28.2.06

Baraka - Benção

No próximo 16 de Maio, a CML vai exibir dentro do Ciclo O CARACOL E A LESMA e na sessão Cidadania - Uma certa ideia de homem, o filme BARAKA, de Ron Fricke. Dele diz-se e bem:

Baraka is an incredible journey through 6 continents, 24 countries. Painstakingly shot on Todd AO-70mm film. Baraka has no plot, contains no actors and has no script. Baraka is a collection of high quality images, presented in a moving and compelling manner. Created by Ron Fricke and Mark Magidson, with music from Michael Stearns and others.

Baraka is an ancient Sufi word, which can be translated as "a blessing, or as the breath, or essence of life from which the evolutionary process unfolds." For many people Baraka is the definitive film in this style. Breathtaking shots from around the world show the beauty and destruction of nature and humans. Coupled with an incredible soundtrack including on site recordings of The Monks Of The Dip Tse Chok Ling Monastery

27.2.06

Graham Greene e o "Americano Tranquilo"


As ficções de Graham Greene servem como relatório do campo de batalha do coração humano, em cenários de um mundo cada vez mais globalizado e onde se chocam interesses “demasiado humanos”. É assim em "The Power and the Glory" (1940) que se desenrola na vasta desolação do deserto mexicano. "The End of the Affair" (1951) decorre sob o fogo e o pavor do blitz alemão. “The Quiet American” vive na incerteza e sordidez da guerra da Indochina. “The Heart of the Matter"” (1948) na Serra Leoa, poderia ser qualquer país da África subsahariana. “O nosso homem em Havana...” poderia viver em Lisboa ou Varsóvia. Graham Greene pondera os dilemas morais e doutrinais surgidos quando emerge um conflito entre dois absolutos - a lei divina e as exigências do coração, com o pano de fundo dos conflitos internacionais; como alguém disse, deixou de ser o homem do M.I.6's para se tornar “o espião de Deus”.
Sobre o papel futuro dos Estados Unidos, nada melhor que as suas palavras do padre Manuel Antunes sobre The Quiet American: “Sátira do homem americano, idealista, e ingénuo cheio de boas intenções crente nas grandes palavras abstractas e nas grandes teorias livrescas que age - ou crê agir - por desinteresse mas que ao mesmo tempo vai fazendo o seu negociozinho; que se apresenta como portador de uma larga bondade generosa mas cujas empresas por falta de fundo sentido humano, redundam em verdadeiros desastres.”[1][20] Escritas em 1967, estas palavras têm um sentido antecipador, à luz dos acontecimentos precipitados pelo 11 de Setembro de 2001. O “americano tranquilo”, e poderíamos dizer o “americano de exportação”, é o homem das ideologias vagas, dos slogans, das receitas gerais para males que são essencialmente particulares, da ausência do sentimento do trágico. Ter-se-á a América finalmente confrontado com a tragédia histórica no 11 de Setembro?



26.2.06

Aforismos, por André Bandeira


Bush é o resultado de Clinton não poder ser eleito pela terceira vez e Chirac, de Mitterrand não ser eterno. Um e outro fazem aquilo que a Esquerda faz quando está chateada e não tem coragem de o admitir.

Abençoado seja tudo (sim, até isso que estás a pensar!) para que não tenhas ressentimentos.

A diferença entre o sofredor e o frustrado não é de nascimento. Aquele que sofre, dói-lhe tanto que não sabe. Por isso, não queiras saber muito e procura a água como o animal foge da floresta a arder.

Ah, Filosofia, essa arte antiga de um velho se defender das pedradas dos jovens e dos jovens evitarem as insolências dos velhos!

Benditos o Mufti da Cachemira e o Papa Benedito. Aquele disse que todos os Dinamarqueses menos o que desenhou as caricaturas podem ir ao Cachemira e, se houver algo, que venham falar com ele. O Papa condenou todos os desrespeitos da Religião, inclusive o da violência. Como eles, somos todos ingénuos, atrasados e culpados, por insuficiência.

Deixa o Possível para ti e o Impossível para os deuses. Quando chegar algo impossível, não rezes, apenas. Deixa-o.

23.2.06

Mais Aforismos, por André Bandeira

Ruínas do Ghetto de Vrsóvia; foto Robert Cappa

Atenção às palavras dos outros. Na Primavera, as mesmas folhas nascem de troncos que foram rudemente podados mas também na orla de uma complicada ramagem.

A concorrência estava tanto na moda e os atalhos de atalhos eram tantos, que os atletas convenceram o juiz de partida que aquela não era a linha de partida, mas a linha de chegada..

Dizia-me uma amiga, com desplante, que há que respeitar e dar lugar aos sinais de atracção da Mulher. E assim se fez: os rapazes, no Ginásio, desenvolveram até as nádegas e lustraram-nas porque as Mulheres gostavam. A Mulher descobriu então que os Homens não se casam com uma luz eléctrica. Exactamente como as Mulheres.

Uma coisa, os resistentes do Ghetto de Varsóvia ficaram a dever às SS: estas pouparam-nos de não saberem onde começava o Bem e acabava o Mal.

Que bom andar sempre atrasado. Vive-se a cada momento, como se se estivesse a chegar ao Juízo Final. As orações são únicas e caiem-nos espontaneamente, como a saliva do céu da boca.

Um homem que tem tempo para se preparar para a morte, ajeita as emoções, os pensamentos e as percepções como um velho solteirão ajeita a roupa, antes dum encontro.

20.2.06

O caixão demográfico português, segundo a APFM

O Governo tem vindo a anunciar o encerramento de escolas por falta de alunos e o encerramento de maternidades por falta de partos; pás de terra para cima dos cadáveres em que escolas e maternidades , há poucos anos cheias de crianças e bebés, se transformaram devido à reduzida taxa de natalidade que Portugal tem tido nos últimos trinta anos, mergulhando o país num longo inverno demográfico .
A situação na figura mostra a pirâmide etária em 1960, comparada com A IMPLOSÃO DE 2004 e o projectado para 2050, que, parece ser o "caixão demográfico".


Há um mês o Ministro das Finanças manifesta a sua preocupação ( http://www.apfn.com.pt/Noticias/Jan2006/100106d.htm), mas, passadas poucas semanas (sem dúvida, depois de um processo de "reeducação "), desvaloriza o sério aviso feito pela Comissão Europeia ( http://www.apfn.com.pt/Noticias/Fev2006/140206a.htm ), em que Portugal é colocado num destacadíssimo primeiro lugar no que diz respeito a esta problemática ( http://www.elfac.org/Publications/IP-06-150_EN[1].pdf).
Sobre a APFN, visite o nosso site;
Sobre as nossas propostas para " Autarquias Amigas da Família", clique aqui;
Sobre as nossas propostas para uma política familiar nacional, consulte o nosso caderno " Família - Semente do Futuro";
Sobre o Plano +famili@, clique aqui;
Sobre a resposta da sociedade civil ao nosso desafio para que ser mais custe menos, veja as facilidades para sócios da APFN;
Sobre como aderir ao Plano +famili@, oferecendo facilidades às famílias numerosas, veja como contactar-nos .

19.2.06

Aforismos, por André Bandeira

AFORISMOS


Num momento Supremo, não invoques todos os Santos. Junta-te a eles.


Um dia, um árabe disse-me: o teu Deus e o meu, são o mesmo. Respondi-lhe: se tu e eu soubéssemos isso, não estaríamos a falar sobre o assunto.


