30.11.06

MENEZES SOBRE MARCELO

Do Blasfémias
«... Como uma espécie de "faz tudo" da corte, misto de comediante, declamador e cantor lírico, lá vai, domingueiramente, destilando banalidades com ar grandiloquente.Com uma carreira politica completamente falhada, em que sobressaem a humilhação perante Sampaio em Lisboa, a fuga ao embate com Guterres em 1999, é a "loira platinada e bem torneada" do regime: todos gostam de tirar uma fotografia com ela, mas ninguém lhe confiaria um "Smart" para o fim-de-semana no Guincho. Não há ninguém no "Portugal dos cocktails" que não conheça a história daquele conviva social com quem todos se esforçam para se levantarem da mesa em último lugar: única forma de não ter direito a 10 minutos de litros de veneno nas costas...»

D. Duarte e a Democracia, por Luís Aguiar Santos

O livro D. Duarte e a Democracia – Uma Biografia Portuguesa, de Mendo Castro Henriques, foi apresentado em Lisboa por Manuel Alegre e no Porto por Paulo Teixeira Pinto. Creio poder afirmar que a escolha destas duas personalidades para o lançamento do livro pretendeu demonstrar que o Duque de Bragança pode unir aquilo que é aparentemente contraditório. Não menos importante é a sensação, transmitida por estes eventos, de que é possível entre nós vencer os velhos facciosismos de que se alimentam as falsas causas e os pequenos ódios históricos que envenenam a nossa relação com o passado e uns com os outros.

Daquela possibilidade foi exemplar o discurso proferido pelo ex-candidato presidencial socialista no Teatro Gymnasium, no Chiado, a 22 de Novembro, desmistificando ideias feitas sobre o senhor D. Duarte e, em grande medida, sobre a memória histórica da instituição real e o seu significado na actualidade. É rara a capacidade demonstrada por um republicano socialista como Alegre de dizer o que, estranhamente, mesmo entre alguns “monárquicos”, nem sempre parece muito evidente: que o herdeiro da Coroa de Portugal encarna tanto uma tradição dinástica quanto uma tradição de liberdades civis e políticas, nomeadamente aquelas que, aperfeiçoadas sob a monarquia ao longo do século XIX, a república autoritária de 1933 se esforçou por denegrir, desprestigiar e fazer esquecer – o Estado de Direito, as liberdades de expressão e de associação, o moderno parlamentarismo ou as eleições pluripartidárias.

No discurso de Alegre, tal como na nova biografia por si várias vezes elogiada, ficou patente que o Duque de Bragança tem sabido manter a causa real acima de facções – mesmo de facções monárquicas –, apenas se comprometendo com aquilo que entende ser o interesse nacional e esse património já antigo, embora não contínuo, de direitos, liberdades e garantias. Independentemente das preferências de cada um relativamente à forma da chefia do Estado (electiva ou dinástica), um retrato mais claro do Duque de Bragança e da causa real nele encarnada podem agora colher-se no novo livro de Mendo Castro Henriques – e no discurso de Manuel Alegre.

29.11.06

O Monitor das Fraudes


O Monitor das Fraudes é o primeiro site em Português sobre fraudes, golpes, lavagem de dinheiro, corrupção e outros perigos que existem na vida privada e no mundo financeiro e dos negócios.O site tem como objetivo informar sobre estes perigos e sobre as políticas e os cuidados a serem tomados para evitar problemas.http://www.fraudes.org/index.asp

José Esteves, o Cativo que me mantém cativo, por Irmão Metralha

Bom, que bom! Bum! Já temos o nome de quem fez a Bomba do avião de Sá Carneiro e Amaro da Costa. Claro que não era era para Sá Carneiro, porque este, à última da hora, cancelou os bilhetes na TAP e foi de boleia com Amaro da Costa. Também não foi para Otelo Saraiva de Carvalho porque este não estava virado naquele dia, para fazer um comício no Porto, por Sá Carneiro, nem para Vasco da Gama, porque esse não esperou pelo avião e foi quinhentos anos antes, de barco para a Índia. E D. Sebastião não aderiu ao 25 de Abril porque estava a procurar um vôo económico de Marraquexe para Lisboa e depois não o deixaram embarcar porque vinha encoberto. E Viriato, que afinal nascera em Cáceres, era espanhol.
Diz o modelo do Paradoxo do prisioneiro, construção lógica na teoria dos jogos de informação, que quem confessa primeiro, de dois suspeitos dum homicídio, é o primeiro a sair livre, para que se lhe possa meter um processo formal, e investigar melhor o suspeito que fica preso. Estranho, não é? Só no Texas. Se confessou, devia ficar preso, mas no Texas todos são mais ou menos suspeitos de dar tiros uns nos outros e, portanto, a vida continua com ou sem palavras, paga-se um advogado e pronto. Por isso, só se mantém detido o suspeito que se cala, para o fazer falar. Se se tivessem calado os dois, acabavam por ir os dois para fora. Se confessassem os dois, ficavam os dois presos por muito tempo para saber quem era. Portanto, como o Xerife os pôs incomunicáveis, cada um lá pesou os prós e os contras de confessar depressa. Conclusão: quem confessa primeiro tem menos crédito e compra o crédito que lhe falta a um advogado. Quem se cala fica preso muito tempo.
Mas em Portugal, o Xerife usa pistolas de fuminantes e até um ladrão gracioso lhas substituíu por duas de chocolate. Quem fala primeiro, fica menos livre do que sempre fôra e quem fala mais tarde fica mais livre do que antes. Ah, mauzinho e rasca, à maresia, Português toda a noite e dia!
José Esteves, com Metafísica do Raúl Solnado, agora com a perfídia enrolada num turbanta islâmico, depois de ser o corrécio do Ocidente, já não precisa de mudar de sexo, para reinar nos Cais do Sodré. Quem o mandou fabricar a bomba ou inventar esta história toda, até pode vir a deslindar o grande folhetim sangrento do 25 de Abril, pois, nem Sá Carneiro, nem Amaro da Costa, nem a honestidade de Portugal são capazes de ressuscitar.
Em vez do Paradoxo do prisioneiro, temos o Parte-a-moca do Vigarista.
Raios partam os transtornados que governam Portugal, país do Sal e do Sol a mais na cabeça, desde há três décadas! Rei fraco faz fraca a forte gente?! Fraca gente faz fraco o forte Rei!

28.11.06

por Boris Volodarsky

Do meu colega no WAIS, reproduzo o seguinte sobre Litvinenko
O WAIS foi fundado por Ronald Hilton, um grande amigo de Portugal e professor emérito da Unversidade de Stanford, na Califórnia, onde fiz meu estágio de pré-doutoramento. É composto por gente de ciência política do mundo inteiro tendo por única divisa "as brisas da liberdade".
Embora organização informal, tem uma presença activa nas questões concretas de relações internacionais.

"Why did Mr. Litvinenko reveal that he was ordered to assassinate one of the political figures in Russia? At least, that is one of the incidents which Japanese newspapers reported about him."In the Russia of 1998 such moral and political realities as perestroika,glasnost and democracy were already on decline, and a criminal mafia-style state was starting to emerge. A popular way to get rid of a political opponent was murder. Many WAISers may remember, for example, that in 1998 a democratic Russian politician, human rights activist and member of the Russian parliament (Duma), Galina Starovoitova, was shot dead in cold blood in her apartment house.The first precedent was created by Nikolai Khokhlov in 1954, when herefused to assassinate a Russian emigre in Frankfurt am Main and defected to the USA. This example was followed by Bogdan Stashinsky, another KGB officer, who on Kremlin orders poisoned two Ukrainian patriots in Germany in 1957 and 1959, and in 1961 defected to West Berlin and told the truth.At least two cases when the KGB (SVR/FSB) used highly sophisticatedradioactive agents for political murder are registered: the Khokhlov case in Frankfurt in 1957, and the Tsepov case in St. Petersburg on 11September 2004 (sorry for the typo in a previous posting). As far as I am informed, the British authorities are very close to documenting that Alexander Litvinenko, a British subject, was murdered in the centre of London by the agents of the Russian foreign intelligence service.

Lágrima de preta, No Centenário de António Gedeão

Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.

Berlusconi cadeva, per Pedro Cem

Berlusconi, vicino ai setantanni si cadeva. Si cadeva come uno di questi chi ascoltano una voce interiore, davanti alla qualle non hanno bisogno di ascoltare due volte per rimanere attenti per sempre. La sua faccia era già una maschera mortuaria, come Polichinello all'alba del Venerdi Santo.
Magari molti festeggiavanno già la caduta di questo "maffioso", di questo "pagliatone", davanti ai mezzi che lo hanno fatto Presidente del Consiglio d'Italia. Sarebbe la giusta vendicazione di tutti quanti a chi lui ha rubato, umigliato, truffato e disprezzato, diccono. La fame delle masse democratiche avrebbe un piccolo sollievo, fino alla prossima vittima, dei sue frustrazzioni di potere e spettacolo.
Però se la Democrazia è questa belva chi asciugga fino alle ossa i sue servitori, allora il cosidetto "meno male" dei sistemi politichi non lo desiderio al peggiore dei miei inimici.
Anche le prime vittime delle Tirannie sono i stessi tiranni e mentre che ne non riconosciammo le conseguenze, è inutile di abattere le tirannie. Così i tiranni avranno sempre un può di giustizia della sua parte.
Per tutto questo, ricerchiammo veri Re, chi invece di esserne i primi nobile della umana società, ne sonno i primi servitori. Mentre che la Democrazia moderna non riconosce i limiti anche dei sue uomini, il Re vero non pensa a morire nobilmente davanti al pubblico. Lui accetta morire anzitutto come quelli schiavi tra quattrocento chi sono, contro la volontà del popolo, stati giustizati da un Signore romano al tempo di Nerone, perchè uno di loro, e solo uno, avevva provato di avvelenarlo.

27.11.06

Manuel Alegre e Dom Duarte juntos «sem complexos»

Apresentação de biografia política

«Valores nacionais comuns» levaram o ex-candidato à Presidência da República a apresentar a biografia política do pretendente ao trono de Portugal. Contra os «tabus em democracia», o republicano Alegre não é contrário a um referendo sobre a monarquia.
Um republicano entre monárquicos. Manuel Alegre apresentou esta quarta-feira em Lisboa a obra Dom Duarte e a Democracia – uma Biografia Portuguesa, de Mendo Castro Henriques.
«Com gosto» e «sem complexos», o candidato às últimas presidenciais esteve no Chiado alegando «valores nacionais em comum» com Dom Duarte. Os valores, segundo Alegre, daqueles «que não precisam de sondagens para saber se querem continuar a ser portugueses».
Na cerimónia, onde estiveram presentes Dom Duarte e Isabel de Herédia, o socialista disse que se vive «um momento em que são precisos patriotas que saibam renovar e afirmar os valores permanentes de Portugal».
Em sintonia, Dom Duarte disse que «os valores patrióticos não são um monopólio da Monarquia ou da República, da Esquerda ou da Direita». O pretendente ao trono português declarou que se deve questionar «que futuro se quer para o país, se queremos ser uma região dentro de uma federação qualquer, ibérica ou europeia» e frisou o valor da independência nacional.
«Basta perguntar aos bascos e aos catalães se não querem ser independentes. Nós que temos a independência, temos o dever de defendê-la», declarou.
Ao apresentar a obra, Manuel Alegre declarou-se «surpreendido» por alguns aspectos da vida de Dom Duarte Pio, como o facto de o pretendente ao trono ter estado em Saigão nas vésperas do 25 de Abril, de onde enviou um documento em que manifestou o seu apoio ao Movimento das Forças Armadas e à Junta de Salvação Nacional.
Alegre mostrou-se de acordo com Dom Duarte e Mendo Castro Henriques ao partilhar as «inquietações» acerca do peso dos poderes económicos no processo da globalização que, segundo o socialista, geram um «grave risco de ruptura do contrato social».
Contudo, quanto a outra «inquietação» de Dom Duarte, a União Europeia, Manuel Alegre diz que Portugal «não tem outro caminho senão manter-se no centro das decisões».
O socialista aproveitou a ocasião para recuperar uma frase proferida durante o último congresso do seu partido. Alegre criticou novamente o Tratado de Maastricht, ao dizer que o documento «nos obriga, para reduzir o défice orçamental, a tomar medidas que não permitem resolver outro défice, o social».
Já o autor da biografia editada pela Bertrand, Castro Henriques, disse que os portugueses têm que estar «preparados para as surpresas da História».
«Os mesmos que nos vendiam o Fim da História impõem-nos agora o Choque de Civilizações», ironizou Castro Henriques.
No final da apresentação, Dom Duarte fugiu aos autógrafos e às dedicatórias, para celebrar em privado o 40º aniversário de Isabel de Herédia.

pedro.guerreiro@sol.pt
http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Politica/Interior.aspx?content_id=10566


25.11.06

The death of many, by Globetrotter

I cannot appease this feeling of anguish. There are many people around there, being killed. Christmas doesn't help very much, neither the weather, which is one day Summer, and the other Winter.
Human life isn't worth a dime. One may die after the TV and other may die before the TV.
The Pope was stubborn and the era of academic stubborness has come to an end .It was overwhelmed by love, passion and its illusions. But the illusion of Wisdom is nothing else than another illusion, in all this confusion. The people we love will bring back to us, the pride on that they love better. I wonder myself whether we are needing lessons in love.
I'm afraid that the Pope is going for Bartolomew, the Patriarch, ignoring how the Orthodoxs managed to survive in an hostile environment. Academic splendour and schoolar assertiveness has come to an end. And the hostile muslims are already stampedeing among themselves, even if the throng waves behind, gathered there, only to see. Behind a brilliant academic there is a dreaming humorist. But an humorist doesn't manage the miracle of laughing. Laughter has to emerge in outbursts. There is no model joke to guarantee the laughs. It depends on the moisture in the air. And now, there is no moisture.
Jesus had no Library and he was not very certain about the watch.
I fear for the Pope. I fear for an all-out war.

