31.5.06

Entrevista de D. Duarte

Entrevista de D. Duarte de Bragança a Magazine, Abril de 2006
A posição do herdeiro dos reis de Portugal sobre a democracia, o 25 de Abril, Maçonaria, Sistema educativo, Salazar, Marcelo, Cabinda, Timor, o Quinto Império, a OTA e o TGV. Um prêt-à -porter politológico de rara sensatez. Imperdível

Montenegro, 21 de Maio de 2006

No passado 27 de Maio, em Roma da Igreja de Santo António dos Portugueses, rezou-se missa em acção de graças pela independência do Montenegro. Que engraçada mistura do séc. XXI e da continuidade histórica. Presentes, Duarte de Bragança, Nicolau II do Montenegro, e o presidente do Montenegro. Outro traço aproxima os dois países, ambos forma invadidos pelo marechal Marmont, durante as guerras napoleónicas. E ambos lhe resistiram.
A grande devolução continua, quebrando os estados nação republicanos do séc. XX em entidades menores. A 21 de Maio foi a vez do minúsculo Montenegro, com uma população de 630.000 habitantes, votar a secessão e tornar-se um micro-estado independente. Está quase terminado o Frankenstein geopolítico chamado Jugoslávia. O caldeirão das tensões étnicas, religiosas e tribais entre sérvios, croatas, eslovenos, bósnios, albaneses, montenegrinos, magiares, e macedónios. Só o punho de ferro Tito mantinha este Estado.
A independência de Montenegro foi decidida por referendo em 21 de Maio de 2006. 55.5% dos eleitores deram uma vitória tangencial por 2.300 votos. A UE e Sérvia respeitarão os resultados Votaram no Montenegro 2.000 emigrantes dos E. U.A. A Sérvia organizou viagens para Montenegrinos que vivem fora do país e que estavam contra a independência. É preciso 2/3 no Parlamento Montenegrino para rever a constituição. A bandeira nacional mudou para a de 1918, falando-se que o rei exilado, o príncipe Nicolau II Petrovi-Njego, pode retornar ao país como monarca constitucional.

Os Montenegrinos são uma nação de guerreiros ferozes, nunca conquistados totalmente pelos turcos. Virtualmente idênticos na cultura, na raça e na religião aos Sérvios, não aceitaram a Grande Sérvia criminosa de Milosevic, Ratko Mladic e Radovan Karadzic. O divórcio era inevitável.
Entrando para a EU, como os outros estados pequenos que emergiram da babugem da Jugoslávia, há-de prosperar na paz comercial da Europa. Como todos os povos de Balcãs, pode agradecer aos EUA ter liquidado o regime de Milosevic, impedir uma guerra generalizada e promover a democracia na região. Foi a América no seu melhor. Felizmente para os Balcãs, não há petróleo, e Clinton era presidente. Para a morte final da Jugoslávia só falta o Kosovo. Com 95% de albaneses étnicos numa população de dois milhões, a independência é inevitável lógico e provável. Falta resolver a situação de 75.000-100.000 sérvios do Kosovo. A Sérvia terá de ser compensada pela perda dolorosa de Montenegro e de Kosovo, pela ascensão às riquezas da UE e a remissão das penas por crimes de guerra.

29.5.06

Hans e Sophie Scholl, por André Bandeira

Bendito seja o Povo alemão. Os Chineses chamaram-lhe o Da-ren, que quer dizer a “Gente digna”. No dia em que Benedito foi a Auschwitz, para além do Dever de dar uma imagem, lembrei-me que espero que ele vá, um dia, a outros lugares, como a Sibéria, como Kigali, como Nanquim ( onde um Nazi da Siemmens, de cruz suástica no braço, chamado Johan Raab, salvou entre 150 a 250.000 chineses das tropas japonesas) , ou Nagasaki, como João Paulo II foi à Costa do Marfim. Isto, se a saúde dele o permitir. Sei que há muita gente que não gosta dele por ser um Conservador. Enquanto ainda temos força para falar, não podemos usar certas “modernices” para tornear um certo código rigidamente natural. Mas isso é enquanto temos força para falar. Auschwitz é um lugar onde os Anjos ficaram mudos. Como nos outros lugares que citei. Bendito seja o Povo alemão, de Hans e Sophie Scholl ( ponho-os por esta ordem porque os pais os deram ao mundo pela mesma ordem), de Probst, de Hubner, de Schmorell, de Christl ( que nunca fôra cristão mas que pediu para ser baptizado antes de ser executado). E do Pastor Boenhoffer. Sophie sonhou, antes de ser presa, que levava um menino vestido de branco, para um baptizado, numa vereda da sua terra, e que depois caía mas conseguia, antes, entregar o menino a alguém. Também eles foram das Juventudes Hitlerianas, porque amavam a sua Pátria, os rios, os bosques, as montanhas, o povo digno e honrado que tinham percorrido. E, por ela, a sua Pátria, passaram a citar Goethe e Schiller, para derrubar Hitler. Não chegaram a unir-se a outra resistência, não tiveram nenhum contacto com o Estrangeiro, não chegaram a complicar as ideias, ficaram por um “socialismo racional”ou por um “cristianismo activo”, foram pelo federalismo, usaram apenas a palavra, em resistência passiva, não optaram pelas bombas, mas disseram tudo: que Hitler era satânico, que devia ser derrubado, que a Guerra devia acabar, que na Polónia tinham sido massacrados “300.000”judeus, numa altura em que as esquadrilhas aliadas não bombardeavam os combóios de reabastecimento dos campos de concentração. Reuniam-se para ler poesia e rezar, para lerem Aristóteles e tocar guitarra, para falarem de Expressionismo e de Arte. Depois foram morrer. Hans tentou atrair a culpa toda para si, Probst pediu pelos seus três filhos para ser poupado. Os Guardas, arriscando o emprego, puseram-nos juntos antes de morrerem e disseram-lhes que nunca tinham visto coragem assim. Hans, que só chorou quando lhe disseram um nome de mulher, que foi proibida de o ver, gritou nos corredores da cadeia antes de ser conduzido ao muro: “Es lebe die Freiheit!”. Sim, esta é a minha gente, a gente da Edelweiss, sou alemão como eles, tenho um bocadinho de Inveja de Bendito e que a minha Honra se chame Fidelidade.