O Mundo está cheio de Adivinhos. Adivinham as asneiras que fizeram, depois de passarem por elas a correr.


A retina está cheia de imagens, como se fossem abelhas sobre o mel. Não te movas e respira devagar.


Por trás das palavras, há um Dicionário e por trás do Dicionário, há Poesia. Por trás dum Rosto, não há Dicionário, nem Artes Plásticas. As palavras são como a ondulação num lago. O Rosto é como uma Onda do Mar.


Enquanto vives, sofres. Mas se sofres é porque estás vivo. Porém, sofrer pode matar. Uma vida Feliz é aquela em que a Vida prevaleceu sobre o Sofrimento.


A estratégia do Credor é a mesma do último dos seus Devedores.


O Homem é o filtro da Natureza. E a Natureza precisa de ser filtrada? Esta pergunta surgiu apenas quando a Fábrica de Filtros exagerou.


Toda a gente tem um objectivo em tudo o que faz e tudo o que faz, sente e ressente. Eu tenho uma Objectiva e tudo o que fotografo, ponho um olhos atrás. Não ponho à frente o meu olho de trás.


Pensar sobre uma coisa é desdobrá-la. E repeti-la, é como a resposta de um eco. Por isso, o pensamento, é sempre malandro.


Há dois tipos de falsidade: o Absurdo e a Mentira. Mas aquele é uma verdade inconsistente e esta, uma verdade incompleta.


Estratégia do Médico que sabe que o doente vai morrer e lhe pergunta: “Como se sente?”


Falta de vocação, encontrei um dia num Catedrático de Filosofia que me disse: “Haverá outro mal que o de deixar de ser jovem?’


A facilidade técnica é inversamente proporcional ao valor que damos aos problemas.


No cansaço repetem-se as coisas. Não são elas que cansam. Nós é que já não lhes conseguimos escapar.


O Sorriso é o único Direito Fundamental.

Amazónia e soberania brasileira

Enviado por meu amigo professor ricardo bergamini, publico o seguinte
Caríssimos amigos:
Repasso, com a autorização do eminente patriota, diplomata e economista, Dr. Adriano Benayon, a importantíssima matéria abaixo, que diz respeito a sérios problemas relativos à soberania nacional na Amazônia. Não custa lembrar, com referência à região, de dados fidedignos e estarrecedores, entre outros: 1) a existência de mais de 600 ONGs, grande parte delas, estrangeiras; 2) a localização de 20 (!) "forward bases", ou seja, "bases avançadas", aéreas ou de radar, dos EEUU, por Oeste, em países vizinhos (e poderão ser 21, caso instalem mais uma no Paraguai; e se não fosse o Congresso Nacional, a base de Alcântara seria também entregue aos norte-americanos...); 3) mais de 4000 (!) empresas madeireiras (40% delas clandestinas) operam na região, sendo certo que das autorizadas, a maior parte se constitui de empresas alienígenas; 4) a existência de imensas reservas indígenas, no sub-solo das quais abundam jazidas de minérios, alguns de terceira geração, como o nióbio, o urânio, o titânio etc; 5) a prática sistemática, máxime por ONGs internacionais e transnacionais, da biopirataria, na maior biodiversidade do planeta (em nossa Amazônia encontra-se o maior "banco genético" do mundo etc,etc.
O livro escrito pelo Cel Gélio Fregapani, um patriota dos que mais conhecem a problemática amazônica, é comentado na mensagem que retransmito. Gostaria, outrossim, de recomendar o livro "A Guerra da Amazônia", do bravo Tenente da Reserva de 2ª Classe do Exército, Carlos Bornhofen (editado pela "Novo Século Editora Ltda", Avenida Aurora Soares Barbosa, 405, 2º andar, Osasco-SP, CEP:06023-010, tlf: 0xx11 36997107). Tal obra relata, com riqueza de detalhes e de forma atraente e emocionante, uma presumível invasão da Amazônia brasileira e a resistência de nossas FFAA, em particular a do Exército Brasileiro,inferindo-se da leitura, a imprescindibilidade da "estratégia da resistência", já estudada faz dez anos, na qual, desafortunadamente, muitos não crêem. Vale a pena ler-se esse tão primoroso quão competente trabalho do lavor de um jovem nacionalista, muito culto e bem preparado, o Ten Carlos Bornhofen. Na página do Centro de Documentaçãodo Exército (CDocEx) há alguns trabalhos de minha lavra, acerca da Amazônia, da soberania, da Hisória etc, publicados em revistas militares; a página é: www.cdocex.eb.mil.br.
E não esqueçamos: A AMAZÔNIA É NOSSA! e RESISTIR É PRECISO!
Brasil acima de tudo!
O mais amigo dos abraços do
Soriano

18.2.06

ibsn

Este blog já tem ibsn com a data de criação.
No dia 2 de Fevereiro foi criado o IBSN: Internet Blog Serial Number, constatada a impossibilidade de aos blogs ser atribuído um ISSN (International Standard Serial Number).

ISSN - números de série orgãos de comunicação social (como jornais, revistas) - com 8 dígitos;
IBSN - formado por 10 dígitos que identificam os blogs.

Podem requisitar o vosso no Formulário IBSN

Mais informações: Internet Blog Serial Number

La Cucaracha—Ou de como o México se vinga dos EUA


Continuo hoje a série sobre as mudanças nos países ibero-americanos, começando pelas habituais ingenuidades cínicas dos sicofantes que governam o mundo.

Assim sucede que John Negroponte deu uma conferência na Universidade de Georgetown (17/FEV/06). Nas perguntas, uma mexicana perguntou-lhe se não estava preocupado com a vitória provável de Lòpez Obrador nas eleições presidenciais mexicanas. Negroponte, evasivo, disse que as relações dos EUA com o México “foram quase sempre boas”.

Nada como um contraponto do autor militarista americano e autor do best-seller “Mexifornia” , Vixtor Davis Hanson, lembrado em artigo "A 2ª guerra mexicana" de Lawrence Auster (FrontPageMagazine.com | fevereiro 17, 2006. Convém lembrar que Victor Davis Hanson, professor de cultura clássica é também, um cultivador de fruta no vale central de Califórnia. Emprega imigrantes, mas sabe do crime associado aos imigrantes ilegais. Apoia o mexicano pobre, explorado pelas redes mas odeia ver a sua cultura afogada acima por um inundação estrangeira cujos beneficiários são as redes cleptocratas do México, para quem a fronteira aberta é uma válvula de segurança que diminui o potencial para a mudança democrática. Hanson exagera : “A expansão para norte é a vanguarda de uma conquista latino-americana da América do norte -- imperialismo cultural e vingança nacional combinadas num movimento popular.” Mas tem toda a razão noutro ponto: “Vê muito claramente o que trouxe a crise: a ambição da ideologia globalista americana do trabalho barato e ênfase na “multiculturalidade” em vez de critérios superiores.”

A invasão mexicana dos EUA começou há décadas como uma migração espontânea dos mexicanos em busca de oportunidades económicas. Transformou-se entretanto em campanha para ocupar o sudoeste americano, projecto incentivado, organizado pelo Estado e pela sociedade mexicanas. Ou seja, é a guerra sem conflito armado. É uma acção hostil empreendida para enfraquecer, prejudicar, e dominar outro país. O México com a imigração maciça, ilegal e legal, tem reivindicações sobre os EUA, quer subverter as suas leis e soberania, e visa aumentar a influência política e cultural.