24.11.06

Don't pay the ferryman ( to Alexander Livtinenko), by Globetrotter

É possível silenciar um homem, mas não um Exército. É possível silenciar um Exército mas não um Homem.

Nota: a polícia britânica confirmou que Litvinenko morreu quinta-feira, dia 23 de Novembro de 2006 às 21 :21 TMG

I m sorry you didn't make it
I m sorry the Angel of Pain got his daily prey
Where you go, nobody knows
We just wait in the Acheront's banks for the next ferry
To come
The sky, there, won't dawn gay
It won't dawn at all.
We just wait for our lot of ferry.

We could revolt, we could shout and shoot
Go to the churches and pull down the bells with rage
But you took your lot of ferry



And finally we'll take ours

No, this is no joke
Your eyes looked at us
In your green prisoner's garment
Medecine tried everything it could
You died over the sweet, white rocks of Dover
As if there was a Homeland, somewhere
For an erratic soul

And now I give my hands
To yours already cold
Slipping away from mine
Over the riverbank.

Always the Angel of pain will hide his putrid filters
And always we 'll long to return
From the shores you're going to.

The death of a Christian, by Globetrotter

The assassination of Pierre Gemayel is too desperate to be plausible. Since the beginning of "Iraqi Freedom", the Middle East is much worse than what we could imagine. Lebanon was an improbable island in the middle of this turmoil. Lebanon was having a growth rate of about 11 % a year and almost becoming the model of an arab country rich and democratic enough, before the war of July. This frail peace was based on a very delicate balance, which hid a lot of hipocrisy and was haunted by specters such as the Hezbollah.

Maybe those interested in the radicalization of the interest groups and those investing in the establishment of hard frontlines, could sacrifice the young leader, with a resounding family name, but who led an isolated and once defeated community.

These explanations do not bring him back to life, neither subside the fear among his people. But it is curious that everytime a Lebanese leader, with a western posture, rises in his country, something bad happens to him. Is it because he is pro-western or because he is lebanese? Does the West really want a successful arab country in a world stepping at the drum of the "Clash of Civilizations"?

The worse is that the arab mind is so plagued by resentment and hate, that it doesn't matter which church it kneels in to subdue its grievances. Maybe, someone is thinking that the voluntary suicide attempt is the only therapy arabs may have, to join the modern world. That's why his assassination is much more pointed out to the return of one of lebanese seasonal yields, protracted civil war, than regime change, which -- according to the theory -- should be only a bud, grafted from the XXIst Century aside.

I wouldn't be surprised if those who realised that war comes out of Democracy, prefer their stubborness to truth and aquiesce in that Democracy should come out of war. And if we have now two jihads, an eastern and a western, who cares if some more are going to die?

La France n'intérésse pas, par Globetrotter

Si les alternatives sont celles de Ségolene et Sarkozy, nous avons devant nous un Paul et Virginie caricatural. Je dis si mais, en dictature démocratique, le moment qu'on pose le si, le temps a commencé déjà à marcher d'une façon inéluctable. Sarkozy est un traître proféssionnel à tout moins à son désir de révanche et d'éminence. Il n'est pas différent de Chirac et n'est pas qu'un fruit tardif du Gaullisme dictatorial. Il est même prolétarisé parce que toute sa montée en avant aurait la chute dans une situation presque de chômage, divorce et cambriolage morale, comme alternative. Donc, la course à la Présidence est comme une compulsion de métier ou de carrière, comme si la machine aurait besoin de quelq'un pour la remplir le plus vite possible, un vide dans la vôute. Sarkozy ne semble pas digne et ne l'est pas très probablement.

Dans l'autre côté, Ségolène n'est pas crédible. On l'aime parce qu'elle est un Femme et Mère des fils biologiques du sécrétaire gris du plus grand Parti de l'opposition. Le gris a, ainsi, un ménage humain. Donc, ce sont des raisons annexes, un fait divers, qui occupent les frenesis pré-éléctoraux d'un Publique pauvre en alternatives. À la Droite un barrodeur qui est un rejeton pour la Gauche et, à la Gauche, un visage agréable qui est un vide mental pour la Droite.

Si la classe politique issue du Gaullisme et du Mitterrandisme ne peut pas produire que ça, alors c'est parce que le respect de la France pour soi-même ou sa fameuse imagination se sont retrouvés a un tel degré de révéler le dépassement de la France comme modèle ou phare international.

Uma Conferência sobre Agostinho da Silva, por Damião de Fróis

Paulo Borges, especialista de Agostinho da Silva e Presidente da Comissão para a comemoração dos cem anos do seu nascimento, deu recentemente uma conferência sobre o tema, a que assisti. Paulo Borges é uma pessoa atenta aos sinais dos tempos e sensitivo. A mensagem que passou foi a deste seu mestre, ou seja, a de que em tempos e civilizações onde se não perde tempo e se acumulam riquezas, era bom optar por uma filosofia de vida mais lúdica, mais aberta ao imprevisível. Muitas coisas se disseram mais e esta divulgação, aqui simplificada, do pensamento de Agostinho da Silva, sugere-me que Portugal poderá encontrar nesta corrente uma forma de flutuar num tempo em que o país pode ser abertamente vendido, apesar da sua antiguidade histórica e densidade pré-histórica. E é, portanto, uma filosofia que se despoja em busca de uma resposta ou que abandona a busca técnica dessa resposta. Vejo, nos tempos que correm, um soberano riso, vindo de quem não se submete a um destino ignóbil mas vejo também quem se possa aproveitar da mensagem para investir no ignóbil. Sim, porque alguma gente tem-se sistematicamente comportado de um modo lúdico na sociedade portuguesa, embora prevendo com um cinismo assutador todos os imprevisíveis.

Não esperemos, portanto, desta vida além da morte de Agostinho da Silva, algo muito inovador quanto aos caminhos que Portugal tem percorrido, sobretudo em tempos de crise. Mas pode ser uma excelente técnica para nos furtarmos decididamente de Agressões brutais que aí estão nos invadindo.

21.11.06

Alexander Litvinenko, by Globetrotter

Alexander Litvinenko is trying to survive in a hospital bed. He belonged to the elite former KGB secret agents and was an expert on terrorism and organized crime. He had a brilliant career and got very young to the rank of FSB colonel, while Putine was ascending to power, on promises to crack down on terrorism and organized crime. Litvinenko shifted sides, over a country which is keen in secret wars and he jumped to another country which is called to be democratic, but which proudly displays the license to kill of their secret agents, which has hidden Jack the Ripper and which did not calm us down about Diana, the Princess of Common People.

I believe he was sincerely trying to shed some light in the murder of Anna Politkovskaya. For an agent who shifted sides long after the Cold War was over, trying to trace back the murderers of Anna was a reason to give a reason to his life. I also believe that those who made a photo of him in the hospital bed, want to capitalize in cold wars.

