Os escândalos de corrupção da 3ª República vão desaguar todos ao mesmo ponto ; a ausência de uma atitude de serviço. Não todos, mas um número suficientemente preocupante de influentes enriqueceram à margem da lei e, como agora sabemos, à nossa custa. Quando Cavaco Silva se afastou em 1995, é porque conhecia a gente intratável que tinha em seu redor; que agora queira regenerar a República com os poderes menores de Presidente é, pelo menos, estranho. Quando Guterres se afastou em 2002, por causa do “pântano”, é porque conhecia outros tantos animais políticos a chafurdarem à sua volta. Foi para um palco internacional.
A oligarquia do Bloco Central apoderou-se nos corredores do poder do agenciamento de negócios: a democracia portuguesa tem que se libertar dela e para isso só há um caminho, que é o caminho do rei. Queremos a monarquia, ou queremos dar um rei à república, porque o caminho do rei é servir, servir a pátria sem procurar nada para si. Queremos o caminho do rei, porque cada um de nós deve servir, sem ingenuidades nem contemplações para com os corruptos, e sabedor de que por cima das empresas, e dos indivíduos, temos de unir os interesses do Estado aos interesses da sociedade mediante o princípio monárquico que aponta para uma unidade de propósitos e um consenso sobre o futuro de todos os portugueses.
Para esta finalidade, as eleições presidenciais são secundárias e o alheamento que cresce em seu redor é significativo. É a falta de atitude de serviço revelado pelos políticos da 3ª República que leva à descrença generalizada neles, memos aos que procedem bem. Pelos mesmos motivos, existe um número crescente de monárquicos que se pretende abster, votar nulo ou branco, tal como existem muitos mais que preferem conscientemente votar pelo mal menor, ou escolher um candidato onde reconhecem a independência da sociedade civil. Porque acima dos partidos e das pessoas, os monárquicos seguem o caminho do rei, que é servir, ou seja, colocar a Pátria acima dos interesses particulares e colocar a democracia ao serviço do Povo…
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1 comment:
E é engraçado que, numa notícia de um jornal televisivo, Portugal surja como o 16º país mais corrupto do mundo, e isto por apenas três segundos, para de seguida se dedicarem cerca de dez minutos a um problema diplomático qualquer numa ex-colónia portuguesa. Apelo às associações políticas, com a sua influência, para contribuirem para o fim desta situação, pelo menos ajudarem a colmatar esta situação política, tipo terceiro-mundista. Nomeadamente nas escolas, e não só... Queremos parecer-nos aos países nórdicos. Mas em quê? Nos resultados? Mas os resultados só se atingem começando pelas bases. Que os políticos sirvam, que a população tenha a ideia de que os políticos são servidores, e não nós serviçais.A pobreza mede-se também pela pobreza política dos seus cidadãos. Se não nos preocuparmos com a política, ela decerto encarrega-se de nós, como diria Godard. E é desta pobreza, de as pessoas, na sua generalidade, não entenderem isto, que podemos morrer. De fome.
L U C
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