Ao orquestrar a guerra contra a América, o estado mexicano representa desejos populares (1) revanchism­o – recuperar o controle político dos territórios que o México perdeu em 1848, vingando as humilhações sofridas; (2) expandir a cultura mexicana e a língua espanhola na America do Norte; e (3) manter o “parasitism­o” (diz Hanson) económico mediante o fluxo dos biliões de dólares que os imigrantes enviam para casa cada ano, um factor principal na economia mexicana e no sistema político mexicanos.

Estes motivos são partilhados pelas massas e pelas elites. De acordo com sondagem Zogby em 2002, 58% dos mexicanos acreditam que o sudoeste dos EUA pertence a México, e 57% que o mexicano tem o direita de entrar nos EUA sem permissão. Só minorias pequenas discordam.

O assalto toma a forma de uma série de mini-crises, cada uma das quais despoleta um debate e mudanças políticas minúsculas. Os americanos estão obcecados com incursões na fronteira, crime ilegal com estrangeiros, propostas de trabalhadores convidados, mudanças de governo na Cidade do México, e outros problemas. Mas só se debate se “os custos de imigração compensam os benefícios” e os “direitos dos imigrantes”. Perde-se de vista a big picture” : o governo mexicano promove o ataque aos EUA.

A atenção está focada nos imigrantes como indivíduos. Fala-se dos imigrantes ilegais como "boas pessoas" "bons trabalhadores" que procuram melhorar a vida. Mas o probelam não é de pessoas e famílias, legais ou ilegais. É sobre uma migração nacional grande, uma nação que se está a mover de uma nação para outra, a fim de se reproduzir nela.

Para muitos autores mexicanos, a grande migração para norte é uma reconquista de terras que pertenceram ao México, o fim de um grande erro histórico. "Uma massa de povos... realiza lenta e pacientemente uma invasão imparável, a mais importante da história humana" [ ênfase adicionada ], escreveu Carlos Loret de Mola no Excelsior, de Cidade do México em 1982.

Os mexicanos mudaram de “vencidos e ressentidos, como os viu Octavio Paz em 1960 no seu famoso estudo, “O labirinto da Solidão”, para “vencedores”.

Uma onda migratória de formigas - teimosa, desarmada , invade a nação mais poderosa e mais armada da terra.... [ a invasão emigrante ] parecem retornar lentamente [ os estados unidos do sudoeste ] ao jurisdição de México sem um tiro, sem acção diplomatic, por meio de uma ocupação constante, espontânea, e ininterrupta.

A mexicana Elena Poniatowska disse ao EL Imparcial em julho de 2001: “Os povos pobres, cheios de piolhos e cucarachas estão a avançar nos EUA, um país que fala espanhol porque 33.4 milhões de hispânicos impõem a sua cultura... O México recupera os territórios cedidos com a migração. E este fenómeno enche-me de alegria, porque os hispânicos podem ter uma força crescente da Patagónia ao Alaska”.

17.2.06

"Send The Marines" por Tom Lehrer


Continuando a saga de Tom Lehrer. "Na dúvida, enviamos os marines". Tem precedentes na máxima de Tucídides de que os fortes mandam e fracos se submetem Até ao dia en que David vence Golias, precisamente a Guerra de 4ª geração, como narrada e vivida por Martin van Creveld.
6. Send the Marines

When someone makes a move
Of which we don't approve,
Who is it that always intervenes?
U.N. and O.A.S.,*
They have their place, I guess,
But first - send the Marines!

We'll send them all we've got,
John Wayne and Randolph Scott;
Remember those exciting fighting scenes?
To the shores of Tripoli,
But not to Mississippoli,
What do we do? We send the Marines!

For might makes right,
And till they've seen the light,
They've got to be protected,
All their rights respected,
Till somebody we like can be elected.

Members of the corps
All hate the thought of war;
They'd rather kill them off by peaceful means.
Stop calling it aggression,
Ooh, we hate that expression!
We only want the world to know
That we support the status quo.
They love us everywhere we go,
So when in doubt,
Send the Marines!

16.2.06

It's Kerry, it's Sudan; it's Bush it's Iran.... yeahhh!


Brookings Institution Senior Fellow Susan Rice wrote a thought provoking article back in August regarding the Darfur situation in Sudan (article. What i find disturbing about the Darfur issue is that this has been an issue that has been difficult to put in the global limelight with regularity despite the fact that more violent deaths appear to have occurred and atrocities committed in this conflict over the last 3 years than Iraq and Afghanistan combined, yet nary a word compared to even some pop star's latest shenanigans appear in the mainstream western press. One might rhetorically ask how many, even amongst those who pay attention to world events, can even discuss intelligently the basic issues surrounding the Darfur conflict much less provide cogent insight into how the dilemma might be resolved? http://www.brook.edu/views/articles/rice/20050807.htm
It is a tremendously complex situation to be sure if looked at from a purely geo-political perspective, though very simple if looked at through the lens of the spiritual concept of the oneness of humanity. In the geo-political sense, the interactions and machinations of the various players are mind-bogglingly Byzantine. To give a flavor as to the difficulty of the situation i'll present just a few of the problems. For those not aware of details of the Darfur situation a good website that keeps track can be found at http://www.sudantribune.com.

15.2.06

Direitos e Bro(n)cas, Por andré bandeira


Depois de vários dias com brocas a trabalhar no andar de cima, quase vomitando pelo barulho e tendo de comprar uns auscultadores de broca para a minha família, o tecto começou a cair, como sucede nestes casos. Já o Direito Romano arbitrava estas coisas. Peguei, fui lá acima, libertei-me do mau pensamento que ‘esta gente só melhora os apartamentos para os vender aos estrangeiros”sem cuidar dos outros, da padeirice que também fui em tempos operário de construção civil e se eles tinham o trabalho deles, eu tinha o meu, bati à porta e disse ‘Bom dia. Sou o vizinho de baixo.Ou páram já ou chamo a polícia”. Lembrei-me então de que era bom ter uma polícia que não tem que lutar pela pele para entrar em bairros selvagens, de uma polícia que não tem que fechar os olhos para meter um prato de sopa em casa, todos os dias e, mesmo assim, produz um Guarda Vítor que arrisca a vida, sem pensar em si ou um Guarda Brás Lima que morre tentando salvar a de outrem. Lembrei-me que “sublinhar os meus direitos” e ter coragem para dizer ‘Não”, são fórmulas cheias de orgulho. Lembrei-me que direitos desenhados como deveres ou gritos, são uma Revolução contínua onde se morre de insolação por não haver noite, ou de surdez por não haver silêncio. Lembrei-me de não ter medo de ser manso de coração, de dar a túnica a quem só pediu a capa, de dar a face pela terceira a vez a quem nos cuspiu. Porquê? Porque por cada grito que damos “chamem a polícia!”, mesmo que seja a Divina, fica um vazio em que nos quedamos como um pateta covarde, quando a polícia, arfando de labor, lá leva o criminoso nos braços. Sim, porque a verdadeira Coragem é a de vermos tudo, como se toda a nossa vida tivesse passado e se estendesse aos nossos pés pela encosta duma colina que subimos. Sentiríamos então, antes de olhar para o que fica além do topo, uma estranha tranquilidade e até gratidão por tudo o que nos foi permitido viver.