May the Angels of Relief hold him. When a person such as Anna Politkovskaya is murdered, the country becomes personified in her. Russia is Anna Politkovskaya. Shame on those who hide in the shadow of this icon of Russia. And blessed be those ones who fall holding her flag.

Go, Angel, who fight in the veins of Alexander, against the angel of pain...

20.11.06

Bem vindos à Globália, por Rui Matos


GLOBÁLIA - é uma fábula visionária sobre a globalização da autoria de Jean-Christophe Rufin. O autor traça um retrato do presente através da sua projecção no futuro, e é isso que faz de Globália uma história de aventuras que continua a tradição de grandes romances de antecipação tipo Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley ou de 1984 de George Orwell. Mas sem o seu fulgor e mestria, é claro. Nessa linha, aproveitámos o título e nada melhor do que o 10 de Junho para, sob a égide do grande Luís Vaz de Camões - promover aqui textos, reflexões, críticas e outros citrinos relacionados com valores que nos são caros: Liberdade, Segurança e Prosperidade. Porventura, os três valores mais importantes da contemporaneidade e, também, os mais difíceis de realizar no interior das sociedades, já para não falar no sistema internacional, onde nunca reinou lei nem roque.
Aqui, como no romance, todos somos do mesmo Estado: a Globália; todos falamos a mesma língua, o anglo-global e só a limitação da realização daquela troika de valores (Liberdade, Segurança e Prosperidade) pode restringir a nossa actuação. Este é um espaço do "fora" e do "dentro", da razão e da emoção, a recortar os caminhos da reflexão e da intervenção crítica e cívica na blogosfera. Mais um espaço transversal - sem fronteiras...
Neste tempo futuro em que se situa a Globália, haverá espaço para o romance?

Há um lugar central. A defesa da leitura e em particular da ficção é qualquer coisa de essencial, porque é o único verdadeiro acesso individual à expressão. A única liberdade directa é escrever. A possibilidade de escrever, de escrever histórias, é verdadeiramente uma liberdade individual. O cinema já não é assim. Depende do meio, o controlo político, social. O livro é o último meio revolucionário ao alcance de todos.

Em português com sotaque do Brasil, o escritor francês confessou sentir-se um aluno em vésperas das férias grandes. Entre as Maurícias e Lisboa, com uma paragem em Paris, chega ao fim de um mês de viagens de avião. É tempo de voltar ao novo romance, cuja escrita foi interrompida há três anos, quando assumiu a presidência da ONG Action Contre la Faim (RUI MATOS)

18.11.06

Aforismos em Novembro, por Pedro Cem

1- Quando a Amnésia o atacou, voltou a arranjar um Ideal pelo qual viver e morrer. Se se voltou a esquecer de alguma coisa, nunca mais se esqueceu do principal.

2 - A linha da sua vida sofreu muitas quebras. Mas sempre que a olhava, mudava de plano onde a linha se reflectia e, por isso, linha mais recta que aquela, não havia.

3 -- Quis ser filósofo para triunfar na vida. Desperdiçou o Saber que estava todo escrito antes, o qual era o chão do lago, cuja superfície lhe reflectia o rosto.

4 -- Do geral para o particular, e vice-versa, é como antes para depois e vice-versa.

5 -- A força da democracia não é democrática. Espalha-se porque é invejada. Retrai-se se é imposta.

6 -- Porque me reservo o direito extremo de matar, não posso concordar com o Aborto.

7 -- Quem reflecte, perde sempre a primeira e a segunda votação.

8 -- O meio-caminho entre o zero e o infinito é o maior número que se conseguir imaginar, porque imaginação também tem sono e, a certa altura, não diz nada de jeito.

9 -- A média de tudo não cabe em tudo. E quando a metem lá, explode com tudo.

10 -- A Liberdade como um fim em si é igual à Ditadura do Paradoxo.

11 -- Na Internet falta a Comunicaçao não-verbal. Na rua, falta a comunicação verbal. Na Internet viciamo-nos em nervoso miudinho. Na rua, viciamo-nos em miudinhas pelo que a Internet acabará transformada numa rua de lanterna vermelha.

12 -- Se cada instante, olhos nos olhos, pode mudar a Eternidade, é melhor que aprendamos a perder em tudo o que não forem instantes, para podermo-nos fitar, olhos nos olhos.

13 -- Um disparate é um bom despertador. Um disparate continuado é como um biombo entre nós e uma tarde clara. Guardar uma tarde clara no pensamento é como querer meter um biombo entre a Terra e o Sol e, por isso, os iluminados vivem em eclipses.

14 -- Entre Ségolène e Sarkozy, qualquer pessoa honesta vota em Le Pen.

D Manuel II no Youtube



A Time acaba de publicar um artigo sobre a revolução no Youtube, criado por Steve Chen Chad Hurley e Jawed Karim, numa noite de 2004, em Silicon Valley e adquirido entretanto pela Google. Quando as pessoas começaram a ver o youtube, apropriaram-se dele. 70.000 videos são lá colocados diariamente, numa das maiores confirmações da visão de Tim Berners-Lee, o criador da internet, que jurou desmassificar a comunicação e conseguiu! É verdade! Como exemplo de proveito e lazer aqui fica o que antes era impensável. Um inglês chega a Fullwel Park, não acredita que D. Manuel II lá viveu uns 20 anos mas descobre a verdade, os arredores e testemunhas. Espantoso! Como se diz no video, feito sem subsídiodependências

Velhos são os trapos, por Pedro Cem

Se a coligação de Centro-Direita vencer as eleições na Holanda, na próxima semana, as poucas holandesas que usam burka, não poderão andar vestidas assim, na rua. Isto tornará a Holanda, o país com a legislação mais restritiva de toda a Europa, sobre o assunto. Qual assunto? Uns dirão que é o fundamentalismo islâmico, outros que é o dos hábitos de vestir de algumas pessoas. A Holanda já tem uma lei avançada sobre a Eutanásia e legalizou um Partido, o NVD, que defende a pedofilia, além de ser o único país da Europa onde se podem vender legalmente drogas leves, em pequenas quantidades. Em Portugal, a Imprensa e a atenção, voltam-se para o referendo sobre o direito de abortar até às dez semanas.

Como o tempo mudou! O tempo em que se tinha de entrar em certos lugares só com gravata e aquele em que se não podia dar um beijo em público ou ir nu para a praia. Em certos lugares em França, as moças muçulmanas, não podem entrar com o jilbad, uma espécie de túnica, em vez do uniforme. Em Inglaterra, a Professora -- aliás competente -- que usava o hijab, ou lenço que só deixa ver os olhos, foi suspensa do trabalho e perdeu a acção em tribunal.

Está visto que estas orientações contraditórias não podem prevalecer. Mas a Lei muda ao sabor das maiorias políticas, nunca houve tantas Leis a dispôr sobre tantas coisas e também nunca houve tantas práticas que prosseguem independentemente da Lei, nomeadamente o negócio rendoso de importar subdesenvolvidos para todos os fins: trabalho escravo, prostituição, transplantes, pedofilia, solidão.

