31.12.06

Vu de France


Le drapeau portugais nous raconte la défaite de l'islam conquérant

Nos amis français (et musulmans qui lisent France-Echos) doivent connaître la symbolique de ce drapeau, qui raconte la lutte sans merci que livrèrent avec succès les Portugais à l'envahisseur musulman. Le drapeau reprend le vert foncé de l'espoir, le rouge du sang versé pour la patrie et la sphère armillaire représente le globe terrestre, symbole de l'histoire d'exploration maritime des grands découvreurs portugais, qui ont permis d'anéantir le commerce des caravanes musulmanes. On y trouve également les armes de l'État — les sept châteaux ou citadelles de l'expansion territoriale (reprises sous le règne d'Alfonso Henriques au XIIe siècle aux Maures), dont celle de Lisbonne. Les cinq écus bleus sur l'écu blanc sont ceux de sa victoire sur les cinq rois maures lors de la bataille d'Ourique en 1139 où il est proclamé roi. Les cinq monnaies byzantines disposées en croix (des points ou besants) reprennent la disposition des cinq plaies du martyr du Christ, au nom duquel Alfonso Henriques défit ses ennemis.

Le drapeau portugais est donc le plus islamophobe de tous !

Lusoocelt

30.12.06

Desta vez só havia Barrabás!

















"Onde já há tanto medo, porquê acrescentar mais ?" O sacrifício Baal - Bush consumado!

Shame on you, by Globetrotter

A man is going to die. I cannot do anything. I cannot stretch my hand and reach him. And the worst is that, while doctors, mothers, fathers, brothers, jet-pilots in stormy skies or worried sailors in tempests, run to save their companions or fight back mortal diseases creeping on someone's veins, this man is going to die in the hands of other men who could save him.
He is just one more. As all of us who will die one day, he shrinks with his own sensations, looking to a small circle of light, getting smaller and smaller before the vessel of his feelings, finally wrecks. I look to the eyes of the actress Penélope Cruz, here in a magazine cover, by my side, and I ask myself what kind of magic tenderness has crafted those eyes. I imagine a beautiful girl I met, here standing by my side and I kneel begging her hands to hold my tears.
A man is going to die. One more. His blood will fall on the head of who ordered his death, over whoever, being able to save him, decided instead to deliver him to those ones who, after his death, won´t have more than one second of relief because of those he killed and are not able to return.
His blood is flowing already throughout Baghdad and is mouthing into the seven seas.
That extraordinary thing which is a body and a soul, in a way that we don´t see anything similar among the rocks of Mars, the frozen gas deserts or the furnaces in planets and stars as far as we can see, that thing which took millions of years to be, is going to crack in our hands.
Yes, I saw the old world come to the end. It was not in Hiroshima, it was not in Auschwitz. It is now. Now that I'm going to kill a third-rank, bloody tyrant, for whom nobody else sheds blood and who shed blood, for so many years, with the permission and tools of us, who are so keen of life.
Yes, I saw the old world crumble down. And the world to come will subside floating on blood, madness and absurd.
We'll never be so hated by the poor of the Earth, as from this day on. We were not able to open the doors of Nuremberg to Spring, we couldn´t open Spandau to a crazy oldman who didn´t manage to see the lirch boulevard for the last time and managed to gather his last strengths, just to hang himself. And it wouldn't add a grain of dust on his victims´ tombstones.
Pilat is asking the throng whom should he deliver and the throng shouts " Who cares? Kill, just kill!".
We do not deserve luck. We do not deserve pity. Nobody ever believes in our solutions. And if anybody did, the rocks on our way would pile up in a wall, the birds in the sky would ascend just to fall on us, nose down.
We lost our face forever and this infamous killing in no longer in our hands, since they turned into squids of luxury and carnage. We´d rather have then cut off. We open our mouth and it comes out a shriek, we open our eyes and the day is darkened and sunk into two black holes, we step up and the Universe, down under, collapses into the abyss.
It rains ice in the heat of Summer, the sun blazes in the heart of Winter, the ground cracks and we, as pellicans of a nightmare, crack the eggs and devour the cubs in our belly. Anyone will just long for killing before anyone else be born, and before being himself born, will dream of possessing a larger and darker bomb than the rest. There will be no new Order, only accounts to settle.
Against this mass of blood, only a river of tears can bring us some relief.
Shame on you! May God have mercy on your wilderness...

29.12.06

Atarturk descende de judeus portugueses? Por Inacio Steinhardt


O "marrano" Ataturk
Do meu amigo e colaborador Inacio Steinhardt transcrevo uma espantosa pesquisa que ele inicioi
Tuesday, December 26, 2006 Podem ver mais pesquisas do Inácio aqui

Itamar Ben-Avi, o filho de Eliezer Ben-Yehuda, célebre porque o seu pai, o renovador da língua hebraica em Erets Israel, proibiu, desde que o filho nasceu, que a criança ouvisse qualquer outra língua além do hebraico, conta uma história curiosa, que já foi reproduzida em muitas publicações, mas que vale a pena contar mais uma vez.
Itamar costumava frequentar o bar do hotel Kamenitz, em Jerusalém.
Uma noite, mo Outono de 1911, portanto durante o domínio otomano na Palestina, o proprietário perguntou-lhe se conhecia o oficial turco, que se sentava numa outra mesa.
Não, ele não o conhecia, porquê? "Porque é um dos oficiais mais importantes do Império Turco".
- "Como é que se chama?"
- "Mustafá Kemal."
- "Gostava de o conhecer"

O senhor Kamenitz, sem hesitar, fez as apresentações.
Conversaram em francês. E voltaram a encontrar-se muitas vezes, sempre na presença de uma boa garrafa de "arak", que se ia esvaziando noite fora, enquanto conversavam longamente sobre os diversos aspectos da política otomana.
Logo na primeira conversa, o jovem capitão confessou ao seu novo amigo que era descendente de Sabbetai Sevi. Já não era judeu, mas muçulmano, mas ainda admirava muito as ideias desse "vosso profeta", e recomendava que os judeus das Palestina as seguissem.
As ideias de Sabbetai Sevi, como já vimos num texto anterior, conduziam à assimilação. Um pouco, como diria Mendelssohn, "alemão na rua e judeu em casa", ou, no caso presente, "turco na rua", não interessa. Mustafá Kemal também preconizava a laicização do Estado. Tornar a Turquia um estado em que houvesse liberdade para não seguir a religião islâmica.
Dez dias depois, o capitão turco adiantou:
"Tenho em minha casa uma Bíblia em hebraico, impressa em Veneza. Já é bastante antiga, e lembro-me do meu pai me ter levado a um professor Karaita, que me ensinou a ler no livro. Ainda me lembro de algumas palavras"
É Itamar Ben-Avi que conta esta conversa, num livro já há muito esgotado.
E continua:
"Parou um momento, enquanto os seus olhos pareciam buscar algo no espaço, e continuou: Shemá Yisrael, Adonai Elohenu, Adonai Ehad".
"Mas essa é a nossa mais importante oração, capitão!"
"É também a minha oração secreta, cher Monsieur" – respondeu ele, enquanto enchia de novo os nossos copos.
Itamar não sabia então que o estava a ouvir não seria exactamente uma manifestação de Judaísmo. Uma das declarações secretas dos seguidores do falso messias era: "Sabbetai Sevi e nenhum outro é o verdadeiro Messias. Ouve à Israel, O Senhor é o nosso Deus, O Senhor é Único".
Talvez fosse daí, e não das lições do Karaita, que o oficial turco se lembrava das palavras do Shemá.
Mas não importa. Mustafá Kemal declarou ao seu novo amigo, então jornalista na Palestina, a sua origem judaica.
Mustafá nasceu em Salónica, em 12 de Março de 1881.
Teriam os seus antepassados pertencido a alguma das comunidades judaicas portuguesas, antes de se converterem ao Islão?
Não existe nenhuma indicação de tal facto.
Seu pai, Ali Rizá, funcionário da alfândega otomana na cidade, faleceu quando o filho ainda era muito novo. Diz a tradição que o nome adicional, Kemal, que significa "perfeito", lhe foi atribuído pelo professor de matemática, na escola militar secundária de Salónica.
Em 1907, aderiu ali ao "Comité da União e Progresso", conhecido normalmente como os "Jovens Turcos".
Em Setembro de 1922, as forças comandadas por Kemal, lutando contra o exército grego, tomaram Izmir. A vitória de Kemal na Guerra da Independência preservou a soberania da Turquia. O Tratado de Lausanne suplantou o Tratado de Sevres e a Turquia recuperou a totalidade da Anatólia e da Trácia oriental, do controlo Grego.
No ano seguinte, em 29 de Outubro de 1923, Mustafa Kemal comandava a revolta que derrubou o califado de Constantinopla e proclamou a República Turca, de que foi o primeiro presidente. Por isso lhe chamaram Ataturk, o Pai dos Turcos.
Kemal Ataturk foi um ditador, que transformou a Turquia num estado laico. Por quanto tempo ainda o será é hoje posto em dúvida.
Mas as leis do Islão foram severamente cerceadas. Proibiu o uso do alfabeto árabe na língua turca, que não pertence às línguas semitas, e passaram a utilizar o alfabeto latino.
A transliteração das palavras ocidentais, dos caracteres árabes, que se escrevem sem vogais, para o latino, causou uma barafunda enorme.
Vemos hoje, nas ruas de Istambul circularem os "taksi", e a portuguesíssima família judia portuguesa Albuquerque, de Istambul, é agora conhecida por todos com Albukreke.

3000 americanos e Baal

(Max Ernst)

As Forças Armada americanas estão à beira de ter 3000 mortos no Iraque além dos 46,880 baixas, entre feridos, em combate e acidente e doentes evacuados. Dos feridos em combate 15,387 + 6,670 (acidente) muitos seriam mortos não fossem os coletes blindados e os tratamentos hospitalares maciços. Isto para aferir da violência dos combates de rua e explosões de engenhos armadilhados. Por outras palavras. Os Americanos não podem ganhar. Só estão en Bagda para defender a Zona Verde.
Estão a fazer e fizeram muito mal a todo o Ocidente e, pela enésima vez na história moderna, serviram ao mundo a potência tecnológica e material inventada pela Europa mas esqueceram a potência espiritual que cá também nasceu. O Novo Ano vai-lhes ser ainda mais pesado. O culto de Baal-Bush não perdoa.

