do tanque Scimitar durante a Peacekeeping Mission da KFOR. Tinha 22 anos. Saído capitão das fileiras, achou que fazer música era melhor que fazer a guerra. Todo o álbum é um pouco fatalista, diz ele, tal como a canção.
Mas quem ouve JAmes Blunt concorda que ele veio dar novo alento às letras das canções. Com ele não é só o ritmo que embala mas os conteúdos que elevam. Pela primeira vez desde Leonard Cohen há alguém em palco e nos videoclips que sabe falar decentemente de paz, guerra e amor. Em primeiro lugar porque andou por lá. Por essa ordem. "Je ne crois que les témoins qui se font égorger", disse Blaise Pascal.

We Need To Be Told by John Pilger


John Pilger exagera. Mas só isso ajuda a memória dos mortos por ordem do Estado que já nem podem exagerar. A arte do jornalismo reside em saber exagerar a verdade para que esta não seja soterrada pelo enxurro de banalidades quotidianas. Vale sempre a pena lê-lo!

"The propagandist's purpose," wrote Aldous Huxley, "is to make one set of people forget that certain other sets of people are human." The British, who invented modern war propaganda and inspired Joseph Goebbels, were specialists in the field. At the height of the slaughter known as the First World War, the prime minister, David Lloyd George, confided to C.P. Scott, editor of the Manchester Guardian: "If people really knew [the truth], the war would be stopped tomorrow. But of course they don't know, and can't know."

With British-supplied Hawk jets and machine-guns, Suharto's army went on to crush the life out of a quarter of the population of East Timor : 200,000 people. Using the same Hawk jets and machine-guns, the same genocidal army is now attempting to crush the life out of the resistance movement in West Papua and protect the Freeport company, which is mining a mountain of copper in the province. (Henry Kissinger is "director emeritus.") Some 100,000 Papuans, 18 per cent of the population, have been killed; yet this British-backed "project," as new Labour likes to say, is almost never reported.

What happened in Indonesia , and continues to happen, is almost a mirror image of the attack on Iraq . Both countries have riches coveted by the west; both had dictators installed by the west to facilitate the passage of their resources; and in both countries, blood-drenched Anglo-American actions have been disguised by propaganda willingly provided by journalists prepared to draw the necessary distinctions between Saddam's regime ("monstrous") and
Suharto's ("moderate" and "stable").

Since the invasion of Iraq , I have spoken to a number of principled journalists working in the pro-war media, including the BBC, who say that they and many others "lie awake at night" and want to speak out and resume being real journalists. I suggest now is the time.
http://www.lewrockwell.com/pilger/pilger32.html

20.12.05

Um “Mal francês” no Mundo moderno por André BAndeira

Se Marcel Proust não tivesse existido, nada disto teria acontecido, nomeadamente a programada destruição do carácter por já trinta anos de Educação pública. Não sei mesmo se as sucessões de Revolução Impressionista, Cubista, Surrealista na sala de aula e, fatalmente, de Revolução psicadélica no recreio, foram mais que a vingança da frustração dos professores. Não digo isto porque Proust seja o culpado ( ele foi de certeza uma grande vítima) ou porque não houvessem outros grandes espíritos “gay”, como Óscar Wilde. Este aliás, descreve bem a sua “passagem” em Crescent Street de onde saía, feliz, com a sua linda mulher: ao ver os prostitutos na fonte de Eros percebeu que aquele era o flanco por onde o mastodonte vitoriano apodrecia mais depressa. Depois, bastou deduzir...

Do que sei de Marcel Proust, retenho dois episódios, um importante, outro sintomático:

O primeiro é aquele que lhe traz o criado do Ritz, Vesti, quando a sua obra já conseguiu o reconhecimento. Vesti, diz que o Corriere della Sera anuncia que “Em busca do Tempo perdido” (designação geral da Obra da sua Vida) é um romance que “se trepa, trepa sem saber onde a escada acaba mas, de lá de cima, podem-se ver sempre mais coisas”. O outro é o diálogo com o negociador inglês, de Versalhes, Harold Nicolson, também em Paris, num restaurante da moda, durante o qual discutem homossexualidade, reconhecendo-se aquele que foi o grande teórico da Diplomacia do séc. XX , como “não percebendo muito do assunto” e respondendo-lhe Proust que ser “gay” não é uma questão de natureza, mas de “sensibilidade”.