O primeiro remédio que se afigura para isto, não é fazer uma discursata sobre os "limites da Liberdade", ou sobre os limites da Lei. Há que encarar de frente a fonte de todas estas coisas. Os Muçulmanos dizem buscá-la em Deus, conforme a Lei revelada no Corão e na sua Tradição e nós (quem somos nós?) no palavreado e num turbilhão de sensações e subsídios que mudam mais rápido que a própria sombra. Sim, senhor, pois o que falta mesmo é a vontade de um Rei, nesta Nação, que dissesse o que lhe agradava e o que lhe desagradava. E que fosse essa a expressão da Nação.

A unidade da expressão, quando fosse necessária ( e isso notar-se-ia por formas democráticas e não democráticas que fossem reconhecidas não apenas por nós mas também pelos nossos antepassados) havia de se pronunciar, estabelecendo o ponto a partir do qual funcionaria o bom-senso. Quem não quer admitir o uniforme de um colégio, funda outro colégio. Quem não quer endossar o uniforme das Forças Armadas, faz objecção de consciência. Mas quem quer andar nu pela rua, alargue a sua sensibilidade e descubra por que é que isso pode magoar os outros. Quem quer andar todo coberto pela rua, que ande, excepto quando a Autoridade lhe exigir a identificação, podendo esta aceitar certa especialidade de tratamento se tiver tempo e meios para isso.

Num mundo ao qual se dá a volta em 24 horas, as distâncias têm de ser perservadas. Nós não somos um avião e temos direito de resistir a quem nos quiser embarcar.

17.11.06

The housemaid and the hangman, by Blogtrotter

It is true that when one begins to dream he's dreaming, in the middle of a dream, he's about to wake up. So let's tie all the perceptions up, be them the housemaid Ségolène Royale and her two pages, Strauss-Kahn and Fabius or a discredited portuguese politician, such as Pedro Santana Lopes, be them Gen. Pinochet who indulges in receiving, privately, the families of the thousands he order to be slaughtered, or the crazy Moqtada Al-Sadr, who invokes God and Country everytime he determines someone to be killed, and let's prick ourselves to know we are just dreaming. Maybe we'll wake up.
Let's pretend that the persons we admire, such as Napoleon or Maometh, were above any suspicion. Let's cross S. Peter's Square and imagine that behind those walls, sanctity and compassion have flourished, beyond any reasonable doubt. Let's switch on the TV and breath in the colours of Democracy and Freedom till dawn. Let's believe there are Civilizations, pregnant with the Son of God, ready to unfurl waves of wisemen and leaders whose sayings and writings should occupy our minds till we fall blind and smashed with devotion for their sayings. Maybe, then, with a much longed for book in our hands we'll wake up and say: I won't read it.
Let's take everything which is heavy and dignified, moulded in golden bronze and then, yawn of pleasure in front of the housemaid Ségolène Royale, who smiles all the time over her big breast, leading all the smart and determined housewives for a new Century of girl's power. Maybe we'll wake up then. The Great Heidegger and the Great Nietzsche said that thinking his hard, it requires owl's eyes to see the Reality, it is not just for anyone and everything returns, just give yourself up to this Grand Reality.
Yes, yes. And just wake up of this stupid, abject dream.
Go do something loving and caring.

15.11.06

A crush for Condoleezza, by Globetrotter

Fisherman say that the surface of the Sea is like a face. It hides and reveals many things to happen.
Is it me or is it my imagination, but is it happening something new with Condoleezza Rice?
She is getting more beautiful as if she knew something we don't even guess.
But we, sailor's race, we know. We know why Ebony covers the splendour of the golden sun; Because we know, that the colours of life, when they hold together, they do not get white, they get dark. And we know how tenderness hides in a somber look, how the magnetism of life grabs our heart, when the sunlight flows down a dark face and makes it shine as a golden secret.
She's shining more than the handful of black actrices who managed to rut a career in Hollywood. She may have no future and she's now, probably slipping out of the chains of duty and grandeur. Is she going to let surface that dignity of black America, that jelly which flows out of the whip wounds, that music in shining summer dawns that holds the lips together and make the eyes illuminate the sun with the splendour of shadow?
I hope it will. And even my heart gets captive if Condoleeza is growing happy. She deserves it and there is somebody out there who always deserved the blessing beauty of Condoleezza.
Yes it's Summer, Summer of St. Martin who gave away his mantle.

15 Novembro - A República brasileira

Hoje comemoram os brasileiros mais um aniversário da implantação da República, que talvez não tivesse acontecido - ao menos nessa data - se o Imperador não se encontrasse em Petrópolis. A proclamação da independência do Brasil foi um acto da (dinastia de Bragança, a favor da continuidade. Mas a proclamação da República foi uma ruptura, a provocar animosidade entre monarquistas e republicanos, e tornar potencialmente "traidores" quantos - até 15 de Novembro de 1889 - apoiaram o regime monárquico e ou o Imperador. Os militares, que até a véspera faziam parte do regime depuseram–no no dia seguinte.
Foi o Marechal Deodoro da Fonseca (que em 3 de Fevereiro de 1887 enviara ao Imperador uma carta de protesto contra o desprestígio que atingia o exército dirigiu-se ao Quartel General para dissolver o ministério, formar um governo provisório e assumir a chefia.
Benjamim Constant precisava do prestígio de Deodoro para a implantação da República; o Marechal Deodoro - levando consigo a brigada revoltada - dirigiu-se ao Quartel General e informou o Visconde de Ouro Preto de sua deposição e da dissolução do ministério, esclarecendo que ia levar ao Imperador a lista dos novos ministros!. Mas - como já se disse - o Imperador encontrava-se em Petrópolis, e Deodoro (envelhecido e doente) regressou a casa. Ao anoitecer do dia 15 Benjamim Constant convenceu Deodoro da Fonseca a aderir à causa republicana. E o Imperador NADA FEZ para defender o trono. Também ele estava velho e alquebrado, vindo a falecer em 1891, em Paris. A quase totalidade dos servidores do Império, passaram ao serviço da República sem interrupção.

Damião de Gós e a vitória da razão

Rodney Stark
"O sucesso do Ocidente deve-se a quatro grandes vitórias da razão. A primeira foi o desenvolvimento, dentro da teologia cristã, da fé no progresso. A segunda foi a forma como a fé no progresso incentivou inovações tecnológicas e de organização, muitas vezes apoiadas por centros monásticos. A terceira vitória foi que, graças à teologia cristã, a razão influenciou a filosofia e a prática política de tal maneira que surgiram na Europa medieval estados responsáveis com um elevado grau de liberdade pessoal. A vitória final foi a aplicação da razão ao comércio, que resultou no surgimento do capitalismo dentro dos ambientes seguros proporcionados por esses estados. Foram estas as vitórias que levaram o Ocidente a vencer. "

14.11.06

The end of the fashion, by Globetrotter


Britain has offered us a peculiar way of coping with modernity. Because it was an Island, Britain managed to reconcile modernity with tradition in a very implosive way. When the Stuarts were restored, the only way of avoiding a Revolution was to decree libertinage at a national scale, as the plays of Wicherley depict. This added to the bloodshed of Cromwell times, made up of Britain the home of hipocrisy, the cult of Terror and a dislexya we admired as "very british", until we found out it was raw pragmatism and we were on the way.

