26.6.05

A Ideia Mundialista Dominante


A 12 de Janeiro de 2005, George W. Bush em entrevista ao Washington Times declarou: "Para ter uma ideia do que penso em política externa, leiam o livro de Natan Sharansky, The Case for Democracy : The Power of Freedom to Overcome Tyranny and Terror " É um grande livro. No dia 18 de Janeiro, Condoleezza Rice, declara que a missão da América é espalhar a liberdade e a democracia no mundo inteiro. A 20 de Janeiro, é o discurso de investidura de BUsh II; chegou o momento de democratizar com metralhadoras. O Washington post revela que o ministro israelita ajudou na redacção. A 23 de Fevereiro de 2005 em vésperas de encontro com Vladimir V. Poutin, Bush confirma que o projecto de "democratização" refere-se também à Rússia.
Fui ver o resumo do livro “A Causa da democracia" que Sharansky publicou em Setembro de 2004, com a ajuda de Ron Dermer. Classifica os Estados em duas categorias conforme o "teste do lugar público": se uma pessoa de pode manifestar na praça pública, está numa nação livre, se não numa tirania. As primeiras são democracias, as segundas tiranias. O homem aspira pela liberdade; as democracias são pacíficas, as tiranias declaram as guerras; os tiranos inventam inimigos.
A prisão deve ter feito mal a Sharansky e ele agora vinga-se. Dá-nos uma versão demente do que é uma nação, um país e uma sociedade. É absolutamente paranóico e aos que já têm o poder oferece uma fórmula branqueadora que justifica qualquer acto político de qualquer estado. Na Grécia dos filósofos seria considerado um “sofista liberal”.
Afinal quem é Natan Sharansky, o novo ideólogo mundialista? Sob o nome de Anatoly Sharansky, era cidadão soviético; nascido a 20 de Janeiro de 1948, Ucrânia, fez estudos de física e matemática. Em 1973, vê recusado o pedido de emigrar para Israel. Pede a ajuda dos Estados Unidos para forçar a URSS a deixar emigrar judeus. Estabelece contactos com os colaboradores do senador Henry Jackson: Richard Pearle, Elliott Abrams, Douglas Feith, Abram Shulsky, Paul Wolfowitz.
É condenado a 13 anos de prisão. Após cumprir 9 anos, obtém a liberdade. Em 1988, cria o Fórum sionista para o povoamento do Israel com judeus soviéticos. O seu partido político de extrema direita, o Yisrael B' aliyah, funde-se no Likoud.
Entra como deputado no Knesset e junta-se ao governo de Benjamin Nétanyahou, em 1996, como ministro do Comércio e a Indústria. Será ministro do Interior de Ehud Barak, e Vice-Primeiro ministro de Ariel Sharon, encarregado de Jerusalém e Diaspora. Em Setembro de 2001, na conferência mundial contra o racismo da O.N.U em Durban (África do Sul), impede uma resolução final que identifica o sionismo com o racismo. Israel e os Estados Unidos abandonam a conferência. A controvérsia perde-se com os atentados do 11 de Setembro Sharansky desenvolve o paralelo entre anti-americanismo, anti-sionismo e anti-semitismo. Sharon cria a "comissão de luta contra o anti-semitismo" com delegações em todas as capitais. A 30 de Janeiro de 2005, a "comissão " é elevada a órgão ministerial dirigido por Natan Sharansky.
Mais Palavras para quê? Por muito tempo ainda ouviremos o estertor dos que morrem por esta paranóia...

No comments: