21.11.08

Crise nas Universidades Públicas

Crise nas Universidades Públicas
O ministro Mariano Gago, admitiu que existem maus gestores nas universidades públicas. E logo a seguir acrescentou que confia na autonomia universitária.

A autonomia assenta em três pilares – o financiamento, a avaliação e uma realidade mais difícil de definir a que podemos chamar o carácter humanista do ensino e da investigação. Quanto ao financiamento do ensino superior público a despesa aumentou muito com a contribuição de 11% para a Segurança Social. Várias Universidades entraram em rotura financeira, situação que umas enfrentaram com reforços orçamentais e outras utilizando os saldos de receitas próprias. Mas como entre 2005 e 2008, as dotações diminuíram, em percentagem do PIB, cerca de 16%”, a situação é insustentável a médio prazo. Por isso, os ex-reitores escreveram ao órgãos do poder a apelar por uma revisão da actual política de financiamento.


Mas os ex-reitores não falam que a universidade que aspira à produção, transmissão ou a aquisição de um saber autónomo em relação ao poder e ao dinheiro tem que ser governada pela investigação da verdade mais do que pela utilidade. Tal é o núcleo vivo de qualquer universidade. Se este ideal universitário é obsoleto, deite-se fora e façam-se escolas superiores. Qualquer das 10 melhores universidades americanas tem um orçamento supeiror a duas vezes todo o orçamento do ministerio português do ensino superior. Mas a força das universidades americanas, para além dos seus meios financeiros, é que souberam favorecer a dimensão antiutilitária, interdisciplinar e humanista do saber.

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