The speech of Tony/Chery Blair yesterday was but an example. As if he was standing in a Theme-Park, Blair is said to have wooed Syria an Iran. It is not true. He receeded to the bastion waving the american flag, his most valued asset. He flags now the "Whole Middle East', instead of the "Grand' Middle East, but, in the end, everything boils down to the Middle-East. So many grand designs, the demagoguery of fixing the clock's mechanism in History and, after all, the Middle-East is very simple, as he stated. Yes, it is. Instead of a brawl every day in Gaza, we have a carnage, every hour, in Iraq. Long after the lies have been unveiled, their soundtrack reverberates as an echo.

These Chery-Blairs should be hold responsible and also denazifyed, on how their demagoguery in buying the Trade-Unions' leaders with good standards of living would inevitably push Britain to a colonial adventure. It was written by marxists such as Immanuel Wallerstein that they should do that or die with Communism, so, they should pantomine they were capitalists. And they did it so well that they went as far as pretending to be imperialists so that there could be a role to social climbers when the world was ebbing back again to the Nation-State. The conservatives let him play, as following the principle: if you cannot do it yourself, let other do it for you. They're also full of social climbers.

But Blair was not a liar. He was just a gypsy seller. He wanted, really to keep the establishment of Labour and their priviliged ones. The only virtue of a socialist is the one of obbeying the doctrine. And Blair did it. Behind, Chery Blair kept her biological plan: motherhood and professional success. How useful is to be a judge in England when her boyish husband is juggling with handgrenades and their best-man, Peter Mandelson cannot even live his own gaiety in a world which is returning to the traditional ways! Yes, a determined social climber may even use a boy as prime-Minister, to care only about her own, egoistical interests. How Britain managed to produce this Chery Blair was not Hipocrisy but the Rocky Horror Show.

12.11.06

Os apanhados da Globalização

Se há um surrealista activo no mundo, é com certeza o inglês Sacha Baron Cohen, muito mais conhecido pelos heterónimos Ali G (jornalista), Borat (correspondente do Kazakhstan), e Bruno (o fashion man austríaco e gay) capaz de inventar um patois com mistura de cockney-Rasta e as confusões constantes ("incesto confundido" com "incenso" e "bilingue" com "bisexual"; chamando Noam Chomsky como "Norman".

Com os seus “apanhados” Ali G faz um assalto aos idiotas e às idiossincrasias da cultura e da política americanas e da " Àsia Central" e das "fobias" dos Europeus. Uns percebem o jogo, como o grande conservador anti-guerra Pat Buchanan. Outros ficam confusos, como o médico frustrado pela inabilidade de Ali diferenciar entre o "veterano" e o "veterinário". Cohen não é pateta. As perguntas sobre o aborto, ensino da religião nas escolas, Iraque, e a segurança estão lá.

"Temos recursos naturais, trabalhadores optimos e as prostitutas mais limpas da Ásia Central, diz Borat sobre o seu amado país. O sério é que os governantes kazakhs ameaçaram processar o comediante britânico. Borat respondeu: "Não tenho qualqquer conexão com o Sr. Cohen e apoio plenamente a decisão do governo em processar esse judeu...".

Oriundo de uma família da classe média inglesa de pai galês e mãe iraniana judia, Cohen, hoje com 35 anos, estudou História na Universidade de Cambridge e escreveu a sua dissertação sobre a participação dos judeus no movimento americano dos direitos civis, focando os assassinatos de judeus em Filadélfia, Mississippi em 1964. Percebeu que o mundo é global e as ideologias são todas estúpidas em todo o lado. Que a denúncia cosmopolita é um dos poucos meios restantes para atacar a ideologia cosmopolita. Ele é o homem dos apanhados da Globalização, um génio da sátira ao nível de Chrlie Chaplin. Agora a "paz social" está muito mais violenta e crua que no pós-guerra de Charlot. Nessa altura guerra era guerra e paz era paz. Agora é como a alteração climática; nem paz nem guerra.

11.11.06

Bandarra.

Agora que doze cidadãos moveram uma queixa crime contra o ministro que se disse iberista, fica aqui uma homenagem ao sapateiro de Trancoso.
As suas trovas ao D. Fuão ou D. João foram inspiradas pelos Comuneros que se revoltaram contra Carlos V. O imperador dos euromilhões lançou a Espanha para a Europa para ela se esquecer de si própria. Como escreveu Henry Kamen, a Espanha nunca decaíu porque nunca subiu. E Portugal só recomeçou a subir quando se libertou em 1640. Conclusão: o iberimso é mau para Portugal e para a Espanha.
PS. O tal ministro disse que Portugal e Espanha partilhavam uma mesma língua. Isso é verdade: o Galego

8.11.06

The Swindlers of the XXth Century, by Globetrotter


Donald Rumsfeld fell. It's likely that Saddam will be executed by Christmas, as a present for us Christians (and a revenge too, coming from those ones who could get rid of Saddam only because someone else, from outside, decided to do it). These two old partners, Saddam and Donald, fall at the same time but one breaks his neck. Rumsfeld was getting old, he served faithfully, he had no hidden agendas as the lunatics of Neo-conservatism, because he was no lunatic and he began to understand that a a good servant only gets to power when all the rest fall before the time he does ( if he cannot be the Prince, he will withdraw before the Prince has fallen). Rumsfeld was getting old, his agressive hairdo as the one of a dog ready to attack, became soft as the crest of an ageing rooster, he was looking at things, moving his lips in a creeping astonishment as if he was about to say the only thing the old Buddenbrook managed to say in the end:" It's amazing!". And how historical were Rumsfeld final words..."the first war of the twenty first Century!" He was a fellow of Saddam indeed: both of them wanted, Iraq could be the Mother of all future wars... and he rubbed his hands as an accomplishment, because he never claimed to be a Pacifist, neither a believer. He won't glitter for that accomplishment but he was, once, the "boss".

And still we pray, as the first Christians, for our Rulers, so that they can be illuminated. We cannot judge them as criminals, although they're able to kill many more than a gang of mobsters. If we kill them, as they did, we may get some relief, but we'll be exasperating the only way we have to deal with a bomb we happened to mistake for a chair. So, we cannot desmiss Saddam by hanging him. Likewise, we have to go on praying for Bush and for the Democrats, who, according to the tradition of J. F. Kennedy, McNamara and Lyndon Johnson, probably will follow McCain's advice, and involve even more troops, intensify the war, until the day that natural selection will choose the most modern of the Baathists, ready to take both power in Baghdad and the killings of the season, in his hands. Saddam won't be ressurected, by then, just because of jealousy (exactly as Stalin in the sequence Yeltsin-Putin). The shiites will go on enduring its reactionnary perspective of an iconoclastic Islam, but they'll seize the opportunity to quench their thirst, which gives them strength for remaining the exception of the exception, the one which has no rule.

