31.7.08

1º Master de Verão em Política


Foi concluído com êxito o 1º Master de Verão em Política do Instituto da Democracia Portuguesa.
Alguns resultados podem ver-se aqui.

O proximo MAster deverá ter como exórdio a personalidade de Salgueiro Maia como me lembraram hoje:



"Aquele que na hora da vitória
Respeitou o vencido
Aquele que deu tudo e não pediu a paga
Aquele que na hora da ganância
Perdeu o apetite
Aquele que amou os outros e por isso
Não colaborou com a sua ignorância ou o vício
Aquele que foi "fiel à palavra dada e ideia tida"
Com antes dele mas também por ele
Pessoa disse"

Sofia Mello Breyner

23.7.08

Capitão Ahab




A disciplina de Relações Internacionais ameaça tornar-se a preferida do Conselheiro Acácio.
A enorme massa de platitudes que infesta as revistas de geopolítica, relações internacionais e ciência politica, algumas transexuadas de jornalismo, é de fazer vómitos. Os ditos especialistas que se colocam em biquinhos dos pés para nos recitar como vai o mundo desde Vestefália e qual vai ser o próximo espirro de Condoleeza Rice ou o traque do novo senhor do Kremlin, são de enjoar; a suficiência bronca com que nos debitam cenários que nunca acontecem fora da cabeça deles, e de mais alguns centos de fotocópias da Universidade de Georgetown, é assustadora.
Para variar radicalmente gostaria de trazer o que ainda não vi nenhum embora decerto que uma pesquisa google o faça aparecer de tal modo é óbvio; ter modelos literários para analisar as relações internacionais.
O que me fez pensar nisso é o paralelo entre Moby Dick e o Terrorrismo, entre o capitão Ahhab e George (vai-se embora) W. Bush.
São bem conhecidas as análises de como o romance Moby Dick significa a externalização do mal; converte-se o mal no absolutamente outro para que o eu seja o bem. E nesse processo o capitão Ahab ( um nome elementar, básico, bushiano) perde a alma, os seus marinherios perdem a vida e tudo termina numa enorme tragédia como os acontecimentos contemporâneos do baleeiro Essex que inspirou o grande escritor americano.
Esta simplicidade de que só os grandes escritores são capazes para sondar a alma humana é decisiva para analisar George W. Bush. È muito mais verosímil do que os supostos actores, agentes, entrosamentos, redes, factores do potencial, cenários, e muitos outros pluses e minuses do jargão das RI. Perceber que por detraá das grandes causas que arrastam o mundo também ( ou sobretudo, isso é para debate) existem as pequenas causas da personalidade humana que nasce e morre sozinha. Mas pelo meio vive em comunidade e é a esta que deve prestar contas. Moral: Ler Moby Dick é ler o maior fantasma jamais concebido pela alma americana que renasceu com George Bush, é ler como melville profeticamente sabiaA uma certa América que caminha para o fim do império como sucedeu a outros impérios criados “como quem os desdenha”, ou seja, by default.

17.7.08

Pontos e vírgulas



O grande polemista Karl Kraus escrevia muito sobre a correcção do alemão por volta de 1901. E um dia disseram-lhe. "Então o senhor escreve sobre onde colocar pontos e vírgulas enquanto Pequim está a arder. ?" Decerto adivinham a resposta: " Se colocassem os pontos e vírgulas no sítio certo, Pequim não estaria a arder." Posto isto entregaram a Casa dos Bicos à Fundação Saramago

15.7.08

Margarida vai à fonte...!



A 15 de Julho de 2007, António Costa era eleito presidente da Cãmara nas eleições intercalares na Câmara Municipal de Lisboa.
Um ano depois, Margarida Vila-Nova, Mandatária para a Juventude de António Costa, numa sessão organizada pelo PS Lisboa veio afirmar corajosamente que "NO PASA NADA". E que eco teve nos OCS ? Que eco não lhe deram ? Afinal a direita dos interesses aliada à esquerda das palavras de ordem trata bem dos seus arranjinhos. Nem a explosividade sensual- política de Vila-Nova arrebenta com isso.
Eu que modestamente andei fazendo campanha pelo PT e que aprendi o que tinha a aprender de campanhas, saúdo este gesto de Margarida e por mim dou-lhe eco.

