30.3.08

Situação no Iraque

Na semana em que se desencadearam
as guerras intra shiitas, Bagdad está a tremer que Bassorah comece a arder.
Os 4100 britânicos no aeroporto de BAssorah são um alvo mas não servem para fazer a diferença. Será a Operação Assalto Final do presidente Maliki um erro tremendo porque não permite recuo e a ser derrotada é o descrédito sem apelo ? Ou será um golpe de poker bem jogado, agora que Bush já nada tem a perder. A operação "vietnamização da guerra" tem a marca de Richard Cheney e dos neocons. Deverá acabar do mesmo modo.

28.3.08

Conhecer pelo andar...!

De Luís Brum
http://bagosdeuva.blogspot.com/2008/03/conhecer-as-mulheres-pelo-andar.html

Um antigo jornal espanhol apreciava assim a mulher pelo andar:
A que bate com os tacões, deitando o escritório a baixo, tem um génio a quem o demónio resiste.
A que anda nos bicos dos pés, é zelosa, curiosa, viva, impressionável e algumas vezes impertinente.
A que assenta a planta do pé é descansada, alegre, risonha e de bom carácter.
A que mete os pés para dentro, é maliciosa, pouco animada e pouco sincera.
A que deita os pés para fora, saracotando-se com desenfado, é capaz de comer uma vitela e negar até que o sol dá luz.
A que anda de peito saído e apertada de cintura, é dominante, presumida e não se impressiona com coisa alguma.
A que anda de cabeça baixa olhando para o chão, está disposta a enganar pai, mãe, irmãos o mundo inteiro.
A de cabeça levantada tem a massa encefálica empoeirada e o coração cheio de estopa.
A que se balanceia para um e outro lado, não conhece a modéstia nem ao menos pelo avesso.
A que pela rua se vai mirando, só gosta dela mesmo.A que é simples e só olha quando é necessário, sem fixar demasiadamente, que não anda depressa nem devagar, nem direita nem curvada, sem demasiados enfeites, é uma grande mulher.
Esta legislação minhas senhoras é claro que vigorou só na Espanha...Nada de sustos...Antigamente em Espanha conheciam as mulheres pelo andar.Em Portugal, em 2008, como conhecer as mulheres?

20.3.08

Dois Pensadores

Hoje, dia dos tambores de guerra do Iraque, quero comemorar Agostinho da Silva, um profeta da paz messiànica. E porque ele não está isolado, vou buscar o que já escrevi em Aproximação e um outro avatar da sabedoria ocidental - Bernnard Lonergan"Homenagear Agostinho da Silva é combater este apartheid entre filosofias e entre filosofias e outros saberes. E em homenagem a Agostinho da Silva proponho-me aproximá-lo a um outro grande pensador, Bernard Lonergan, também à margem da tradição académica dos professores de filosofia e dos filósofos profissionais. Ambos são provocadores de ideias mais do que doutrinadores, e ambos assumem a tradição originária de apelo à sabedoria que é inseparável da experiência humana.São dois pensadores com percursos muito diferentes ­- dir-se-ia o dionisíaco e o apolíneo - mas também com muitos paralelos. O português que vai para o Brasil que é “Portugal à solta” e que regressa ao solo físico da pátria de onde nunca saiu espiritualmente. O canadiano que vem para a Europa em Inglaterra e Roma, onde adquire o saber que levará de volta para as Américas. O leigo que faz figura de profeta espiritual e o sacerdote que escreveu uma melhores hermenêuticas das ciências humanas. E nas suas diferenças, ambos peregrino por uma verdade maior.Sobre Agostinho da Silva creio que, neste Congresso, nada é preciso acrescentar mais que uma sua conhecida e deliciosa auto-definição: «Claro que sou cristão; e outra coisas, por exemplo budista, o que é, para tantos, ser ateísta; ou, outro exemplo, pagão. O que, tudo junto, dá português, na sua plena forma brasileira».Sobre Bernard Lonergan cuja obra Inteligência; um ensaio sobre o conhecimento humano, aqui anuncio como em vias de ser publicada em português, introduzo-o de uma forma ingrata às reputações contemporâneas: um sacerdote jesuíta, um professor da Universidade Gregoriana, um canadiano formado na velha Europa mas que pede que cada um de nós pense por si mesmo. "

19.3.08

O colapso do poder americano

Como aviso sucinto e grave aqui deixo o artigo de 18 de Março, 2008, que me enviou Paul Craig Roberts ( Ex Secretário Assistente do Tesouro na Administração Ronald Reagan 1981-1985). E tomo nota que é o 5º aniversário da Guerra do Iraque.