We'll remember one perfidious character, above all: Tony Blair, the British swindler, who managed to convince the Americans, that, with the British experience in the country, they would hold back the shiites, while the Americans would purify the sunnites of Communism, keeping the Curds aside, in their improbable Country. The program of Blair, the son of an ambitious man who belonged to the Communist Party and who finally managed to have a career in the Conservatives has always been: 'the only way is up, baby!". Blair, the man who invented the fiction of "The Third Way", in order to buy the Labour Party with "I'm not here to lose elections", was only driven by the illusory Revenge of Fame. This was the dream of the swindlers of the XXth Century: stun the opponents with Glitter. Something african and primitive that the outcasts of "looking well at all costs" have carved during the psychadelic Revolution of the seventies. In order to lapidate its way through against an aristocracy who despised them, the petty bourgeoisie didn't hesitate in shunning the labour classes. And Cherie Blair, the patetic "poshy" of Blair's young phantasies, finally got what she wanted: her position as a Judge.

7.11.06

Uma alegoria sobre a Morte anunciada, por André Bandeira

Morreu hoje, na prisão, Samuel H. Bouwers, considerado o mandante do assassínio de Vernon Dehmer, em 10 de Janeiro de 1966. Nesse dia, este activista dos direitos dos negros no Mississipi, foi acordado de madrugada, por um buzinão. Quando saíu, deu com dois camiões carregados de elementos da Klu Klux Klan que lhe atiraram com uma bomba incendiária, directa ao corpo. Vernon Dehmer teve ainda tempo de pegar numa carabina e possibilitar que a família fugisse. Mas morreu doze horas depois com os pulmões queimados. Samuel Bowers, que o mandou matar, morreu hoje com problemas nos pulmões, aos 86 anos de idade.
Respirar fogo é uma forma horrível de morrer. Bouwers sobreviveu. Louvado seja Deus e a brisa que nos penetra os pulmões, talvez ainda amanhã e talvez ainda depois de amanhã. E louvados sejam os aromas que traz a humilde brisa, os cantos dos pássaros e tudo vale a pena para que vivamos todos, sem excepção, mais um dia.

6.11.06

A garra do Escorpião, por Pedro Cem

Afinal havia outra, canta uma das Cantoras mais marôtas dos nossos Verões... será a Celeste Saudade ou a Mónica Sintra? E com melopeias lá seguimos o flautista louco, tudo em fila, aos saracoteios. Afinal, além do Saddam que guerreou o Irão prêto e religioso, com armas ocidentais, até alinharem um milhão de mortos, há também o Kim Tira-a-mão-do Pudim, na Coreia do Norte. A diferença não é no bigode. É que o Kim, em vez de petróleo, tem vazio gelado. O Saddam, em vez de vazio, tem petróleo ardente. E a lição é simples, qualquer um a aprende: se tiveres uma bomba atómica, mesmo pequenina e fores suficientemente maluco e determinado para a atirares, ninguém se vem meter contigo. Pedes desculpa ( sem que ninguém ouça) dizes que queres voltar a negociar e até decides quem é que se senta ou não à mesa. Se não tiveres a bomba atómica, invadem-te o país, soltam a besta nas tuas ruas e ainda acabas num Tribunal a amaldiçoar o Juíz, com vista para uma fôrca. A lição está dada. A virtude é a vantagem do mais forte. Virtude é o nome do mentiroso mais ligeiro. Eu tenho a impressão que Dirigentes como Madeleine Albright, que se repescam agora dizendo até que acharam Kim Tira-a-mão do Pudim inteligente, são personagens do "Sexo e a Cidade". Dá-se-lhes um empurrão e desfazem-se em vermes. Só nos faltava que sejam eles a alternativa.
Mas a lição tem outra, por trás: se a alternativa é entre a Tortura do Sono e uma Pesadelo acordado, então um país que tenha riquezas naturais é maldito e outro, que não as tem, é um condenado. Tirem-me deste filme de Terror! Qualquer pretexto é bom para fazer um Homem sofrer, na fôrca... além de execuções só há condenações. Vivemos na Idade do Assassínio e os prazeres ecológicos que nos prometem só acredita neles, quem é louco. É sim senhor, é tempo de nos deixarmos da palhaçada a que chamamos Ciência e encararmos a sério um saber mais antigo, que nos diz que estamos na Idade das trevas, com ou sem Bush. A Democracia é a Besta e a Liberdade é a Morte. Se quiserem um termo de comparação para se aperceberem que estão nas trêvas, fechem os olhos e sonhem ainda com um Amor amigo e carinhoso, com um dia de Sol, que a todos alumia, com um rio de água que se pode beber e um vento que se pode respirar. Sonhem com um bébé nos braços, um cão e um gato pousados nas vossas pernas. Não temos todos direito a isso? Temos mas estragámos tudo com a maldita música dos flautistas loucos, por queremos algo mais no Universo, uma musicazinha.
Sim, Saddam não pode ser morto. É preciso que se rquebre o círculo inconsolável. Eles queriam também matar o Fidel Castro, o Putine, o Mugabe, o Kadhaffi só para depois podermos desejar fazer o mesmo ao Bush, ao Blair, ao Howard e aos outros. Um eterno desejo de vingança a que chamam liberdade a quem agora têm o topete de chamar justiça. Por esta vingança até se fazem filhos, quando o melhor, assim, era nunca os fazer, bébés que nascem como bolas de fogo.
Dar um mínimo de crédito à Administração que depois da Guerra Irão-Iraque ( um milhão de mortos) provoca uma Guerra Civil iraquiana que já vai num número quase igual, é aceitar sujeitá-la a sufrágio, como quem aceita concorrer à Câmara Municipal contra o Imperador Nero, na lista A e o Procônsul Pilatos na Lista B.
Tratam-se de heréticos, presos de alucinações diabólicas na contemplação de imagens religiosas, ao entrarem nas capelas da idade Media, que estão hipnotizados, seguindo o flautista louco que os conduz à terra originária dos servidores do Inferno e pelo qual estão fascinados: o Irão.

