5.7.06

Sobre uma Homilia, por André Bandeira

Havia uma Mulher que sofria de perdas de sangue. Depois de se ter arruinado com vários médicos, não se conseguia curar e os hebreus tomavam a sua doença como impura. Foi procurar Jesus, no meio da multidão. Os apóstolos diziam que não valia a pena. Mas ela conseguiu tocar-Lhe as vestes e curou-se. Jesus perguntou quem lhe tinha tocado as vestes e os apóstolos diziam-lhe: “Oh Mestre, no meio de tanta gente como vamos saber?”Mas Jesus voltou-se e viu quem era, no meio da multidão. Talvez o sofrimento desta Mulher também tivesse tocado o coração de Jesus e o milagre o tivesse abanado tanto a ele como a ela. Depois Jesus foi procurado por Jairo, o Chefe da Sinagoga que lhe pedia desesperado que o Mestre lhe salvasse a sua menina, quase a morrer. Os Apóstolos, de novo, diziam-lhe; vai-te embora que ela está morta já. Mas Jesus seguiu-o e disse à menina: ‘Levanta-te Tabeeta”. E ela levantou-se e viveu. Tabeeta quer dizer pequena gazela. Teria doze anos, a idade da puberdade.

Num Mundo de revolta e seccionamento, este episódio faz-me ver que a pequena Gazela, na idade de sofrer a impureza cíclica, se levantou e que a Mulher se curou. Por mais misteriosa que seja a natureza pagã da condição Feminina, com tanta História e que se pretende fazer renascer hoje, sob a forma de Diana, de Juno, de Minerva, de Vénus, uma coisa ela tem de comum com a Natureza Masculina. Sobre as duas pernas se erguem ambas as condições e sobre elas têm de caminhar para viver. Imagino Jesus, ao ver a pequena Gazela, erguendo-se nas suas pernitas frágeis e aguentar-se nelas de novo. E sobre esta natureza comum de caminhantes, somos irmãos, o Homem e a Mulher. Aguentando-nos nas canetas somos tão fracos e tão fortes, uns como os outros.

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