18.9.05

Teorias revisitadas : imperialismo I


A “Americanização do Iraque”, muito comprometida, está a provocar a “Iraquianização da América” que felizmente, também deverá falhar. O seu a seu dono, ou seja: as comunidades de cidadãos que mantêm a coragem e o saber têm de responder às urgências da situação internacional sem perder de vista que são comunidades nacionais. A enorme confusão instalada enquanto o mundo vive uma situação sem precedentes e os conceitos não são renovados, obriga a revisitar as teorias. Começo pelas teorias do imperialismo.
Segundo a concepção liberal original, a difusão mundial do comércio, indústria e civilização era uma “actividade missionária” que não requeria soberania política, salvo em casos excepcionais. Mas este processo do crescimento económico foi distorcido pelos privilégios monopolísticos concedidos pelos Estados a determinadas companhias. Com a adopção de tarifas proteccionistas no fim do século XIX (Alemanha 1879; França 1890 e EUA 1899) passou a encarar-se a aquisição de territórios novos como mais valia económica. A desaceleração do crescimento económico, a queda dos preços dos produtos, e a diminuição dos ganhos despertaram os apetites coloniais. Um dos opositores deste imperialismo, o nacionalista austríaco, apoiante do Programa de Linz mas depois afastado pela sua origem judaica, Heinrich Friedjung dirá mais tarde, em “Das Zeitalter des Imperialismus 1884-1914”, Berlim, 3 tomos, 1919-22,. define-o de modo político "Os centros urbanos ganharam uma nova paixão: saíram dos seus países até aos confins do mundo, e inventaram o nome ressonante de "imperialismo" para uma ânsia que sempre existira mas que nunca tinha sido tão poderosa." As grandes nações tinham que ter grandes impérios, como a Inglaterra. Era uma fórmula para fortalecer “o espírito nacional”, com variantes sobre a “superioridade da raça branca” e da sua “missão civilizadora”.