5.11.06

The Juggler of Baghdad, by Globetrotter

You shall not kill, from the Old Testament, should be better translated by "You shall not murder". But it doesn't mean you just have not to premeditate murder.
Slowly, slowly the scales are falling from my eyes. Starry night above and moral Law in me. I know I may die miserable, as if I committed the suicide a frenzy Romeo threatened to, at the feet of the Friar bound to marry him, in case the stunning Juliet didn't show up...I just have to abandon any hope of anchoring my life to something which goes beyond my visible existence. But we never learn. Marshall Keitel, who was bloodthirsty, was true when he regretted in his final speech in Nuremberg, the evil and brutal regime he served. He simply asked to be executed by the Death squad. Request denied.
Slowly, slowly I recover from the hangover which brutalized my loving senses since somebody burst into them, drumming the tambourine, that the skyes were about to open. They're open for long.They're open inside us, but we do not see, we take the moral law inside us , as the starry night above.
All Arabs are now speaking of blood and revenge. All their hearts are spongy with blood. But the first explanation which comes to our lips, tastes plasma too. A fake judge, ugly as a nightmare, in executive blue shirt and phantasy tie, rattles tenths of articles of "iraqi Law" to a defiant and nice-looking oldman who's about to live forever in arab hearts. We see a man being stygmatised with death on his forefront, in front of the Cameras, and we sit on a sofa, between publicity and a handsome journalist, in the Century where doctors fight to overcome cancer and scientists dream with us of life, in a faraway planet, in a Century where generous people try to repair the man-made disasters which are going to kill thousands before the end of the year. We're idiots when we say that Saddam just reaped the fruits of the trees he planted ( what do we know? Or what did we forget about our own pleasures in Saddam's aliances?). The judge will be cursed by all of them, even the ones who triggered him. Outside the Court, 40.000 heavy armed soldiers shiver at anything which moves, in a "failed country" where about one hundred people are being executed and tortured every day, despite so many brand new uniforms, and shining machine-guns. The "international Community" has decided by means of the International Criminal Court that an international Tribunal will only judge a genocidal criminal if his own country is not able to do it. What lays outside the Court, is it a country?! Or is it a battlefield? Or is it a War? This won't be the first trial of a new shining path. This will be the last of a perfidious series begun in Nuremberg. It is precisely now that the West -- which boasted to update the world -- begins to oxidate and fall dead apart-- as Kant said -- before being really dead.
And if the "nation able to judge" is Baghdad, where does the "international community" dwell? Be prepared to die in the next decades, just for uttering these two words: international community. Remember the nice-looking Bremer shouting to the microphones "we got the man'? Our children will teach our grand-children: cover your face, you little Bremer!
Former Attorney-General Ramsay was expelled from the Court, by the ugly Judge because "he was making fun of the Trial". The "West" may be about to fall but, once, we were great.
We're simply not able to get out alone in the Wild and hold our breath at the starry night. We look in between, to the darkness, and our eyes blind deep, deep dark.
You shall not murder. Sentencing a man to death in an orderly Court is to premeditate a murder. Whoever he may be. But doing it in a Court like that, is pure assassination.
Leave the muslim face of God alone. Do not merchandize between shiites and sunnites as if it was a business opportunity you think you're seeing. You're dancing-juggling with hand-grenades.
Yes, you shall not murder.Those who take arms, not for defending what is legitimate, will perish by arms.

Diário de uma Vida


Diário de uma Vida

Antres do direito à vida , há o facto da vida. É melhor estar informado antes de se tomar posição. Veja o Video do espantoso desenvolvimento de um feto no ventre materno. Clique Aqui

4.11.06

O mais perigoso

America is now seen as a threat to world peace by its closest neighbours and allies, according to an international survey of public opinion published today that reveals just how far the country's reputation has fallen among former supporters since the invasion of Iraq.


The ICM poll ranks the US president with some of his bitterest enemies as a cause of global anxiety.

The survey has been carried out by the Guardian in Britain and leading newspapers in Israel (Haaretz), Canada (La Presse and Toronto Star) and Mexico (Reforma), using professional local opinion polling in each country.

It exposes high levels of distrust. In Britain, 69% of those questioned say they believe US policy has made the world less safe since 2001, with only 7% thinking action in Iraq and Afghanistan has increased global security.

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1.11.06

Trainspotting these days long, by Globetrotter

1 - Clint Eastwood, who was once even mentioned for entering into Politics, as Ronald Reagan or Arnold Schwarznegger did, is now directing a movie on the fabrication of the "heros of Iwo Jima", the marines who raised the US flag on Mount Plasma, in that terrible battlefield of WWII, for a photo which, eventually became a symbol of the "American Century". "Dirty Harry" as Eastwood was called after the series of movies portraying a dry and merciless cop where he played the main role, is somewhat confounding his reputation of a Republican, and digging into more human subjects, notably the one of manipulation made by warmongers. It's not because of the coming elections in the USA and it's only a slide in the film of an Industry. But "Dirty Harry" is flying our grandparents flag which waves the stars and stripes of Liberty but remains attached to the pole of Truth.
2 - Samuel Beckett is being quoted in US newspapers for his sentence " fail again, fail better". He also said in a much less candid moment: we'd better turn back and walk towards the "ancient lights". That's the pure stream of America: generous, relentless hope. A stream blessed by a golden light, which glitters and shivers but never glues to the river's face.
3 - Recipee for the Tirany of "Me, I and Myself": widening up to Infinity in order to pulverize the Individual. Then, divide, all the way down a gigantic Witdth into monotonous and uniform small units. Take at random any one of them, as a sample of the Whole, and keep second thoughts during this demonstration of the Universe's structure ( details make us exasperate for the Big picture and the Big picture doesn't fill our curiosity) . Thus, any Individual becomes always anything and everything, except the one who's doing the demonstration and who keeps his feelings in the shadow, before the line of Time and always out of it. Distract and forget. The Subject makes an Object out of itself and, in the name of equality, the other Subjects are reduced to plain Objects. The remaining Subject is only me, who doesn't show up: or someone else, who has no face, neither requires to be demonstrated. If I am the pressupposition of any boundless Infinity, I am more than everything and nothing expresses me.
4 - I've looked at the Soviet movie of the thirties, soundtracked by Shostakovyks, "New Babylon". After looking at this lamentation over the French Commune of Paris, in 1871, which displays the naiveté of those who took part in it, the message is clear: how deep and hard is Human Suffering! However, one lesson may be learned. A soldier of the Regiment 155 who took the side of the Communards, shouts before dying by the bayonnet on a barricade raised against the Regiments of Versailles. " You want old Paris? You'll never have it!". This is the flame behind popular rebellions: an archaic Reason, neither from Left nor from the Right, a Reason against Modernity, bound to subside, but inextinguishable. Its defeat, fuels the Love and Patience of Time under the rubble of Repression.
5 - The wine was so dry, it dried my heart out. A German soldier undiggs some human bones in Afghanistan and caresses them for Posterity. Lesson , you German Warrior: let it be known that Celts got on te move, when the spiral of a falling Comet spinned out from the Sky. They merged with birds ans bushes, brooks and bees, butterflies and nightingales, rested in fog, woke up in laughter and weeping, woven in the same mad reel. Let it be know that our flying Pipes did surrender, under the faraway bridge of Arnhem, only in the end. But next time, nor even in the end, shall they surrender! We know that Richard, the Lionheart may never return and, we do in our own trousers just because of emotion, half-mad as Robin Hood and Litte John in the dew of bushes. But an irish Legend tells that, once an Irish fiddler, took the challenge of the Devil: and the Devil lost!