Lembro-me às vezes desta frase de João Paulo II. Está explicada por enquadramento, quando o Papa visitou a Polónia, ainda a do Pacto de Varsóvia e a gente, sempre católica, vinha falar com ele (até os dirigentes) exprimindo aquilo que desejavam mas não conseguiam fazer. Penso que foi, nesta altura, sobretudo quando ele se despediu dos dirigentes que sabiam ter um arma apontada à cabeça, que a frase lhe surgiu. Muitos a tinham dito, em diversas situações, aos berros numa batalha, numa barricada, a caminhar para o cadafalso, ao deitarem-se numa mesa de operações, ao compôrem o casaco antes de um encontro, ao alinharem em frente ao pelotão de execução, ao atrvessar um ermo escuro todos os dias, depois de um duro dia de trabalho. Não tenhais medo, repete-se dentro da minha cabeça.Não pergunto porquê. Como o meu amigo Mário Teixeira, frade fradinho, sindicalista e eremita e agente de viagens me dizia: tem confiança. Confiança em quê, perguntava eu e le dizia-me: só confiança. Mais nada.
E agora lembro-me a propósito de nada, outra coisa que me anda a bater na cabeça, o rumor de Roma, algures no séc. I D. C. quando toda a gente comentava que a bela Dama patrícia Lavínia tinha fugido com um pobre desafortunado gladiador, que lhe devia dar pelo ombro, o "Sergulo", e que se pode traduzir mais ou menos por "Serginho". E diz a lenda que nunca mais foram encontrados e que viveram felizes o resto da sua vida. Dizia ainda o rumor de Roma" Como era possível? O pobre Sergulo que tinha o corpo tão coberto de cicatrizes que parecia deformado e nem metade do nariz tinha, que lho tinham cortado num combate".
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