O que um episódio quer dizer, é que o simples criado, certamente grato pelas perdulárias gorjetas de Proust mas conhecedor como só os que velam clientes solitários conhecem, sabia o valor iniciático da homossexualidade. Talvez fosse italiano da Magna Grécia e mais antigo, talvez fosse humano como um italiano e soubesse que a consagração de Proust, no jornal do regime, significava que a Minerva Itália o tinha aceite. Ou seja, o simples criado sabia que Proust estava autenticado para o Parnaso.

O que o outro episódio quer dizer é que o pragamático Nicolson não tinha sensibilidade para distinguir os vários sentidos de “délicatesse”.

No primeiro caso, a contida voz do Povo quebra o silêncio, coroando um extremado ( pela luta pelo reconhecimento e as invejas dos outros "gay") já doente Proust. No segundo caso, a voz do Poder, leva uma resposta elíptica que o deixa de fora, a falar sozinho.

No drama de Proust, que vai desde o tardo-romantismo até Picasso, o qual, uma vez, lhe desvelou à frente um cenário cubista, azul e violeta (encomendado por Jean Cocteau, como encenador teatral e deixando Proust fascinado como se o que visse à frente materializasse algo a que já não tinha forças para se atrever) avulta, acima de tudo, um certo tipo de côr.

A mim, desde pequeno, me fascinam os tons violeta de certas flores moribundas, os tons estranhos dos crepúsculos portuenses onde fui nado e que se não decidem entre a Europa do Norte e a do Sul. Não nego que vi um estranho dia raiar por um Globo de absinto verde, em plena noite e sei que alguém como Proust poderia sobreviver uma eternidade sem ver a luz do dia, apoiado como foi por uma legião de amigos fiéis, porque as suas “noites eram muito mais belas que os dias” dos contemporâneos.

Sei da existência de tons musicais ( de resto, meticulosamente doseados por uma das Educações mais antigas da História, a chinesa) que, ao contrário de nos viciarem, nos despertam para um mundo real do qual não temos o direito de sair nunca mais. Decerto que a realidade da Primeira Guerra mundial, que gerou Hitler e Mussolini, em que pelo menos um batalhão de bravos, alemães, russos, ingleses e franceses preferiu ser fuzilado pelos próprios camaradas, como amotinado, a massacrar-se num dos maiores absurdos da História Humana, não era senão um sonho do diabo.

Decerto que as perversões de Proust no fundo do poço de Sodoma não se arvoravam a ser uma revolta politicamente correcta mas, ao menos, constituíram um fecho inviolável da sua não-colaboração. Enquanto alguns dos mais viris pederastas se faziam morrer como heróis, na trincheira, Proust – que só não o fez por ser demasiado frágil – sofria os horrores dos seus amores inviáveis, fatalmente, até à exaustão.

Lembro-me de uma discussão que tive com um “gay”, invocando a série inglesa “Upstairs, Downstairs” em que um lorde pintor é gozado educadamente por um artista faminto, mas com génio, que lhe explica que se não pode “fazer da vida uma forma de arte”. Ora o “gay” espetou-me com Proust na cara e eu fiquei sem saber o que responder.

Se Proust fez da vida uma forma de arte e segui-lo é ser iniciado nas miríades de pormenores dos entretantos que fazem a substância humana (onde, por exemplo, o Feminino/Masculino, não passa de uma cortina de fumo) e ninguém pode recusar esse cálice, então tudo o resto é Burocracia ou Loucura. Até Deus é Burocracia e o bom Abade Meugnier, celebrou sempre missa pelo inconvertido Proust, depois deste morrer.

Mas, Proust, de que serve tudo isso, se nós não viemos da Terra, mas viemos do Céu e a ele voltaremos?

"1,000 Days In Iraq" by Michael Sullivan

"1,000 Days In Iraq" compiled by Daniel Enemark Tuesday marks the 1,000th day of the war in Iraq. Apart from the debate over its purpose and progress, here are some basic facts about the conflict.

Casualties
2,149 US forces have been killed, including 44 women.
15,880 US soldiers have been wounded.
On average, 37 US soldiers a month are shipped home because of '"psychiatric" problems.
201 non-US Coalition forces have been killed in Iraq, including 98 from Britain, 27 from Italy, 18 from Ukraine, 17 from Poland, 13 from Bulgaria, and 11 from Spain.
25,000 to 30,000 is a rough estimate of the number of Iraqi civilians who lost their lives for war-related reasons since May 2003.
An estimated 3,700 Iraqi police and military have died since June 2003.
Sources: The Brookings Institution, GlobalSecurity.org, The Wall Street Journal, Iraq Minister of Interior

Causes of death: Of the 2,149 US troop casualties, the largest number resulted from hostile fire (some 693). Other major contributors: Improvised Explosive Devices (636); accidents, friendly fire, and other 'nonhostile causes' (393); helicopter losses (126); car bombs (111). S ource: The Brookings Institution.

