Finally, what is a jew? And why does one pose the question?
There is some room for meaning. One knows that one which some fit guys, with
brown shirts on and funny caps, expressed, shouting and yelling, with clubs in
their hands, in the thirties, in Germany. And one knows what was the meaning
when a medecine doctor, in the prophet’s tombs, decided to shoot his
machinegun, at random, on the arab worshipers. But, in between, there is
“jewishness”, “jewish blood”, “jewish nose and ears”,”jewish culture”,
“semitic”, “semitism”, “Synagogue of Satan”, “sionism”, etc. Guttmann tells us,
in this Treatise, that Religion is one thing, and Philosophy is another. It is
the most capable History of jewish philosophy I ever read and a very keen
History of the main philosophers with a jewish religious background. But
finally, is there a “jewish philosophy”, or is there philosophy made by jews?
Guttmann never lived up to write a “Theology of Judaism”. It would be interesting
to see how a theological reasoning – yes, because Guttmann, despite being an
orthodox jew, he was a rationalist – would impact in Philosophy. After reading
the book, I think that the religious life of the jewish diaspora, did impinge
in its own tribalization, but that, mostly because of the isolation jews have
been condemned to, by its neighbours. It wouldn’t have been unimaginable that
jewish religion spread beyond the diaspora ethnic boundaries. As a matter of
fact it did, with the Kazar in Russia and with the Falasha, in Ethiopia, the
most conspicuous among several cases. But it also did, in a way, with all
christians. All christians may be considered a kind of jews. In a few
sentences: Guttmann defines judaism as a kind of Religion which has philosophical
implications. Guttmann was an Historian of Philosophy, with a philosophical
expertise. But, whether Judaism has philosophical implications or not, that question
doesn’t mean that judaism is a philosophy. Judaism has been so much penetrated
by Platonism, Aristotelism, Kantian philosophy or existencialism, as
Christianity was. As a matter of fact, it remains Maimonide and Jehuda ben
Halevy, or Hermann Cohen and Rosenzweig on both of the recurring lines of
division. But something we have to be prepared to, that is to consider that
judaism was more philosophical than christianism, because it worked all these
years within close doors. That is wrong, says Guttmann. But the hint he has, in
his carefully drawn watershed, between Religion and Philosophy, leads to the
conclusion that thinking within Religion – such has the one set by jewish
worshipers – probably is an alternative to Philosophy ...that greek, pagan,
magic illumination. Better close to God, whatever that may mean, than squirting
a flash light on his own face, I say.
30.1.14
28.1.14
Dag Hammarskjold - A estrada
Quantas vezes as pessoas ou comunidades divididas estão tão afastadas que é necessário um pacificador para absorver o veneno de ambos os lados?
Dag Hammarskjold, Secretário Geral da ONU, cumpriu esse papel .
Foi provavelmente assassinado em 1961 durante a missão de paz que desempenhava na guerra civil no Congo ex-belga . Em 17 de setembro, Hammarskjöld embarcou para discutir um cessar-fogo com Tshombe. O DC-6B que o transportava caiu pouco depois de avistar o aeroporto. Uma investigação das autoridades coloniais concluiu que houve erro do piloto. A ONU não aceitou tal resultado. Uma pesquisa do The Guardian, em 2011, levantou sérios indícios de que o avião foi abatido, pouco antes de pousar, por mercenários ocidentais baseados na Zâmbia.. Em 2012 foi constituída uma comissão internacional para examinar o assunto.
Hammarskjöld ficou reconhecido como modelo para gerações futuras, tendo recebido o Prémio Nobel da Paz, a título póstumo. Deixou muitos escritos merecedores de leitura e reflexão. Quando de sua morte, foi encontrado o seguinte escrito: "Quando nasceste, todos riam, só tu choravas. Vive de maneira tal que, quando morreres, todos riam; só tu não tenhas lágrimas para verter".
Um seu poema A Estrada - mostra bem essa sua faceta.
A estrada, tens de a seguir
A diversão, tens de a esquecer.
A taça, tens de a esvaziar
A dor, tens de a esconder
A verdade, tens de a dizer
O final, tens de o suportar!
A estrada, tens de a seguir
A diversão, tens de a esquecer.
A taça, tens de a esvaziar
A dor, tens de a esconder
A verdade, tens de a dizer
O final, tens de o suportar!
27.1.14
Unicidade, de Barnett Newman
Onement
Antes da actual banalização da pintura abstracta o pintor americano Barnett Newman criou Onement I, Unicidade . Considerava- a a primeira encarnação do que mais tarde chamou 'zip', uma faixa vertical de cor, sobre o qual executou muitas variações posteriores. O título da pintura é uma derivação da palavra "expiação", significa " ser feito em um." Para Newman, o zip desigualmente pintado em um campo plano de cor não divide mas funde a tela. Houve quem comparasse os zips às figuras esguias de Giacometti, reforçando as ligações de Newman entre as suas pintura e os corpos.
Antes da actual banalização da pintura abstracta o pintor americano Barnett Newman criou Onement I, Unicidade . Considerava- a a primeira encarnação do que mais tarde chamou 'zip', uma faixa vertical de cor, sobre o qual executou muitas variações posteriores. O título da pintura é uma derivação da palavra "expiação", significa " ser feito em um." Para Newman, o zip desigualmente pintado em um campo plano de cor não divide mas funde a tela. Houve quem comparasse os zips às figuras esguias de Giacometti, reforçando as ligações de Newman entre as suas pintura e os corpos.
25.1.14
Sacrifício, de André Tarkovsky
Trouxe de S. Paulo, da É Realizações este
belo foto-livro que narra com guião e imagens o filme de Tarkovsky, em tradução de Anastassia Bytsenko e Adriano Carvalho
Araujo e Sousa.
Uma maneira de ver a obra do artista é
considerá-la uma expressão através da beleza para chegar aos outros. O cineasta
falou de seu trabalho como realizador de cinema:“A grande função da arte é a
comunicação, uma vez que o entendimento mútuo é uma força para unir as pessoas,
e o espírito de comunhão é um dos aspectos mais importantes da criatividade
artística .. .Eu não consigo acreditar que um artista apenas trabalhe para
se exprimir. A expressão só tem sentido se encontrar uma
resposta. Criarmos vínculos com as outras pessoas é um processo que custa
muito, e sem ganho prático: em última instância, é um acto de
sacrifício. E, certamente, não valeria a pena o esforço só para ouvirmos o
eco de nós mesmos” (Sculpting in Time, 1986. p.39 e s.)
Aqui nesta edição , destaco o que diz a
badana
“A questão de saber o que insistentemente
me fascina no tema do sacrifício – dos ritos sacrificiais – tem uma resposta
direta: interesso-me essencialmente, eu, homem de fé, por todo indivíduo capaz
de se dar em sacrifício, quer em nome de um princípio espiritual, quer por sua
própria salvação, ou por essas duas razões ao mesmo tempo. Dar esse passo
naturalmente supõe de antemão a renúncia total a todos os interesses, em
primeiro lugar aos interesses egoístas; aquele que é tocado age num estado
existencial que está além de toda lógica, de toda causalidade
"normal", livre do mundo material e das suas leis. Entretanto – ou
talvez justamente por causa disso –, o seu ato acarreta mudanças evidentes. O
espaço em que evolui aquele que está pronto a sacrificar tudo, e até a dar-se
como oferta no sacrifício, representa uma espécie de réplica dos nossos espaços
empíricos, habituais; sem que isso o torne menos real.”
Surpresas II - Arrependimento, um filme de Tengiz Abuladze
Para sondar as profundezas da noite escura da alma de um João da
Cruz, ou da noite escura de Deus de Nietzsche, penetrar no mistério da Shoah em
Auschwitz , pode desenterrar-se um morto, como fez Tengiz Abuladze no
seu filme de 1984, Arrependimento , a forma de mostrar o horror causado
por Estaline e seus cúmplices .