27.5.06

Síntese Noticiosa, por André Bandeira

Estive a reler o Tratado da Paz Perpétua de Kant. E escrevi-lhe um bilhetinho que reza assim:" Meu bom Immanuel, Deus-connosco, obrigado por teres sido caturra, quando vivias de explicações e apostas de bilhar só para não receberes um taller do "déspota esclarecido" Frederico II . Talvez o Mundo não seja o Inferno se uma nossa intuição for falada e reconhecida, mesmo a baixa voz, por todos à volta da terra. Tenho medo que, então, o Mundo continue mau, como é, e que lhe acrescentemos outro mundo, de gente pequenina como tu, honrada, com lágrimas vertidas sózinhas e disfarçadas com dignidade, um mundo sem céu, mas com esperança dele, porque homens como tu, bom Immanuel, Deus-connosco, são pequenas candeias nesta ainda longa viagem pela escuridão". Não, não estou a defender, com isto, a Constituição europeia mas doutrinar o bem, embora um pouco cegamente, pregá-lo, teimar nele, mesmo sem uma esperança que seja de recompensa em Vida, é quase como uma fatalidade para quem tem Fé. Como Belmondo e Catherine Deneuve, na parte final dum filme: é doloroso mas é bom também. E, se tu, Kant, fôsses Santo? Sei que foste torturado por raivas horríveis, desesperos finais, mas também dizem que o foi a Madre Teresa. E tenho a impressão que a tua modéstia, pequenino cabeçudo, te fez segredar para um Anjo, que te velou antes de morreres: " Não deixes nunca que saibam se mereci a Santidade". Talvez se saiba no coração, de repente, quando, como eu, te persegui irritado, tantos anos, com perguntas...
Olha, Kant: vejo o meu Povo de Timor sempre a chorar. Os mesmos rostos, de olhos de amêndoa, aflitos, como em 1975, por outra razões. Caramba! Sempre a inclinção pelo petróleo há-de gerar um Dever Puro de que o ouro negro seja de todos e a todos dê um bocadinho de vida melhor! E sempre se há-de arranjar um forma de entendimento...que pena que me meteu ver aqueles polícias metralhados no chão. Tinham um ar de fome, e terror. Não é assim que se inventa um País. E depois, fui ver os homossexuais a levarem porrada em frente ao kremlin. Eu sei que eles não tinham tido autorização para se manifestarem mas coitados. Um povo com tantos problemas...àsvezes a fome, a perseguição, o desemprego, recrutas miltares violentas, fazem de pessoas normais uns farrapos humanos a quem ninguém dá afecto, por quem ninguém se importa e, como os bichos enjaulados, buscam o afecto como uma planta cresce na direcção da água. Lembram-se da "Côr Púrpura", de Steven Spielberg? A certa altura, a personagem de Whoopi Goldberg, de tão batida, de tão desgraçada, procurava afecto naquela mulher bem-vestida, chegada da cidade, num carro grande. E até me condoí do deputado alemão, que os foi apoiar com o seu ar de macho nórdico, impotente na sua masculinidade, sangrando como um garôto batido no pátio da escola. Não iam eles entregar umas flores ao soldado desconhecido? Quantos soldados desconhecidos, esconderam o seu terror, o seu desespero nos braços uns dos outros? Um deles chamava-se muito provavelmente Adolfo Hitler. Oh, Meu Deus. Amanhã o bom Benedito vai a Auschwitz. Não sei quando se ajoelhará lá para rezar, mas espero que um sino silencioso toque então onde estivermos, para que juntemos as mãos ao Grande mistério do Sofrimento. Não é, Gyatso, Chefe dos Lamas, demoramos um tempo enorme a construir uma morada espiritual e perdemo-la num segundo, quando perdemos a cabeça! Ah, pudéssemos desarmar-nos por dentro! Talvez o melhor seja sermos todos monges, mesmo sem saírmos de onde estamos. Talvez Kant fosse um tolinho, que continuou regularmente a pedir a mão da mesma mulher, apesar de esta já se ter casado, talvez os homossexuais sejam uma espécie de anormais, talvez o Papa seja um outro tolinho, por ter escolhido andar vestido de saia, com um cone na nuca. Há uma tradição árabe ( eu sei que o árabes não estão na moda) que faz respeitar todos os tolinhos...porque diz que viram o dêdo de Deus...

26.5.06

Marcola, o gentil, por André Bandeira


Sim, foi do que eu mais gostei na semana. Do Marcola, com aquela cara de Mr. Spock e Belzebú a falar para a Televisão do Brasil, o chefe do PCC, Primeiro esCafageste da Capital, dizendo que, para a eleição que vem aí vai eleger deputado, seja por S.Paulo, ou pelo Rio de Janeiro ( que novidade!). Não pensem que se trata de um excesso ou de uma perversão da democracia: é a democracia mesmo, a chicotear-nos com a ditadura dos líderes de opinião e dos tribunos do que-está-a-dar! Depois, foi antes, o que mais gostei. Os alemães a dizerem que vão abrir mais casas de prostitutas para os clientes do Mundial, como se não bastassem as 400.000 prestadoras de serviços já registadas e os suecos atrás a fazerem campanha contra, eles que parece terem sido os pioneiros. Também ouvi que o Keith Richards dos Rolling Stones fez Cirurgia cerebral: o médico abriu-lhe a cabeça, fechou e disse “ não havia mesmo nada, viu?”. Entretanto, encontrei um e-mail no caixote do lixo, que dizia assim: “ Querido filho da mãe ( se é que sabes quem é o pai),
Escrevo-te esta missiva na certeza de que ainda tenhas um endereço, pois não tarda nada vais ser apagado da face da terra e só ficarão as môscas, que não zumbem tão bem como certos clérigos da minha terra mas que picam com fúria os búfalos da vossa, que estão menos armados na cabeça que metade dos vossos maridos.
Está claro que o vosso sistema, se alguma vez o foi, não funcionou. E olha que quem te avisa, teu amigo é, apesar de te querer cancelar da face da terra. A coca-cola não substituíu o vinho, como o vinho não substituíu uma bela carga de pau...de cabinda, haxixe, narguilé e algum xolé e outras delícias que dizemos ter no nosso Oriente ( embora eu não saiba bem onde é que isso do Oriente fica porque a última vez que um antigo colega da Universidade me viu, disse-me que ia para Oriente meditar e nunca mais lhe pus a vista em cima. Ouvi até dizer que andou tanto que foi mas é ter a Ocidente que o viram em Bruxelas a queimar uma fotografia minha, na praça pública...) . Os automóveis que construistes, não levam ao céu, está visto, por mais que os enchamos de gasóleo, embora levem ao outro mundo, como nas nossas escolas de condução em Bagdad. A liberdade de expressão é uma grande trêta que não chega aos calcanhares duma multidão a chicotear-se até ao sangue durante dois dias seguidos. A Democracia liberal ou é Democracia ( e nós não estamos sempre a perguntar o que quer a maioria. Perguntámos uma vez no século IX e tomámos uma decisão) ou é liberal. E, se é liberal, nunca gerou o luxo asiático dos nossos Topkapis, dos Serralhos e do Taj-Mahal. Quanto à liberdade de culto, que fique claro que não é liberdade do inculto. Culto é aquele que cultiva e não é um visionário qualquer que diz que falou com um anjo no deserto, que pode agora inventar uma nova religião. Se quiser inventar, então tem de se haver connosco, mas nós, é claro, que temos Deus do nosso lado e amamos mais a morte que vocês a vida, visto que vocês por mais que vivam não encontram uma virgem que seja, enquanto nós temos várias dezenas encomendadas, mas só mortos é que lhes podemos pedir o número de telemóvel ( às vezes pela ordem inversa).
É certo que Saddam Hussein era um tirano sanguinário e ainda bem que foi abaixo. Agora, acabem lá com ele, deixem-se de julgamentos e ponham lá o Moqtada al-Sadr que não tem nada de tirano nem de sanguinário...Assim resolveremos os problemas e talvez não venhas a ser cancelado do mapa e a gente só fica em troca, com Jerusalém e Tel-Aviv para cultivar umas couves, uns alfaces e umas cabeças de judeus.
Ah, é verdade! O Jerry do “Tom and Jerry” não é judeu, como disse para aqui, uma besta. Quem é judeu é o Perna-Longa como se vê, obviamente, com aquela mania de trincar a cenoura, que se vê claramente estar a fazer propaganda à circuncisão. Nós também somos pela circuncisão. Mas somos muito mais práticos: juntamos os miúdos todos e mandamo-los marchar para cima dum campo de minas.