Insurgent strength: 3,500 is the lowest estimate of full-time insurgents. US military estimates put the range between 8,000 and 18,000 "core" insurgents. Iraqi intelligence officials believe the number of insurgent sympathizers could be as high as 200,000. Source: "Iraqi Force Development" by Anthony Cordesman, Center for Strategic and International Studies

Troop levels: 160,000 US troops are currently deployed in Iraq.
1.05 million troops have been stationed in Iraq or Afghanistan since Sept. 11, 2001.
32.6 percent of American troops have been sent to Iraq or Afghanistan for two or more tours of duty.
23,000 non-US or Iraqi soldiers are serving as part of the Coalition forces.
Sources: US Department of Defense, The Brookings Institution

Contractors; As of March 2005, more than 20,000 individuals were working for private contractors in Iraq.
6,000 of these were guarding individuals, escorting convoys, or performing other security roles.
286 private contractors have been killed.
As of July 2004, the US had paid out more than $50 billion to civilian contractors. Among the largest contracts: Kellog, Brown & Root, a subsidiary of Halliburton ($10.8 billion); Parsons Corp. ($5.2 billion); Fluor Corp. ($3.8 billion); Washington Group International ($3.1 billion).
Sources: P.W. Singer "Outsourcing the War in Iraq" in Foreign Affairs, The Center for Public Integrity

Journalists:75 journalists have been killed in the war; 2 are missing.
Source: Reporters Without Borders

Iraqi Opinion: 64 percent of Iraqis predict their lives will improve in the coming year; 69 percent believe the nation will improve.
Source: Oxford Research International for the BBC (November 2005)

The mailbag: Up to 400,000 pounds of mail is delivered to US service members in the Gulf each day. It arrives on its own 747.
Source: US Postal Service

17.12.05

Votos de Natal Politicamente Correcto


Tendo recebido desejos equivalentes de meus amigos americanos, adapto para a língua de Fernando Pessoa os meus votos de Bom Natal e Bom Ano Novo, em politicamente correcto:

Queira aceitar, por favor, sem qualquer obrigação, decorrente ou implícita, os meus/nossos melhores votos para uma celebração do feriado do Solstício de Inverno que seja ambientalmente consciente, socialmente responsável, sem stress, nem adições e neutro quanto a questões de género, praticado dentro das tradições mais agradáveis da confissão religiosa que escolher, ou práticas laicas de sua escolha, respeitando, naturalmente, as tendências religiosas ou laicas de outras tradições, ou a sua escolha de não seguir quaisquer tradições religiosas ou laicas.
Eu /Nós fazemos votos de um início do ano de calendário geralmente aceite como 2006 que seja fiscalmente bem sucedido, pessoalmente realizador, e medicamente descomplicado, com o respeito devido aos calendários escolhidos por outras culturas cujas contribuições à humanidade também são notáveis (sem implicar que a contribuição do Cristianismo ou de Portugal é particularmente notável), e independentemente da raça, credo, cor, idade, estado físico, estado civil, ou orientação sexual.

NOTA: Aceitando este voto, aceita os seguintes termos: Este voto está sujeito a esclarecimentos ou remoção. É livremente transferível sem alteração,para o remetente. Não implica qualquer promessa do remetente para executar realmente qualquer dos desejos que formula para ele/ela ou outros, sendo de nulo efeito onde proibido pela lei, e revogável se o remetemte assim o entender. Este voto é válido pelo período de um ano, ou até à emissão de um voto posterior, e a validade é limitada à recolocação deste voto ou à emissão de um voto novo conforme vontade do remetente.

15.12.05

A Destruição do Ensino..... em França, por Laurent Lafforgue.


Laurent Lafforgue Professor de MAtemática no IHÉS, membro da Académia de Ciências de Paris, nomeado para o Conselho NAcional de Educação de França em Novembro de 2005, foi convidado a demitir-se do Conselho, a 21 novembro de 2005, na sequência de carta confidencial que circulou por inconfidência e que aqui se reproduz um excerto.

"Depuis un an et demi que j'ai commencé à m'intéresser sérieusement à l'état de l'éducation dans notre pays – en lisant tous les livres de témoignage d'instituteurs et de professeurs que j'ai pu trouver, en recueillant systématiquement tous les témoignages oraux ou écrits d'enseignants avec qui je peux être en contact, en interrogeant moi-même des jeunes pour jauger ce qu'ils savent ou ne savent pas – je suis arrivé à la conclusion que notre système éducatif public est en voie de destruction totale.(...)"

"Cette destruction est le résultat de toutes les politiques et de toutes les réformes menées par tous les gouvernements depuis la fin des années 60. Ces politiques ont été voulues, approuvées, menées et imposées par toutes les instances dirigeantes de l'Éducation Nationale, c'est-à-dire en particulier: les fameux experts de l'Education Nationale, les corps d'Inspecteurs (recrutés parmi les enseignants les plus dociles et les plus soumis aux dogmes officiels), les directions des administrations centrales (dont la DEP et la DESCO), les directions et corps de formateurs des IUFM peuplés des fameux didacticiens et autres spécialistes des soi-disant "sciences de l'éducation", la majorité des experts des commissions de programmes, bref l'ensemble de la Nomenklatura de l'Education Nationale. Ces politiques ont été inspirées à tous ces gens par une idéologie qui consiste à ne plus accorder de valeur au savoir et qui mêle la volonté de faire jouer à l'école en priorité d'autres rôles que l'instruction et la transmission du savoir, la croyance imposée à des théories pédagogiques délirantes, le mépris des choses simples, le mépris des apprentissages fondamentaux, le refus des enseignements construits, explicites et progressifs, le mépris des connaissances de base couplé à l'apprentissage imposé de contenus fumeux et démesurément ambitieux, la doctrine de l'élève "au centre du système" et qui doit "construire lui-même ses savoirs". Cette idéologie s'est emparée également des instances dirigeantes des syndicats majoritaires, au premier rang desquels le SGEN"

Cabinda 2 - Futungo 1, na Liga Vaticana

Cabinda - A Paróquia da Imaculada Conceição, em Tchiowa, foi reaberta no dia da sua padroeira, 8 de Dezembro, após ter sido encerrada durante cinco meses na sequência de incidentes ocorridos no interior da Igreja, provocando igualmente a suspensão do seu pároco, o padre Jorge Casimiro Congo.

Segundo apurou o Ibinda.com junto de testemunhas que assistiram à reabertura da Igreja Imaculada Conceição, «uma grande massa populares afluiu à igreja». Porém, as mesmas testemunhas constataram que «estradas contíguas estavam abarrotadas de polícia e na assembleia era notória a presença de inúmeros agentes da segurança à paisana». Dom Eugénio Dal Corso, administrador apostólico de Cabinda, marcou presença no local.

De acordo com várias fontes, durante a ocasião, houve uma acesa troca de palavras entre Dal Corso e o bispo Paulino Madeca. No entanto, observadores adiantaram que «contrariamente à sua vontade, Dal Corso foi forçado a abrir a igreja e a levantar a suspensão que, anti canonicamente, infligiu aos padres Brito e Congo».

14.12.05

Retrato de Condoleezza Rice


Tookie Wiliams, vejo a tua cara, que já não tem o sorriso e os elogios da mamã, se alguma vez a tiveste, se alguma vez ela te teve. Vejo-a com os rostos dos que mataste, alguns deles de costas, a desfocarem-se do teu como espíritos navajos. É a última foto antes de levares a injecção fatal na penitenciária de St. Quentin. E vejo cada minuto que perdeste ou ganhaste tentando reabilitar-te e reabilitar os teus, todos os teus, até a mim. Não chegarás ao Templo de Sião, protegido pelo Negus de Ouro, na Etiópia dos justos. Vejo o teu rosto como qualquer um vê o seu próprio, reflectido no espelho, com uma grande dor de barriga, ou uma súbita notícia de cancro ou quando um Amor acabou, subitamente, de um modo grotesco.

Tookie Williams é o meu rosto no espelho. Por cada minuto que perdi ou que ganhei fazendo a Morte de Woody Allen esperar ( aquela que lhe respondia ao “ desculpa lá, tenho de ir. Havemos de nos ver...” com um “Não te preocupes.”) enquanto arranjava um sentido para tudo o que fez na vida, primeiro matando, depois salvando. Como o japonês que rabiscava os factos de um avião a cair e os guardou, para glória da Humanidade, numa pasta que sobreviveu à catástrofe. Como todos os coronéis Aureliano Buendía a olhar a vida inteira para trás, num segundo, frente ao pelotão de fuzilamento.

