9.1.06

I – A questão monárquica vista de um ponto crítico - André Bandeira

O recente debate mediado por Fátima Campos Ferreira merecia ser transmitido no horário de grande público, da TV. Não foi e é uma pena.

Dos argumentos expendidos recordo, curiosamente, os de Gonçalo Ribeiro Teles, Mendo Castro Henriques e Adelino Maltês. Os do primeiro, não pelo que diz mas por quem o diz, visto que se limitou a repetir o que vem dizendo desde há várias décadas e se tornou cada vez mais óbvio (não que, por isso, seja mais audível). Os do segundo porque diz algo que, de ser tão óbvio e repetido à exaustão, deixou de ser verdade e é preciso que alguém o lembre: a justiça social que seguiu vários caminhos e se traduziu em injustiças assustadoras, já parece que não interessa a ninguém ou então, a igualdade implantada com grandes erros de paralaxe, gerou apenas mais alguns super-homens liberais que, pelo menos, lutarão por figurar nos magazines da nobreza de revista. E os do terceiro porque deixam um grande espaço aberto ao modo como as coisas se virão a passar no futuro.

Tenho a estranha sensação que alguns dos argumentos da outra parte foram de circunstância, como quem se comporta bem num ambiente “nobre e sério”. O que mais me chamou a atenção foi o da reciprocidade da tolerância que um eventual regime monárquico deveria observar a respeito dos republicanos. Não faltam argumentos históricos que testemunhem essa tolerância e, os maus exemplos não podem ser confundidos com hábitos de épocas tão passadas como aquelas que juravam ser o Sol a andar à volta da Terra e que, afinal, valem para as formas da República ou Democracia históricas ( ou não valerão, visto que há sempre um herói sanguinário empolando os nossos mais secretos sonhos?...). O que me mete medo é a falta de mencionar a necessidade de garantias de tolerância que a República devia oferecer a quem não é republicano, nomeadamente quando um debate tão importante ficará apenas na memória de quem lá esteve. Embora um Historiador como Oliveira Marques tenha inteligentemente explorado essa pista, a tolerância tem limites, por exemplo quando se trata a eventualmente perguntar ao eleitorado se aceita a fusão com Espanha (de onde a nossa autonomia Hispânica teria começado muito mais tarde do que se pensa) ou a independência de Portugal insular (na qual, a nova unidade europeia, como chocolate subsidiário, se celebraria).

A outra coisa que se não disse é que Gonçalo Ribeiro Teles não referiu a unidade nacional como se do máximo Bem se tratasse. Toda a gente sabe que ele foi o introdutor em Portugal dum Bem superior a esse do qual a unidade nacional é apenas um efeito, o Rei apenas um sinal mas que, hoje, é pau para toda a obra e não falta no programa de nenhum Partido. Não faço do Ecologismo uma nova ideologia, com profetas, sacerdotes e catecismos. Aliás, o Ecologismo é uma dessa coisas que teve de ter um “ismo” porque o que era óbvio desapareceu da memória dos Homens, como outras coisas tinham desaparecido da mesma quando alguns se viram obrigados a inventar o termo “socialismo”.

Mas isso que Gonçalo Ribeiro Teles repetiu e que ignora o desprezo total e absoluto de alguns pelo que quer dizer “unidade” e por tudo o que se adjective de “nacional” exige outra coisa que talvez possa caber nas perspectivas de Adelino Maltês ou seja: não mais o retorno de um Rei se com ele não vier uma nova Revolução política.

Qual ? A ecológica?

Não. Uma revolução das mentalidades que redimensione de cima abaixo o que esperamos e o que podemos fazer da política. A política não é para as capas de revistas onde, no Verão passado me lembro de ter visto, majoritariamente, o actor brasileiro Alexandre Frota e os seus projectos "cinematográficos" em Portugal. A política pode ser até como um indivíduo perfeitamente desconhecido, num canto qualquer de Portugal, gere uma estranha doença que lhe foi diagnosticada...

1 comment:

Anonymous said...

Eu naum gostei de nada que esta escrito!!!naum me ajudou em N-A-D-A!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!