26.7.06

Outra Guerra Diferente


O conflito entre Israel e Hizbollah faz parte da chamada Guerra de quarta geração em que os Estados enfrentam forças não estatais. Este facto desencadeia a estranha reacção - ou falta de reacção - da comunidade internacional
Israel quer o que disse general Dan Halutz quando ameaçou "fazer andar para trás o Líbano 20 anos." Desencadeou um ataque já formatado até que o governo do Líbano desarme o Hizbollah, uma tarefa que o exército israelita não conseguiu realizar em 18 anos de ocupação. Vem daqui a necessidade de Ehud Olmert de acusar o Líbano de "actos de guerra” e fazer-lhe exigências impossíveis de cobrir a fronteira quando a marinha e força aérea israelitas são desencadeadas contra a Hizbollah.
Para a Hizbollah vencer basta sobreviver com força suficiente para uma nova ofensiva a coberto do estado libanês dentro de um mês, um ano, o que for. Donde o desespero israelita de ataque em força.
Onde estão os dirigentes árabes, calados no Cairo, em Riad, e Jordânia enquanto o povo libanês é massacrado? Nenhum quer arriscar a defender a Hizbollah que tem ramificações congéneres e dentro das respectivas fronteiras.
Onde estão os cristãos? Por que razão está o papa Bento XVI virtualmente isolado entre dirigentes cristãos ao falar contra o que está sendo feito aos cristãos e muçulmanos libaneses e na condenação do ataque de Israel ao Líbano, à luz do direito internacional e do humanitarismo. Ver as declarações do Núncio António Franco em Jerusalém.
Onde está Bush mais silencioso do que habitual – tirando a *** palavra na cimeira do G8 que mostra “ estes governantes que nos governam” - e que apoiará abertamente os israelitas durante um período indeterminado – segundo boas fontes? O plano para a democracia no Médio Oriente cai por baixo porque ele apoia o governo libanês de Saronio – completamente de rastos e não apoia a vitória democrática do Hamas – que sempre esteve de rastos, a ponto de atacar Israel através de túneis.
Onde está a União Europeia, com as missões Solana de diálogo e mais diálogo desacompanhado de uma clara luz ao fundo do túnel?
Por quê tanto silencio quando Israel persegue uma política consciente de punição colectiva de inocentes? Porque além dos erros morais há um erro profundo intelectual sobre o Médio Oriente; em vez da guerra entre Estados é uma caçada aos agentes da guerra de quarta geração: Como a invasão do estado iraquiano foi feita em nome de ter relações com um agentes da Al Qaeda. Tudo isso mostra que a Comunidade internacional precisa de poliarquias regionais mais fortes e incisivas para estabelecer a segurança e defender as populações. O mundo é mais complicado que o factbook da CIA e as prescrições dos tratados europeus e as surata do Corão. Só o sofrimento faz ver isso

1 comment:

JSM said...

Caro MHC
Inteira razão na análise. O médio oriente precisa de estruturas políticas sólidas mas dentro da cultura do médio oriente. Monarquias islâmicas, digo eu, não repúblicas islâmicas, como acontece. Israel, por seu turno, ou quer ser um estado do médio oriente, vivendo em harmonia e aliança com (pelo menos) alguns dos estados do médio oriente ou então se pretende continuar com esta aliança preferencial com os Estados Unidos, a fingir que é um estado ocidental, está perdido e tem que vir embora, mais tarde ou mais cedo, com mais ou menos bombas.
Cumprimentos.