Sim, Tookie, o teu rosto cheio dum sofrimento sem fim e de uma dureza igual ( sem fim) como King Kong falando no ecrã, de igual para igual, a todos nós. Nada sei da Justiça, falhei em Direito, se calhar não cresci, ou sou tão liquefeito e tonto que não sei vingar-me, acometido que fui dum Alzheimer divino, mas tenho o teu rosto em frente ao meu, Tookie e, por favor, meus irmãos americanos... arranquem-me os olhos!

“É Verão e a vida é fácil”, diz a canção que o meu amigo Chico Varela cantava.

Se bem que vestida com imitações melhores dos costureiros parisienses, Condie ainda caminha como uma menina de côro nas festas Gospel dos EUA.

Se Ariel Sharon dizia, com setenta anos, que não conseguia deixar de olhar para as pernas dela, eu compreendo-o, não por ele ter apenas setenta anos, mas porque ambos se agarram à vida como os condenados da “Montanha mágica” de Thomas Mann. Ambos adiam para sempre o transformar definitivamente do sofrimento, em Passado. Ambos vivem com visões de um Messias que ainda não veio.

E uma tão falta de Eternidade (mesmo uma simples eternidade vazia budista que, depois de o Mundo todo se somar em zero, deixa uma borboleta entrar e pousar-lhe em cima do ombro) dá-lhes a ambos os dons do efémero.

De facto, Condie tem umas belas pernas, como se pode ver pela delicada curvatura sob o joelho, que a saia programadamente descobre, em passos cadenciados. Deve fazer exercícios para permanecer magra mas isso só a deixa como a certos afro-americanos cansados de responder a bocas, de evitar violências e de manter a dignidade, 10.000 anos antes da Redenção.

Não tem nada de Motown, nada de Rap, mas o que mais me magoa é que não tem nada de Soul, uma das maravilhas do Mundo, aquilo que os negros americanos criaram "fazendo nascer uma flor na marca de cada chicotada" ( Levi Condinho, por agora, poeta menor). Nada, nela, tem Rythm and Blues, nada que grite “gerappa”, como James Brown, ao receber o mote das fugas aos negreiros nas florestas de África, dos campos de algodão, das fugas das prisões, das ruas da Droga, do Desprezo e do Crime

O modo como Condie caminha, equilibrando-se com passos de “good girl” sobre uns sapatos de acutilante chinesinha é ainda um modo bonito de andar mas curvou-lhe certamente a coluna. O queixo pende, já gasto, como esses janotas de Harlem, tão caribenhos, mantendo a sua superioridade sexual até ao fim.

Por isso, algo nela também é teimoso, quando o olhar se trai, de esquina e não pode asseverar o halo de sorriso bonito, cheio de delícias, em frente às câmaras.

Condie é bonita mas demasiado extremada pelo fôlego. Condie é amável mas demasiado vencedora da dor, como se a tivesse atirado, definitivamente, para trás das costas, com silogismos luteranos. O que apenas vai mal nela é que, sendo uma mulher de “cabelo duro”, forçou uma moldura negra, sem o brilho das sarças vigorosas e que lhe parte metade do rosto.

E, quando caminha, é ainda uma menina, equilibrando-se nos saltos altos para se juntar ao côro que, quando começar a cantar a Deus, até às pedras, aquecerá o coração. Quero ouvir-te a tocar piano, Condie...

Basta, Condie, de tanto ressentimento!

12.12.05

If George Best had a Cross... by André Bandeira


George Best was an Irishman from the North, a place where Protestants usually have the best jobs in every walk of life. That means that if he had been a construction worker, he would at least have a stable job. If he had been a peasant, he would have had, at least, a plot of land.

But he chose, as Protestant, to kick the ball, with Catholics, in soccer fields. Maybe he did it to prove that Catholics were not the best in one of the few jobs generally left over to those who had nothing better to do. Sometimes, a man is a prisoner of his own condition, sometimes there is a wall of steel between you and your neighbours, and you just may run along it, without ever being able to leap.

And he proved he was the best. As the legend tells, he won in the Manchester United, in many stadiums, bars, pubs and women of England.

But he lost in his own liver. They took it out from him, replaced it with another one and warned him, solemnly: if you keep on drinking, you will die.