26.12.06

Amarrados:


«Atentemos rapidamente na pirâmide kafkiana em que se (des)equilibra a política de ordenamento portuguesa para percebermos a natureza da teia burocrática em que o país está enredado. (...) Desde o Programa Nacional de Política de Ordenamento do Território (PNOT) aos planos sectoriais com incidência territorial (PSIT) e planos especiais de ordenamento do território (PEOT), passando pelos planos regionais (PROT) e terminando nos planos intermunicipais (PIOT) e planos municipais de ordenamento do território (PMOT), que, por sua vez, compreendem os planos directos municipais (PDM), os planos de urbanização (PU) e os planos de pormenor (PP), o emaranhado de orientações é tão labiríntico quanto inoperante. »
(Nuno Sousa, Público)

25.12.06

Votos de Natal, por Pedro Cem


Que este Natal seja isso mesmo, um ponto no horizonte. Como o do arqueiro Zen, como o Cabo da Boa Esperança, do marinheiro desesperado. E como tantas outras coisas. Nem Jesus nasceu no Natal, nem o solestício de Inverno comanda um Povo que nem tem Destino, nem carta astral. Bom Natal aos que sofreram intimamente tentando comprar uma prendita, com orçamento precário e ,ainda assim, ficaram mal com a consciência. Os que se sentiram mal ao ver os mendigos, mesmo que profissionais, na Baixa e os que se desalentaram com as notícias das inundações na Indonésia e com mais uma bomba em Baghdad, ou uma guerra novinha em folha entre a Etiópia e a Somália. Bom Natal ao Mendo, valente Mendo, piloto deste vôo nocturno pela tempestade, ao Misantropo Enjaulado, que mesmo que não escrevesse Posts tão úteis e bons, só pelo nome dava um estaladão neste Mundo; ao Sobre o Tempo que Passa, escritor bem livre; ao Boca de Incêndio, da Guarda da nossa Terra; ao Bar Velho, dum Estudante que se não calou; ao Manchas do meu amigo Mourão, sempre simples e sensível; ao Sesimbra e Ventos do António e do Pedro, que me dão saudades e a tantos outros que fazem esta "Democracia digital", em que fico contente, ignorante que sou, com a palavra democracia. Vá lá, ouçam mais uma vez o "Last Christmas" do George Michael, esse bom cantor, apesar de tudo, que escreveu o "Like Jesus to a Child", embora a canção de Natal, vos possa ja invocar um Amor impossível ou até a Empregada da Tabacaria. Natal de contradição, de provação, de aturar às vezes pessoas que não o merecem, e ainda sair mal agradecido, ficar bloqueado no aeroporto, ou no combóio, fazer figura de parvo como num quadro de Edward Hopper, por essas ruas vazias.
Acho que Jesus teve hoje um bom presente e não podia James Brown morrer senão no dia de Natal; James Brown, esse menino pobre da Bronx, que ficou sempre pobre, apesar do dinheiro que tinha e que tentava dedicar, nos tempos de sorte, à gente da sua condição como um exemplo de fazerem alguma coisa boa na vida, a qual ele dificilmente conseguia endireitar. Decerto que ninguém dançava como ele, dançando sózinho como o pobre bêbedo que converteu Santo Agostinho, ninguém dançava como ele e foi certamente o que este Rei Mago, Belchior, deu na sua última romagem ao Deus-menino.
Isso mesmo. Sing Loud, I have a Soul and I'm proud.
E se não acreditas que tenho uma alma, olha bem para os meus pés.
Tenho a certeza que num quadrante do céu -- para quem quiser ver -- estarão em exibição contínua, para sempre, os filmes dos irmãos Marx e os musicais de Kelly e Astaire, os filmes todos do Tótó e, a partir de hoje, os concêrtos todos do James Brown.

O assalto da propaganda republicana , por Luís Aguiar Santos


Um dos grandes e mais repetidos equívocos que há sobre o significado e as consequências da propaganda republicana em Portugal (1860-1910) é que esta teria atacado essencialmente a monarquia, querendo preservar grande parte do edifício liberal. Ora, a propaganda republicana fez-se contra todas as instituições do regime: a monarquia, as Cortes (não só a Câmara dos Pares), o sistema judicial, a Universidade, a Igreja estabelecida, etc. As Cortes e, em particular, a Câmara dos Deputados, eram a instituição mais visada pela imprensa republicana, que tudo fez para as desacreditar junto da opinião pública, criando uma percepção generalizada da política parlamentar e dos seus naturais conflitos como uma "nojice" e um "escândalo sedicioso" que impedia a unidade nacional. Essa atitude era necessária para menorizar a ampla liberdade política que se vivia no País, incompatível com a suposta necessidade de uma revolução republicana para a conquistar.

É isso que explica que, após 1910, as primeiras eleições realizadas pela I República (em 1911) tenham sido o que de mais parecido houve antes de Salazar com umas eleições de partido único: os candidatos eram todos republicanos e uns poucos de socialistas foram convidados a participar. Depois, o partido republicano partiu-se em facções, para grande pena dos saudosos do tempo da propaganda, e criou-se uma ilusão de pluripartidarismo semelhante ao que existia antes de 1910. Nesse cadinho de desiludidos da "unidade republicana" se forjou a esperança numa União Nacional que "varresse" os partidos, como o 28 de Maio de 1926 (todo feito por republicanos), veio a permitir. Os republicanos, afinal, quando lhes coube moldar o País à imagem das suas ilusões, montaram a caricatura que construíram para denegrir a monarquia constitucional e o seu parlamento. Ironias da história.

24.12.06

O roteiro da paz de Bento XVI

http://www.agencia.ecclesia.pt/noticia.asp?noticiaid=40555


No cerne da sua mensagem do Dia Mundial da Paz de 1 de Janeiro DE 2007, sobre os grandes temas da actualidade, o Papa Bento XVI colocou a Pessoa humana, coração da paz. Com esse tema como centro da meditação introduz o apelo das Escrituras num verdadeiro "roteiro da paz" que orienta áreas como o direito à vida e à liberdade religiosa, a igualdade de natureza de todas as pessoas, a "ecologia da paz", o papel dos Direitos humanos e Organizações internacionais, o Direito internacional humanitário, o direito interno dos Estados e o papel da Igreja em defesa da pessoa humana
Afastado dos conservadores que há uma década nos explicavam o "fim-da-história" e que agora insistem no "choque de civilizações" como "o sentido da história", Bento XVI introduz "sentido na história" através das Escrituras. Os problemas e as crises fundamentais da actualidade envolvem muito mais do que "atrasos" na adaptação da consciência humana a novas situações - o que poderia ser resolvido tant bien que mal por "novas moralidades" e "novas cidadanias". O problema é que a auto-interpretação do homem actual tem que ser libertada das enormes expectativas imanentistas que criam a insatisfação com a ordem instalada mas que renegam a " gramática" do direito natural.
Perante estas expectativas imanentistas, Bento XVI introduz a esperança de que a paz seja (2)"um dom e uma missão", a "criação de um universo ordenado" e a "redenção da história humana".(3) Existe uma "gramática" escrita no coração do homem pelo seu divino Criador com as normas do direito natural. O reconhecimento e o respeito pela lei natural são a base para o diálogo entre os crentes das diversas religiões e os não crentes. (4). O dever de respeitar a dignidade de cada ser humano, em cuja natureza se reflecte a imagem do Criador, tem como consequência que não se possa dispor da pessoa arbitrariamente, cabendo denunciar os atentados contra (5) as vítimas dos conflitos, do terrorismo e das formas de violência, provocadas pela fome, pelo aborto e pela eutanásia. São de denunciar (6) as desigualdades no acesso a bens essenciais, como a comida, a água, a casa, a saúde; e, por outro lado, as contínuas desigualdades entre homem e mulher no exercício dos direitos humanos fundamentais. (7). São inadmissíveis a exploração de mulheres tratadas como objectos e as numerosas formas de falta de respeito pela sua dignidade; (8). A experiência demonstra que toda a atitude de desprezo pelo ambiente provoca danos à convivência humana, e vice-versa. (9). A destruição do ambiente, e a apropriação violenta dos recursos da terra geram conflitos e guerras. (10). São inadmissíveis as concepções antropológicas que pregam a guerra em nome de Deus. (11). São inadmissíveis também "pela indiferença face àquilo que constitui a verdadeira natureza do homem. (12). É ineficaz que os direitos humanos sejam propostos como absolutos, mas com um fundamento apenas relativo. Como disse o mahatma Gandhi: "O Gange dos direitos desce do Himalaia dos deveres" (13). A Declaração Universal de 1948 é um compromisso moral assumido por toda a humanidade que fortalece a autoridade dos Organismos internacionais para defenderem os direitos fundamentais da pessoa e dos povos. (14). O direito internacional humanitário, e os instrumentos de segurança nacional devem combater a "praga do terrorismo". (15). A vontade de alguns Estados de possuírem armas nucleares deve ser contrariada por acordos internacionais que visem a não proliferação, e pelo esforço de procurar a definitiva abolição.
Este grandioso roteiro da paz do Papa Bento XVI demarca-se claramente das visões optimistas de que estamos numa década de expansão da democracia, da economia de mercado e das tentativas de paz pelo direito. Também não alimenta o pessimismo dos que referem a permanência de guerras não declaradas, genocídios, pobreza continuada, novos fundamentalismos, degradação ambiental, desemprego e esvaziamento do significado do trabalho, e doenças sociais como o SIDA e o consumo das drogas. Conforme os ensinamentos das Cartas Encíclicas Popu-lorum progressio e Sollicitudo rei socialis, proclama um humanismo integral com que a Igreja defende a transcendência da pessoa humana e com que dá continuidade ao diálogo ecuménico com outras religiões.
Mendo Castro Henriques
Dossier | Mendo Castro Henriques| 19/12/2006 | 13:04 | 4360 Caracteres | 181 | Dia Mundial da Paz