"Quem é o próximo (parceiro nuclear)?"


Em tempo de Guerra das Caricaturas, e de ameaças de Guerra do Irão, (por causa da proliferação de uma bomba nuclear (talvez dentro de dois anos que ameaça o país que tem nove mil) é boa ideia saber quem sabe rir. Nada melhor do que o "único cantor intelectual revolucionário" que os EUA produziram desde 1776: Tom Lehrer. Com uma carreira muito desigual e ainda vivo, é o único capaz de pôr a tabela períodica em música, de gozar com os marines, tendo sido do exército americano, de gozar com a universidade, ele que ensinou em Harvard, e com os cientistas "Plagiar, Plagiar e no fim chame-lhe investigar".
Para começar a sua canção sobre a "proliferação nuclear".

[music] Who's Next?


One of the big news items of the past year concerned the fact that China, which we called "Red China," exploded a nuclear bomb, which we called a device. Then Indonesia announced that it was going to have one soon, and proliferation became the word of the day. Here's a song about that:

First we got the bomb, and that was good,
'Cause we love peace and motherhood.
Then Russia got the bomb, but that's okay,
'Cause the balance of power's maintained that way.
Who's next?

France got the bomb, but don't you grieve,
'Cause they're on our side (I believe).
China got the bomb, but have no fears,
They can't wipe us out for at least five years.
Who's next?

Then Indonesia claimed that they
Were gonna get one any day.
South Africa wants two, that's right:
One for the black and one for the white.
Who's next?

Egypt's gonna get one too,
Just to use on you know who.
So Israel's getting tense.
Wants one in self defense.
"The Lord's our shepherd," says the psalm,
But just in case, we better get a bomb.
Who's next?

Luxembourg is next to go,
And (who knows?) maybe Monaco.
We'll try to stay serene and calm
When Alabama gets the bomb.
Who's next?
Who's next?
Who's next?
Who's next?

13.2.06

"Somos todos Expressionistas", por André Bandeira

Um dia perguntei ao meu pai, que era pintor e escultor, qual era o estilo dele, porque desejava que pudesse falar aos meus amigos, dando-lhe uma marca. Disse-me ele que era “expressionista”. Tentei então perceber o que unia os expressionistas, não só nas artes plásticas. Percebi então que se não limitavam a cultivar o direito pressuposto de se exprimirem ( a “liberdade de expressão”) mas que cada um fazia como que um reparo antes de se exprimir, ou que “ isto que vão ver ou ler, ou ouvir ‘, é uma “forma de expressão”. E, com este pequeno reparo, lá faziam o respectivo pleito que pretendia ser singular, coerente, belo, enfim, algo a recompensar a expectativa do público.

Quando vejo a liberdade de expressão arvorada como bandeira de batalha, erguida um pouco ao retardador como numa ressaca, contra a pronta e genuína reacção dos islâmicos ( a publicação de uma banda desenhada a achincalhar a figura de Cristo, por um –aliás – grande cartoniista austríaco, há poucos anos, suscitou apenas as reacções sérias e cansadas do Vaticano, enquanto toda a gente corria a comprar o livro), desconfio.É claro que “liberdade de expressão”, como de resto muitos dos outros direitos humanos não são tecnicamente direitos que eu possa murar e defender com uma carabina, ficando para tribunal a apreciação dos chumbos que alguém levou por trespassar os limites do meu direito, fosse por distracção ou de propósito. Já Karel Vasek e Habermas – para não dizer os práticos dos Direitos Humanos – fizeram claro que estes, entre os quais a liberdade de expressão, são mais estados de alma, princípios, modelos, pelos quais há muito que porfiar para que sejam garantidos e respeitados. Não basta escrevê-los, pô-los à lapela de um político eloquente e bem parecido. Há que procurá-los frequentemente e arranjar-lhes base espiritual que os condense. Assim, os Profetas e os rabis, acabaram por resumir os 10 Mandamentos a um dito de Deus: “procura-Me e encontrar-Me-ás”.

Ora para quem é analítico, ao ponto de esquecer a floresta pela árvore, a liberdade de expressão estará sempre em causa, em perigo e, de tanto exercê-la, sem fazer o tal reparo que os expressionistas faziam, começará a defecar em público como “happenning artístico”, a vender telas brancas como o suprassumo da arte. Ora, mesmo os que não precisam de algo espiritual para os direitos humanos, começaram a encontrar regulamentos para o uso absoluto dos seus direitos, como quem viu que o endeusamento da mercadoria, era um fetiche destrutivo da liberdade, feito reino dos fins. Inventaram então: “a liberdade de um termina onde começa a do outro”, que tantas vezes se ouve.

Ora o “outro”, aqui, não é um indivíduo que busque a originalidade e o carácter como nós a buscámos nos anos sessenta. É um “outro” que se apresenta em família, em tradição, que se submete voluntariamente àquilo que nós rejeitaríamos desde logo, “que ama mais a morte que nós, a vida”. E nós deixámos constituir este “outro” nas nossas sociedades, pouco preocupados em definir o nosso eu, que devia também ser “outro”para eles, gozando com os moralistas, difamando os Le Pen, etc. É que manter uma identidade, às vezes, até custa a própria vida. Por isso, saibamos defender o que fizemos com o exercício da nossa Liberdade, como a borboleta destruíu a lagarta. Seja qual for, nós temos um modo de expressão, muitas vezes auto-censurado ou amordaçado pelas estratégias de manipulação da opinião pública. Voltemos a saber encontrar “um modo” de expressão e não apenas fumar cigarros e escrever nas portas das casas-de-banho.

11.2.06

Ferreira do Amaral mete O (In)dependente na ordem

Picado de "Integralmente Lusitano" com agradecimentos

Ex.ma Senhora Drª Inês Serra Lopes Ilustre Directora de O INDEPENDENTE
Lisboa, 29 de Janeiro de 2006
Excelentíssima Senhora Directora,
O número 924, de 27 de Janeiro de 2006 do afamado semanário que V. Exª dirige, inclui na página 43 a carta duma leitora identificada como "Isabel Silva", intitulada "Duarte Pio: Sua Alteza Real ilegítima", eivada de erros, que pela presente corrijo, em breve síntese. Como o Independente preza a verdade na informação, peço que esta minha carta seja publicada, a fim de que os vossos leitores, e entre eles a referida, não continuem a laborar nos mesmos erros.1 – O Rei D. Miguel não foi filho bastardo.A leitora invoca uma afirmação de Raul Brandão no livro El-Rei Junot como único fundamento para a afirmação caluniosa de que D. Miguel seria fruto de adultério da Rainha D. Carlota Joaquina e, portanto, não seria filho do Rei D. João VI. Simplesmente, como se lê na nota introdutória à edição de 1982 do dito livro, este, «mais que uma obra histórica, é uma obra literária». As referências a D. João VI são «pontos negativos para a definição da imagem do verdadeiro historiador»; e o comentador duvida de que Raul Brandão tenha «alguma vez pretendido sê-lo». Ora nunca foi consistentemente posto em causa que D. Miguel fosse filho de D. João VI. Nem mesmo seu irmão D. Pedro IV, comandando a guerra civil contra ele, invocou tal fundamento para sustentar que D. Miguel era usurpador do trono. De resto D. Miguel, ainda mesmo que não tivesse sido filho fisiológico de D. João VI, foi sempre, para a ordem jurídica portuguesa, filho legítimo, e não bastardo perfilhado.2 – D. Duarte Pio é legítimo representante dos reis de Portugal.Trata-se de um juízo consensual, em Portugal e no estrangeiro.E decorre, sem qualquer margem para dúvidas, do capítulo IV, título V, da Carta Constitucional, que regia a sucessão do trono no termo da vigência da Monarquia.Aí não existia, como em nenhuma outra norma portuguesa formalmente constitucional, qualquer preceito excluindo da sucessão no trono de Portugal D. Miguel, ou a sua descendência.Com a morte de El-Rei D. Manuel II, em 1932, deixou de haver vivos descendentes legítimos portugueses de D. Maria II e de D. Pedro IV.Assim, conforme o art. 88º da Carta, a sucessão na qualidade de Chefe da Casa Real passou à linha colateral. E na sucessão por linha colateral aplicavam-se os seguintes princípios:- não podia suceder estrangeiro algum, e- a sucessão haveria de ser deferida «pela ordem regular da primogenitura e representação, preferindo sempre a linha anterior às posteriores.»Em 1932 a linha anterior era a da descendentes legítimos de D. Miguel I, visto que este foi, além de D. Pedro IV, o único filho varão de D. João VI com descendência.Ora na descendência de D. Miguel I, o português primogénito varão, por linha anterior, era D. Duarte Nuno, filho do 2º casamento de D. Miguel (chamado D. Miguel II), que era filho primogénito varão de D. Miguel I.Assim, coube a D. Duarte Nuno a chefia da Casa Real Portuguesa depois de 1932 - como foi, de resto, geral e pacificamente reconhecido - até morrer, em 1976.D. Duarte Pio é português e filho primogénito de D. Duarte Nuno. Como tal, sucedeu-lhe nessa chefia a partir de 1976.No entanto, mesmo que se entendesse – ao arrepio do direito constitucional vigente em 4 de Outubro de 1910 – que a linha da descendência de D. Miguel I não poderia suceder na referida chefia, mesmo assim, D. Duarte sempre teria a chefia da mesma casa, por ser o de melhor direito entre os descendentes portugueses de D. Pedro IV - por sua Mãe, D. Maria Francisca de Orléans e Bragança, filha do Chefe da Casa Imperial do Brasil, e por isso legítima trineta de D. Pedro IV, falecida em 1968.3 – D. Duarte não aufere rendimentos da Fundação da Casa de Bragança.A Casa de Bragança possuía um acervo grande de bens vinculados, que assim permaneceram, excluídos das regras gerais da sucessão, depois da abolição do morgadio e mesmo durante a 1ª República, que os respeitou. Quando D. Manuel II morreu, Salazar prepotentemente subtraiu esses bens ao seu normal e correcto destino e transmitiu-os para uma fundação, que instituiu por Decreto – a Fundação da Casa de Bragança – gerida por pessoas nomeadas pelos Governos e cujos rendimentos deixaram de ser fruídos, como deviam, pelo Chefe daquela Casa ou pela Família a quem, como bens privados, pertenciam.D. Duarte não vive pois à conta de rendimentos daquela fundação, como seria seu direito se o ditador os não tivesse confiscado em 1933 por essa insólita arbitrariedade.D. Duarte também não aufere de qualquer fonte pública os seus rendimentos.Nada recebe do erário público. Ao invés: tem aplicado boa parte do seu rendimento pessoal em serviço do País, em causas de grande relevância nacional, como foi, exemplarmente, toda a persistente e intensa actividade que ao longo de anos desenvolveu, quase sozinho, pela causa da liberdade de Timor.Compreendo que se seja adversário do pretendente ao trono. Não aceito é que calunie D. Duarte, imputando-se-lhe vantagens que ele não aufere nem nunca auferiu e negando-se-lhe o justo reconhecimento do muito que, pelo contrário, em termos nacionais, o País é credor de D. Duarte.
Antecipadamente grato, aproveito o ensejo para apresentar a V. Exª os meus melhores cumprimentos.
a) Augusto Ferreira do Amaral
Presidente da Mesa do Congresso da Causa Real

DuasCidades

Dois blogs de que gostei
http://www.cidadela-dos-incultos.blogspot.com/
http://senumanoitedeinvernoumviajante.blogspot.com/

Terna é a passagem, por andré bandeira


Um grupo de jovens dinamarqueses pôs-se na praça central de Copenhaga com um cartaz a dizer “Desculpem”. Sem mais nada. Um meu velho amigo israelita, Mark Heller, começa muitas vezes as conferências dizendo “o meu pai ensinou-me sempre a não pedir desculpa e a nunca dar explicações”. Contudo, Mark Heller, filho dum indivíduo que sofreu numa só vida o que várias gerações de indivíduos não suportariam, quando começa a falar, é tolerante e põe sempre a sua presença de indivíduo como alguém que está frente a outros indivíduos.A sua voz está cheia de perdão e, na verdade, Mark Heller, diz aquela frase para se desculpar logo a seguir. Dizem que Ghandi, numa das suas greves da fome, quase a morrer, recebeu a visita de um manifestante hindu desesperado que lhe implorava que não morresse, pedindo perdão por ter morto um bébé islâmico ao, no meio de uma manifestação, lhe ter esmagado a cabeça contra a parede. Ghandi despertou e disse-lhe: "pega num bébé islâmico que seja órfão, toma-o à tua conta e educa-o na religião dos seus pais".

A nossa natureza é assim: a vida ferve, a dignidade embriaga, o perdão de Deus protege-nos. Como diz um velho ditado chinês: sobre o fio da navalha mais afiada, o mel consegue sempre equilibrar-se. Somos gente muitas vezes ingrata, orgulhosa, quando temos saúde lembramo-nos pouco de quando a não tivemos. Lembramos os heróis mortos em frente aos pelotões de fuzilamento mas se lermos muitas das suas cartas, vemos como eles são humanos, como se mijam pelas pernas abaixo, como se preocupam por coisas tão anómalas, como uma peça da máquina que faltava naquela com que trabalhavam todos os dias. Até Mordechai Anielewicz, o revoltado do Ghetto, na sua última mensagem, limita-se a dizer, como numa luta de trincheiras, que mostrámos a “honra do Povo Judeu” tentando provar que eles não eram nenhuns sub-homens. Ou seja: quando o que estava programado era simplesmente a eliminação da sua gente, do modo mais expedito possível, ele preocupava-se em dizer que o que os nazis diziam, tinha um “Não!”, em frente. Até o executado depende do executor, até os olhos de ambos se encontram. E, foi no Ghetto, pela única vez na história do Exército nazi, que os SS se recusaram a combater, com medo dos fantasmas judeus. Sim, no extremo eles reconheceram, como o ensinavam os seus antepassados germânicos, que o Espírito paira sobre todos.

Acho bem que se faça uma manifestação pelo direito a rir, pelo direito a caricaturar, pelo direito e pelo dever de quebrar o medo. Diz um ditado islâmico que o medo devora a alma. Tenhoa a impressão que nem o mais fanático islâmico, deixaria de compreender que eu não deixasse que a minha alma fosse devorada. Afinal, se ele me quisesse converter, gostaria de encontrar a minha alma intacta. Mas o riso é sempre humano, engaja-nos nos olhos uns dos outros ( nunca confies numa mullher que te beija e fecha os olhos). Até a passagem da morte, os tambores mais longínquos que cessam no nosso interior, depois das batidas já dispersas, dão, devagar, devagarinho, lugar a um doce silêncio.

Sim, terna é a passagem, terna é a harmonia do Céu e da Terra. Terno também deve ser o Riso porque depois de uma boa gargalhada, o ventre distende-se e os olhos húmidos, agradecem ternamente a harmonia do Mundo. Olhos húmidos para se ver melhor.

9.2.06

Timor - Fazer da necessidade virtude


China - Para África, rapidamente e em força


The Guardian (UK) (2/8/06), 8 February Tentacles reach for Africa, by Jean-Pierre Tuquoi

China has become a key player in African affairs. Martin Storey sends this article from The Guardian (UK) (2/8/06), 8 February Tentacles reach for Africa, by Jean-Pierre TuquoiThe Chinese workers who have been busy for months laying paving stones in front of the white marble senate building in Libreville, Gabon, have finished. But another job awaits them across the road, with the construction of a media centre commissioned by President Omar Bongo. Thousands of kilometres to the northwest, in Nigeria, their compatriots are equally busy. Last month Chinese representatives paid more than $2bn for a substantial share of one of Nigeria's offshore oilfields. In Mauritania the Chinese are prospecting for oil and gas. In Sudan they are operating a petrochemical plant. In Zimbabwe they have taken a controlling interest in a mobile phone operator. They are building roads in Rwanda and Kenya, rehabilitating farms in Tanzania, modernising Angola's railways, investing in forestry in Equatorial Guinea and Mozambique. China is moving into Africa, advancing its pawns methodically and without too much concern for ethical issues. "It is prepared to grant loans guaranteed by a country's coming oil production, a practice the International Monetary Fund [IMF] deplores because it jeopardises the future," says a French official. Nor does it pay much attention to politics or geography, investing in all economic sectors, from oil to telecommunications, forestry to public works.China's activities are upsetting westerners, who tend to assume that they have exclusive rights over the continent's 54 nation states. Last summer the US Congress held a special hearing on growing Chinese influence in Africa. The French trade ministry asked all its economic development outlets to file a report on market penetration by China. In 2002-03 trade between China and Africa increased by 50%, rising by a further 60% the next year. A few years ago the US and Britain were leading foreign suppliers in central and western Africa, bettered only by France. In 2003 China overtook the Americans and British. France is still the top exporter, but there is no certainty it will hold on to its lead. "China has simply exploded into Africa," says Walter Kansteiner, a former US assistant secretary of state for African affairs. The Chinese are pragmatic. The Central African Republic, for instance, is penniless after years of civil war. International donors, such as the IMF or the World Bank, are understandably hesitant. But not Beijing. Nor is its input restricted to finance. Its firms are prospecting for oil and designing a cement works; the countries have signed two cooperation agreements, covering agriculture and defence.Sometimes the newcomers take advantage of a crisis to supplant their rivals. In 2002, when Zimbabwe's President Robert Mugabe introduced controversial agricultural reform, the West imposed sanctions. About 100 Chinese businessmen soon turned up in Harare. Four years later their work is bearing fruit, with interests in mining, transport, electricity production and transmission and mobile phones. There are now direct flights to Beijing. Events in Ethiopia followed a similar pattern. At the end of the 1990s the war with Eritrea scared off the British and Americans. After a huge influx of subsidies, loans and volunteers, Beijing has become a key player in the local economy, working in pharmaceuticals, oil and roads. Its embassy in Addis Ababa is one of the finest in all Africa. The top priority for China, as it collects prospecting permits from Mauritania to Gabon, is to secure access to African crude oil. Its appetite for African hydrocarbons, which account for 30% of its overseas energy bill, is certain to upset the US. In an attempt to reduce its dependence on the Middle East, Washington too has selected the Gulf of Guinea - Nigeria, Angola and Equatorial Guinea - as a strategic zone for oil supplies. Chinese firms are also competing with their western counterparts in fields as varied as pharmaceuticals and telecommunications. In Mozambique the national phone company recently decided in favour of a Chinese company. The capital, Maputo, has an eloquent example of the decline in western influence: a new supermarket selling exclusively Chinese goods.
( Por cortesia da WAIS

7.2.06

"Reposicionamento", a nova fase da estratégia americana

Reposicionamento . N0 IISS, em conferência de 7 de fevereiro de 2006, hoje, o general Kimmit revela como os EUA vão sair do Iraque, deixando um mínio de forças para contenção futura do Irão. (The Guardian)

In a major speech to the International Institute for Strategic Studies in London Brigadier General Mark Kimmitt - a key strategist in the US central command covering the Middle East - spelled out the American plan to "reposture" its forces over an area stretching from Egypt in the west to Pakistan in the east, and from Kazakhstan in the north to Uganda in the south. The US would "not maintain any long-term bases in Iraq" he said. the US will keep its Bagram base in Afghanistan under a new "strategic agreement" signed by the two countries.

The implication behind his remarks is that the four large air bases that the US is building around Baghdad would be handed over to the Iraqis. US would retain assets and enough forces nearby to protect its interests there. The US army was setting up a corps of officers, he added, which would "understand the Middle East" to attract "hearts and minds".

"Reposture" was one of a number of crucial principles that Brig Gen Kimmitt said underlined America's new approach. The other was "helping others help themselves".The US would "retain sufficient military capability" to strike Iran, he said. Those who believed otherwise were making a "very serious mistake", he added.

US central command has its headquarters in the Gulf state of Qatar and it will be able to use its air base on the British Indian Ocean territory of Diego Garcia. It could also have at its disposal the large RAF base at Akrotiri in southern Cyprus. Brig Gen Kimmitt described the American base in Djibouti on the Red Sea as a "model for the future". He said: "Twelve thousand Americans have the ability to maintain a presence with a very small footprint on the ground."

He declined to say what role Nato would have in the "long war" against Islamist extremists and terrorists. Brig Gen Kimmitt's speech is the latest indication that the American army is planning significant reductions in its 130,000-strong force in time for the mid-term congressional elections, to be held in November.The number of British troops in Iraq - now totalling 8,500 - is also likely to be reduced in a synchronised move.

Para a blogosfera luso-brasileira aqui fica o registo de meus jovens amigos Pedro Sette Câmara e Avaro Velloso de Carvalho
http://oindividuo.com/pedro/mundo.htm
http://oindividuo.com/alvaro/alvaro0.htm

