Como aviso sucinto e grave aqui deixo o artigo de 18 de Março, 2008, que me enviou Paul Craig Roberts ( Ex Secretário Assistente do Tesouro na Administração Ronald Reagan 1981-1985). E tomo nota que é o 5º aniversário da Guerra do Iraque.
No seu livro, o colapso de Poder britânico (1972), Correlli Barnett relata, que no início da 2ª Guerra Mundial, a Grâ Bretanha só tinha reservas de ouro para financiar as despesas da guerra por alguns meses. Os Ingleses pediram ajuda aos americanos e esta dependência sinalizou o fim do poder britânico.
As guerras do século XXI da América no Afeganistão e Iraque são financiadas por estrangeiros, principalmente chineses e japoneses, que compram títulos do Tesouro americano.l
A administração Bush prevê um deficit de $410 biliões no orçamento federal para 2008. Sendo de quase 0% a taxa de poupança, os E. U.A. dependem de estrangeiros para financiar as despesas do governo. Financeiramente, não são um país independente.
A previsão do deficit $410 bilhões baseia-se na suposição irrealista de um crescimento de 2.7% do PNB em 2008, quando é certa a recessão. Por isso, o dólar continua a declinar em relação a outras moedas. O dólar sofre a pressão dos deficits de orçamento, dos deficits de comércio e das expectativas da inflação resultantes de a reserva federal estabilizar o sistema financeiro com injecções de liquidez.
Os credores estão desconfiados. Contudo Washington parece acreditar que pode confiar no governo chinês, japonês e Saudita para financiar uma América a viver acima dos meios. Será um choque quando chegar o dia em que os titulos do Tesouro EUA não forem subscritos inteiramente.
Os E. U.A gastaram já $500 biliões na guerra do Iraque. Se acrescentarsmos os custos de recolocação do equipamento destruído, dos pagamentos a veteranos, dos juros dos empréstimos de guerra, ou o PNB perdido, a soma é de $3 triliões.
Mc Cain diz que continuaria a guerra por 100 anos. Com que recursos? Os credores de América falam de irresponsibidade fiscal total. Vêem a ilusão de um país que acreditA que os estrangeiros continuarão a acumular o débito dos E. U. até à eternidade.
Os E. U. estão falidos. David M. Walker, Comptroller General e presidente do Government Accountability Office, (GAO) em relatório ao congresso dos E. U.A. , em 17 de dezembro de 2007 notou que "o governo federal não manteve o controle interno eficaz e a conformidade com leis e regulamentos significativos como os de 30 setembro, 2007."
Além disso, o relatório de GAO indicou que as encargos do governo federal "totalizam aproximadamente $53 triliões ($53.000 biliões) em setembro de 30, 2007."
Frustrado, David M. Walker renunciou recentemente ao cargo de presidente do Government Accountability Office
Em 17 de março de 2008, um franco suíço vale pouco mais de $1. Em 1970, a taxa de troca era 4.2 francos suíços ao dólar. Em 1970, $1 comprava 360 yen japoneses. Hoje compra menos de 100 yen. O dólar desmoronou-se mesmo face ao euro, a moeda de um Estado que não existe: a União Européia.
Quem é credor, não quer ter a dívida paga em uma moeda tão fraca.
De acordo com dados recentes de 28 de Fevereiro sobre manufacturas e tecnologia, as importações em 2007 eram 14% do PNB dos E. U. e as manufacturas dos E. U. 12% do PNB. Um país cujas importações excedam a produção industrial não pode parar o deficit de comércio exportando mais.
Noam Chomsky escreveu recentemente que a América pensa que possui o mundo. A verdade é outra: os E. U.A devem ao mundo. O "superpoder" não pode financiar as próprias operações internas, menos ainda as guerras, excepto através da bondade dos estrangeiros em emprestar dinheiro que não pode ser reembolsado.
Os E. U.A nunca reembolsarão os empréstimos. A economia americana está devastada pelo offshoring, pela concorrência estrangeira, e continua a aderir a uma ideologia de comércio livre que engorda as grandes empresas multinacionais e os grandes accionistas à custa dos trabalhadores americanos. O dólar está a falhar no seu papel como a moeda de reserva corrente.
Quando o dólar cessar de ser a moeda corrente de reserva, os E. U. A deixarão de poder pagar as suas contas pedindo empréstimos no estrangeiro. Às vezes penso se o "superpoder” falido conseguirá ter recursos para fazer regressar as tropas estacionadas em centenas de bases no ultramar, ou se serão abandonadas.
Paul Craig Roberts foi Secretário Assistente do Tesouro na Administração do presidente Reagan e responsável pelo sucesso económico da política de supply side. Foi editor associado do Wall Street Journal. Leccionou a cadeira William E. Simon, centro de estudos estratégicos e internacionais, Universidade de Georgetown, e é Senior Fellow da Hoover Institution, Stanford. Tem a Legião de Honra do Governo Francês. É o autor Supply-Side Revolution : An Insider's Account of Policymaking in Washington; Alienation and the Soviet Economy e Meltdown: Inside the Soviet Economy e é o co-autor com Lawrence M. Stratton de The Tyranny of Good Intentions : How Prosecutors and Bureaucrats Are Trampling the Constitution in the Name of Justice.
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