21.12.06

Carta do Canadá, por Fernanda Leitão

BOAS NOTÍCIAS NÃO SÃO NOTÍCIA

Sabemos que o mundo vai mal e está perigoso a ponto de nos deixar atemorizados, porque a comunicação social, um pouco por toda a terra, nos relata diariamente a maldade humana na sua prodigiosa criatividade. No entanto, quando abrimos o jornal ou ligamos a TV ou a rádio, temos sempre esperança de encontrar o oásis de uma boa notícia. Pura ilusão. A literatura efémera que é a imprensa, é feita por homens e mulheres, eles próprios temerosos, obsecados pela realização do que julgam ser um esconjuro.É claro que o mal é contagioso, mas não é menos certo que o bem também o é. Por essa razão todos precisamos de pais e educadores que nos formem pelo exemplo, de governantes e oposições que se imponham ao nosso respeito pela boa conduta, de sacerdotes que nos guiem pela sua prática despojada e luminosa. Relatar o que é bom, creio, trará a luz onde há só há sombra mediática.
Por tudo isto e porque estamos no Natal, a poucos dias da celebração do nascimento de quem deu sangue e vida pelos trastes que nós somos, tomo a liberdade de deixar no vosso sapatinho um apontamento bonito.O caso passou-se no Canadá, um país onde o livre mercado e o capitalismo existem e dominam, algumas vezes descambando em selvajaria. Só podem ter sido selvagens os que lançaram amigos meus ao desemprego, ao fim de 20 e muitos anos de leal serviço na mesma empresa, através de uma seca mensagem electrónica que os infelizes encontraram ao abrir o computador, como faziam todas as manhãs mal entravam nos escritórios.
Mariana era uma funcionária altamente qualificada de uma multinacional. Tinha aquilo que se chama de um lugarão, bem pago, com muitas viagens e mordomias várias. Viu reconhecido o seu talento, inteligência e preparação adquirida num bem sucedido curso universitário. Este ano foi nomeada directora dos recursos humanos da empresa, o que a deixou encantada na presunção de poder contribuir para melhores condições de todos os funcionários. Poucas semanas depois, ficou diante da armadilha: a administração encarregava-a de despedir uns centos de empregados, sacrificados no altar da famosa reestruturação empresarial, essa que, muitas vezes, não passa de substituir homens por máquinas, numa prova descarada de estar o homem ao serviço da economia e não esta ao serviço do homem, como manda a moral e o bom senso. Mariana, com o coração partido, procurou obedecer à ordem sem fazer muito sangue, isto é, escolhendo os funcionários que podiam saír com reforma ou os muito jovens que facilmente podiam arranjar trabalho noutro lado.Mas o compressor do capitalismo ganancioso tratou de a apertar cada vez mais. Até ao dia em que exigiu o despedimento de uma secretária de meia idade, competentíssima, alinhadíssima, a braços com uma situação conjugal grave que a obrigava a ser pai e mãe ao mesmo tempo.
Foi nessa altura que aconteceu o que é uma boa notícia. Mariana apresentou-se ao presidente da multinacional e tratou de lhe propor o seu próprio despedimento em troca do despedimento daquela mulher numa idade que não proporciona um emprego encontrado facilmente. O presidente ficou assombrado, mas Mariana não se poupou a argumentos até conseguir o seu objectivo.Saíu de cabeça levantada e coração leve. Não vai sentir remorsos na celebração da consoada. Depois das festas, passadas com o o marido e o seu primeiro filho, irá procurar outro trabalho.
Já agora, aqui vai o resto da boa notícia: Mariana é portuguesa, casada com um português. Não se considera uma intelectual vanguardista ou a Madre Teresa de Calcutá. É, apenas, uma pessoa de bem e de coragem. Um bom exemplo.
Desejo-lhe um Santo Natal, leitor.

19.12.06

Natal 2006, pelo Padre Mario de Oliveira

O DUAS CIDADES GOSTOU DESTES VOTOS QUE CIRCULAM NA NET. NÃO CONCORDA COM TUDO MAS GOSTA QUE HAJA SACERDOTES CUJO OBJECTIVO NA VIDA NÃO É SEREM BISPOS: O CORAÇÂO TEM RAZÔES QUE A RAZÂO DESCONHECE

É este o meu voto teológico de Natal 2006:
Mário, presbítero da Igreja do Porto.

1. Confesso que estou cansado do natal que o Templo e o Império em uníssono insistem em impor todos os anos às pessoas e aos povos em todo o mundo. Já não suporto mais estes natais. Enojam-me. Dão-me vómitos. São hipocrisia a rodos. São mentira que nos oprime e aliena. São natais que nos roubam a alma, a identidade, os afectos, a ternura, o tempo. São natais que nos exploram até ao osso. Inclusive, o pouco dinheiro que ainda conseguimos ganhar com o suor do próprio rosto é-nos extorquido nestes dias com requintes de fina selvajaria pelas blasfemas catedrais de consumo, plantadas em espaçosos e feéricos centros comerciais sem um pingo de humanidade, todos a abarrotar de coisas, a maior parte delas inúteis que compulsivamente adquirimos e carregamos para casa, como uma cruz sem redenção, numa desesperada e inconsciente tentativa de enchermos os buracos da alma que só afectos desinteressados e tecidos com os fios da Verdade e da Graça poderão preencher sem nos ficarem a pesar ainda mais. Temos fome de asas para voar e empanturram-nos com embrulhos de papéis coloridos e reluzentes fitinhas, para que nunca cheguemos a descobrir que é de Projecto e de Utopia que precisamos para ser/viver. Verdadeiramente, estes natais do Templo e do Império são o nosso pesadelo, a nossa desgraça, o nosso inferno. Ou nos livramos deles, já este ano e para o resto das nossas vidas, a fim de nos tornamos pessoas constitutivamente livres e festivas, humanas e sororais/fraternas, ou acabamos reduzidos, aos quarenta/cinquenta anos de idade, abaixo de embrulho, abandonado num qualquer lar de terceira idade, desses muitos que o actual Governo de José Sócrates, pelos vistos, está empenhado em espalhar por todo o país, como bidões de lixo à espera de Godot!

2. Confesso que já não percebo nada. Há dois mil anos, o Templo e o Império uniram-se para matar/crucificar o Homem Jesus de Nazaré que então os perturbava e enfurecia, devido às suas práticas políticas libertadoramente solidárias e fecundamente insurreccionais a favor das inúmeras vítimas que ambos produziam em nome de Deus, da Lei, da Religião, da Ordem. E não é que hoje, passado todo este tempo, o Templo e o Império continuam unidos, mas agora para nos fazer adorar como um deus mítico esse mesmo Homem Jesus que os dois furiosamente mataram/crucificaram? O facto, só por si, diz bem do Perverso que são o Templo e o Império e que nós, na ingenuidade e na superficialidade do nosso viver quotidiano, teimamos em reverenciar, na pessoa dos seus poderosos chefes, ao mesmo tempo que acatamos e cumprimos todos os seus decretos, como ordens do próprio Deus. Seremos assim tão cegos, que não vemos toda a marosca que a encenação democrática, em que nos obrigam a viver, habilmente esconde e que, hoje, o Templo e o Império juntos querem impor a todo o custo a todos os povos da terra, nem que seja à custa de criminosas e hediondas guerras como a que continua presentemente em curso no Iraque? Será que já nem com o coração conseguimos ver? E se nem com o coração vemos, ainda somos humanos?

3. Com as coisas neste pé, eis o meu voto teológico de Natal 2006, em cinco alíneas: a) temos, como Humanidade, de resgatar Jesus, o de Nazaré, das garras mentirosas e assassinas do Templo e do Império; b) temos que aprofundar, com a inteligência e o coração porque é que o Templo e o Império juntos tiveram tanta necessidade de matar Jesus e daquela maneira; c) temos que aprofundar porque é que o Templo e o Império correram depois a fazer de Jesus um mítico deus que os seus sacerdotes e teólogos obrigam todos os anos a nascer e a morrer; d) veremos então erguer-se diante da nossa consciência o Homem Jesus em toda a sua originalidade e singularidade, assim como a sua Causa política, a única que, se for acolhida e praticada pelos povos, humanizará/salvará os seres humanos e a própria Natureza, nossa Casa comum; e) começaremos de imediato a ser mulheres, homens ao jeito do Homem Jesus e, em comunhão com o seu Espírito, prosseguimos a sua Causa política entre as vítimas do Templo e do Império, e com elas. Até que Deus, o de Jesus, nos ressuscite/dê razão, como ressuscitou/deu razão a Jesus!
Fiquem com a minha Paz e o meu Afecto.
Pe. Mário de Oliveira, presbítero da Igreja do Porto.

18.12.06

Democracy, by Alain de Benoist

Do meu colega no WAIS, Alain de Benoist, envio a seguinte mensagem:
Which nation today is the most democratic and why?

The answer to this question depends of courseon what is meant by “democracy”.Democracy is a regime where political legitimacy depends on popular sovereignty. Sovereignty is something else than consent. The consent of the governed is not sufficient to make it a democracy. In a democracy, people decide by themselves as much as is possible. And the people decideas a people (peuple in French, Volk in German, popolo in Italian), as a whole body producing a general will, not as a simple collection of individuals. Representative democracy is a mix of democracy and liberalism. The principle of representation is a liberal one. It is not without reason that Max Weber said that what is the most liberal in a democracy is also what is the least democratic. Rousseau wrote that, in a representative democracy, the people are sovereign just one day (the day of the vote), while the representatives are sovereign the rest of thetime.Because it is a regime of popular sovereignty, democracy is also a regime which allows all the citizens to be involved in public life, which maximizes the possibility of political participation. For the Greeks, this participation was essential, because the public sphere (governed bypolitics) was the realm of liberty, while private sphere (governed by economy) was the realm of necessity. To be free meant to be able to participate in public life, not the possibility to escape from it. This is exactly the contrary of liberal ideology, which sees political power as a constant threat and the private sphere, so-called civil society, as the place of liberty (and commercial activities) par excellence. However, the principle of democracy is not liberty, but equality--not equality of natural abilities, but political equality, which means that all citizens are equally citizens, holders of the same political abilities. The concept of citizen cannot be understood without its contrary: the non-citizen. “One citizen, one vote” is a democratic rule;“one man, one vote” is not. But democracy cannot be reduced to the vote, which is only a technical means to check the agreement of views between the governed and the governants. Democracy is even less reducible to thei deology of human rights. A decision which contradicts the ideology of human rights can be taken democratically. It will be accepted by the partisans of democracy, but rejected by the partisans of human rights. The prevailing model of democracy is today the liberal model of representative and parliamentary democracy. This model is in crisis in most of the Western countries, where people vote less and less, because they feel that their representatives do not represent them anymore, and they therefore return more and more to the private sphere. This crisis of representation, whose results are the slow transformation of democracy into an oligarchy of the New Class, has not yet been resolved seriously. A democratic place is a place where there is real sovereignty of the people, real control of the governants by the people, the real possibility for the people to decide by themselves about what concerns them. That means participative democracy. The more participation, the more democracy.

17.12.06

A boa escolha de Nuno Rogeiro, por Pedro Cem

Nuno Rogeiro foi à Conferência sobre o Holocausto no Irão, com a intenção de fazer a sua apresentação "Holograms of Holocausts". Antes de ir, figura pública como é, telefonou a outra figura pública, Esther Mucznick, que lhe sublinhou o contexto perverso da Conferência. À última da hora -- sabendo que o líder da Klu Klux Klan estava na sala -- recusou-se finalmente a fazer a Conferência, tendo descrito a atitude como uma das difíceis da sua vida, na qual pensou em toda a sua família. Acredito nisto tudo.
Acredito também que Nuno Rogeiro fez um enorme disparate em ter-se deslocado ao Irão para participar na Conferência.
Não conheço o texto. Mas perdeu o contexto e tornou-se um pretexto.
Se Nuno Rogeiro andou a ler Roger Penrose e achou graça à parábola do holograma para descrever aquilo que Sloterdjik chama inflação e, no Portugal pós-pós-moderno ( um Portugal do Carrilho) se chama "bôlha" é porque anda fã da Ciência Popular. Como esta está tão perto, na sua querida América, da ficção, como a vulgata marxista estava, na antiga URSS, Rogeiro pôde pensar que é a componente cultural e psíquica que fazem os acontecimentos parecerem aquilo que não são e tornarem-se as parábolas em factos.
Mas Nuno Rogeiro conseguiu fazer como Gérard Phillippe no papel de Fausto em " La Beauté du Diable", filme dos anos trinta, em que Fausto se vê no espelho do Futuro e não beija a Raínha adúltera.
O problema é que, no mundo quântico e homossexual em que vivemos, futuro e passado são a mesma coisa. Rogeiro só pode exercer a liberdade com que nos armamos aos cucos, num imenso Presente sem sombra, amputando-se. Assim o teve que fazer, ao aperceber-se da Conferência fantoche, num país que não é tão pouco livre como se pensa e a quem certos livres, que não são tão livres como pensam, querem fazer muito mal.
Foi melhor que nada, mas a auto-mutilação não faz um mártir.
Para a próxima vez, de tanta presunção mostre Rogeiro mais humildade e pense naquilo que o malogrado bôbo da Corte, lhe chamou, num momento de inspiração: Nuno Ligeiro.