He kept promising, promising he would not, but he did not make it. His smile and his slight body began to inflate till his eyes became sleight as the ones of a Mongol, from the centre of Asia. His eyes were always smiling.

George Best had chosen, as an oath or a curse, to be drunk most of his mature life, on Earth.

In a world which applies what the old Arab legends tell about, U-Bar - the arrogant capital of the nomads, the one of thousand alabaster columns, once upon a time destroyed by an earthquake - that “his habitants committed not only all possible sins, but also invented new ones to commit”, Best kept washing his hands out of Reality, with alcohol.

Maybe George Best, if he had a Cross on the wall of his School room when he began sweating, unable as he was to face the wall of protestant teachers and began dreaming of just get out to kick the ball, he could have drunk a little less.

After facing those ones who kept cursing him to be always “the Best”, he just couldn´t avoid killing the Reality and throw it into a flask full of alcohol and stay there, looking from the outside at a slow-motion solute.

After one glass, the tidy protestant lawns, turned into real soccer fields, after two, the difference between haves and have-nots became a match where everybody could score and be happy, even if he didn’t win, even if he was a catholic, even if he was an Irish renegade.

My God, Best! How could you ever be sober in such a world?

You, Best, slight and thin, with Chinese eyes, who have been an hero besides Negroes with a sad smile, as Eusébio, or a shining laugh as Pele, or even managed to have a smile back from a harsh Hun as Puskas. For the first time, among them, you certainly felt yourself to be free and equal, on your own merits...

Maybe if you ever had a Cross in the wall of your School yard, a point in the wall where to hold your Eskimo eyes, when so many voices kept giving you contradictory orders and you just dreamt of start running out, towards a boundless soccer lawn, Reality wouldn’t have been so dry!

Hey, Best, I need a drink!

Maybe you would have begun screaming as an Irishman, no matter from the North, or from the South, from the East or from the West, when a keeper, this last week-end, in Messina, Italy, as the supporters began to call him “nigger”, took the ball in his hands, walked to the centre of the field and stopped the match.

Than he began to gesture, as a fishmonger in the marketplace and said in his tiny, inaudible voice, while facing a full stadium: “ I am from Messina, this is my land. How can you insult me? How can you?”

Just as you, Best, when you used to fall and jumped again to be kicked down again, a sole man against the throng.

And the throng, Best, never had a chance...

Israel -strike on nuclear Iran, by Uzi Mahnaim


12/11/05 "The Times" -- -- ISRAEL’S armed forces have been ordered by Ariel Sharon, the prime minister, to be ready by the end of March for possible strikes on secret uranium enrichment sites in Iran, military sources have revealed.
The order came after Israeli intelligence warned the government that Iran was operating enrichment facilities, believed to be small and concealed in civilian locations.
Iran’s stand-off with the International Atomic Energy Agency (IAEA) over nuclear inspections and aggressive rhetoric from Mahmoud Ahmadinejad, the Iranian president, who said last week that Israel should be moved to Europe, are causing mounting concern.

9.12.05

Educação para a Cidadania no Islão : já começou!

The Organisation of the Islamic Conference statement urges decisive action to fight "deviant ideas".
"The meeting in the holy Muslim city of Mecca in Saudi Arabia called for changes in national laws to criminalise financing and incitement of terrorism. It also called for new school curricula to purge extremist ideas. "Islam is the religion of moderation. It rejects extremism and isolation. There is a need to confront deviant ideology where it appears, including in school curricula. Islam is the religion of diversity and tolerance," the statement added.
HÁ qualquer coisa de novo Nesta declaração. O direito secular nas nações muçulmanas pode ser reforçada pelo direito natural contido no Corão e na Sunna. O contributo do direito natural para a secularização da vida pública pode ter na religião um apoio e não um obstáculo. Assim sucedeu na Europa de Suárez, Grócio, Hobbes, Rousseau e Kant, a partir do séc. XVII. Para que a secularização da vida pública, em marcha no mundo muçulmano desde o séc. XIX, encontre na religião um aliado, a primeira condição é que seja repudiada a Shari’a, na forma histórica em que foi transmitida. A segunda é que as relações internacionais abandonem o triste conceito de “choque de civilizações”.
Os muçulmanos podem começar a ler Francisco Suarez e reler Avicena e Averroes. Para falar à sec. XXI: precisam de educação para a cidadania nas escolas. E parece que a vão introduzir

