25.1.05

BUSH carrega na tecla RESET

Na imprensa americana, o Discurso Inaugural do Presidente George W. Bush é elogiado por admiradores como idealista e recusado por críticos como sendo vazio e irrealista. Ambos têm a sua parte de razão. Como as razões originais para a guerra do Iraque não se mantiveram, Bush tocou no botão RESET e apresenta a versão idealista da propagação da liberdade no mundo.

Como disse BRZEZINSKI em entrevista, se o discurso fosse levado a sério, implicaria uma cruzada global dos EUA contra Estados com os quais têm interesses comuns, mesmo que não apreciem as respectivas políticas externas. Entraria em conflito com a China que não é uma democracia, vg.Tibete? Como agiria para com a Rússia e os seus Chechenos ? Como agiria com Israel, que é um amigo dos EUA, que tem de se defender dos terroristas palestinianos mas que também oprime os palestinianos ?
Como retórica, há quem goste do discurso da liberdade mas a referência ao "fogo que arde no espírito humano" faz lembrar as velhas promessas gnósticas da centelha que arde no iluminado que tudo sabe. Como ponto de partida para uma política externa, o discurso é preocupante.
Os amigos do presidente estão a usar o discurso como uma promessa de solidariedade para com tibetanos, sauditas e quaisquer outros que se sentem oprimidos nos seus direitos.
Mais realisticamente, os EUA talvez venham a intervir contra Estados fracos mas em termos práticos nunca interviriam contra Estados fortes. Não é muito diferente do expansionismo soviético.

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