No seu livro, o colapso de Poder britânico (1972), Correlli Barnett relata, que no início da 2ª Guerra Mundial, a Grâ Bretanha só tinha reservas de ouro para financiar as despesas da guerra por alguns meses. Os Ingleses pediram ajuda aos americanos e esta dependência sinalizou o fim do poder britânico.
As guerras do século XXI da América no Afeganistão e Iraque são financiadas por estrangeiros, principalmente chineses e japoneses, que compram títulos do Tesouro americano.l
A administração Bush prevê um deficit de $410 biliões no orçamento federal para 2008. Sendo de quase 0% a taxa de poupança, os E. U.A. dependem de estrangeiros para financiar as despesas do governo. Financeiramente, não são um país independente.
A previsão do deficit $410 bilhões baseia-se na suposição irrealista de um crescimento de 2.7% do PNB em 2008, quando é certa a recessão. Por isso, o dólar continua a declinar em relação a outras moedas. O dólar sofre a pressão dos deficits de orçamento, dos deficits de comércio e das expectativas da inflação resultantes de a reserva federal estabilizar o sistema financeiro com injecções de liquidez.
Os credores estão desconfiados. Contudo Washington parece acreditar que pode confiar no governo chinês, japonês e Saudita para financiar uma América a viver acima dos meios. Será um choque quando chegar o dia em que os titulos do Tesouro EUA não forem subscritos inteiramente.
Os E. U.A gastaram já $500 biliões na guerra do Iraque. Se acrescentarsmos os custos de recolocação do equipamento destruído, dos pagamentos a veteranos, dos juros dos empréstimos de guerra, ou o PNB perdido, a soma é de $3 triliões.
Mc Cain diz que continuaria a guerra por 100 anos. Com que recursos? Os credores de América falam de irresponsibidade fiscal total. Vêem a ilusão de um país que acreditA que os estrangeiros continuarão a acumular o débito dos E. U. até à eternidade.
Os E. U. estão falidos. David M. Walker, Comptroller General e presidente do Government Accountability Office, (GAO) em relatório ao congresso dos E. U.A. , em 17 de dezembro de 2007 notou que "o governo federal não manteve o controle interno eficaz e a conformidade com leis e regulamentos significativos como os de 30 setembro, 2007."
Além disso, o relatório de GAO indicou que as encargos do governo federal "totalizam aproximadamente $53 triliões ($53.000 biliões) em setembro de 30, 2007."
Frustrado, David M. Walker renunciou recentemente ao cargo de presidente do Government Accountability Office
Em 17 de março de 2008, um franco suíço vale pouco mais de $1. Em 1970, a taxa de troca era 4.2 francos suíços ao dólar. Em 1970, $1 comprava 360 yen japoneses. Hoje compra menos de 100 yen. O dólar desmoronou-se mesmo face ao euro, a moeda de um Estado que não existe: a União Européia.
Quem é credor, não quer ter a dívida paga em uma moeda tão fraca.
De acordo com dados recentes de 28 de Fevereiro sobre manufacturas e tecnologia, as importações em 2007 eram 14% do PNB dos E. U. e as manufacturas dos E. U. 12% do PNB. Um país cujas importações excedam a produção industrial não pode parar o deficit de comércio exportando mais.
Noam Chomsky escreveu recentemente que a América pensa que possui o mundo. A verdade é outra: os E. U.A devem ao mundo. O "superpoder" não pode financiar as próprias operações internas, menos ainda as guerras, excepto através da bondade dos estrangeiros em emprestar dinheiro que não pode ser reembolsado.
Os E. U.A nunca reembolsarão os empréstimos. A economia americana está devastada pelo offshoring, pela concorrência estrangeira, e continua a aderir a uma ideologia de comércio livre que engorda as grandes empresas multinacionais e os grandes accionistas à custa dos trabalhadores americanos. O dólar está a falhar no seu papel como a moeda de reserva corrente.
Quando o dólar cessar de ser a moeda corrente de reserva, os E. U. A deixarão de poder pagar as suas contas pedindo empréstimos no estrangeiro. Às vezes penso se o "superpoder” falido conseguirá ter recursos para fazer regressar as tropas estacionadas em centenas de bases no ultramar, ou se serão abandonadas.