Arrependimento (georgiano: მონანიება, Monanieba, russo: Покаяние) foi
filmado em 1984, mas proibido na União Soviética devido a ser uma crítica
semi-alegórica do estalinismo. Estreou-se em 1987 no Festival de Cannes,
ganhando o Prémio FIPRESCI, Grande Prémio do Júri e o Prémio do Júri Ecuménico.
No plano prosaico, é a história do
pós-estalinismo e mesmo da perestroika com as regiões russas a tentarem
libertar-se do pesadelo do passado. Mas Arrependimento é tudo menos prosaico; é
um poema filmado, cheio de surrealismo.
Tudo no filme vale a pena. Todos os
personagens transportam-nos a um tempo e espaço próprios do que todos nós, fora
da Geórgia, achamos que terá sido a Geórgia dos anos 50, a mesma terra onde
nasceu Josef Vissarionovich Djugashvli dito "Staline", o homem de
aço.Varlam, o vilão é uma mistura de Estaline e Hitler e Mussolini de aldeia,
com as capacidades de um herói de ópera bufa. A música não podia ser melhor
escolhida, do bufo ao heróico, do hino à alegria de Beethoven ao cântico
final místico em que as vozes parecem responder à velha senhora
que pergunta "Para que serve uma rua, se não conduz a uma Igreja?".
Feito antes da queda do Muro, Arrependimento mostra como o Muro teria de cair.
Cheio de pormenores surrealistas, o
filme tem várias culminâncias, como a cena em que Abel aterrorizado se vai
confessar a uma figura invisível., afinal o seu pai Varlam, o tirano da
vila, que dele se ri. "Vieste confessar-te ao diabo!" E assim
, entre medos e arrependimentos, somos levados às profundezas da
noite escura de que poucos hoje falam mas que está sempre aí, na consciência.
22.1.14
Walker Percy -
Alguns anos antes de morrer, no final de uma entrevista com
Robert
Cubbage , Walker Percy foi questionado sobre o segredo da
sua escrita :
“Se um escritor tem um segredo, não é que ele tenha algo de especial,
mas
que ele tem um nada de especial. Nestes tempos, acho eu, um escritor
sério tem de ser um ex-suicida, uma nulidade , um nada,
zero. Ser um
nada é a condição de fazer qualquer coisa. Esse é o segredo.
As pessoas não sabem que escrever bem é simplesmente uma
questão de desistir,
de se entregar, de deixar ir . Tu dizes: " Tudo está
perdido . Pára o baile.
Rendo-me. Nunca voltarei a escrever. Admito a derrota total.
Estou acabado."
O que te estou a dizer é que nada sei de nada. É uma questão
de ser tão
lamentável que Deus fica com pena de ti, olha para baixo e
diz: " Ele está feito num oito. Vamos deixá-lo fazer um
par de boas frases. "
( Percy,
l987 “Writing in the ruins”, Notre Dame
Magazine, autumn, p.31 )
É fácil substituir "filósofo" por escritor, pelo menos do tipo socrático. Sobretudo quando se tentar
escrever sobre a humanidade.
21.1.14
Tivadar Csontvary - Supresas 1
Volto a publicar no Duas Cidades, após quatro anos.
Diz a Wikipedia: Tivadar Kosztka Csontváry (Sabinov, Eslováquia 5 de julho de 1853 - Budapeste, Hungria, 20 de junho de 1919), foi um pintor húngaro, dos primeiros a se tornar conhecido na Europa. Embora estimasse as suas raízes húngaras, cresceu falando uma mistura de língua eslovaca e alemão. Durante a juventude, foi farmacêutico.
Porque me surpreendeu? Porque, para mim, fala uma linguagem artística, nova, esmagadoramente bela. Não sei onde as suas experiências se encaixam em uma filosofia da humanidade. Mas sei que, pelo menos depois de ter respirado profundamente meditando a sua obra, o duro trabalho de compreensão pode recomeçar. Fica a sugestão.
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