14.7.08

Barrilaro Ruas morreu a 14 de Julho de 2003



Tinha de ser. Tinha de morrer a 14 de Julho, o velho bardo da monarquia portuguesa com a memória exacta dos acontecimentos porque lhes conhecia o peso específico. No campo político, pela sua acção e livros contribuiu para o descomprometimento dos monárquicos com o salazarismo. Autor de obras sobre temas históricos, eclesiásticos, literários, pedagógicos, e de ensaio político, a que se junta uma vasta bibliografia dispersa por revistas, dicionários e enciclopédias, o essencial da obra de HBR foi o de chamar a atenção para os fundamentos das questões de identidade nacional como ressalta na sua monumental edição de Os Lusíadas que contém materiais indispensáveis para reconfigurar a interpretação da obra, como sejam o “discurso a D. Sebastião” que atravessa a epopeia, a «imagem pessoal» de Camões, ou os silêncios sobre a história de Portugal.
Muyito mais ele fez mas, por isso mesmo, apenas aqui deixo esta evocação
"Em todas as culturas ( ou civilizações) e apesar do espírito crítico e das revoluções da mentalidade, sempre a Monarquia guardou algum vestígio ao menos do revestimento (ou substância) do sagrado que deriva em linha recta da sua originária experiência religiosa"
H. Barrilaro Ruas - Do artigo Monarquia na Enciclopédia POLIS

13.7.08

Homenagem ao Bispo do Porto


Associo-me e pedi que me representassem nesta cerimónia! E há uns anos atrás escrevi, juntamente com o António Amaral sobre António Ferreira Gomes e a sua Carta.

HOMENAGEM DE COIMBRA AO BISPO DO PORTO D. ANTÓNIO FERREIRA GOMES NO 50º ANIVERSÁRIO DA CARTA A SALAZAR
Em 13 de Julho de 2008, próximo domingo, ocorre o 50º Aniversário da Carta a Salazar, escrita pelo Bispo do Porto D. António Ferreira Gomes.

Cidadãos de Coimbra, conscientes da importância política que teve na luta pela Democracia essa Carta, assinada um mês e cinco dias após as eleições presidenciais ganhas pelo General Humberto Delgado, surgida do interior de um dos pilares do Estado Novo, a Igreja Católica, a qual levou ao exílio do País o seu autor, entendem prestar Homenagem a quem teve tão profundo acto de coragem, que o Estado Democrático reconheceu ao atribuir-lhe a Grã Cruz da Ordem da Liberdade.

Convidam-se todos os que se queiram associar a esta Homenagem Cívica, a divulgá-la e a nela participar, sendo portadores das respectivas condecorações.

Dia – 13 de Julho, próximo domingo
Local – Monumento ao 25 de Abril, Rua Antero de Quental, praceta junto ao edifício da ex – PIDE/DGS

Início – 11h00
Intervenções –
11h15 – José Dias – colaborador da Fundação Inatel, Movimento Cívico Não Apaguem a Memória
11h30 – Amadeu Carvalho Homem – professor da Universidade de Coimbra, Alternativa Associação Cultural para o Desenvolvimento do Ser Humano
11h45 – José Manuel Pureza – professor da Universidade de Coimbra, Comunidade de Acolhimento João XXIII
Encerramento – 12h00


Nota – Carta a Salazar e biografia de D. António em www.fspes.pt
Coimbra, 08 Julho 07
Amadeu Carvalho Homem, José Dias, José Manuel Pureza

6.7.08

Novilíngua


O futuro ou já o presente?
Eu axo q os alunos n devem d xumbar qd n vam á escola. Pq o aluno tb tem direitos e se n vai á escola latrá os seus motivos pq isto tb é perciso ver q á razões qd um aluno não vai á escola. primeiros a peçoa n se sente motivada pq axa q a escola e a iducação estam uma beca sobre alurizadas.
Valáver, o q é q intereça a um bacano se o quelima de trásosmontes é munto montanhoso? ou se a ecuação é exdruxula ou alcalina? ou cuantas estrofes tem um cuadrado? ou se um angulo é paleolitico ou espongiforme? Hã?
E ópois os setores ainda xutam preguntas parvas tipo cuantos cantos tem 'os lesiades', q é um livro xato e q n foi escrevido c/ palavras normais mas q no aspequeto é como outro qq e só pode ter 4 cantos comós outros, daaaah.
Ás veses o pipol ainda tenta tar cos abanos em on, mas os bitaites dos profes até dam gomitos e a malta re-sentesse, outro dia um arrotou q os jovens n tem abitos de leitura e q a malta n sabemos ler nem escrever e a sorte do gimbras foi q ele h-xoce bué da rapido e só o 'garra de lin-chao' é q conceguiu assertar lhe com um sapato. Atão agora aviamos de ler tudo qt é livro desde o Camóes até á idade média e por aí fora, qués ver???
O pipol tem é q aprender cenas q intressam como na minha escola q á um curço de otelaria e a malta aprendemos a faser lã pereias e ovos mois e merdas de xicolate q são assim tipo as pecialidades da rejião e ópois pudemos ganhar um gravetame do camandro. Ah poizé. tarei a inzajerar?


Verdadeira ou falsa, esta composição de um aluno do CEF-9ºANO reflecte uma parte do ensino secundário na novilíngua que corresponde ao "fechamento da mente portuguesa". Eric Blair (aka George Orwell) analisou o fenómeno no "1984" em 1952. Anthony Burgess escreveu o mesmo em 1962 no Orange Clockwork que deu origem a um dos grandes fimes da história do cinema e de Stanley Kubrick. Allan Bloom em 1992 analisou o fechamento da mente americana. A crise há muito que anda por aí. Agora, até estamos no momento de catársis , de reconhecimento maciço do que se passa. A nossa época já não acredita em ideologias porque a ciência desmistificou os respectivos fundamentos unilaterais; mas - há sempre uma mas - continua a viver e pensar segundo categorias ideológicas sem um pensamento matricial capaz de acolher contributos dispersos por metodologias diversas.

3.7.08

Então, para que serve a Lusofonia ?


A nossa COMUNICAÇÃO SOCIAL ESTÁ DOENTE, com excepções. O grave não é só o dinossaurismo de Miguel Urbano Rodrigues e demais avantistas, bem referido por Jorge Ferreira. O grave é que estando em jogo a vida de um luso descendente pouco ou nada se preocupou durante cinco anos com os movimentos e petições que corriam, pela Lusoesfera nos Estados Unidos e na Venezuela e em Portugal.

Entre as noticias da libertação de Ingrid Betancourt veio agora o destaque do jovem luso-americano Marc Gonsalves, filho de Josephine Rosano e do luso-descendente George Gonsalves, descendente de emigrantes madeirenses por parte do avô e de açorianos por parte da avó. Estava refém desde 13 de Fevereiro de 2003 quando foi capturado pelas FARC- Colombia após ser abatido o avião no qual se deslocava numa missão de controlo do narcotráfico na província de Caquetá, na selva da Colômbia, durante uma operação de vigilância ao cultivo de coca - não sabemos se daquela que costuma desembarcar no aeródromo de Tires...

Mas houve quem se tivesse mexido antes e não foi noticiado. João R. Crisóstomo, reconhecido pela defesa dos portugueses radicados nos EUA, bem como dos Direitos Humanos – e que em 2004 liderou uma grande homenagem internacional a Aristides de Sousa Mendes –, lançou a ideia entre os clubes e organizações luso-americanas nos Estados Unidos de uma petição a 3 de Abril que foi entregue.  João Paulo Veracruz, presidente do Centro Social Madeirense de Valência, João Sidónio Rodrigues, presidente do Centro Marítimo de Venezuela, Fernando Silva, presidente da Casa Portuguesa da Arágua e o presidente do Centro Português de Caracas Juan Gonçalves, apelaram ao "Governo português a avançar com gestões para ajudar a este luso-descendente que está sequestrado e reforçar o apoio a qualquer português, do mundo inteiro" que eventualmente seja sequestrado. Tal como não se falou dos negócios de Américo Amorim na ida do primeiro ministro a Caracas, também não se falou destes pedidos a José Sócrates.

Agora o drama chega ao fim e Gonsalves volta a Casa.Devido a outros meios.  Fico contente.  MAs a Lusoesfera mexeu-se e em Portugal quase não se falou dela. É de esperar que fique a lição que não haverá mais silenciamentos quando houver capturas de outros portugueses ou luso descendentes por esse mundo fora. Mas então, para que serve a Lusofonia ?

2.7.08

Espaços Verdes




O jardim do Palácio Galveias em obras vai ser de novo visualmente tapado. Em vez de deixarem Sá Fernandes, o Vereador dos Espaços Verdes manter o jardim com um gradeado protector para o público o poder desfrutar visualmente, os serviços de Cultura de que depende a Biblioteca Municipal no Palácio Galveias impuseram que se refizesse o muro anteriormente existente, cortando aos olhos do público este espaço lisboeta. E assim se corre o risco de perder o que aos cidadãos pertence ...