Paul Craig Roberts foi Secretário Assistente do Tesouro na Administração do presidente Reagan e responsável pelo sucesso económico da política de supply side. Foi editor associado do Wall Street Journal. Leccionou a cadeira William E. Simon, centro de estudos estratégicos e internacionais, Universidade de Georgetown, e é Senior Fellow da Hoover Institution, Stanford. Tem a Legião de Honra do Governo Francês. É o autor Supply-Side Revolution : An Insider's Account of Policymaking in Washington; Alienation and the Soviet Economy e Meltdown: Inside the Soviet Economy e é o co-autor com Lawrence M. Stratton de The Tyranny of Good Intentions : How Prosecutors and Bureaucrats Are Trampling the Constitution in the Name of Justice.

16.3.08

há uma semana foi o pros e contras. Há cerca de um ano foi uma sessao " aseco" cujo resumo então fiz e aqui deixo. Os participantes do lado realistas foram semelhantes. Do lado republicano
nem tanto...

1. XII Congresso da Causa Real, em Lisboa, no Parque das Nações. Um debate aberto e longo entre as 15H30 e as 19H00 janeiro de 2007 sobre Monarquia-República, moderado pela dr.ª Fátima Campos Ferreira, no formato do "Prós e Contras". João Soares, Luís Nandim de Carvalho e Manuel Monteiro, na bancada republicana. Gonçalo Ribeiro Teles, José Maltez e eu mesmo na bancada monárquica. Uma assistência de cerca de 150 pessoas enchia o Auditório donde vieram mais de duas dezenas de oportunas intervenções como as de Ferreira do Amaral, Nogueira de Brito, Rui Carp, Lopo Castilho. Além de Dom Duarte, presentes o corpos dirigentes da Causa, presidida por António de Sousa Cardoso. Um debate emotivo com palmas e sem apupos, com muitas sintonias e discordâncias suficientes. Um debate em que ninguém cabeceou, como disse Fátima Campos Ferreira. Um debate que consolidou a ligação entre monarquia e democracia. Mas um debate que não pode ser ainda um virar de página porque não teve qualquer órgão da comunicação social a assistir….
A bancada republicana surpreendeu pela argumentação serena e construtiva – e não terá sido por jogar fora de casa. Apesar de obviamente republicana, concordava com o substancial do novo argumentário monárquico pela democracia. Todos os oradores da bancada confessaram não só a sua pessoal simpatia por Dom Duarte de Bragança, que assistiu aos debates, como o seu reconhecimento da valia e do contributo que Dom Duarte tem prestado à pátria e à democracia portuguesa. De João Soares e de Nandim de Carvalho vieram mesmo sugestões de que deveria evoluir o estatuto da Fundação da Casa de Bragança e a composição do Conselho de Estado para reflectir as prerrogativas do representante dos reis de Portugal.

Agora, argumentos específicos de cada a um.

Manuel Monteiro defendeu um regime presidencialista – à americana – com um esvaziamento ou desaparecimento da figura do primeiro ministro. No contexto actual, isso só pode apontar para uma defesa do reforço dos poderes presidenciais e nomeadamente do dr. Cavaco Silva, caso for eleito. Considera direito de qualquer cidadão poder ser eleito chefe de estado. E reforçou o seu capital de simpatia por D. Duarte.

João Soares considera que não devem existir mandatos vitalícios em democracia; nem Câmaras, nem deputados, nem presidentes, e portanto, um rei não seria democrático. Aparte isso, considerou preferível ter dez anos de presidência de Dom Duarte que de Cavaco Silva. Chamou a atenção que Dom Duarte aparecia muitas vezes isolado nos seus combates e que os monárquicos se deveriam organizar, já que notava um revigoramento dos argumentos.

Nandim de Carvalho atacou o "corporativismo partidário"; incitou os monárquicos a term formações políticas próprias - um partido mesmo, disse ele – que possam disputar lugares através de programas políticos genuinamente monárquicos, nomeadamente nas autarquias apoiando listas de independentes. O seu republicanismo pelo "Presidente de todos os portugueses" também recusa os mandatos vitalícios mas nada lhe custaria viver em monarquia, desde que o povo assim desejasse e houvesse plena tolerância dos republicanos como agora há dos monárquicos

Tudo apurado, os argumentos puramente republicanos contra a chefia monárquica do estado resumem-se a dois: é um mandato vitalício e não está aberto a todos. Por força da experiência portuguesa, evaporaram-se na atmosfera os argumentos habituais sobre as (in)capacidades do rei, sobre o papel de (in)existentes nobrezas, sobre o peso da corte. Nalguns caso, o feitiço virou-se contra o feiriceiro . Os velhos argumentos sobre os gastos com a Casa real e o intervencionismo dos reis, são agora tratados à defesa depois do artigo da revista EXAME de Outubro, demonstrando que cada português gasta 18 vezes mais com o seu PR do que os espanhóis com o seu Juan Carlos.

Ns bancada monárquica, todos insistiram que está por inventar o modo de instaurar a monarquia do séc. XXI, em Portugal, através do consenso popular. Uma coisa é existir uma solução histórica que é a instituição real, com as suas tradições; outra coisa é o procedimento actual que permite a um povo escolher democraticamente, com ou sem votos, um representante isento das divisões político-parttidárias. Finalmente, todos salientaram que conforme os relatórios da OCDE e do PNUD, são monarquias democráticas a maioria das quais entre os doze países mais desenvolvidos do mundo, em termos de índice de desenvolvimento humano e de produto per capita.
Da assistência veio a ideia força de que um rei tem a vantagem de ser o representante de uma instituição que gera espontâneas manifestações de coesão e de afecto, uma dinastia que no caso português coincide com a família do Duque de Bragança cujo tronco remonta ao próprio D. Afonso Henriques.

Gonçalo Ribeiro Teles realçou que a campanha presidencial está dominada por equívocos: 1) Obriga o país a escolher entre um ( ou mais que um) candidato da Esquerda e um candidato da Direita para um lugar que é de Unidade nacional; 2) Debate programas políticos, quando os poderes presidenciais são por natureza alheios aos do governo. Acrescentou que cabe aos monárquicos inventar o modo de inataurar a monarquia do séc. XXI em Portugal. E insistiu, finalmente, que sem comunicação social a divulgar ideias alternativas às predominantemente veiculadas pelos jornais e televisões, não há verdadeira democracia.

José Maltez considerou que tempo era de sementeira de ideias monárquicas, a médio e a longo prazo, a menos que houvesse conversão dos republicanos. Estabeleceu paralelos históricos com a Restauração, com o 5 de Outubro de 1910, com o Estado Novo em que od monárquicos sempre comhbateram em duas frentes; contra o autoritarismo antidemocrático de 1933, e contra a oposição socialista e comunista. Em tosdos estes momentos históricos salientou a ideia de Passos Manuel sobre "cercar o trono com instituições republicanas". Seguindo o pensamento de Barrilaro Ruas, afirmou os monárquicos "aperfeiçoavam a república". Não eram anti-republicanos, mas sim,para além de republicanos, eram monárquicos.

Eu mesmo evidenciei duas tendências políticas de fundo, uma interna, a outra internacional; ambas favorecem o crescimento da instituição monárquica A internacional é de que a processo de integração europeia vem exigir dos estados membros uma partilha dos poderes que o estado republicano não tem maneira de compensar. Mas a solução monárquica oferece uma garantia de independência que não é afectada por desenvolvimentos externos e internos.

A tendência interna é que, com a consolidação do Estado democrático em Portugal pode-se, deve-se e tem-se diminuido os poderes do chefe do estado. Não se justifica a originalidade do "semi-presidencialismo" português; o país deve ter uma única legitimidade democrática por via eleitoral. Os poderes diminuídos do PR abrem o caminho para um chefe de estado real.

Salientei ainda a importância de um debate de ideias como o que opõe monarquia e república, numa fase da democracia em que só os debates economicistas parecem ter direito à comunicação social. É uma herança da má desmarxização dos anos 80 em Portugal, o facto de a ideologia do materialismo económico ter transitado das mãos dos marxistas para a dos liberais, enquanto a utopia da justiça social ficou perdida, para ninguém.

Afirmei que é prematuro debater o modo de transição da república para a monarquia; as circunstâncias futuras ditarão os procedimentos necessários. Segundo as regras da dupla revisão constitucional, é possível fazer do rei o sucessor um presidente. A assembleia pode votar, o país pode referendar, os corpos soberanos podem aclamar o sucessor dos reis de Portugal. A única exigência presente é que a "aclamação" será um procedimento democrático.

No plano histórico, esse sentimento de aclamação verificou-se na restauração de 1640, descrita pelo jornalista internacional da época, o Abade Vertot, como jamais vista no que toca ao extraordinário consenso e unanimidade que permitiu a aparente facilidade com que as guarnições militares e o poder civil dos Habsburgos de Espanha foram expulsos de Portugal. Foi esse mesmo sentido de unanimidade que levou Francisco Velasco de Gouveia a escrever na "Justa Aclamação que "o poder dos reis está no povo".