12.12.06

A beggar told me, by Globetrotter

1 - Liberty, Dignity, Mercy.
2 - People suffer with no words, because of a look, because of a scent, because of a wind. Praying every day means to rebuild a human bridge above all these things.
3 - Structuralism was the manipulation of those who acceeded to speak. Public sphere was sending them to the arena. Bureaucracy was the nightmare of confronting them with the fact that body language was stronger than the verbal one. And finally, post-modernism: so many amusements and happinesses, just to keep Agression intact.
4 - Moral law in me, starry sky above. It takes two poles: a lonely monologue is the Universe.
5 - Existence is only History ans History is mostly slavery.
6 - God is a blow of wind over the lawn of things.
7 - Always forgive and give away in this valley of tears. The ether betwwen things, the fluid with an impulsion force to make them surface, is patience.
8 - Everytime you win, lose a little bit, not to smash the others. Everytime you lose, win a litle bit not to let the others fall upwards, emboldened. Be the Moon of the Sun and the Sun of the Moon, so as to hold the roof of the Universe.
9 - Do we really return to the same place? Yes, we do, but with bits of our freedom eroded, just because we have to go to some place. The place may be different but that's the way we go, which makes it seem the same.
10 - Agression is born from Ignorance. And repetition it's its midwife.
11 - Koffi Annan, the wise ghanese said: capitalism is an ugly portrait of the world, so that the world may mirror itself as ugly. Every nation, either little or big, is a possibility of mankind: it's the bee inside which designs the perfect shape of the honeycomb, not any queen bee.
12 - The americans never speak of the qualities of being iranian. Because a rogue-state is even better than a national state.
13 - Both in Iraq and in Iran people has showed what it wanted, as Democracy requires. So, neither Democracy nor the will of the People is the basis for Peace.
14 - The best way of surviving is navigating the waves with no fixed helm. Better than revolutionary new laws, it's following old faiths.
15 - Longing for some old beauty, is a way of cure.

11.12.06

Tango chileno, por Pedro Cem

Pinochet morreu. Jaz deposto no caixão. Augusto. De bigode francês, que não era prussiano.
3000 ou mais jazem sem caixão, alguns no fundo do mar, alguns tirados aos pais como se os pais não vivessem neles, outros até na Presidência da República com um corte para sempre, por dentro, porque uma mulher pode sentar-se na marquesa, mas se senta na cadeira de tortura foi porque o torturador infringiu uma lei demasiado antiga. Não sei se, com isto, se evitaram 30.000 mortos numa guerra civil que dificilmente aconteceria num Chile sob a tutela dos EUA e este raciocínio não me serve para atropelar um gato, na estrada, mesmo se estou com pressa: ninguém pode ser perdoado por ter morto, em nome dos que morreriam ou não. Teria de ser perdoado pelo que pensou mas tudo se passa, então, no coração de um só. A América Latina lá ficou vermelha de uma ponta à outra. Ser pobre não é bom negócio para ninguém e fazer os outros muito pobres é muito mau negócio.
Os ossos de S.Paulo, o epiléptico, parece que foram descobertos numas escavações em Roma. De tal modo que posso imaginá-los chocalhando sobre o tampo de uma mesa de madeira, para serem etiquetados. Deve faltar uma vértebra na coluna, aquela que fez os seus irmãos, os Romanos, depositarem ternamente a sua cabecita apaixonada, ao lado dos seus braços cansados de gesticular. S. Paulo disse que no fim, nem um único cabelo nosso se perderia, ele que era calvo. Somados todos, não passamos de um ribeiro na história geológica da terra.
E Jesus, o rabi, juntou as cabeças de Pedro e Tiago à sua, uma crêspa, outra suave e disse que nunca nos abandonará até ao fim dos tempos.
Pobres tolos os que festejam a morte de Pinochet. Pobre tolos os que lhe tocam no caixão como se fosse um herói. A morte de Pinochet não ressuscita as vítimas, a madeira do seu caixão é apenas madeira, humilde madeira.
Um homem desesperado -certamente patético - bate com as mãos no peito e num caixão, alternadamente, enquanto uma camião os leva a ambos, sob o sol, para longe daquele lugar de filmagens em Bagdhad. Um palestiniano afaga o cabelo de um menino que vai a enterrar, o cabelo está tão sedoso que o menino parece ainda vivo. Uma Democracia respira sangue, outra constitui-se no sangue, só porque, num lado as pessoas votaram livremente e quiseram, mas agora querem mais que a liberdade de expressão e, no outro, as pessoas votaram livremente e quiseram, mas desejam muito menos que a liberdade de expressão. Afinal quem vai dentro do caixão e aquele menino quiseram aquilo mas alguém pensou nos seus íntimos desejos, perguntou a si próprio o que o marinheiro daquele caixão e o menino, desejavam no fundo?
Tenho na mente a imagem da mãe de Beslan acariciando os seus dois filhitos mortos, deitados lado a lado. Vejo-a inclinar-se como se rezasse a Alá mas a sua cabeça não chega a levantar-se, tão funda é a sua desolação. E vejo Bassayev, sem um pé e sem Seguro de Vida que ninguém lho vende, combatendo ainda nos bosques de fantasmas.
Que fazer com todos estes mortos...será que vamos todos a algum outro lado, que não seja a Morte?
Aprendam tango. É algo sublime. Dançar bem tango é melhor para o homem e a mulher que o conseguem, do que aquilo que podia suceder entre eles. O bom dançarino de tango, já caminha em forma de tango antes de arranjar um par e, por mais extraordinário que for a dança que arranjou, e por mais belo e válido que for o seu par, terminará apenas, caminhando em forma de tango...

Israel e/ou Palestina?

"To Israel, with hate--and guilt. Why Europe, unlike America, finds it so hard to love Israel " (The Economist, 8/19/06) summarizes Pew Global Attitudes Reports. Americans are very pro-Israel, with nearly 50% supporting Israel and only15% the Palestinians. Germany is the most pro-Israel country in Europe, 38% to 18%. The French are equally divided at 38 %. Britain has a slight tilt toward the Palestinians, 22% to 28%, Spain is very pro-Palestinian (8% to 30%) and Turkey even more so, 4% to 62%.

10.12.06

"Santa Liberdade"

En 1961, un grupo de galegos e portugueses toma por asalto o trasatlántico portugués Santa María- rebautizado co nome de SANTA LIBERDADE , que con máis de mil pasaxeiros a bordo, a maioría galegos, dirixíase dende Venezuela ó porto de Vigo. Baixo as ordes de Humberto Delgado e Henrique Galvaoe Xosé Velo, Xurxo Fernández de Soutomaior, o comando do DRIL- Directorio Revolucionario Ibérico de Liberación- quería chamar a atención sobre as Dictaduras de Franco e Salazar.Entrada en Recife.jpg O 27 de xaneiro de 1961 o presidente Kennedy informa de que o barco foi localizado ó norte da desembocadura do río Amazonas, de que non deu ordes de abordaxe e que a VI Flota ten como misión acompañar ó trasatlántico. O SANTA LIBERDADE entra en Recife despois de que Jánio Quadros, recén nomeado presidente do Brasil, conceda o dereito de asilo e deixa libres ós militares. A prensa española destaca a confabulación masónica. A portuguesa fala de complot internacional e de acto de piratería.


Tres dos membros do comando volven a atoparse por primeira vez para ser as personaxes centrais da película.

Cartel da película

O Santa María durante o secuestroA directora Margarita Ledo Andión, Catedrática de Comunicación Audiovisual na Universidade de Compostela recupera documentos gráficos da época e incorpora as únicas imaxes filmadas a bordo. Realizounas Luís Noya, un pasaxeiro da Guarda que estará en Goián para recordar como viviu a “Operación Dulcinea” o nome desta sorte de utopía que durante trece días protagonizan 24 anti-fascistas baixo as siglas DRIL.


Para os que se admiram que...

Para os que se admiram dos actos e palavras de Bento XVI na Turquia, é bom lembrar o que ele lembrou no discurso de Ankara: "Faço aqui minhas as palavras do meu imediato Predecessor, o Papa João Paulo II de venerada memória, o qual disse, por ocasião da sua visita em 1979: "Pergunto-me se não é urgente, precisamente hoje, momento em que os cristãos e os muçulmanos entraram num novo período da história, reconhecer e desenvolver os vínculos espirituais que nos unem, a fim de promover e defender juntos os valores morais, a paz e a liberdade" (À comunidade católica de Ankara, 29 de Novembro de 1979, 3).

8.12.06

Tropa manifestante, do Combustões

Tropa manifestante, CITADO do Combustões

"Tenho e sempre o mantive, não obstante as ter servido durante cinco anos, um grande respeito pelas Forças Armadas. Sei separar a tropa fandanga, a tropa do emprego, a tropa alternativa ao seminário fuga-da-fome, a tropa das 8 às 17.30 horas e a tropa da messe às Forças Armadas de Portugal. Sei, igualmente, separar a tropa dragonada das casas da linha de Cascais e a tropa das divisas sargentais da linha de Sintra - a tropa dos golpes por acicate remuneratório, a tropa de cabeleira e barbas guevaristas, a tropa dos SUV's e das campanhas de dinamização - dessa instituição herdeira de tradições gloriosas que se bateu sempre com galhardia e honra por Portugal.
As Forças Armadas não são só um emprego, um ordenado, uma reforma, mais assistência médica, acesso à Manutenção Militar e ao Lar de Runa. As Forças Armadas não são só um ajuntamento hierarquizado de cidadãos fardados submetidos ao Regulamento de Disciplina Militar, nem os quartéis, os paióis, os blindados, as botas, as mochilas, os helicópteros e as fragatas. Grande parte do descontentamento que por aí vai tem a ver, precisamente, com essa "civilização" protestatária da alma castrense. Os militares não podem ser sindicalistas, políticos ou cidadãos como os outros. Deveriam ser, por maioria de razão, os mais disponíveis entre os Portugueses, pois o seu juramento - tremendo juramento - implica aquilo que a mais ninguém se pede: dar a vida pela pátria e servi-la até ao último alento.