Teu amigo, estendendo a mão à cooperação e esperando que vás pregar a a democracia liberal lá para a tua terra que se calhar já riscámos do mapa quando lá chegares (talvez o melhor seja ficares pelo Madagáscar, que lá os mosquitos não são circuncisados).

Ass. M. Amaneirado “

E, com isto tudo, eu seria louco se não visse, que a liberdade me reduziu a escolher entre setenta vezes sete programas de Televisão. E quando tento libertar-me desta liberdade, é claro que até o cão do Pavlov se ri ao ver-me aos saltos com setecentos vezes sete reflexos condicionados. Meus senhores: está a cair o Muro de Berlim, desta vez para o nosso lado, um muro feito de telas de Televisão, cada uma a falar sózinha. Já não há droga tão forte como aquela das más notícias que nos fazem aconchegar o rabo e dizer “não foi comigo que aconteceu, foi lá para as Arábias.”. Por isso, não se aliviem por o povo votar contra qualquer coisa. A seguir não terá outra liberdade se não fazer o contrário: votar por ela. Os alívios de hoje, são apenas os tormentos de amanhã. E, no fundo, a máquina fotográfica e o teclado do computador não são assim tão maus, porque no meio desta loucura, alguém vai escrevendo uma narrativa para que a ópera bufa tenha um fim: não é que um dia destes, um coreano, para protestar contra qualquer coisa, se deixou envolver num enxame de abelhas? É isso, mesmo, compreenderam? Estamos a ser atacados por um ninho de vêspas, com a abelha Marcola ao comando! E o coreano, que não é burro, tinha os olhos bem fechados. Olhos fechados para sair-se bem!

24.5.06

Sinais de mudança

Menos de 18 meses depois de ter declarado o seu compromisso em“liquidar a tirania no nosso mundo," afinal os “ditadores” e "chefes autoritários" recebem guarida do presidente Bush. Da África norte à Ásia central, a retórica pró-democracia mantém-se mas no terreno outros valores se erguem.
Durante o mês de Abril e Maio, a Casa Branca recebeu o presidente do Azerbaijão Ilham Aliyev e presidente do Egipto Hosni Mubarak e seu herdeiro e filho Gamal; o vice-presidente Dick Cheney elogiou o presidente Nursultan Nazarbayev, do Kazaquistão durante uma visita a Almaty; e finalmente na última semana, o líder Moammar Khadafi foi certificado. As relações amigáveis com os autocratas resultam de problemas americanos no mercado do petróleo; das vitórias eleitorais de partidos Islamistas no Egipto, Iraque e territórios palestinianos; das manobras geo-estratégicas contra o Irão, a Rússia, e a China. A "agenda da liberdade e democracia" parece ter sido trocada por um "novo realismo" semelhante ao de sucessivas administrações dos EUA durante a Guerra Fria. Num cenário familiar, Washington está a dirigir a "mudança regime" contra os governos democráticos de esquerda que desfrutam de maioria eleitoral e apoio popular, Irão e ANPalestina. “As eleições fazem parte do processo democrático, mas não são um substituto dele," como escreveu o ministro israelita Natan Sharansky, um dos inspiradores do discurso de Bush em 2005 e autor do livro “O poder da liberdade superar a tirania e o terror”. O general Loureiro dos Santos no seu novo livro corrobora esta inflexão da política externa americana

20.5.06

Contra a ocupação de Olivença, pelo GAO

Excelentíssimo Senhor
Embaixador do Reino de Espanha

No dia 20 de Maio de 1801, há exactamente 205 anos, os exércitos de
Espanha, conluiada com a França napoleónica, invadiram Portugal e ocuparam
a vila portuguesa de Olivença.
Manifesta ofensa ao Direito das Gentes, assim foi entendido pelas Potências
de então que, no Congresso de Viena de 1815, onde Espanha também teve
assento, reconheceram absolutamente a justiça das reclamações de Portugal
sobre Olivença.
Por isso ficou consignado no Tratado de Viena, seu Art.º 105.º.
«Les Puissances, reconnaissant la justice des réclamations formées par S.
A. R. le prince régent de Portugal e du Brésil, sur la ville d'Olivenza et
les autres territoires cédés à Espagne par le traité de Badajoz de 1801, et
envisageant la restitution de ces objets, comme une des mesures propres à
assurer entre les deux royaumes de la péninsule, cette bonne harmonie
complète et stable dont la conservation dans toutes les parties de l'Europe
a été le but constant de leurs arrangements, s'engagent formellement à
employer dans les voies de conciliation leurs efforts les plus efficaces,
afin que la rétrocession desdits territoires en faveur du Portugal soi
effectuée; et les puissances reconnaissent, autant qu'il dépend de chacune
d'elles, que cet arrangement doit avoir lieu au plus tôt».
Como melhor saberá Vossa Excelência, em 7 de Maio de 1817, há 189 anos,
Espanha assinou o Tratado de Viena e reconheceu sem reservas os direitos de
Portugal.
Decorridos dois séculos sobre a desonrosa ocupação de Olivença, o Estado
que Vossa Excelência representa jamais respeitou o compromisso assumido
perante a Comunidade Internacional. Do carácter honrado, altivo e nobre que
Espanha diz ser o seu, não houve manifestação e, ao contrário, actuando com
ostensivo desprezo pelo Direito e pela palavra dada, Espanha cobriu-se com
o labéu da vilania.
Eis, singela, a «Questão de Olivença»: uma parcela de Portugal foi usurpada
militarmente pelo Estado espanhol, há 205 anos, extorsão não reconhecida e
ilegítima face ao Direito Internacional.
Não obedecendo ao Direito nem respeitando os seus compromissos, é Espanha,
de que Vossa Excelência é Embaixador, que se desonra.
Quanto à ofensa que a ocupação de Olivença constitui para Portugal, compete
aos Portugueses apreciá-la e julgá-la.
Da ofensa feita à Justiça e ao Direito, bem como da desonra trazida pela
quebra da palavra dada, pertence a Espanha e a Vossa Excelência conhecer do
seu significado.

Atentamente,
A Direcção do Grupo dos Amigos de Olivença
Lisboa, 20 de Maio de 2006.

