10.8.05

Tem a palavra o sr. Deputado Ferreira do Amaral!

Sr. Presidente, Srs. Deputados:
"Pedi a palavra para dar um breve esclarecimento ao Sr. Deputado Salgado Zenha, visto que fui por ele mencionado há alguns momentos.
O Sr. Deputado Salgado Zenha fez uma observação em que, de certo modo, deixou a ideia de que nós, Partido Popular Monárquico, seríamos parlamentaristas por um certo oportunismo.
Gostaria de esclarecer, embora pense que o Sr. Deputado não precisa deste esclarecimento, que somos parlamentaristas por razões de coerência desde a primeira hora e desde as primeiras bases do nosso programa.
Sempre pensámos que a representação parlamentar é a mais genuína, pois é aquela que assegura de uma forma matemática as várias correntes que se digladiam num determinado país ou Estado. Portanto, é possível dosear essas forças de uma forma que mais ou menos corresponde às tendências do eleitorado.
Este é um facto que não acontece em relação ao chefe do Estado. As últimas eleições demonstram-no pois o próprio chefe de Estado eleito não corresponde à vontade das forças que o elegeram, como se pode verificar pela intervenção agora produzida pelo Sr. Deputado Vital Moreira, afirmando que este não é o chefe de Estado do PCP, pois o PCP viu-se forçado a dar-lhe o seu apoio.
Assim, por coerência com o nosso programa e com as nossas ideias, entendemos que o regime político ideal para a Europa livre, como é aquela a que Portugal pretende pertencer, é o sistema parlamentarista.
Ora, nós não mudámos em nada quanto a estas nossas convicções pelo facto de a eleição presidencial ter tido este resultado, visto que já anteriormente assim pensámos, aliás como o Sr. Deputado Salgado Zenha sabe."

II Legislatura 01 Sessão Leg. 1980-12-11