É evidente que estão desfalcadas de meios operacionais, que os tanques são uma lástima, os fardamentos dignos de piedade, as reservas de combustível e munições pouco mais que ridículos. O poder político tem muita culpa, a começar pela indigna subordinação que impõe através de ministros que jamais envergaram uma farda, desconhecem os códigos de conduta e essa brilhante cultura de amizade, camaradagem e bom ambiente humano que vigora nas Forças Armadas, tão diferente da invejazinha, da pequena maldade intriguista e difamatória que pulula na sociedade portuguesa.

Tenho para mim que a reforma das Forças Armadas começaria com a nomeação de um ministro militar para a pasta da Defesa, pela auscultação permanente do saber e ponderação dos oficiais e sargentos para assuntos que digam respeito à comunidade militar. Contudo, não são passeatas pela baixa, para mais à paisana - um militar à paisana é sempre uma fraca figura - que resolverão o que quer que seja."

6.12.06

Jesus' clown, by Globetrotter

to Ezra Pound, the breeze whistle in the ragged black flag,
whom noboby ever managed to make insane


Jesus, I am a clown
I came to try to entertain you in a square
Where you passed by.
I'm a poor, sad clown,
Who failed in everything,
And even when I tried to calm down, not to kill myself,
My bosom began to ruin.

Everything is so serious and grave,
So grave and solemn,
Justice, Reason, Respect,
That I forgot how to sing.
But you have mercy on me,
Me, who never did it, nor even as clown,
Despite being here, to amuse you.
As the countryboys of my own,
Who throw everything away
And go whistling through the fields
After they were told what to do:
"You´ll never be anything
That´s not the way to do it"
And when they stumble, not even drunk
Because they do not know how to drink, neither
How to make love...
They whistle in disaccord
With a twisted mouth
Over a hurl raising from the entrails,
As a gust of blood to the air.
There they go, banned from the village,
Turning their back on their back,
Stumbling on the ridges
And raising the bullshit in whirls,
Which falls on their faces again,
Finally reversing them to the ground, with tears and dew
Half-drowning them
In the brooks,
Which mouth into their laughter and tears.

I won't make you laugh Jesus
'Cause you're in haste.
I only wanted to amuse you,
Relieve you from that fatal Destiny,
Since I think you´re God
And I didn´t want to pass on Earth
Without washing your feet
With the wigh of my pantomines.
I look into my open-ended pockets,
And i find no gift to offer.
Please get me rid
Of Seriousness, Gravity and competence,
Dry as expensive whores .

I know you came for us,
The dumb and the lame,
The blind and the catapletic,
The queer who, at least,
Die in their equal's arms
In tenderness and human touch.
You came for the pathetic entertainers,
Out of time and fashion
Who still try to raise their audiences of three or four.
The imitations of Elvis
The James Dean's of saturday night,
On the wrong lane
Of an obscure highway.

Jesus, look to my pantomine,
Look to my appalling pantomine.
As the Publican, I do not even have a tree to climb.
On the ground dust I crawl to you,
The dust of Ezra Pound,
Made of Seas and Horses,
Of Statues and ruins,
Of boats and facades,
Of Atlantics and indigo Hopes
Of bosoms open to the starry sky.

As this massive, rough men, in front of me,
Arguing democracy in the Inn,
Which will never take them as customers.

Blessed be Love for the others,
The Love of Francis, humble and tiny,
Voiceless and invisible.

Forgive this cheap swindler,
This jester in a fair,
By means of which I try to swindle your senses
Just to relieve Pain, and Hurt and Panick,
Over this square you cross in haste.

If you want I can dance, and you dance too.
Oh, let it be,
I dance for you,
As a scarecrow
Colourfol in the wind,
With sparrow's nests behind its straw hears,
I shiver and rattle.

In the field of losers, I preside ragged,
Out of the dew I make diamonds and rubis
Which roll down from the universe,
And turn into butterflies
Flying to the stars above.

The stars which are the grains of sand
Under your feet
Over this square
Where you pass in haste.

I jump as the clown of times
And my offer to your feet
As flowers of a late garden,
Was careless laughter.

5.12.06

Ezra Pound

ezraSaudando o Diogo Chiuso, abro hoje aqui uma nova frente bloguítica: as minhas leituras literárias. Creio, primeiro, que a melhor homenagem a escritores é lembrarmo-nos de cor, de coração, dos seus trechos e poemas, sem notas de rodapé nem consultas. Se fosse ao vivo, pediria para declamar; na net não tem senão como ser breve na evocação e pedir ao google que nos mostre as obras completas.
Começarei por falar de Ezra Pound por nenhum outro motivo que não seja ter sido o primeiro nome que me veio à mente. Não o li muito, não li cedo, não li sequer no original. Mas li há uns trinta anos o suficiente dos Cantos, para perceber que esse Ezra era um trovador de génio. Li o suficiente da biografia de ele para perceber que tinha muito de louco, o que até condiz com os elogios a Mussolini que iniciou em pleno 1940 e ser passeado em gaiola de ferro, quando preso em 1945 e depois internado durante doze anos. Ezra Pound não cabe em nenhuma posição política dos manuais de relações de ciência política e de relações internacionais, ele que até escreveu muito antes de Bloom sobre a decadência do espírito americano. Mas tem o seu lugar nos cumes nebulosos da metafísica e da poesia e da pintura e do cinema que são habitados por individuos como Borges, Pessoa, Santayana, Chirico Kubrick, e outros, e de que têm medo os zoilos que hoje recebem prémios Nobel e Óscares.
Afinal de que me recordo em Ezra Pound? De uma atitude como a Odisseia. O mais importante está para trás; mas agora é preciso partir para muito longe, uns dizem que para regressar a casa, outros que é para morrer no caminho. Na verdade, não se sabe o destino mas tudo e todos são símbolos que têm de ser lidos e cantados porque senão a viagem não tem sentido nenhum e seremos ainda mais infelizes. Donde os Cantos, a oração dos ateus. Lembro-me do seu Canto sobre Sordello; só há um Sordello que não é o hamletiano fabricado por Browning mas sim o inebriado de vida. Lembro-me do navio afundado de quilha partida e engrinaldado de algas e que lá ficou no fundo do mar como símbolo das nossas esperanças que eram tão bonitas e tão frágeis, afinal. E lembro-me de uma enorme cultura cheia de símbolos que abraça todo o mundo, desde os ritmos chineses de Koung Fou Tseu aos anagramas de Lao Tsé, passando por egípcios, gregos, muitos gregos e romanos da bela Itália e medievais e renascentistas; precisa de dizer que a única luta séria da alma é pelo tempo e pela história, deixando a luta pelo espaço para o corpo.
Pelo caminho, no meio da viagem , Ezra Pound perdeu-se com certeza; mas deixou marcos tão subidos e tão profundamente sofridos do seu itinerário pelos ninhos de cucos do século XX que o irei reler agora, saudando o companheiro e negando a infelicidade.

4.12.06

John Bolton, by Globetrotter

Beware of the smashing victors. With John Bolton, there it goes the last pillar of neo-conservantism. And, as the time goes by, the scales begin to fall from our eyes. Koffi Annan calls what is happenning in Iraq exactly as it is: a carnage. I know, he didn't use these words but nobody would call that a civil war, because a so-called national Government in Baghdad is just holding the illusion of national unity thanks to a stubborn, incompetent Administration of a Powerful country which props it up. The Sunnis do not recognize Al-Maliki's Government and Moqtada Al-Sadr doesn't recognize the limits of a non-sectarian Government. Al-Maliki will be as a kind of Al-Assad in Damascus, with a secular appearance and less resolve in terms of resorting to raw violence, just because the violence is monopolized by a foreign power. Saddam could stand against Assad in the same secularist style, but Al-Maliki is just a false secularist, performing that part, only to keep the americans killing sunnis. The policy of Bush was the most incompetent of the last hundred years in the United States, his allies in Europe can't any longer recycle their obnoxious philo-americanism and the neo-cons will be registered in History as the most stupid of the american leftists. As Patrick Moyhinan marked the fall of Jimmy Carter, the demise of his follower in the UN, will mark, in a reverse way, the fall of Bush. Do not think that old-style conservatives, as Donald Rumsfeld will fill up the void caused by the incompetence of Paul Wolfovitz or Robert Kagan. Conservatives as Condolleezza Rice or John Bolton have their own personal Agenda and they do not belong to the same Club.
But beware of the euphoric victors, because the Democrats are so different among themselves as the opportunism in the idea of an American Century. The fact that some red nightmares are dedicating their victory to an ailing Fidel Castro, from a balcony in Venezuela, or that Monroe's backyard, in latin and central Amaerica, is turning into a marxist dream, is just frightening.
As President Lula described his victory, it was one of those from "Down under" over the others "Up above". But the wheel of Fortune is round, and the ones who are winning now, are already spotted all over, with arrogance, corruption, ignorance and rivalry.
Beware of the winners of today. John Bolton even managed to do a good job and do not expect, coarse conservatives such as him, to retire this way. There is place and urgent need for balance, the one, the person John Bolton despised when he led his consulate as Under-Secretary of State of Non-Proliferation and Arms Control, as a brinkmanship lawyer. His career ended up in the United Nations because what is needed there, it is a Diplomat, not a Lawyer. The harm of Rightists is that they look for honours, not for the common good.
There will be other John Boltons besides this particular one, who was a pillar for a doctrine he didn't believe.
Rightwingers hold the plane from the right. The victory of the third-world leftism is so coherent as the exchanges between Ahmedinejad and Chávez, or the speeches of this latter in themselves.
But, now, the only thing which remains from Bolton that's his moustache. A moustache doesn't make a leader, exactly as the son of a President, doesn't make a Statesman.