15.5.06

Dança de Maio, por André BAndeira


Foi a 19 de Maio. Éramos quarenta, primeiro, a caminharmos como a monção, pela caruma. Depois éramos todos, como a chuva de Verão.
Conforme o combinado. Nas cantinas, nas tascas, nas roulottes do Bairro Alto, nas residências, nas mesas das salas de alunos, depois do bar fechar.
Conforme a palavra dada, a única Ciência, o único ouro. Palavra de Estudante. Com H grande, de Hermes o mensageiro. À saída, despi a capa rôta e abanei-a três vezes. Asa de côrvo, galo negro e faminto trepando ao cimo da cubata, em despique com o Sol. Letras despejou-se na Alameda, Direito seguiu-a como o rio volta, sem falar, a cara azul, em direcção ao Mar.. Medicina eperava numa esquina, os de Educação Física vieram de Pedrouços. Pareciam gente de Robin, não conseguiam estar quietos. Éramos os estudantes pobres, os do tremoço e da sebenta emprestada.
Hugo, o comunista, comandava Letras com hesitação – ninguém sabia bem quem éramos, “Tertúlia Académica”, de capas negras onde pouco se usara, de botas da tropa e um discurso vertiginoso, de manhã com relâmpagos. Estudantes que sibilavam os ss, como os cumes da Serra, que se riam como castanholas do Algarve, que olhavam escuro e claro como as planícies do Alentejo, que, depois lhes subia o sangue à cabeça como uma romaria do Norte e que cantavam vulcânicos como o mau tempo nos Açores.
Tomámos a cantina de assalto. Leu-se um discurso bufo que encerrava todos os dicursos e mil tabuleiros voaram pelo ar, seguindo-se o silêncio do jugo que se arreia. Tomámos as caixas, as cozinhas. Tomámos a Reitoria e as páginas dos jornais, fugindo das fotografias como uma caravana beduína. Ah, como a capa negra era quente! Sequestrámos o Reitor. Tomámos os partidos de surpresa. Dividimo-nos em dois, e dois em três, fechámos as outras cantinas. No carro do João espalhámos a palavra por Lisboa e o trânsito parou.
Do nosso manifesto surgiu algo que ninguém entendeu mas todos repetiram, como se sempre o tivessem debaixo da língua: “tudo isto se passará até ao sacrifício, a que cada um, por sua vez, será chamado”. Depois jurámos ao Sol que incandescia na bandeira negra dos estudantes. Jurámos aos náufragos do Universo ( quem eram, afinal?).
Ana, João, Marcelo, Júlio, Tó, Mabel, Cristina, o Godinho Poeta, a Armanda, Artur Pedro, Rui, Bulcão, João Xavier, Barata, Hugo, Lourenço, Zilhão e os outros todos, até tu, Marta, a vermelha e tu, César, o fascista que nos entendíamos todos a falar num banco poente da Avenida da Liberdade, porque o César, era um cavalheiro e a Marta, uma grande Mulher. Eu, apenas maravilhado.
E o sacrifício começou: o João, até que a filha foi encontrada sem sentidos num barranco ao pé da linha de combóio, depois de um divórcio horrível. O Marcelo, corrido da Faculdade, difamado pelos que o invejavam na Beira. O Rui, que se apresentaria aos Fuzileiros, depois de eu o ver, com o seu sorriso eterno, pondo um dedo à altura dos lábios “ André, ontem tinha merda até aqui” e, elevando o dedo acima da cabeça “Hoje, tenho até aqui! Estou-me a afogar, estou-me a afogar, André ..!”. E que depois vinha ao café e se encostava à parede, olhando a porta, falando pouco do seu caminho de soldado na guerra contra os traficantes de droga. E o Tó que, depois de aos dezoito anos, com apenas um ano de Direito, ter pegado num escritório de Solicitador que o pai abandonara, para sustentar a família e que acabou a vender produtos nas feiras, dizendo a verdade como um chicote e rindo como um céu de Verão. E tu, Ana, que pegaste na família inteira, devastada pela Droga, com o teu irmão a quem fui reconhecer o cadáver, que dás sustento hoje a dez famílias, numa profissão sem férias, sempre com o credo na bôca, a quem alguns homens partiram o coração porque não conseguiam senão partir-se todos contra o Taj-Mahal da tua Alma. Ou tu, João Xavier que começaste e recomeçaste a advogar dizendo sempre, “posso estar mal, mas sou milionário quando abraço as minhas filhitas à noite, antes de dormirem”. Ou tu Mabel que sempre trabalhaste enquanto estudavas, sem nunca perderes a tua honradez ou o teu sentido de família, furtando-te aos idiotas que queriam roubar o teu sorriso puro como o luar, depois anos a fio a bateres-te contra uma acusação, tu e os teus colegas, por causa dum Burocrata vigarista que fugiu com uns milhões para o Brasil. Ou tu Armanda que soubeste dizer ao Costa a miséria das misérias que é a Política e o largaste onde sempre ficou, só, enquanto tu e o Ruca construíam uma casita em pedra, em frente ao Mar, como ele fazia flores para os altares, ele que me ofereceu uma cunha ( e eu pedi - a Nossa Senhora - e ele disse-me a sorrir: ”É para já!”).
Ou tu Júlio, Leão da Serra, três vezes que o teu Povo te levou em ombros a Presidente da Câmara e que só te conseguiram apear, depois de te partirem dois casamentos e te difamarem com o que nunca conseguiram acusar-te até hoje e quando o médico te pôs um dedo no coração e te fez um ultimato ( mas mesmo assim não te mataram e tu voltaste a erguer um jardim...).
Ou tu, Artur Pedro, que era o melhor de todos nós, simples, humilde e sensível, que vieste da África do Sul, por amor à tua Pátria, que nem acabaste o curso, e a todos os teus companheiros do PSD, que se demitiram em Bloco dum cargo que lhes garantiria uma carreira, só porque, contra a direcção do Partido, o seu coração se inclinou por nós. Ou tu Pardal, que acabaste por herdar um castelo, quando a tua nobreza te deixava caído de bruços pelos bancos de Lisboa, desafiando tipos com o dobro do teu tamanho e que me oferecias a gravura que tinhas na cabeceira "o meu coração está triste até à morte", talvez esperando que eu te levaria esse fardo que ninguém sabia, para longe, e desistindo depressa porque sabias ser a tua Cruz. Mas que ainda eras capaz de dizer as coisas mais belas que uma mulher de Portugal alguma vez ouviu. Só porque o Amor é belo e alumia, mesmo quando é impossível. E tu Godinho, Gil, que nos ensinaste a todos "agora que escureceu e tudo ficou tão claro...".
E a ti, Luís Faria, que estudavas, trabalhavas e ajudavas todos, que apesar de seres de uma família prestigiada, soubeste pegar na tua irmã, depois dos desmandos dum pai tirânico e fugir, fugir, por essa Liberdade que tanto amavas. E que só conseguiste amealhar para comprar uma mota, aos trinta anos e sob ela morreste, no centro de Lisboa, quando conduzias correctamente, como sempre conduziste a tua alma, apesar do teu medo, apesar da tua correcção de outro mundo.
Era este o sacrifício, Camaradas. Lutámos pelo direito a uma vida privada, sim, mesmo quando não tínhamos nada, só carros em terceira mão e sótãos velhos em que todos tinham abrigo, e havia sempre um copito de vinho, quente como o coração de Jesus. A nossa vida privada de onde saltaram tantos “amigos” e “amantes” e até cocainómanos que quando puxaram do pó, foram pelas escadas abaixo, com um casco beirão marcado no cu. Uma vida privada humilde, remendada, combatida, por vezes obscura como um bote na tempestade, quase tragada pelas ondas.
Mas tudo valeu a pena. O ouro roçou-nos os lábios cerrados, as seduções despejaram o copo de água a um palmo dos nossos lábios ressequidos, fomos comprados e vendidos como escravos...mas nunca nos vendemos.
Oh, dança de Maio! Pudesses, Sol, brilhar um pouco mais para que o espantalho das sombras se anime, pudesses, dança de Maio desaguar em 10 de Junho!