Salientei ainda que, sem despesas para o tesouro público, Dom Duarte tem levado a cabo numerosas missões de interesse nacional, tanto junto dos países lusófonos, como das comunidades portuguesas. Internamente tem-se batido por causas cívicas de ordenamento do território, de solidariedade, de património, em que tem ganho a experiência de um chefe de estado real.

14.3.08

D. Lula


O presidente Lula está aprendendo história. Com o Rio cheio de cartazes de D. João VI, faz confusão mesmo ao carioca lançados nos ónibus nunca a menos de 60 à hora.
Mas os assessores de Lula lembraram-no de falar do Padre António Vieira, e da CPLP e dos Braganças no discurso do Real gabinete Português de Leitura. Os assessores do presidente Cavaco e a sua esposa, professora de português, nem isso.

10.3.08

Senhor Professor, por Pedro Cem

Recordo (como muita gente) os professores que tive. O "Sôtôr", o "Senhor Professor". O velho Senhor Pinheiro, cuja cara parecia um mapa de Portugal, o jovem Professor da 4a classe que regressara da Guerra e que me deu o primeiro livro que tive: "Roteiro da Arte portuguesa". Recordo a Professora Fátima que foi no Verão e não voltou, pois morreu de parto. Recordo a Amélia Santos, Professora de Física que me conhecia até ao coração. Recordo o velho Oliveira Ascensão que era um homem bom por trás da sua austeridade, a Professora Magalhães Colaço que me repreendia quando era Assistente mas se preocupava até se eu tinha escolhido a pessoa certa para me casar. Recordo o fogoso Garcia Pereira que nos ensinava o que sabia do Direito do Trabalho ou até do Martinez que sempre foi correcto comigo, dizendo-me sempre em silêncio "olhe que nem tudo o que contam de mim é verdade". Recordo, até por bem, as reguadas que levei, os terrores que tive antes do exames. Recordo o Amadeu, descalço correndo por cima das carteiras e ameaçando deitar-se da janela abaixo, despenhando-se da sua pobreza e desigualdade. Recordo o Guilherme que reprovou, se sentou ao meu lado e disse que no ano seguinte ia ser operário, como o irmão, e eu disse que não e hoje ele é um dos melhores pediatras do Porto -- não sei se fiz bem, pois trabalha tanto que já teve problemas de coração. Recordo o Padre Borba que toda a turma o gozava e ele continuava calmamente a dar as suas lições de música, vendo todo a nossa galhofa, por cima dos óculos com um estranho sorriso de conivência e continuando a falar de Bach e de Beethoven, ou do Padre Rodrigues que nas Aulas de Moral nos ensinava os rudimentos da Política, sem medo de pronunciar os "ismos" nas suas grandezas e misérias. Ou da Dona Odette, minha Pprofessora de Inglês, que depois de morrer a irmã com quem vivia ia sempre ao mesmo café e se comovia até às lágrimas com os êxitos do seus alunos que já não esperava que a visitassem.

Recordo todos estes professores, até o meu amigo Teixeira Neves que, num corredor, ao ouvir uma aluno insultar a Professora, lhe pregou um estalo, como um relâmpago, teve imensos problemas para continuar a trabalhar menos o do pai do aluno, que se apresentou no dia seguinte, ameaçador, para lhe dizer apenas: " o estalo que o Senhor deu ao meu filho...se não lho desse o senhor,dava-o eu."

E agora me lembro que, às vezes, na Vida, alguém fala pelos outros todos. Às vezes alguém tem na mão tantos momentos da nossa vida, numa só mão e agarra-os como quem agarra a água que corre da Primavera. E que nem sempre a vida é um voto, um impulso, um apetite, um êxito, como o rio que sempre corre diferente e é sempre o mesmo.

Obrigado, Professor, por teres estado na minha vida. O teu voto pode apenas somar a 100.000, mais ou menos. Mas o voto das muitas cabecitas ( e cabeçôrras) que passam no horizonte das tuas consumições, é um voto que vale por cem.

9.3.08

Professor como todos e Brasil

19:35 Sábado, 8 de Mar de 2008
Com palavras de ordem de "está na hora da ministra se ir embora", assobios e gritos de "rua, rua" cem mil professores fizeram, esta tarde, em Lisboa um xeque-mate a Maria de Lurdes Rodrigues. Com o Terreiro do Paço cheio e quando já estavam prestes a terminar as intervenções dos representantes das 15 organizações que coordenaram a "marcha da indignaçao", o desfile de professores continuava a chegar à Praça.

Não estivesse eu no Rio de Janeiro, em trânsito para Lisboa, estaria no Terreiro do Paço.
Sendo assim passei pelo centro do Rio. Comecei pela Candelária, onde se instalou o missionarismo nestas terras. Visitei o Mosteiro de S. Bento e a sua Igreja, momento alto do cristianismo no Brasil. Passei pelo Real Gabinete Português de Leitura no momento, onde por coincidência, estava começando o programa conjunto com os Presidentes de Portugal e Brasil . Um pouco antes, passei pela igreja de São francisco de Paula, onde a Casa imperial brasileira mandou rezar um Te Deum. No Largo do Paço, está em obras o Museu Imperial, assim como outras igrejas do período, NS do Carmo, no largo 15 de Novembro. E terminei no Museu de história nacional onde está uma admirável exposiçao sobre a transferência de D. João para o Brasil para além de outros momentos altos. MAs se não fosse isto estaria no Terreiro do Paço.

8.3.08

Como as coisas acontecem..!

A informação sobre o incidente da morte dos lideres da organização narco-terrorista FARC parece estabilizada. Heitor de Paola explica em MSM

Fontes fidedignas informam desde a Venezuela que Chávez rompeu o rigoroso silêncio de radiocomunicações 72 horas após a liberação dos reféns, chamando Reyes por radiotelefone por satélite e, ao não obter resposta, insistiu, fornecendo o código de segurança de urgência que obrigou Reyes a responder. Esta violação foi fatal para Reyes, pois o Pentágono facilmente detectou o chamado e as coordenadas do local onde estava, fornecendo-o a Uribe. Foi uma perda pior do que se supõe, pois o número 1 das FARC, Tirofijo, estaria, segundo estas fontes, em estado de saúde deplorável e em risco de vida, numa fazenda venezuelana próxima à fronteira com a Colombia, onde poderia ser facilmente atingido por um ataque igual. Este seria o motivo para a mobilização de 85% dos contingentes venezuelanos para a fronteira: Chávez, arrependido, tentaria proteger Marulanda “Tirofijo”. Segundo estas fontes, no entanto, isto não passa de uma fraude para enganar suas próprias Forças Armadas sugerida pelo G2 cubano: um ataque, por mínimo que seja, faria com que Chávez incendiasse alguns poços de petróleo no lago de Maracaibo atribuindo a culpa a Uribe. Chávez se aproveitaria do conflito que se seguisse para declarar emergência nacional e suspender garantias constitucionais, implantando de vez seu Estado Totalitário e levar o preço do barril de petróleo a US$ 200.00, objetivo que já anunciou há tempos.
Minha interpretação destes fatos é um pouco diferente: num típico lance ditatorial Chávez teria entregado Reyes de propósito, com a finalidade de assumir seu lugar e bem poderia agora, provocar outro incidente contra Marulanda que o levasse a atingir a quatro objetivos: 1- reconhecimento internacional das FARC; 2- assumir seu comando; 3- estabelecer a ditadura interna; e, como Presidente da Venezuela e líder das FARC, liquidar o governo Constitucional da Colômbia e aplainar o caminho para a Grande Pátria Bolivariana, sonho de Bolívar que Chávez pretende consumar. Digo isto porque estão tentando atribuir a Bolívar ideais democráticos que ele nunca teve: sua idéia de República era ter um Presidente Perpétuo, evidentemente, Simón Bolívar!

4.3.08

Operação Bizantina

A vergonha da independência do Kossovo não está a ser contada. imagine-se que 300.000 marroquinos emigravam para o Algarve e como passaram a ser a maioria declaravam a independência. ê o que se passa nessa terra sérvia com a cumplicidade interesseira e cretina dos Estados Unidos que sempre apoiaram o KLA que como organização terrorista que sempre foi foi recebia apoio da Al Qaeda e da CIA ao mesmo tempo. Carlton Meyer explica tudo na Sander's
Juntamente com o apoio frenético à Turquia para entrar na UE e aos incitamentos para que a Ucrãnia se junte à UE e ás chantagens para com a Rússia sobre mísseis , estamos perante a operação bizantina americana de fazer colidir os interesses estratégicos da Europa com os da Rússia para que se verifique tertium gaudet.