18.1.06

16 de Janeiro 27 a.C. Início do império romano

16 DE JANEIRO. A data marca o início oficial do Império romano em 27 a. C. quando Octávio recebe o título de Augusto pelo Senado. Mas Roma tomou todas as precauções para que a posição do imperador fosse oficialmente uma restauração da república. Qualquer tentativa de regresso à monarquia poderia gerar ressentimentos. O nome Augusto, que significaria sobrehumano refere-se a Rómulo que fundara Roma "augusto augurio." Mas o novo César Augusto referia-se a si mesmo como "princeps", uma instituição
republicana que designava qualquer cidadão com influência social baseada no número e qualidade dos seus clientes com os quais tinha uma ligação de lealdade. Arranjava-se clientes mediante ajudas, empréstimos, doações. Tibério Graco chegou a aparecer em público com 2 a 3 mil clientes, guardas de corpo que forma úteis nos conflitos civis. Octávio começou a carreira contra Marco António com a Ajuda da clientela de Júlio César.
O fim da república é assinalado quando César passa o rio Rubicão, na noite de 10 de Janeiro de 49 a.C. Na carreira de César, o homem e as suas acções valem mais do que meros factos históricos; são símbolos políticos. Nos cinco anos entre 49 e 44 a.C. surgiram vivos e em acção os mitos do império e do governo. O cruzamento do Rubicão é, até hoje, o símbolo da decisão que marca o fim e o começo de uma idade. E depois vem a série grandiosa, e impiedosa, das batalhas contra o rival ao poder imperial, numa perseguição em torno do Mediterrâneo: Lerda em 49, Farsália em 48, a morte do Pompeu Magno no Egipto em 47, a derrota do filho em Thapsus em África em 46, e o destroço final dos Pompeus em Munda em Espanha em 45, fechando assim o círculo em torno do mar. Esta não era a conquista de um Alexandre sonhador, tentado por horizontes desconhecidos; aqui estava um dominador que vagueava pelo orbis terrarum, apoderando-se do mundo conhecido. Enquanto Cícero se orgulhava de Roma como res publica, César tornou o mundo em res privata.

Na Quarta Écloga de Virgílio, o ciclo das idades é encerrado, e depois da idade do ferro, começará agora um ciclo novo com o tempo de Saturno. Uma raça de ouro seguir-se-á à raça do ferro, e o criador será uma criança ainda não nascida. A profecia parece referir-se, por ocasião do casamento de António com a irmã de Octávio, ao esperado filho de ambos. Mas a criança foi uma menina, e depois António apaixonou-se por Cleópatra. O casamento de ambos originou uma nova série de símbolos imperiais e dois filhos gémeos, chamados Alexandre Hélios e Cleópatra Selene. O nome Hélios retoma a profecia Sibilina do governo de Hélios que precede a idade de ouro, sugerida pela Quarta Écloga; reflectia, além disso, o simbolismo faraónico do sol (Cleópatra, como governante do Egipto, era filha de Re); e finalmente o nome reivindicava o simbolismo Persa e Parto do sol. António seria o governante do império com Cleópatra como imperatriz romana. Consequentemente, as relações com Octávio e o Ocidente deterioraram-se em 32; a guerra, oficialmente conduzida pelas províncias ocidentais contra Cleópatra, terminou em 31 com a batalha de Actium. Cleópatra cometeu suicídio, Em 29, o templo de Jano foi fechado como um sinal que Roma já não estava na guerra com qualquer povo, o que acontecera somente duas vezes na sua história. Em 16 de Janeiro de 27 começou o império.

No comments: