19.1.06

19 de Janeiro, Jan Palach - Morrer pela Pátria


19 de Janeiro de 1968 - O estudante Jan Palach morreu três dias depois de se ter imolado pelo fogo na Praça Venceslau em Praga, para protestar contra a invasão da Checoslováquia pela URSS. O funeral foi ocasião de um protesto maciço contra o regime comunista. O evento correu mundo e em Portugal José Campo e Sousa, o trovador monárquico, compôs sobre o tema uma das suas grandes baladas com letra de José Valle de Figueiredo. (Agradeço a correcção de O Sexo dos Anjos)
Outros decidiram-se transformar-se em tochas vivas após Palach. Jan Zajic, o “archote nº2” em 25 de Fevereiro 1969 - o aniversário do golpe comunista de 1948. Evzen Plocek, o archote nº3 na praça principal da cidade de Jihlava, em 4 de abril 1969. Entre Janeiro e Abril 1969, 26 checos imolaram-se pelo fogo; sete deles morreram. A memória dos que decidiram pôr a sua morte ao serviço da verdade guiou o povo checo durante as duas décadas. entre 1969 e 1989. de resistência à ditadura comunista. Sem eles, não haveria a “Revolução de Veludo.
Foram precisos mais de vinte anos para cair o "socialismo real". Mas caiu mesmo ? O comentário mais duro e mais verdadeiro que conheço sobre a queda do comunismo deve-se ao filósofo italiano Adriano del Noce, tradutor de Eric Voegelin em Itália e autor de "Revolta contra o mundo moderno". Quando lhe perguntaram o que pensava de 1989, respondeu: "O comunismo caiu no Leste porque triunfou no Ocidente!" O ponto critico desta resposta está no facto de que a ideologia do materialismo económico ficou reforçada na sua versão capitalista. Isto não exclui que a economia de mercado é superior à planificada. Apenas afirma que os sonhos terrenos do capitalismo segundo Adam Smith ou Cavaco Silva são muito semelhantes à visão do proletário emancipado de Karl Marx ou de Leonid Brejhnev. Jan Palach morreu pela pátria, coisa sem preço.

1 comment:

Manuel said...

O autor do "Requiem por Jan Pallach" não foi Rodrigo Emílio mas sim José Valle de Figueiredo.