9.8.05

Tem a palavra o sr. Deputado Borges de Carvalho!


Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados:
(...) A chefia do Estado, em república, negando àquele cargo a independência, o desinteresse político, o apartidarismo, a altura, enfim, que deveria ter, acarreta, paralelamente, a tentação dos sonhos de poder pessoal (que sempre encontram seguidores entre os oportunistas e os que desprezam o sufrágio e o regime partidário, a tentação messiânica dos que pretendem descobrir ou impor entendimentos que não saiem do livre evoluir das forças democráticas, ou obter desses entendimentos dividendos políticos que o sufrágio lhes não daria, a tentação, enfim, de exercer poderes dificilmente fiscalizáveis ou praticamente infiscalizáveis.
(...)Tememos pois que as características próprias do sistema republicano de chefia do Estado, aliadas às características pessoais do Presidente e às ambições e propósitos de muita gente, venham a médio prazo a pôr gravemente em causa o sistema institucional que as forças democráticas defendem. Nada nos seria na verdade mais grato do que poder vir a concluir que os nossos temores não têm fundamento."

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II Legislatura
1981-01-22