12.5.06

the citizens of the United States of America, from a UK friend

To the citizens of the United States of America
In the light of your failure to elect a suitable President of the USA and thus to govern yourselves, we hereby give notice of the revocation of your independence, effective today. Her Sovereign Majesty Queen Elizabeth II will resume monarchical duties over all states, commonwealths and other territories. Except Utah, which she does not fancy. Your new prime minister (The Right Honourable Tony Blair, MP for the 97.85% of you who have until now been unaware that there is a world outside your borders) will appoint a minister for America without the need for further elections. Congress and the Senate will be disbanded. A questionnaire will be circulated next year to determine whether any of you noticed.

To aid in the transition to a British Crown Dependency, the following rules are introduced with immediate effect:

1. You should look up "revocation" in the Oxford English Dictionary. Then look up "aluminium". Check the pronunciation guide. Ditto "advertisement". You will be amazed at just how wrongly you have been pronouncing it. The letter 'U' will be reinstated in words such as 'favour' and 'neighbour', skipping the letter 'U' is nothing more than laziness on your part. Likewise, you will learn to spell 'doughnut' without skipping half the letters. You will end your love affair with the letter 'Z' (pronounced 'zed' not 'zee') and the suffix "ize" will be replaced by the suffix "ise". You will learn that the suffix 'burgh is pronounced 'burra' e.g. Edinburgh. You are welcome to respell Pittsburgh as 'Pittsberg' if you can't cope with correct pronunciation. Generally, you should raise your vocabulary to acceptable levels. Look up "vocabulary". Using the same twenty seven words interspersed with filler noises such as "like" and "you know" is an unacceptable and inefficient form of communication. Look up "interspersed". There will be no more 'bleeps' in the Jerry Springer show. If you're not old enough to cope with bad language then you shouldn't have chat shows. When you learn to develop your vocabulary then you won't have to use bad language as often.
2. There is no such thing as " US English". We will let Microsoft know on your behalf. The Microsoft spell-checker will be adjusted to take account of the reinstated letter 'u' and the elimination of "-ize".
3. You should learn to distinguish the English and Australian accents. It really isn't that hard. English accents are not limited to Cockney, upper-class twit or Mancunian (Daphne in Frasier). You will also have to learn how to understand regional accents - Scottish dramas such as "Taggart" will no longer be broadcast with subtitles. While we're talking about regions, you must learn that there is no such place as Devonshire in England. The name of the county is " Devon". If you persist in calling it Devonshire, all American States will become "shires" e.g. Texasshire, Floridashire, Louisianashire.
4. Hollywood will be required occasionally to cast English actors as the good guys. Hollywood will be required to cast English actors to play English characters. British sit-coms such as "Men Behaving Badly" or "Red Dwarf" will not be re-cast and watered down for a wishy-washy American audience who can't cope with the humour of occasional political incorrectness.
5. You should relearn your original national anthem, "God Save The Queen", but only after fully carrying out task 1. We would not want you to get confused and give up half way through.
6. You should stop playing American "football". There is only one kind of football. What you refer to as American "football" is not a very good game. The 2.15% of you who are aware that there is a world outside your borders may have noticed that no one else plays "American" football. You will no longer be allowed to play it, and should instead play proper football. Initially, it would be best if you played with the girls. It is a difficult game. Those of you brave enough will, in time, be allowed to play rugby (which is similar to American "football", but does not involve stopping for a rest every twenty seconds or wearing full kevlar body armour like nancies). We are hoping to get together at least a US rugby sevens side by 2005. You should stop playing baseball. It is not reasonable to host an event called the 'World Series' for a game which is not played outside of America. Since only 2.15% of you are aware that there is a world beyond your borders, your error is understandable. Instead of baseball, you will be allowed to play a girls' game called "rounders" which is baseball without fancy team strip, oversized gloves, collector cards or hotdogs.
7. You should declare war on Quebec and France, using nuclear weapons if they give you any merde. The 97.85% of you who were not aware that there is a world outside your borders should count yourselves lucky. The Russians have never been the bad guys. "Merde" is French for "Shit". You will no longer be allowed to own or carry guns. You will no longer be allowed to own or carry anything more dangerous in public than a vegetable peeler. Because we don't believe you are sensible enough to handle potentially dangerous items, you will require a permit if you wish to carry a vegetable peeler in public.
8. July 4th is no longer a public holiday. November 2nd will be a new national holiday, but only in England. It will be called "Indecisive Day".
9. All American cars are hereby banned. They are crap and it is for your own good. When we show you German cars, you will understand what we mean. All road intersections will be replaced with roundabouts. You will start driving on the left with immediate effect. At the same time, you will go metric with immediate effect and without the benefit of conversion tables. Roundabouts and metrication will help you understand the British sense of humour.
10. You will learn to make real chips. Those things you call French fries are not real chips. Fries aren't even French, they are Belgian though 97.85% of you (including the guy who discovered fries while in Europe ) are not aware of a country called Belgium . Those things you insist on calling potato chips are properly called "crisps". Real chips are thick cut and fried in animal fat. The traditional accompaniment to chips is beer which should be served warm and flat. Waitresses will be trained to be more aggressive with customers.
11. As a sign of penance 5 grams of sea salt per cup will be added to all tea made within the Commonwealth of Massachusetts, this quantity to be doubled for tea made within the city of Boston itself.
12. The cold tasteless stuff you insist on calling beer is not actually beer at all, it is lager. From November 1st only proper British Bitter will be referred to as "beer", and European brews of known and accepted provenance will be referred to as "Lager". The substances formerly known as "American Beer" will henceforth be referred to as "Near-Frozen Knat's Urine", with the exception of the product of the American Budweiser company whose product will be referred to as "Weak Near-Frozen Knat's Urine". This will allow true Budweiser (as manufactured for the last 1000 years in Pilsen, Czech Republic) to be sold without risk of confusion.
13. From December 1st the UK will harmonise petrol (or "Gasoline" as you will be permitted to keep calling it until April 1st 2005) prices with the former USA. The UK will harmonise its prices to those of the former USA and the Former USA will, in return, adopt UK petrol prices (roughly $6/US gallon - get used to it).
14. You will learn to resolve personal issues without using guns, lawyers or therapists. The fact that you need so many lawyers and therapists shows that you're not adult enough to be independent. Guns should only be handled by adults. If you're not adult enough to sort things out without suing someone or speaking to a therapist then you're not grown up enough to handle a gun.
15. Please tell us who killed JFK. It's been driving us crazy. Tax collectors from Her Majesty's Government will be with you shortly to ensure the acquisition of all revenues due (backdated to 1776). Thank you for your cooperation.The People of Britain.