6.2.06

Sinais de Fogo, por andré bandeira

(James Ensor, Totentanz)
Vejo o filme do Mundo, a cara do Mundo fluindo no rio que passa.
Vejo os soldados israelitas que se esforçam por impedir que os árabes passem à força num sítio qualquer. Vejo uma mulher que perde as estribeiras e o jovem israelita que quase perde a cabeça. Não vejo ódio nele, nem quando o velho marido da árabe lhe mostra o dedo e diz : “ Não batas na minha Mulher!” e o jovem israelita, gesticulando desta vez com respeito, bem como o árabe, se afastam num ínfimo instante de paz.
Ah, pudesse o velho árabe dizer à mulher “tu não podes comportar-te assim!”. Mas, depois, vejo uma velha árabe que protesta contra a câmara e posso imaginar os desgostos, as canseiras, as lágrimas que aquele corpo inchado e desolado, leva dentro. Vejo as mãos de uma enfermeira árabe que ergue a garrafa de sôro a um dos sobreviventes do ferry no Egipto e penso nas dores que tive um dia quando umas mãos assim foram a minha salvação. Espero que aquelas mãos não se tenham que erguer tantas vezes, num futuro próximo, que já não consigam mais.
Aí vêm outros ódios, outras bombas! E vejo aqueles israelitas a tentarem suster a multidão...
Tanta gente neste mundo que faz o melhor que pode, que faz tudo o que pode! E fá-lo de costas para Deus, com vergonha que Ele se aperceba que esperam um dia ser contemplados pelo Euromilhões da Sua paz.
Vejo os campos verdes da Normandia floridos de cruzes brancas onde tanta gente adormeceu para sempre. Parecem margaridas, numa eterna Primavera, flores que chamam a atenção, como as borboletas brancas, brincando no céu azul, anunciam a Primavera.
O Guarda Vítor viu um moço em chamas, um moço da Casa Pia que perseguia um pombo. Um teto desabou sobre uma exposição de pombos, na Polónia e dezenas de pessoas morreram geladas ouvindo já as vozes dos bombeiros. O Guarda Vítor salvou o rapaz sem pensar que podia morrer electrocutado (o Guarda Brás Lima morreu dois dias antes ao tentar salvar um rapaz na Linha da Amadora).Não são isto tudo sinais do sobrenatural? Não são estes os “homens a arder” que os romanos viam subir e descer as ruas de Roma, nos Idos de Março?
Oh, Deus de Israel, oh Allah Único de Jerusalém e de Xangri-La, Oh Meu Deus que és Um e és Dois, e és Três em Um e Um em três e as estrêlas todas que nunca ninguém contou. Meu Deus, para além das Palavras, dos campos desenhados na água e das linhas escritas na areia, meu Deus que tremes na nudez dos amantes que se vêem assim pela primeira vez e que tremes nos lábios daquele que enfrenta o pelotão de fuzilamento, que tremes na voz do comandante e nos dedos dos atiradores, que tremes no pobre que tem vergonha de entrar na Igreja.
Meu Deus do Riso, do Riso com que cruzamos os braços depois de tanto pôr, quando Tu dispões na brisa que passa. Meu Deus da Palavra indizível que é o antónimo de “massacre”.
Meu Deus do Depois, meu Deus do Depois, não deixes que risquem a Primavera que vem, com o jôrro do sangue. Em nome de Rosario, a sem-abrigo catalã, a qual, ainda há dez anos mulher de sociedade, foi um dia destes morta a pontapé por um grupo de jovens ricaços de Barcelona que nem brio tinham para rapar diariamente o cabelo, como skin-heads. Por memória de Rosario, de quem o antigo “companheiro” dizia que “eu sabia sempre que ela ia acabar mal”, este astrólogo de obras feitas que não se lembrou de cumprir o que devia.
Foi tão frio este Inverno para 57 milhões de pobres na Europa e para 2 milhões e meio de sem-abrigo. Não deixem que nos cansemos dos pobres, e deles nos queiramos desembaraçar, porque os teremos até ao fim dos tempos. Como parece música o pregão de um homem rico, ainda jovem, de Bruxelas, que vem à porta da Igreja, todos os Domingos, e pede por aqueles pobres que não são aceites naquele templo. Como são belas as suas mãos em torno do copo de plástico, e belo o seu nariz adunco de judeu sob a fronte clara de ariano, puxada para trás com um brilho antigo e passado! Meu Deus, onde estás Tu? Quando apareceste? Eu sei quando...Apareceste nos seis dias em que uma bateira cheia de imigrantes andou à deriva pelo Mediterrâneo até ser encontrada e apareceste nos segundos que o avião supersónico desapareceu do radar e voltou a reaparecer. Meus Deus, o único crime não é apenas ficar para trás. Um dia, um Samaritano deixou-se ficar para trás. A sua Pátria, a Samaria, desapareceu há muito. Ele, não.
Meu Deus do Riso, do sábio Bento que, na véspera de Natal, veio cá fora vestido de Pai-Natal e o seu olhar marôto dizia : “ O Pai Natal sou eu mas não dou nada a ninguém, senão talvez uns pontapés no rabo dos que não precisam de fazer desenhos para caricaturarem Deus-Pai por aí, todos os dias!”
Meu Deus do Riso e das boas gargalhadas, não deixes que destrocem a nossa Primavera!

Afinal havia outra(s)

Na polémica sobre as imagens surgidas nos jornais dinamarqueses, convém saber que "afinal havia outras".
O site dinamarquês abaixo esclarece como essas imagens de maomé sodomizado foram publicadas no Médio Oriente - e nunca na Dinamarca - pela Comunidade Islâmica Dinamarquesa que assim procedeu de modo fundamentalista, inqualificável, contra a sua própria religião e contra nós ocidentais. Então, os radicais de Síria, Palestina e Arredores começaram a queimar legações onde vêem a bandeira dos cristãos. Não é por acaso que foram queimadas legações de Dinamarca, Noruega e Suécia. Virá ainda a Inglaterra e a Islândia. O assunto só fica focado quando se tem em conta essas "outras imagens" que originaram a fúria do estupidificado lumpenproletariat muçulmano. Um editor jordano que denunciou o caso foi demitido. Quem disse "na guerra a primeira vítima é a verdade", disse bem.
Tudo explicado no site http://bibelen.blogspot.com/2006/01/imams-showed-pedophile-mohamed.html

Imams showed pedophile Mohamed

The Danish newspaper, EkstraBladet, has obtained a copy of the secret case file, which Islamisk Trossamfund (Danish Islamic Community) has distributed on their "road show" in the Middle East: (Viste pædofil Muhamed - the text is in Danish but the article links to all 43 images).

It turns out that the 12 drawings in JyllandsPosten weren't sufficiently bad - at least not to justify a trip to the Middle East - so the imams have inserted a few extra images to make sure their trip wasn't a waste of money.

Danish Islamic Community claim they have received these images in mail, but they refuse to tell Danish newspapers, who has received them - and they won't allow the newspapers to interview these people. Danish Islamic Community has also failed to explain, why an entire country must be denigrated all over the Middle East because of 3 drawings mailed by a single person.

As long as Danish Islamic Community have failed to properly explain, where they have obtained these images, why these images were distributed in the entire Middle East - and exactly what the Danish Islamic Community were hoping to achieve - we must assume the images belong to Danish Islamic Community.

The irony is that in doing so the Muslims have done exactly what they accuse the non-Muslims of doing: They have broken Muslim law by reproducing, publishing and distributing drawings of the prophet. And they have managed to out-blaspheme the infidel Danes by reproducing 3 blasphemous pictures that are far worse than anything ever published in JyllandsPosten.

2.2.06

Cuidado com os Idos de Março!

Depois de ter editado 23 livros das Batalhas de Portugal, e de uma longa conversa com uma minha fonte americana, posso chegar a uma conclusão sobre a actual guerra no Iraque, integrada na campanha conhecida pela designação histérica e discutivelmente constitucional nos EUA de “guerra ao terror”.

A maior parte das guerras não se desenrola uniformente mas com picos de violência, intervalos longos de Sitzkrieg, e depois violência concentrada e imprevisível para o adversário.
A guerra do Iraq segue este padrão. Donde podem vir as brutalidades?