8.12.05

Sophie Scholl - o Filme


A mim diz-me muito o drama da resistência dos dois jovens irmãos Scholl ao nazismo. Decapitados ( agradeço a correcção de Paulo Cunha Porto) em Fevereiro de 1943, eles foram dos poucos alemães a colocar a consciência acima da conveniência. Fiz o meu estágio de doutoramento em Munique, no Geschwister Scholl Institut fuer Polititische Wissenschaft, assim chamado em homenagem aos dois irmãos e onde Eric Voegelin quis voltar à Alemanha. Assim , como cantam no Die Toten Hosen, Munique tem mais para se orgulhar que o famigerado Bayern. Apesar de tudo foi da Universidade e do Exército - não na Igreja, nem na fábrica - que veio a resistência. Os supremos realistas do espírito sabem porque é assim. Fico à espera que o filme chegue a Portugal.

6.12.05

Condi Rice is telling Europeans.... by Paul Craig Roberts

On Nov. 14, 2005, Middle East expert Juan Cole reported that the 9/11 Commission Report revealed that captured al-Qaeda members Khalid Sheik Mohammed and Abu Zubayda informed the U.S. government that Osama bin Laden prohibited al-Qaeda operatives from cooperating with the secular Arab nationalist Saddam Hussein. In the run-up to the Iraqi invasion, this critical information was withheld from Congress and the American people. Instead, the Bush administration worked to create the belief that Saddam Hussein was responsible for the Sept. 11 attacks.

The Bush administration has made it abundantly clear that it believes, with no apologies, that the ends justify the means. Lying is simply a means to an end. What Condi Rice is telling Europeans is "pay no attention to our lies; just accept that we are liars for a good and proper cause."
Who will trust this woman who won't answer a question but says "trust me"?

Catholic Neo-cons now want peace, by Lew Rockwell

The freedom to change one’s mind is a human right, and we can only celebrate when someone rejects moral error in favor of truth. For that reason, we can hail the crowd of intellectuals and politicians who are turning from their support of the War on Iraq toward skepticism and rejection.
Far more problematic are the intellectuals, particularly religious intellectuals such as Michael Novak, Jerry "God-is-pro-war" Falwell, and the Rev. Richard J. Neuhaus.

The net is filled with rumors that Fr. Neuhaus, for example, is inching toward an antiwar stance, which, again, we can only praise. Fr. Neuhaus played a very important role in urging people to mute their consciences, ignore the Vatican, and march in lockstep with the Bush administration.

But let’s look back. As the blood lust of the Bush administration increased, many religious Catholics were getting nervous, since there was no sense in which an attack on Iraq could be reconciled with Just War teaching. It was not a defensive war, not a last-resort war, not a proportionate war, not a war aimed only at the military, and it was not authorized by the competent authority. It was an imperial adventure to satisfy the longings of a lunatic, and it has ended in complete catastrophe, economically and morally.

5.12.05

Do not be stupid Mr. Prashan!

Dear editor of Forum Portugal_Goa

I was surprised that the Goa Forum carried such a piece as the one written by Mr. Shankarnarayan
Do not be stupid Mr. Prashant Shankarnarayan; and please do not use fuzzy logic to associate Portugal with a haven for criminals. After all, it was the Portuguese Police, not the IU police, that captured Abu Salem in a very difficult operation. It was the Portuguese Court that authorized his extradition to India. What the Portuguese Supreme Court asked India was not to execute Mr. Abu Salem because of the abolition of the death penalty in Portugal since 1869. It was the French author Vitor Hugo that coined then his formula " We salute Portugal as a newfounland of Mercy".
In Portugal and in Europe we are sorry that countries like United States, Indian Union and PAkistan keep the death penalty. Some spiritual evolution and consideration for the 1948 Human Rights Declaration is missing.

So again, be not stupid Mr. Prashant Shankarnarayan. Worry yourself that India has fascists like Mrs. Uma Bharti, a senior member of India's Bharatiya Janata Party (BJP) and be more enlightened about what is happening in Europe and Portugal. We discovered India some 500 hundred years ago, It is time you discover us.

Mendo Castro Henriques

Why do criminals prefer Portugal?
By: Prashant Shankarnarayan
December 4, 2005
Mid-Day, Bombay,
http://www.mid-day.com/news/city/2005/december/125049.htm
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Portugal comes under the Schengen zone. A person with a Schengen visa can move around 15 countries within Europe, without border checks.
Portugal is in the news, thanks to Abu Salem. But the mafia don is not the only one who sought refuge in this European country. There were many others before him and the reasons behind this human smuggling are history and legalities.