10.5.06

Berlinguino e Catalona, per un Cechino

Il Trionfo della Politica ( Berlinguino e Catalona)

Quando erano giovani, due bimbi discutevano lo che diventerebbero, da grandi. Uno diceva: io sarò lampedista. Il altro diceva: io sarò contumelista. E continuavano a giocare insieme, come amici, dicendosi: noi due conquisteremo il mondo. Quale era la differenza tra le due? Essere lampedista significava guardare al mondo con il brillo di un lampo, mentre che essere contumelista significava organizzare contumelie, come nubi nere, prima che il lampo sgorgesse. Uno era catalano, il altro napoletano.

Così, il Imperatore caduto, quello chi aveva costruito un Imperio con i lampi messi in cavi e presi in schermi televisivi, ha lasciato uno di questi due senatori, il unico sopravissuto, diventare uno dei attori principali del spettacolo chi doveva, forzosamente, continuare. In fine, tutto era un spettacolo e il Imperatore ne lo sapeva. Il Imperatore si rideva quando era sul’palco. Adesso, che era caduto, lasciava il contumelista recitare da solo.

Era lui, il contumelista, chi ascendeva adesso al vertice del spettacolo. Però, da molto, il contumelista si aveva lasciato di contumelie. Parlava poco, rideva nulla, non metteva mài la scarpa nella bocca. Era sempre griggio e ragionevole, i sue abiti erano sempre aplomb, aristocratici, si diceva. In fine era stato ben rimborsato. Di contumelista, aveva passato a riformista, e si aveva riformato a se stesso, fino a che non aveva bisogno di parlare. La accadeva soltanto muovere le lapre, che tutta la scena cambiava. Non è facile, imparare a aviccinarsi, e fermarsi al centro del’uragano, per commandare i venti, rifletteva lui. Questo è l’arte del possibile. La Politica.

Però lui, in essenza, rimaneva contumelista. Lo ha anche provato, al vertice del legioni contumelisti, di dichiarare che i sui capi in qualche regioni, dovevano esguire i codici della morale. La morale contumelizza la natura.

Adesso, mentre che il Imperatore si accomoda per guardare il spettacolo (insomma, non è così tragico andarsene di vacanze da Imperatore, anzichè è divertente), il vecchio contumelista si prepara per prendere il sceptro.

È troppo tarde per fare contumelie. Quando scoprire che le hanno chiamato “Il Re Umberto”, per che lui è in esilio di se stesso ( e non per che la scelta dei su abbigliamenti è reale), la saggezza sarà tropo pesante per contemplare la oscurità del mondo. Si vorrà riformare, il cuore vorrà fare una contumelia e lui cadrà con un colpo di cuore, come un lampo. Il catalano è dentro di lui.

9.5.06

Oh Bella Ciao

A política cisalpina foi sempre um caso especial e delicioso de fausto, manobra, habilidade, surpresa. Todos os Políticos são dextros mesmo que sejam de Esquerda. Ao deixar a sede do governo, Berlusconi arranjou uma claque de adeptos a cantar Oh Bella Ciao, o canto (cantado a capella no excero em link) da Resistência Italiana contra o nazifascismo. Berlusconi sempre contou com o apoio dos neofascistas italianos e o seu braço direito no Conselho era Gianfranco Fini, da Aliança nacional.
Mamma Mia! Que importa! o Espectáculo é tudo!


Bella ciao!

Una mattina mi son svegliata,
oh bella ciao, bella ciao,
bella ciao ciao ciao,
una mattina mi son svegliata
ed ho trovato l’invasor.

Oh partigiano, portami via,
oh bella ciao, bella ciao,
bella ciao ciao ciao,
oh partigiano, portami via
che mi sento di morir.

RESTO DA LETRA

8.5.06

Pregões de Lisboa, por André Bandeira

1 – “Jesus Cristo!” Este foi lançado pelo Padre Stilwell, da Paróquia das Amoreiras. Quem o lançou saíu da sua reverberação habitual de teólogo que não pronuncias as frases mas as põe a rodar sobre a mesa como moedas de ouro. Desta vez levantou a voz, com uma certa chicotada e eu, que me remoía por ter dito a uma pedinte romena, cheio de topete, “ Olhe, devia era ir trabalhar!” ou respondera, em seguida, a dois estrangeiros em busca da Igreja do Sacramento, com um desengajado “Não sei!”, acordei com aquele estalo. O Padre Stilwell não precisa de diferenciar os novos e velhos rostos da sua Paróquia, para expulsar do todo, uma sombra.

2- “Viva Maria! Viva Maria, nossa Mãe!”, o refrão de um cantor, na mesma Igreja, com uma voz ligeiramente rouca. Parecia uma daqueles rapazes de classe alta de Lisboa, que já não têm voz para enfrentar um Mundo rude e réptil, e que começam a dizer coisas “frescas”, sem muito nexo ( ou com muito!) como um espadachim que prolonga aos tropeções a sua queda, antes de ser atropelado pela brutalidade dos tempos. Mas ainda uma Voz capaz de aquecer o coração de quem ouve, com a sua lealdade ascendendo para o teto, com o seu timbre de pureza. De um tempo em que vozes como aquelas ainda pediam uma rapariga em casamento e sabiam sofrer por amor quando eram recusadas.

3- “Quem é honesto não sai da cêpa torta!” dizia uma mulher num quiosque da Praça do Comércio. E acrescentou que “se eu fôsse governante, um dia apenas, limpava isto tudo!”. Senti-me um pouco tocado, eu que escolhia e deixava à vista, diligentemente, livros em quinta mão, a um Euro. Quando levantei a cabeça, e vi o estendal de revistas pornográficas que rodeavam a vendedora, como lamaprinas votivas em torno de um guru hindu, estive para lhe dizer: “ Olhe , minha senhora. Comece por limpar isto tudo, aqui do seu estaminé!” Mas, depois, ao olhar de soslaio para as raparigaças das capas, bem alimentadas, saudáveis e sorridentes, percebi que estas imagens multiplicadas são símbolos modernos de fecundidade e que a gente fica bem-disposta quando se alumiam na televisão, ou nas paredes, como se, num vale aos nossos pés, pascolasse uma manada ou uma seara madura nos bafejasse os olhos.

4- “Ela ficava mais contente, se o marido dela a tivesse traído com um homem do que com outra mulher!”. Reconheci a voz dolente duma loira portuense que viajava na minha carruagem de 1ª Classe, ao lado do seu companheiro, um brasileiro intelectual e frágil, como um português do Séc. XIX que dominara quase completamente o sotaque tropical. Aquela voz dolente enchia, desde os primeiros rumores, até às conclusões, a carruagem, enchia-a com doença. Era uma dessas namoradas do Porto, abastadas, como um eterno pôr-de-sol na Foz onde o próximo passo, depois do Sol desaparecer, é cair abaixo da Ponte D. Luís. Tinha um ar de lantejoula de arte-nova, escondida na sua discrição envolta, como uma herdeira com casa de Verão, na Granja. Lentamente, ia tecendo uma malha de queixumes em torno da sua arrogância de Burgo, com uma série de dolências amorosas, de carências de ser punida e de ser amada ao mesmo tempo e ainda um brio em roer a base do mundo se não o conseguisse. Valia tudo naquele queixume que rapidamente declinava para uma zaragata: pôr homens e mulheres em posições degradantes para que, no azedume geral ( como um pôr-do-sol na Foz) pudesse adormecer (ou morrer descansada) na mesma cadeira de damasco, em que as senhoras do Porto, nos áticos, escutam sem ser vistas, as vozes da rua. Ao lado, o brasileiro ( ou direi melhor: o luso-brasileiro), como um homem jovem seduzido pelas ideias generosas do 25 de Abril, geria a sua fragilidade, sem saída possível.

6.5.06

As 95 teses de Lutero

É raro aparecerem escritas As 95 teses de Lutero
Aqui fica o registo mais a interpretação que adaptei em 1996 de Eric Voegelin MARTINHO LUTERO (1483-1546)

AMARTYA SEN CONTRA A IDEOLOGIA, por Marco Aurélio Torres Antunes


O economista Amartya Sen, Prêmio Nobel de Economia de 1998, escreveu um artigo esclarecedor, com o título The Man Without a Plan, no site da Foreign Affairs, sobre o livro The White Man's Burden: Why the West's Efforts to Aid the Rest Have Done So Much Ill and So Little Good, de William Easterly, o qual critica a ajuda internacional aos países pobres. Sen explica os pontos fracos do livro: simplificações, comparações indevidas, conclusões precipitadas, que desconsideram as características e necessidades específicas de cada país. A ajuda externa funciona. Se for bem direcionada, para países que não são governados por ditadores corruptos, pode atingir bons resultados.
Não são poucos os indivíduos que opinam sobre o assunto sem estudá-lo, baseados apenas nas idéias superficiais de seus gurus. Artigos de autores como Amartya Sen e Jeffrey Sachs, que já publicaram inúmeros trabalhos importantes sobre economia do desenvolvimento, são uma fonte de informação muito mais confiável sobre questões de economia do que ideólogos da direita e da esquerda.

Outro excelente artigo de Amartya Sen, publicado recentemente, chama-se Democracy Isn't Western, que refuta o determinismo cultural e defende a universalidade da democracia, temas abordados em seu novo livro, Identity and Violence: The Illusion of Destiny, sobre o qual foi publicada uma resenha de Fouad Ajami, no The Washington Post: Enemies, a Love Story. No livro East and West: The Reach of Reason, Amartya Sen escreveu: "But once we recognize that many ideas that are taken to be quintessentially Western have also flourished in other civilizations, we also see that these ideas are not as culture-specific as is sometimes claimed. We need not begin with pessimism, at least on this ground, about the prospects of reasoned humanism in the world." Para quem quer saber mais sobre as idéias do mestre, recomendo esta entrevista: Indian Democracy and Public Reasoning.

Fé e Má Fé no Islão



Mortificação de shiitas em 2006 no quadragésimo dia de luto da comemoração da morte de Husain, neto de Maomé, e instigador da rebelião contra o poder omíada e que morreu na batalha de Kerbala (Iraque) originando o cisma entre shiitas e sunitas. ( O pormenor na lâmina "USA saber" diz tudo)


Pior que a a ignorância ocidental sobre o Islão só mesmo a má fé islâmica sobre o Ocidente.
Um tal "profesor" Hasan Bolkhari, conselheiro cultural do Ministerio de Educação de Irão, declara que Tom e Jerry é uma conspiração judaica para erradicar a imagem pública do "rato sujo", termo dos nazis para referir-se aos judeus! ..
O professor incoerente...diz que "Tom e Jerry da empresa judaica de Walt Disney..." e blá-blá, quando Tom e Jerry é de Metro Goldwin Mayer e Hannah-Barbera

Para ver documentário da MEMRI, agencia judaica especializada em captar peças islâmicas anti-judaicas:
*CLICK*

Guerra Civil de Espanha vive dos Mortos, por Amparo Salvador

Trabalhos numa das secções do cemitério de Valença, onde a alcaide do PP Valença Rita Barberà autorizou nichos novos, mostraram quantidades maciças de ossos de uma sepultura que se suspeita ser de milhares de prisioneiros republicanos, fuzilados e enterrados no tempo do general Franco. A imprensa local diz que foi proibida qualquer fotografia (5.5.2006) embora já existam fotografias que mostram a terra com ossos protuberantes
TOTAL PERSONAS ENTERRADAS EN LAS FOSAS COMUNES DEL CEMENTERIO GENERAL DE VALENCIA DESDE EL DÍA 1 DE ABRIL DE 1.939 AL 31 DE DICIEMBRE DE 1.945:

26.300 PERSONAS

FUENTE. Todos los datos aquí expresados, proceden del estudio de documentación e investigación realizado por el Fòrum per la Memòria del País Valencià en los Libros de Registro de Enterramientos del Cementerio General de Valencia.A todos estos datos, hay que sumar a las personas enterradas en la Fosa Común del cementerio civil en los meses siguientes a la entrada de las tropas franquistas en Valencia, que se estiman entre 500 y 1.500, según los testimonios de personas supervivientes, testigos de aquellos hechos.

Valencia 25 de abril de 2.006

5.5.06

Notícias Portuguesas 2029


O museu de arqueologia industrial formado pelas refinarias de Sines, ardeu.

Licenciado obtém emprego no Entroncamento, o primeiro na região em doze anos

Bébé concebido naturalmente. Cientistas espantados.

Satélite português é o mais antigo do mundo… e o unico satélite português

Os tribunais rejeitaram o pedido de restabelecer casais heterosexuais

Foi recusada petição para que exista pelo menos um jogador português en cada equipa da 1ª Liga do campeonato de futebol

Passou a ser subsidiado o arranque de alfaces e hortaliças nos quintais de Lisboa, uma das últimas manifestações agrícolas do país

Fátima Felgueiras e Valentim Loureiro foram reeleitos para a Agência Portuguesa de Transparência por mais sete anos. O major poderá delegar funções no filho.