* De Osama bin LAden - Na sua última (derradeira?) mensagem oferece tréguas aos EUA. Na guerra ssimétrica é esquisito o David oferecer tréguas a Golias. O Corão exige dos muçulmanos essa oderta antes de ataque. A al-Qaeda pode estar a planear um ataque novo nos EUA, aoníve do 11 SET. Poderia ser o "grande golpe" a mala com bomba nuclear que já foi desmontada a tempo em dezenas de filmes de Holywood. A oferta de tréguas é ALARMANTE.

* No Iraque, os Shi'itas estão matar ingleses em Basra. Moqtada al-Sadr fez a apologia do Irão.. Em Bagdade, os Shi'itas do governo estão quase fartos da interferência americana. A lua de mel anti-sunita está a acabar.

“It’s Kerry , it’s Sudan; it’s Bush, it’s Iran. O que os meus amigos me diziam há dois anos , écada vez mais verdae. Aproxima-se a guerra com Irão. Qual guerra ? Os esforços diplomáticos estão projectados para falhar, a fim de permitir a acção militar. O mais provável é acção tipo Osirak por Israel com aprovação e apoio americanos. As bombas Paveway ( 300) já lá chegaram. A vitória de Hamas nas eleições palestinianas deu força ao opositor principal de Olmert, “Bibi”, Benjamin Netanyahu do Likud. A maneira de Olmert mostrar ao eleitorado de Israel que é um homenzarrão como Bibi é dando pancada no Irão antes das eleições de Israel em 26 de Março e dando pancada nos colonos israelitas doravante clandestinos da Cisjordânia.Estra segunda parte já está.

A resposta do Irão poderá ser meia dúzia de mísseis Scud, fraquinhos no geral, mas muito chatos se caírem na Zona Verde de Baghdad. O Irão tem maneiras mais eficazes de responder. Pode fechar as suas próprias exportações de petróleo: pode minar o Golfo Pérsico e impedir as exportações dos outros; pode entrar na guerilha shii’ta do Iraque e no Afeganistão. Pode até cruzar a fronteira de Irão-Iraque com meia dúzia de divisões, matar uns 1000 americanos num ataque desesperado, tipo Ardenas, contra o exército americano de ocupação disperso na luta anti-guerrilha. Como nas Ardenas é preciso haver mau tempo, para diminuir o hegemónico poder aéreo americano.
Quando as operações de guerra estão espasmódicas, mas as forças adversárias ainda são fortes, é razoável esperar mudanças dramáticas. Cuidado com os Idos de Março.

A Encíclica de Bento XVI, por andré bandeira

Li a Encíclica “Deus é Amor…” a qual, pelo menos pelo título, ficará na Memória como o sêlo de um Pontificado católico, a Ocidente, na franja da Eurásia, nas margens do rio Atlântico, onde a corrente flui ao contrário.

Eu gosto deste Papa. É claro que estava à espera que quando surgisse à varanda, tivesse surgido um de pele mais escura, como negra são todas as côres concentradas antes da alvorada ( é que não páro de esperar pela alva anunciada por um galo negro, em chamas).

Gosto dele, porque, como S. Tomás, o que um homem sábio verdadeiramente arrisca, é chegar ao fim e ver o inútil de de todo o seu saber, saltar para uma nuvem do Céu e dar um pontapé na escada.

Gosto dele, até de ter sido soldado alemão e mais ainda de ter desertado, sem vergonha nem reparo, do seu olhar bom e apesar do seu sibilar alemão e da sua mania do Amor e porque gosta de gatos – eu, que sou homem de cães, sei que os gatos apenas nos toleram ( Só muita humildade para os imitar).

A Encíclica é, como de costume. Linguagem simples branqueada, sobre um convexo edifício teológico que, agora, junta a um certo pedantismo do grego, um bocado de hebreu. Eu sei que os alemães têm um machado de sílex nas costas, como o demonstrava Julius Streicher, em Nuremberga, dizendo que aprendera a ser anti-semita, de cada vez que entrava na catedral de Colónia. Mas falar do Amor em escalas, como quem joga com as palavras, em arte socrática, à qual se dão os padres, como outros jogam com cartas. Na verdade, fala do Amor como um código para a corporação que Ratzinger elegeu à sombra de João Paulo II, como sendo a sua missão. Do que para aí se diz da Encíclica, malhando na Modernidade ou seja, que “Amor”é palavra demasiado preciosa para se escrever nas portas das casas-de-banho, pouco encontrei.

Mas se não encontrei, é por tradição gibelina, de que a espada virada ao contrário é uma desesperada imitação do madeiro de Jesus, dos que não queriam dilatar a Fé ( pudessem tê-la todos os dias!) mas porque tiveram de preencher o vácuo das boas intenções.

A Encíclica fala do Amor a dois tempos, como quem nos encarcerasse na pergunta, fala em ambivalências. Mas fala também do Amor, de um modo demasiado teórico, como da Ordem do Dia dum convento se tratasse, cita coisas banais de Sto-Agostinho que mais o pintam de maniqueu lógico (se comprendêssemos Deus, não era Deus) e termina em Teresa de Calcutta que luta, além da Morte, por ser Santa, como lutam as massas dos miseráveis e dos excluídos por nos salvararem, almas preguiçosas de Ocidentais.

Mas o Amor – como diz a Encíclica – é danado para a brincadeira. Toma-nos sem pedir licença ( a rapariga que diz que está a cair, já está caída de todo, o rapaz, quando se irrita com Fulana, já está completamente à defesa). E sei que Amor tomou o Papa Bento XVI, que mais que ele lutasse a vida toda por quadrar o círculo, nunca conseguiria doutrinar o Amor.

Bendito seja, pois, Bento, bendito seja o Amor por todo o lado.

O problema é que a Encíclica, com um catálogo tão extenso de sentidos, para o Amor, faz-nos de certeza pensar nas lésbicas, nos homossexuais (problema que afligiu a Igreja) e sobretudo no sentido de Monique Wittig, da Universidade de Périgord, ou seja, no lesbianismo, como toque a reunir dum exército de mulheres mal-tratadas, em auto-defesa. Ora , este Amor também é possível, por muito que me custe e saia, assim, de rastos, com as ilações que se podem tirar da Encíclica...

Tudo terminaria aqui se não houvese um pequeno gesto de Graça e de Amor, na Encíclica, em favor de alguém que sempre admirei e que, tenho a certeza, Bento XVI também admira: Juliano o Apóstata. Ora a Encíclica diz de Juliano exactamente o que era preciso dizer: que o pequeno Juliano viu os pretorianos, sob as ordens do mui cristão Constâncio, massacrarem a sua família. Juliano não era um homem de família, nem de vendetta. Era um solitário, meio fascista, meio comunista. O que Juliano rejeitou sempre foi o massacre e , por isso, voltou-se para o Sol ( que, na sua mente, talvez fosse o antónimo de massacre – inventem uma palavra, nenhuma me ocorre).

Juliano pretendeu fazer racional a caridade, empenhar o estado com todas as suas forças, na Caridade. Que é isto? Um amor “lésbico”por Juliano?! Um meio caminho para considerar a “diferença sexual” do Código Civil uma simples questão de comportamento e pouco de fisiologia? Não, o que tem é que a admiração por Juliano é outra forma de Amor que nos tomou.

Talvez Bento XVI, escreva um dia uma Encíclica em que Deus é também a Terra e o céu inteiro, num dia de Sol.

É que eu gosto deste Papa, porque até ao fim acumulará palha em torno do mesmo altar. É isso, que devemos ser. Diáconos incansáveis.