3.12.06

Leaves in the Autumn wind, by Globetrotter

1 - Time eases things, because they are not definite. Time, contrariwise to Spacetime, is not the curbed vertigo of a boomerang. Time is another name for the Destiny of things.
2 - Everything comes back as it once was, but we're no longer the same. Therefore, not even everything comes back as it was. Love this young beautiful woman who comes up to your life when you're no longer young, but do not touch her. You became equals, despite the difference of age, and you cannot touch your own image in the mirror.
3- Everything is illusion, beginning with the one that you are about to wake up of a dream.
4 - It was a serious an strained atmosphere. As in a brothel.
5 - They're telling us the whole story. You only know it, in the end.
6 - The man who as a strategy, is like a compulsive rapist. Something builds up without a bone. Everything is made up of gristle and impatience.
7 - Do not amuse yourself. Amusement leaves you exhausted. So many happy hours, so few reality.
8 - Hangover: phantasy, abstraction and experience.
9 -Do not wait for the perfect situation so as to show your value. Surrender straight away, and every time, even in the struggle where someone replaced the plough by the gun, in your honest hands. When you'll ask what's happening, the night would have fallen for long.
10 - Take everyone seriously. But never take seriously, Seriousness itself.
11 - After all, pornogrphy was a luxury of the poor in order to look like rich. Were the poor guilty? No, It was the rich's fault because, besides being rich, they wanted to seem it.
12 - The mirror of the world is a mirror's tent in a fair. We inflate and shrink until we feel as a throng. We switch off our mind but the light never goes down in the fair.
13 - Walk slowly, as if the mind had condensated by itself, every step of the way, causing us a difficult breath. Mind condensates and crystalizes not because anything in us is missing but because crystalizing is proper to the mind. Medecine: never hope in the mind. Diet: never try to put an icon for hope.
14 - If there is something frightening, that is to fight an entire life for something and when that thing, finally is at hand, one gets overwhelmed by laziness and laughter. One has to know how to stand the way not only in desolation but also in Fortune. And the way is like taking sedatives: people take them to sleep but when they wake up, fresh and anew, they think they slept naturally.
15 - One of the signs of Liberty is precisely the one of changing, more than once, of Ideology. It shows both that persons are more important than ideologies and, most of all, that ideologies are less important than persons.

Nem tudo é relativo, por Pedro Cem

O Mundo é o que é, varia alegremente, não nos preocupemos, que o Mundo trata de si. Até nos bater à porta com a nota de Morte. As Nações não são virtudes. Os Reis foram apeados e os Presidentes são humanos, insustentavelmente humanos. O Sonho ou o zumbido continuam e depois morre-se, de repente. Por isso, goze-se e, se se não puder gozar o imediato, vibre-se com o sublime coice do Poder.
Portugal é relativo. Quanto mais endeusamento do Passado, mais despojamento de sebastianistas, mais o cartão do Multibanco determina os nossos passos. E passeemos.
Sejamos realistas.
Sejamos Realistas. Numa Hispânia que se despedaça em acordos de Sancho Pança e noites anfetamínicas de Almodôvar, guardemos a Ilha.
Portugal é uma Ilha, no Atlântico, com encostas escarpadas que só se suavizam nos cinco continentes, com enseadas abertas para o setes mares, com cumes nos quatro pontos cardeais.
Defendamos a Ilha, começando mesmo, como se tivéssemos ocupados.
E em resistência passiva, em trovas trôpegas como as do Bandarra.
Sejamos humildes como um vietnamita. Sejamos humildes como um cambodjano.

2.12.06

Welcome back Benedictus, by Globetrotter

The Pope's visit was fine. He showed he is a consumate Diplomat. After all his successes, we feel tempted to say: let's take care of God and Mankind, since Religions are all in the same wavelength. It is no longer a question of cult but a question of belief.
The consequences, as the fruits, show how the stem has been grafted. Benedict the XVI, meant what Emperor Paleologus said, once, in a gust of rage.This shows that the Academic Ratzinger has a heart. The same heart that he shows when he decides to turn to Mecca, and pray for something better for all. God is certainly in Mecca as He was in Jerusalem, towards which early Christians used to kneel and pray, just like modern Muslims.
Maybe his doctrine of Love is more than a doctrine. I hope this old man begins to peregrinate as much as his health allows him, as Valentim of Faust, the brother of Margaret, the one which Mephisto assassinated, just because Mephisto couldn't hear him aproach, singing gaily and fearless as a german soldier. Mephisto couldn't stand Die Freude which we hear in Beethoven, he couldn't stand the Happiness which grows with no reason, nor time, in the voices of the Choir. As that brasilian song where the abandonned women just says: one day, in front of the mirror I just find myself singing.
And this time Mephisto, with the beauty of our weapons, we'll fight for Valentim.

La France virtuelle, par Globetrotter

Écouter Sarkozy ou Ségoléne Royal est une leçon des temps qui s'approchent, les temps du vide douloureux. Sarkozy parle à la Droite, en disant que ceux qui ont voté Le Pen peuvent désormais voir la Droite Républicaine qui se réorganise sous son comandement. Il dit ça, aus jeunes de l'Union pour une majorité Présidentielle, en se penchant de son podium, pour le côté gauche. Aprés il se penche sur le côte droit et dit que la Gauche doit voir en lui le Progrès, contre l'immobilisme. Ségoléne, de sa part, va rendre visite aux militaires français au Liban. Elle pose en veston rouge entre les uniformes. Elle ne dit rien, elle devient pudibonde et fatiguée, soudainment entre les militaires.
La Droite se décide pour un cinéaste d'Evita. La gauche pousse en avant une épouse, en confiant les gosses du ménage au bureaucrate du Parti qui est leur père.
Chirac sortant risque le colimateur des Cours, par ses prouesses en tant que Maire de Paris. Ce sont des candidats comme des guignols et la Presse esaie de sauver la face de la France, en les comparant à Bonaparte et Marianne. Cette République n'a produit plus que la trahison des jeunes lieutenants comme preuve de jeunesse et rénovation éternelle. La République produit un spectacle de guignols qui ne'intérésse plus qu'à une parte réduite du Publique. La France multiculturelle, caotique, désavouée, prépare son Agenda pour se servir du guignol gagnant; Personne ne les crois plus, et, manque d'alternatives, attend le résultat...pour éxiger sa rançon après qu'ils ont émérgé de leur brigue. Pour le moment Sarkozy semble moins flou mas ce n'est plus un Président qu'on va éléger. C'est un mandataire des menaces et des peurs d'une rupture sociale.

"Um povo", por Guerra Junqueiro


“Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta. […] Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira a falsificação, da violência ao roubo, donde provem que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro […] Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País. […] A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas; Dois partidos […] sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, […] vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar…”

1.12.06

Esclarecer Camarate, por Escudeiro

Não conheço o percurso de José Esteves. Mas faz-me lembrar certas noites de Lisboa. O país tem de facto muitas e longas histórias por trás de cada rosto e tem regiões bem diferentes, apesar de ser um pequeno país. José Esteves é um branco mediterrânico, com aquela palidez que faz os africanos sentirem qualquer coisa de cadáver nos europeus e os africanos parecerem uma concentração excessiva de vida, que faz os europeus sentirem qualquer coisa de primitivo nos africanos. E, depois deste tropêço racista, cheio de ilustrações paradoxais em Portugal, uma certa uniformização do medo, faz, dum lado e de outro, todos parecerem-se iguais. Quando enfrentei povos orientais, que não tinham que bajular para me arrancar uma esmola, fiquei a saber que, só depois de muito tempo, é que eles não me confundiam com outro europeu qualquer, exactamente como eu, ao início, em relação a eles.
Ora é esta crueza mediterrânica que encontro em José Esteves. Um olhar de vítima e um beicinho terno que faz do rosto de José Esteves uma vítima do Fado. Compreendo agora, porque é que na noite de Lisboa, encarei com tanta gente que, antes de eu abrir a boca, espalhava imediatamente uma rede de trocadilhos, como se nada fosse a sério, como se o engano fosse obrigatório, enfim, como se eu fosse desde logo um inimigo. Invasor cruzado de Lisboa, via-me dentro do cêrco e percebia que a cividade submersa antes de todas as invasões, era mediterrânica e tinha códigos de entrada, como pertencer ao Partido Comunista e embargar a voz quando se falava de Cunhal, ou então ter pertencido a um mesmo batalhão da Guerra de África. Estas chaves garantiam uma série de coisas que me passavam por cima e por baixo. Por fora, tudo parecia igual e a conversa continuava na mesma. Quando este código se esgotava, ou não dava mais, o "branco" que estava à minha frente entrava sózinho numa pira funerária individual, com aqueles olhos de carneiro mal morto de José Esteves.
Acredito na história que contou sobre o seu papel no homicídio político mais determinante da história portuguesa dos últimos trinta anos. E acredito no arrependimento que a família lhe incutiu antes de confessar, tomando as devidas precauções para não pagar pelos verdadeiros mandantes.
Mas também compreendi porque é que José Esteves se converteu ao Islamismo: porque esta sensação de invadidos da urbe de Lisboa, pertencente a algo pre-islâmico, deve-lhe ter parecido que encontra a sua identidade mediterrânica no que mais antigo lhe ocorreu, ou seja, o Islão. Ser um "mouro" frio e grave, era a solução. Assim se conciliava a frieza assassina, com o calor da noite, com o perdão de Deus e , em tudo, sobrevivia a ironia saloia da Lisboa popular.
Ora este vício do sentimento, negro e cínico, sangrento e jovial, não é português, apesar de se encontrar em Portugal e não é justo que rodeie e influencie a maior parte das escolhas que se fazem na capital. Na verdade, é importante que se desembarace Portugal desta ironia lisboeta e que o sacrifício de Martim Moniz não seja o do "entalado" que se matou mas sim o do "inconformado" que forçou a porta.

Mensagem do 1 de Dezembro, por D Duarte de Bragança

"À medida que se aproxima o Centenário do 5 de Outubro, querem alguns convencer-nos que a saudável convivência entre Portugueses, espelhada numa Constituição, é uma criação da República.
Não podemos aceitar esta falsificação. O Constitucionalismo português não nasceu em 1910, nasceu com a Monarquia no séc. XIX.
Assim pensam os novos historiadores, sociólogos, juristas e filósofos. Assim pensam todos os que se informam.
Foi o Estado Novo, ou IIª República, que apagou a memória da monarquia constitucional, com o intuito de justificar a ditadura, atribuindo ao parlamentarismo e às liberdades públicas a origem dos males do país.
Não deixemos que agora, na democracia da IIIª República, cujas imperfeições temos apontado, se esqueçam as profundas verdades do Constitucionalismo Monárquico, as verdades da tradição portuguesa, de que as várias constituições republicanas se têm desviado com graves custos para o povo português.
A Carta Constitucional continha os princípios do Portugal contemporâneo e da modernidade política: o Estado de Direito com os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos; o direito civil codificado com a defesa do indivíduo e da propriedade, o parlamento pluripartidário, a separação dos poderes, a independência do poder judicial, o direito de voto, o respeito pela religião e finalmente, o poder moderador do rei. E essas "grandes conquistas" do séc. XIX foram prejudicadas com a queda da monarquia. Os tiros brutais do regicídio cortaram a evolução do país em direcção aos países europeus da época, assassinando o Rei e o Príncipe Real mas também deitando por terra um regime e uma representação que nos integrava na Europa desenvolvida.

