Trouxe de S. Paulo, da É Realizações este
belo foto-livro que narra com guião e imagens o filme de Tarkovsky, em tradução de Anastassia Bytsenko e Adriano Carvalho
Araujo e Sousa.
Uma maneira de ver a obra do artista é
considerá-la uma expressão através da beleza para chegar aos outros. O cineasta
falou de seu trabalho como realizador de cinema:“A grande função da arte é a
comunicação, uma vez que o entendimento mútuo é uma força para unir as pessoas,
e o espírito de comunhão é um dos aspectos mais importantes da criatividade
artística .. .Eu não consigo acreditar que um artista apenas trabalhe para
se exprimir. A expressão só tem sentido se encontrar uma
resposta. Criarmos vínculos com as outras pessoas é um processo que custa
muito, e sem ganho prático: em última instância, é um acto de
sacrifício. E, certamente, não valeria a pena o esforço só para ouvirmos o
eco de nós mesmos” (Sculpting in Time, 1986. p.39 e s.)
Aqui nesta edição , destaco o que diz a
badana
“A questão de saber o que insistentemente
me fascina no tema do sacrifício – dos ritos sacrificiais – tem uma resposta
direta: interesso-me essencialmente, eu, homem de fé, por todo indivíduo capaz
de se dar em sacrifício, quer em nome de um princípio espiritual, quer por sua
própria salvação, ou por essas duas razões ao mesmo tempo. Dar esse passo
naturalmente supõe de antemão a renúncia total a todos os interesses, em
primeiro lugar aos interesses egoístas; aquele que é tocado age num estado
existencial que está além de toda lógica, de toda causalidade
"normal", livre do mundo material e das suas leis. Entretanto – ou
talvez justamente por causa disso –, o seu ato acarreta mudanças evidentes. O
espaço em que evolui aquele que está pronto a sacrificar tudo, e até a dar-se
como oferta no sacrifício, representa uma espécie de réplica dos nossos espaços
empíricos, habituais; sem que isso o torne menos real.”
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