4.12.05

Operação Carlota - Comemora quem pode!


Discurso pronunciado por el Presidente de la República de Cuba Fidel Castro Ruz, en el acto conmemorativo por el aniversario 30 de la Misión Militar cubana en Angola y el aniversario 49 del desembarco del Granma, Día de las F AR, el 2 de diciembre de 2005.

"A mediados de octubre de 1975 .... sólo había en Angola 480 instructores militares. Un pequeño grupo de ellos, en los primeros días de noviembre, junto a sus bisoños alumnos del Centro de Instrucción Revolucionaria de Benguela, enfrentó valientemente al ejército .... de los sudafricanos ---perdieron seis carros blindados y otros medios.
Fue en ese momento cuando Cuba, en coordinación con el presidente Neto, decidió el envío de tropas especiales del Ministerio del Interior y unidades regulares de las FAR en completa disposición combativa. A diez mil kilómetros de distancia, tropas cubanas herederas del glorioso Ejército Rebelde entraban en combate con los ejércitos de Sudáfrica, la mayor y más rica potencia en ese continente, y contra Zaire, el más rico y bien armado títere de Europa y Estados Unidos.
Se iniciaba lo que dio en llamarse Operación Carlota, nombre en clave de la más justa, prolongada, masiva y exitosa campaña militar internacionalista de nuestro país.
Nunca un país del Tercer Mundo había actuado en apoyo de otro pueblo en un conflicto militar más allá de su vecindad geográfica.
A finales de noviembre la agresión enemiga había sido detenida en el norte y en el sur. Unidades completas de tanques, abundante artillería terrestre y antiaérea, unidades de infantería blindada hasta nivel de brigada, transportadas por buques de nuestra Marina Mercante, se acumulaban rápidamente en Angola, donde 36.000 soldados cubanos iniciaron una fulminante ofensiva. ... El 27 de marzo el último soldado de Sudáfrica abandonó el territorio angolano. En la dirección norte, en pocas semanas las tropas regulares de Mobutu y los mercenarios fueron lanzados al otro lado de la frontera con Zaire."

O Avante de Sharon. Mudar é possível... em Israel


O supremo realismo dos estadistas acima das ideologias partidárias. Para isso é preciso ter estofo de herói. A 3 de Dezembro o trabalhista Shimon Peres abandonou o partido Labour para se juntar ao novo partido do ministro Ariel Sharon, que abandonara o Likud para fundar o Kadima (AVANTE). Dizem que emergirá como o maior no próximo parlamento. É uma movimentação nova para a paz com os palestinianos, a começar depois das eleições de Março. Sharon evoluiu e favorece uma solução baseada em dois estados. Acabou o Grande Israel. Suportou a retirada de Gaza, e o "mapa internacional" para negociações da paz. Ao contrário dos neo-conservadores e dos neo-louçaneiros, em Israel os estadistas são mais fortes que os políticos.

Debate quente - Novo aeroporto ou não...em GOA !


REDO DABOLIM, UNDO MOPA
We recently examined the whys & wherefores that an airport at Mopa, on Maharashtra's doorstep, will spell economic ruin for *aam Goenkars*. Irrespective of whether Mopa will be an alternate, or can be in addition, to Dabolim.
Plain persuasion, in elementary English, seems to impress neither our rulers nor the ruling party. Or does it?
Minister Luizinho Faleiro now declare that Dabolim "will" (Rane) and "must" (Luizinho) continue. But with an important rider: Mopa *can* also go ahead! The official line adopted by their party is equally bizarre, even if reflective of the hidden agenda:
"Dabolim will stay, but no way can Mopa can go, either!" the ruling Congress seems to ruse.

Bandeiras a apodrecer

As bandeiras que ainda por aí restam a apodrecer dizem muito de nós. Dizem como somos maníacos e dados a irrelevantes repentes de alma. Dizem como amamos o espectáculo do momento mas não a preservação a longo prazo. Dizem aquilo é um trapo, não um símbolo, e como trapos tratamos todos os símbolos. Dizem que preferimos não tomar decisões, em particular se há mais de uma opção. Dizem que temos muito passado, pouco presente e nenhum futuro, porque é assim que gostamos de viver.É impressionante o que um trapo velho e mudo nos pode dizer.
Extraído com vénia de http://serportuguesterque.blogspot.com/