A Carta, longe de ser uma curiosidade morta de um passado distante, é um
código fundamental da experiência histórica portuguesa. É um enunciado de princípios e de regras de validade perene.
Deve inspirar-nos no tempo presente. Apesar das vicissitudes que sofreu, serviu como Lei Fundamental do País entre 1826 e 1910 e foi tida em conta na elaboração de todos os textos constitucionais subsequentes. Consagrava grandes princípios como sejam a continuidade constitucional, o Primado da Lei, a liberdade individual, a separação de poderes e a partilha da soberania.
Perante a vitalidade destes grandes princípios, a Constituição de 1976 repôs o caminho para a democracia embora ainda com preconceitos ao consagrar a exclusividade republicana do regime. Mas como escrevi recentemente, em prefácio à minha biografia «necessitamos de uma revolução cultural que permita encontrar um caminho viável para o nosso futuro, um caminho respeitador da vontade nacional que seja pedagógico, que não se conforme com as decisões erradas, fruto da ignorância, prepotência, desonestidade ou demagogia dos responsáveis e por isso mesmo, um caminho para uma verdadeira e autêntica democracia».
D. Afonso que perfaz dez anos, está hoje aqui presente. Também eu acompanhei o meu querido Pai a partir dessa idade, seguindo-lhe os passos e os actos com o discernimento que então me era possível. Dele sempre recordo as palavras que uma vez proferiu: " não sou monárquico porque sou príncipe, sou monárquico por convicção". Transmitirei esse ensinamento aos meus filhos.
Com a sua juventude, D. Afonso é penhor fundamental de que a dinastia está associada à modernidade politica em Portugal e ao caminho para uma plena democracia; nele e nos seus irmãos Maria Francisca e Dinis, depositamos a esperança de que venham a servir Portugal como o fizeram os reis meus avós a bem do futuro do nosso querido país.
Viva Portugal!!

Primeiro de Dezembro, por André Bandeira

Mais vale ser Eu por um dia que Outro toda a vida. Oh, Nau de Sesimbra, velha, que eu seja o último da fila dos pobres a quem se distribuem os restos e que me calhe a sardinha mais pequenita, que nem os gatos querem. Que o mar uniu e me acolheu com o seu manto vasto. Que as lágrimas foram sal e as noivas rezaram em vão. Que talhámos com o nosso machado as tábuas do nosso caixão. Que morremos devagar e fundimos com a nossa resistência a lâmina desse machado. Que não gosto de Fado porque ainda não sofri o suficiente. Que somos quarenta ou quatro gatos, ou temos os quatro membros ou nem isso, mas que vamos lá de madrugada e, Deus te valha, Vasconcelos, que não te valerá o armário. Que se o Duque não quiser, faremos uma República do Mar, à espera do Desejado, que seus guerreiros de coral e conchas virão debaixo do mar salvar os pobres de Canudos, de faca nos dentes, no pó, esperando os Federais. Que D. António, o Prior, ainda marcha dentro de nós, que sairemos da selva, em tropas de cangaceiros. Que 10 de Junho é escuro como a tristeza de Camões, sombra humana no Sol esplendoroso e 1 de Dezembro é velinha acesa, Conceição de Nossa Senhora, no Inverno da Desolação. Que a Naçom não somos todos, nem tudo de nós é, que João Brandão e Zé do Tilhado, num dia só se redimem. Que um gesto bonito salve uma vida de crimes, como um Vento faz num momento, toda a Sseara dourada. Tortos e cegos somos, mas ainda Te procuramos. E, que se um dia, nos libertares, só queiramos a Corôa de Espinhas e aos cinco, como as cinco chagas, adormeçamos nos teus dedos azuis dos cinco Mares, com que sustentas a terra. Mortos nas esquinas de Lisboa, nós que somos da Serra e do Monte, com as senhoras virando-nos a cara, mas tendo por único prémio mendigar os trinta dinheiros, para os desolados da Terra, só para te comprar de volta, Senhor.

30.11.06

MENEZES SOBRE MARCELO

Do Blasfémias
«... Como uma espécie de "faz tudo" da corte, misto de comediante, declamador e cantor lírico, lá vai, domingueiramente, destilando banalidades com ar grandiloquente.Com uma carreira politica completamente falhada, em que sobressaem a humilhação perante Sampaio em Lisboa, a fuga ao embate com Guterres em 1999, é a "loira platinada e bem torneada" do regime: todos gostam de tirar uma fotografia com ela, mas ninguém lhe confiaria um "Smart" para o fim-de-semana no Guincho. Não há ninguém no "Portugal dos cocktails" que não conheça a história daquele conviva social com quem todos se esforçam para se levantarem da mesa em último lugar: única forma de não ter direito a 10 minutos de litros de veneno nas costas...»

D. Duarte e a Democracia, por Luís Aguiar Santos

O livro D. Duarte e a Democracia – Uma Biografia Portuguesa, de Mendo Castro Henriques, foi apresentado em Lisboa por Manuel Alegre e no Porto por Paulo Teixeira Pinto. Creio poder afirmar que a escolha destas duas personalidades para o lançamento do livro pretendeu demonstrar que o Duque de Bragança pode unir aquilo que é aparentemente contraditório. Não menos importante é a sensação, transmitida por estes eventos, de que é possível entre nós vencer os velhos facciosismos de que se alimentam as falsas causas e os pequenos ódios históricos que envenenam a nossa relação com o passado e uns com os outros.

Daquela possibilidade foi exemplar o discurso proferido pelo ex-candidato presidencial socialista no Teatro Gymnasium, no Chiado, a 22 de Novembro, desmistificando ideias feitas sobre o senhor D. Duarte e, em grande medida, sobre a memória histórica da instituição real e o seu significado na actualidade. É rara a capacidade demonstrada por um republicano socialista como Alegre de dizer o que, estranhamente, mesmo entre alguns “monárquicos”, nem sempre parece muito evidente: que o herdeiro da Coroa de Portugal encarna tanto uma tradição dinástica quanto uma tradição de liberdades civis e políticas, nomeadamente aquelas que, aperfeiçoadas sob a monarquia ao longo do século XIX, a república autoritária de 1933 se esforçou por denegrir, desprestigiar e fazer esquecer – o Estado de Direito, as liberdades de expressão e de associação, o moderno parlamentarismo ou as eleições pluripartidárias.

No discurso de Alegre, tal como na nova biografia por si várias vezes elogiada, ficou patente que o Duque de Bragança tem sabido manter a causa real acima de facções – mesmo de facções monárquicas –, apenas se comprometendo com aquilo que entende ser o interesse nacional e esse património já antigo, embora não contínuo, de direitos, liberdades e garantias. Independentemente das preferências de cada um relativamente à forma da chefia do Estado (electiva ou dinástica), um retrato mais claro do Duque de Bragança e da causa real nele encarnada podem agora colher-se no novo livro de Mendo Castro Henriques – e no discurso de Manuel Alegre.

29.11.06

O Monitor das Fraudes


O Monitor das Fraudes é o primeiro site em Português sobre fraudes, golpes, lavagem de dinheiro, corrupção e outros perigos que existem na vida privada e no mundo financeiro e dos negócios.O site tem como objetivo informar sobre estes perigos e sobre as políticas e os cuidados a serem tomados para evitar problemas.http://www.fraudes.org/index.asp

José Esteves, o Cativo que me mantém cativo, por Irmão Metralha

Bom, que bom! Bum! Já temos o nome de quem fez a Bomba do avião de Sá Carneiro e Amaro da Costa. Claro que não era era para Sá Carneiro, porque este, à última da hora, cancelou os bilhetes na TAP e foi de boleia com Amaro da Costa. Também não foi para Otelo Saraiva de Carvalho porque este não estava virado naquele dia, para fazer um comício no Porto, por Sá Carneiro, nem para Vasco da Gama, porque esse não esperou pelo avião e foi quinhentos anos antes, de barco para a Índia. E D. Sebastião não aderiu ao 25 de Abril porque estava a procurar um vôo económico de Marraquexe para Lisboa e depois não o deixaram embarcar porque vinha encoberto. E Viriato, que afinal nascera em Cáceres, era espanhol.
Diz o modelo do Paradoxo do prisioneiro, construção lógica na teoria dos jogos de informação, que quem confessa primeiro, de dois suspeitos dum homicídio, é o primeiro a sair livre, para que se lhe possa meter um processo formal, e investigar melhor o suspeito que fica preso. Estranho, não é? Só no Texas. Se confessou, devia ficar preso, mas no Texas todos são mais ou menos suspeitos de dar tiros uns nos outros e, portanto, a vida continua com ou sem palavras, paga-se um advogado e pronto. Por isso, só se mantém detido o suspeito que se cala, para o fazer falar. Se se tivessem calado os dois, acabavam por ir os dois para fora. Se confessassem os dois, ficavam os dois presos por muito tempo para saber quem era. Portanto, como o Xerife os pôs incomunicáveis, cada um lá pesou os prós e os contras de confessar depressa. Conclusão: quem confessa primeiro tem menos crédito e compra o crédito que lhe falta a um advogado. Quem se cala fica preso muito tempo.
Mas em Portugal, o Xerife usa pistolas de fuminantes e até um ladrão gracioso lhas substituíu por duas de chocolate. Quem fala primeiro, fica menos livre do que sempre fôra e quem fala mais tarde fica mais livre do que antes. Ah, mauzinho e rasca, à maresia, Português toda a noite e dia!
José Esteves, com Metafísica do Raúl Solnado, agora com a perfídia enrolada num turbanta islâmico, depois de ser o corrécio do Ocidente, já não precisa de mudar de sexo, para reinar nos Cais do Sodré. Quem o mandou fabricar a bomba ou inventar esta história toda, até pode vir a deslindar o grande folhetim sangrento do 25 de Abril, pois, nem Sá Carneiro, nem Amaro da Costa, nem a honestidade de Portugal são capazes de ressuscitar.
Em vez do Paradoxo do prisioneiro, temos o Parte-a-moca do Vigarista.
Raios partam os transtornados que governam Portugal, país do Sal e do Sol a mais na cabeça, desde há três décadas! Rei fraco faz fraca a forte gente?! Fraca gente faz fraco o forte Rei!

28.11.06

por Boris Volodarsky

Do meu colega no WAIS, reproduzo o seguinte sobre Litvinenko
O WAIS foi fundado por Ronald Hilton, um grande amigo de Portugal e professor emérito da Unversidade de Stanford, na Califórnia, onde fiz meu estágio de pré-doutoramento. É composto por gente de ciência política do mundo inteiro tendo por única divisa "as brisas da liberdade".
Embora organização informal, tem uma presença activa nas questões concretas de relações internacionais.

"Why did Mr. Litvinenko reveal that he was ordered to assassinate one of the political figures in Russia? At least, that is one of the incidents which Japanese newspapers reported about him."In the Russia of 1998 such moral and political realities as perestroika,glasnost and democracy were already on decline, and a criminal mafia-style state was starting to emerge. A popular way to get rid of a political opponent was murder. Many WAISers may remember, for example, that in 1998 a democratic Russian politician, human rights activist and member of the Russian parliament (Duma), Galina Starovoitova, was shot dead in cold blood in her apartment house.The first precedent was created by Nikolai Khokhlov in 1954, when herefused to assassinate a Russian emigre in Frankfurt am Main and defected to the USA. This example was followed by Bogdan Stashinsky, another KGB officer, who on Kremlin orders poisoned two Ukrainian patriots in Germany in 1957 and 1959, and in 1961 defected to West Berlin and told the truth.At least two cases when the KGB (SVR/FSB) used highly sophisticatedradioactive agents for political murder are registered: the Khokhlov case in Frankfurt in 1957, and the Tsepov case in St. Petersburg on 11September 2004 (sorry for the typo in a previous posting). As far as I am informed, the British authorities are very close to documenting that Alexander Litvinenko, a British subject, was murdered in the centre of London by the agents of the Russian foreign intelligence service.