A taxa mínima de IRS desceu para 75 %

A estação de Metropolitano do terreiro do Paço em Lisboa deverá estar pronta em 2031

News 2029, por Joe Listo (WAIS)


Joe Listo sends Headlines from the year 2029:

Ozone created by electric cars now killing millions in the seventh largest country in the world, Mexifornia , formerly known as California. White minorities still trying to have English recognized as Mexifornia's third language.
Spotted Owl plague threatens northwestern United States crops and livestock.
Baby conceived naturally. Scientists stumped.
Couple petitions court to reinstate heterosexual marriage.
Last remaining Fundamentalist Muslim dies in the American Territory of the Middle East (formerly known as Iraq, Afghanistan, Syria and Lebanon).
Iran still closed off; physicists estimate it will take at least 10 more years before radioactivity decreases to safe levels. France pleads for global help after being taken over by Jamaica. Castro finally dies at age 112; Cuban cigars can now be imported legally, but President Chelsea Clinton has banned all smoking.
George Z. Bush says he will run for President in 2036.
Postal Service raises price of first class stamp to $17.89 and reduces mail delivery to Wednesdays only.
85-years, $75.8 billion study: Diet and Exercise is the key to weight loss.Average weight of Americans drops to 250 lbs.
Japanese scientists have created a camera with such a fast shutter speed, they now can photograph a woman with her mouth shut. (Hummmmmmmmm)
Massachusetts executes last remaining conservative.
Supreme Court rules punishment of criminals, violates their civil rights.
Average height of NBA players now nine feet, seven inches.
New federal law requires that all nail clippers, screwdrivers, fly swatters and rolled-up newspapers must be registered by January 2036.
Congress authorizes direct deposit of formerly illegal political contributions to campaign accounts.
IRS sets lowest tax rate at 75 percent.
Florida voters still having trouble with voting machines

2.5.06

O Iraque numa só frase

A invasão e ocupação americana tornou o Iraque de Estado- Vilão em Estado-Falhado.
Assim se pode resumir o relatório do Foreign Policy magazine, saído hoje na AP. (Sudão #1, República do Congo #2, Costa do Marfim #3, Iraque #4)
Each country was given a score based on data from numerous available sources. A "failing state" was described as one in which the government does not have effective control of its territory, is not perceived as legitimate by a significant portion of its population, does not provide domestic security or basic public services to its citizens and lacks a monopoly on the use of force. According to the review, the situation in Iraq (No. 4) and Afghanistan (No. 10) deteriorated since 2005, the first year the survey was taken.

Francisco Adam ou o Morrer Jovem, por André Bandeira


A morte é um lugar elegante, onde todos falam em voz baixa. Um dia, um amigo a quem a vida agarrou pelo pescoço, disse-me que deviam ter dado um prémio ao Publicitário que criou num cartaz, aí pela altura em que a Lady Diana morreu, com uma fotografia de uma menina portuguesa, legendando-a assim: morrem várias princesas por mês, na estrada para o Algarve. Só o meu amigo João sabia isso, ele a quem o Amor não sorriu e que amava as suas duas filhas como um pai estremoso, talvez por não ter tido pai, nem ter tido um irmão, talvez porque se punha em pé, como as marmotas no deserto, contra o vento mau do Universo.

Adam não era um grande actor. Não era um grande general como Alexandre da Macedónia. Eu sei que os céus não choraram por ele, porque os céus choram em Abril e em Março, e até em Agosto.

Vi uma foto de José Eduardo Moniz a consolar o pai de Adam. E vi que, sinceramente, aquele homem de êxito, não sabia o que dizer. Os céus também não sabem o que dizer e, por isso, choram de vez em quando, quando rimos e riem-se quando choramos.

Morrem jovens, aqueles que os deuses amam, diz-se. Estes deuses são como belos corsários que nos atacam de noite e nos levam o pouco que temos, as flores breves que nos crescem entre os calhaus cortantes do chão, onde labutamos de pés nus, até cair.

Simplesmente a Morte. Como uma saída para qualquer passo de dança.

Abraão tinha feito um pacto com Deus. E levou o seu filho para o monte. Levou também uma faca. E Deus disse: não o mates. Assim como te ordenei que o fizesses, agora ordeno que o poupes. E Abraão voltou a chorar de alegria, às escondidas, atrás do filho, no caminho de volta. Apesar disso, os filhos de Isaac continuam a ir constantemente ao monte, com uma faca escondida.

Portugal, estás triste, não estás? Até me pareceu ver o Carlos Lopes e o Fernando Mamede, a Rosa Mota ou o Joaquim Agostinho, ou até os cavaleiros de Aljubarrota, a correrem quando as portas do Casino se abriram. Mas era apenas uma alucinação da minha mente...

Adam era um moço belo. Como é bela a juventude e uma noite de estrêlas, cálida, num Algarve longe da gente, ao largo da estrada tranquila onde as cigarras sustentam o Universo, em rêde. Belo como as juras de Amor feitas bem longe dos dancings e dos Casinos, nascidos de um código de gestos e de olhares, como aqueles das princesas mouras e dos cruzados desgrenhados, para fora daquilo tudo, dos mercados de Silves de há mil anos ou das luzes psicadélicas. Como tantas juras de amor escritas na água com espadas de coral, que voltam intactas com a maré.

E se a dor inconsolável nos unisse? Se a minha Alma resistisse à Dor, como um espírito?

Estás triste, não estás, Portugal? Adam morreu como morreu o sorriso dos casapianos e de todos os outros jovens que nem um Julgamento alguma vez terão...como se a única coisa que tivéssemos, fosse o rosto de Adam pousando para a fotografia num tempo que ficará para sempre onde parou, sem que tivéssemos que crescer e tornarmo-nos em alguém, nas praias de Portugal, a quem um polinésio, chegado numa piroga, perguntaria se não estávamos ali por engano.

No fundo choramos todos, porque o nosso corpo está bem regado, de prazeres e preguiças, transbordamo-nos em libações por um jovem deus que morreu a tempo – qual levado por uma águia divina – de se não tornar feio e miserável como quem vendeu a inocência.

E agradeço ao homem jovem que era Adam, talvez por ter até arriscado um pouco, para deixar o que era, onde ficou, limpo e claro. Que maravilhosa que era a sensação de se deixar a quem se amava, com uma promessa, pois o espírito do Amor é um espírito, para longe da multidão, como um brisa começa a correr pela madrugada, da côr da Esperança que não é apenas a última a morrer, porque é imortal...

1.5.06

Petrodollars, by Krassimir Petrov

It is likely that almost everyone will eagerly adopt this euro oil system:

  • The Europeans will not have to buy and hold dollars in order to secure their payment for oil, but would instead pay with their own currencies. The adoption of the euro for oil transactions will provide the European currency with a reserve status that will benefit the European at the expense of the Americans.
  • The Chinese and the Japanese will be especially eager to adopt the new exchange, because it will allow them to drastically lower their enormous dollar reserves and diversify with Euros, thus protecting themselves against the depreciation of the dollar. One portion of their dollars they will still want to hold onto; a second portion of their dollar holdings they may decide to dump outright; a third portion of their dollars they will decide to use up for future payments without replenishing those dollar holdings, but building up instead their euro reserves.
  • The Russians have inherent economic interest in adopting the Euro - the bulk of their trade is with European countries, with oil-exporting countries, with China, and with Japan. Adoption of the Euro will immediately take care of the first two blocs, and will over time facilitate trade with China and Japan. Also, the Russians seemingly detest holding depreciating dollars, for they have recently found a new religion with gold. Russians have also revived their nationalism, and if embracing the Euro will stab the Americans, they will gladly do it and smugly watch the Americans bleed.
  • The Arab oil-exporting countries will eagerly adopt the Euro as a means of diversifying against rising mountains of depreciating dollars. Just like the Russians, their trade is mostly with European countries, and therefore will prefer the European currency both for its stability and for avoiding currency risk, not to mention their jihad against the Infidel Enemy.

I Encontro de Blogues de Vila Viçosa

A iniciativa mais importante de Vila Viçosa no séc. XXI

I Encontro de Blogues de Vila Viçosa

I Encontro de Blogues de Vila Viçosa

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