29.5.06

Hans e Sophie Scholl, por André Bandeira

Bendito seja o Povo alemão. Os Chineses chamaram-lhe o Da-ren, que quer dizer a “Gente digna”. No dia em que Benedito foi a Auschwitz, para além do Dever de dar uma imagem, lembrei-me que espero que ele vá, um dia, a outros lugares, como a Sibéria, como Kigali, como Nanquim ( onde um Nazi da Siemmens, de cruz suástica no braço, chamado Johan Raab, salvou entre 150 a 250.000 chineses das tropas japonesas) , ou Nagasaki, como João Paulo II foi à Costa do Marfim. Isto, se a saúde dele o permitir. Sei que há muita gente que não gosta dele por ser um Conservador. Enquanto ainda temos força para falar, não podemos usar certas “modernices” para tornear um certo código rigidamente natural. Mas isso é enquanto temos força para falar. Auschwitz é um lugar onde os Anjos ficaram mudos. Como nos outros lugares que citei. Bendito seja o Povo alemão, de Hans e Sophie Scholl ( ponho-os por esta ordem porque os pais os deram ao mundo pela mesma ordem), de Probst, de Hubner, de Schmorell, de Christl ( que nunca fôra cristão mas que pediu para ser baptizado antes de ser executado). E do Pastor Boenhoffer. Sophie sonhou, antes de ser presa, que levava um menino vestido de branco, para um baptizado, numa vereda da sua terra, e que depois caía mas conseguia, antes, entregar o menino a alguém. Também eles foram das Juventudes Hitlerianas, porque amavam a sua Pátria, os rios, os bosques, as montanhas, o povo digno e honrado que tinham percorrido. E, por ela, a sua Pátria, passaram a citar Goethe e Schiller, para derrubar Hitler. Não chegaram a unir-se a outra resistência, não tiveram nenhum contacto com o Estrangeiro, não chegaram a complicar as ideias, ficaram por um “socialismo racional”ou por um “cristianismo activo”, foram pelo federalismo, usaram apenas a palavra, em resistência passiva, não optaram pelas bombas, mas disseram tudo: que Hitler era satânico, que devia ser derrubado, que a Guerra devia acabar, que na Polónia tinham sido massacrados “300.000”judeus, numa altura em que as esquadrilhas aliadas não bombardeavam os combóios de reabastecimento dos campos de concentração. Reuniam-se para ler poesia e rezar, para lerem Aristóteles e tocar guitarra, para falarem de Expressionismo e de Arte. Depois foram morrer. Hans tentou atrair a culpa toda para si, Probst pediu pelos seus três filhos para ser poupado. Os Guardas, arriscando o emprego, puseram-nos juntos antes de morrerem e disseram-lhes que nunca tinham visto coragem assim. Hans, que só chorou quando lhe disseram um nome de mulher, que foi proibida de o ver, gritou nos corredores da cadeia antes de ser conduzido ao muro: “Es lebe die Freiheit!”. Sim, esta é a minha gente, a gente da Edelweiss, sou alemão como eles, tenho um bocadinho de Inveja de Bendito e que a minha Honra se chame Fidelidade.

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