13.4.06

O Blog da Rititi


Não sou adicto de blogs, nem sequer do meu que partilho com o caro André Bandeira. Também não adiro à teoria da Clara Ferreira Alves de que os blogs são para frustrados; essa menina não percebeu nada de como a blogosfera liquidou definitivamente qualquer tentativa de big brother, o que não significa que não deixe à solta uma vaga de bacorinhos(as) a farejar um misto de informações, argumentos e ruminações simultaneamente divertidas e perversas.

Vem este parlapió todo a propósito do blog da rititi, um clássico no género orgiástico, para lhe dar uma classificação qualquer que faça pensar que andei a pensar muito no assunto, o que não corresponde de todo à verdade. Tecnicamente a rititi é o blog de uma “gaja”. Na nossa “sociedade-qualquer-coisa pós-moderna” a rititi cumpre funções semelhantes à de uma sacerdotisa dos templo pagãos de Diana, uma geisha conceptual, capaz de trocar os desejos sexuais de leitores e leitoras por caprichos intelectuais: não conheço a senhora para acrescentar vice-versa, e não me comprazo em difamações infundadas.
No caso vertente tem a “ gaja” ou senhora ( bem... até pode ser menina porque eu desconheço idade, estado civil e mais normativos da rititi - e não preciso conhecer para me pronunciar) tem, dizia eu, boas técnicas, como a de introduzir um i-pod com as músicas EURO-TRASH ! “a que os parolos chamam pirosas” do festival da Eurovisão. E comenta a senhora: “Selecção histórica da Eurovisão: para que nenhum europeu se possa ficar a rir dos demais.” O que é absolutamente verdade e lapidar.
Também gostei dos comentarios contra a globalização a propósito dos chineses e há muito de verdade na contraposição de portugueses e espanhóis com o cristiano ronaldo a andar com a mersha romero. Eu seria incapaz de me meter assim na vida dos outros, ainda que interpretativamente e com isto não quero referir qualquer metáfora fálica. Mas a Rititi é uma intelectual, convém não esquecer, senão não se dava ao trabalho de dissecar com bastante graça mas, a meu ver, com excesso de inuendos, a espuma dos dias.
Só para terminar com mais uma erudição. Há aqui na rititi qualquer coisa do expressionismo alemão dos anos 20; a realidade é tão ligeira que até a arte parece mais grave. Deve ser impossível ter razão em qualquer debate com a rititi, porque não é de razão que aqui se trata; mas sim dos tais impulsos, digamos, elementares.
Com tudo isto, o blog não é mau: a realidade que desmistifica é pior.

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