8.7.05

Porquê Londres, Porquê Agora?


Dos mais de 40 mortos e 700 feridos em Londres no 7/7 não pode haver justificação moral. O acto deve ser condenado e os terroristas que o realizaram julgados em tribunal. Deve haver compaixão para com os que sofreram e esperança nos esforços das forças de segurança para o futuro. Mas é imperativo que a narrativa que vai emergir do massacre de Londres não pertença à al Qaeda nem aos neoconservadores

O sincronismo do ataque com a cimeira G8 é significativo. Parece que o G8 com Blair à frente queria secar o pântano da pobreza e “mexer na mudança de clima”. Isso golpeava o coração do extremismo islâmico. Melhorar a eficiência dos transportes e substituir os combustíveis fósseis como fonte da energia, retira importância ao Médio Oriente e aos extremistas islâmicos. A luta contra a pobreza global, também "drenava o pântano” dos terroristas.

A Inglaterra foi atacada por ser aliada da política americana no Médio Oriente. O medo é o grande objectivo dos ataques terroristas. A violência é o meio eficaz. Não se pode responder com a cultura securitária e a paranóia do medo aos ataques do terror em democracia. Os jornais ingleses estiveram muito bem em perceber isto.Mas
necessitamos de uma resposta.

Há grandes probabilidades que os terroristas tenham querido mudar o sentido do progresso, que a cimeira G8 deveria produzir. Os terroristas querem deter a luta contra a pobreza e a mudança energética. Tinham prometido golpear a GB e fizeram-no no momento que mais lhe interessa. Atacam poucas vezes mas de modo certeiro.

Infelizmente, vai ser difícil impedir que os neoconservadores americanos venham reclamar um “bom velho ataque” ao Irão e Síria. A al Qaeda tem os seus “melhores inimigos” na direita americana. A luta contra a pobreza e a mudança energética ficarão para depois.

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