Lágrima de preta, No Centenário de António Gedeão

Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.

Berlusconi cadeva, per Pedro Cem

Berlusconi, vicino ai setantanni si cadeva. Si cadeva come uno di questi chi ascoltano una voce interiore, davanti alla qualle non hanno bisogno di ascoltare due volte per rimanere attenti per sempre. La sua faccia era già una maschera mortuaria, come Polichinello all'alba del Venerdi Santo.
Magari molti festeggiavanno già la caduta di questo "maffioso", di questo "pagliatone", davanti ai mezzi che lo hanno fatto Presidente del Consiglio d'Italia. Sarebbe la giusta vendicazione di tutti quanti a chi lui ha rubato, umigliato, truffato e disprezzato, diccono. La fame delle masse democratiche avrebbe un piccolo sollievo, fino alla prossima vittima, dei sue frustrazzioni di potere e spettacolo.
Però se la Democrazia è questa belva chi asciugga fino alle ossa i sue servitori, allora il cosidetto "meno male" dei sistemi politichi non lo desiderio al peggiore dei miei inimici.
Anche le prime vittime delle Tirannie sono i stessi tiranni e mentre che ne non riconosciammo le conseguenze, è inutile di abattere le tirannie. Così i tiranni avranno sempre un può di giustizia della sua parte.
Per tutto questo, ricerchiammo veri Re, chi invece di esserne i primi nobile della umana società, ne sonno i primi servitori. Mentre che la Democrazia moderna non riconosce i limiti anche dei sue uomini, il Re vero non pensa a morire nobilmente davanti al pubblico. Lui accetta morire anzitutto come quelli schiavi tra quattrocento chi sono, contro la volontà del popolo, stati giustizati da un Signore romano al tempo di Nerone, perchè uno di loro, e solo uno, avevva provato di avvelenarlo.

27.11.06

Manuel Alegre e Dom Duarte juntos «sem complexos»

Apresentação de biografia política

«Valores nacionais comuns» levaram o ex-candidato à Presidência da República a apresentar a biografia política do pretendente ao trono de Portugal. Contra os «tabus em democracia», o republicano Alegre não é contrário a um referendo sobre a monarquia.
Um republicano entre monárquicos. Manuel Alegre apresentou esta quarta-feira em Lisboa a obra Dom Duarte e a Democracia – uma Biografia Portuguesa, de Mendo Castro Henriques.
«Com gosto» e «sem complexos», o candidato às últimas presidenciais esteve no Chiado alegando «valores nacionais em comum» com Dom Duarte. Os valores, segundo Alegre, daqueles «que não precisam de sondagens para saber se querem continuar a ser portugueses».
Na cerimónia, onde estiveram presentes Dom Duarte e Isabel de Herédia, o socialista disse que se vive «um momento em que são precisos patriotas que saibam renovar e afirmar os valores permanentes de Portugal».
Em sintonia, Dom Duarte disse que «os valores patrióticos não são um monopólio da Monarquia ou da República, da Esquerda ou da Direita». O pretendente ao trono português declarou que se deve questionar «que futuro se quer para o país, se queremos ser uma região dentro de uma federação qualquer, ibérica ou europeia» e frisou o valor da independência nacional.
«Basta perguntar aos bascos e aos catalães se não querem ser independentes. Nós que temos a independência, temos o dever de defendê-la», declarou.
Ao apresentar a obra, Manuel Alegre declarou-se «surpreendido» por alguns aspectos da vida de Dom Duarte Pio, como o facto de o pretendente ao trono ter estado em Saigão nas vésperas do 25 de Abril, de onde enviou um documento em que manifestou o seu apoio ao Movimento das Forças Armadas e à Junta de Salvação Nacional.
Alegre mostrou-se de acordo com Dom Duarte e Mendo Castro Henriques ao partilhar as «inquietações» acerca do peso dos poderes económicos no processo da globalização que, segundo o socialista, geram um «grave risco de ruptura do contrato social».
Contudo, quanto a outra «inquietação» de Dom Duarte, a União Europeia, Manuel Alegre diz que Portugal «não tem outro caminho senão manter-se no centro das decisões».
O socialista aproveitou a ocasião para recuperar uma frase proferida durante o último congresso do seu partido. Alegre criticou novamente o Tratado de Maastricht, ao dizer que o documento «nos obriga, para reduzir o défice orçamental, a tomar medidas que não permitem resolver outro défice, o social».
Já o autor da biografia editada pela Bertrand, Castro Henriques, disse que os portugueses têm que estar «preparados para as surpresas da História».
«Os mesmos que nos vendiam o Fim da História impõem-nos agora o Choque de Civilizações», ironizou Castro Henriques.
No final da apresentação, Dom Duarte fugiu aos autógrafos e às dedicatórias, para celebrar em privado o 40º aniversário de Isabel de Herédia.

pedro.guerreiro@sol.pt
http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Politica/Interior.aspx?content_id=10566


25.11.06

The death of many, by Globetrotter

I cannot appease this feeling of anguish. There are many people around there, being killed. Christmas doesn't help very much, neither the weather, which is one day Summer, and the other Winter.
Human life isn't worth a dime. One may die after the TV and other may die before the TV.
The Pope was stubborn and the era of academic stubborness has come to an end .It was overwhelmed by love, passion and its illusions. But the illusion of Wisdom is nothing else than another illusion, in all this confusion. The people we love will bring back to us, the pride on that they love better. I wonder myself whether we are needing lessons in love.
I'm afraid that the Pope is going for Bartolomew, the Patriarch, ignoring how the Orthodoxs managed to survive in an hostile environment. Academic splendour and schoolar assertiveness has come to an end. And the hostile muslims are already stampedeing among themselves, even if the throng waves behind, gathered there, only to see. Behind a brilliant academic there is a dreaming humorist. But an humorist doesn't manage the miracle of laughing. Laughter has to emerge in outbursts. There is no model joke to guarantee the laughs. It depends on the moisture in the air. And now, there is no moisture.
Jesus had no Library and he was not very certain about the watch.
I fear for the Pope. I fear for an all-out war.

24.11.06

Don't pay the ferryman ( to Alexander Livtinenko), by Globetrotter

É possível silenciar um homem, mas não um Exército. É possível silenciar um Exército mas não um Homem.

Nota: a polícia britânica confirmou que Litvinenko morreu quinta-feira, dia 23 de Novembro de 2006 às 21 :21 TMG

I m sorry you didn't make it
I m sorry the Angel of Pain got his daily prey
Where you go, nobody knows
We just wait in the Acheront's banks for the next ferry
To come
The sky, there, won't dawn gay
It won't dawn at all.
We just wait for our lot of ferry.

We could revolt, we could shout and shoot
Go to the churches and pull down the bells with rage
But you took your lot of ferry



And finally we'll take ours

No, this is no joke
Your eyes looked at us
In your green prisoner's garment
Medecine tried everything it could
You died over the sweet, white rocks of Dover
As if there was a Homeland, somewhere
For an erratic soul

And now I give my hands
To yours already cold
Slipping away from mine
Over the riverbank.

Always the Angel of pain will hide his putrid filters
And always we 'll long to return
From the shores you're going to.

The death of a Christian, by Globetrotter

The assassination of Pierre Gemayel is too desperate to be plausible. Since the beginning of "Iraqi Freedom", the Middle East is much worse than what we could imagine. Lebanon was an improbable island in the middle of this turmoil. Lebanon was having a growth rate of about 11 % a year and almost becoming the model of an arab country rich and democratic enough, before the war of July. This frail peace was based on a very delicate balance, which hid a lot of hipocrisy and was haunted by specters such as the Hezbollah.

Maybe those interested in the radicalization of the interest groups and those investing in the establishment of hard frontlines, could sacrifice the young leader, with a resounding family name, but who led an isolated and once defeated community.

These explanations do not bring him back to life, neither subside the fear among his people. But it is curious that everytime a Lebanese leader, with a western posture, rises in his country, something bad happens to him. Is it because he is pro-western or because he is lebanese? Does the West really want a successful arab country in a world stepping at the drum of the "Clash of Civilizations"?

The worse is that the arab mind is so plagued by resentment and hate, that it doesn't matter which church it kneels in to subdue its grievances. Maybe, someone is thinking that the voluntary suicide attempt is the only therapy arabs may have, to join the modern world. That's why his assassination is much more pointed out to the return of one of lebanese seasonal yields, protracted civil war, than regime change, which -- according to the theory -- should be only a bud, grafted from the XXIst Century aside.

I wouldn't be surprised if those who realised that war comes out of Democracy, prefer their stubborness to truth and aquiesce in that Democracy should come out of war. And if we have now two jihads, an eastern and a western, who cares if some more are going to die?

La France n'intérésse pas, par Globetrotter

Si les alternatives sont celles de Ségolene et Sarkozy, nous avons devant nous un Paul et Virginie caricatural. Je dis si mais, en dictature démocratique, le moment qu'on pose le si, le temps a commencé déjà à marcher d'une façon inéluctable. Sarkozy est un traître proféssionnel à tout moins à son désir de révanche et d'éminence. Il n'est pas différent de Chirac et n'est pas qu'un fruit tardif du Gaullisme dictatorial. Il est même prolétarisé parce que toute sa montée en avant aurait la chute dans une situation presque de chômage, divorce et cambriolage morale, comme alternative. Donc, la course à la Présidence est comme une compulsion de métier ou de carrière, comme si la machine aurait besoin de quelq'un pour la remplir le plus vite possible, un vide dans la vôute. Sarkozy ne semble pas digne et ne l'est pas très probablement.

Dans l'autre côté, Ségolène n'est pas crédible. On l'aime parce qu'elle est un Femme et Mère des fils biologiques du sécrétaire gris du plus grand Parti de l'opposition. Le gris a, ainsi, un ménage humain. Donc, ce sont des raisons annexes, un fait divers, qui occupent les frenesis pré-éléctoraux d'un Publique pauvre en alternatives. À la Droite un barrodeur qui est un rejeton pour la Gauche et, à la Gauche, un visage agréable qui est un vide mental pour la Droite.

Si la classe politique issue du Gaullisme et du Mitterrandisme ne peut pas produire que ça, alors c'est parce que le respect de la France pour soi-même ou sa fameuse imagination se sont retrouvés a un tel degré de révéler le dépassement de la France comme modèle ou phare international.